REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505311323
Rebeca de Oliveira Santos
Yasmim Maria Nascimento Chiarini
Antenor Matos de Carvalho Junior
Eduardo André Louzeiro Lama
Rodrigo Ruan Costa de Matos
Fernanda Maria Nascimento Chiarini
Rafaela Pereira Cunha
Deliana Dos Santos Soares
1. RESUMO
A presente revisão integrativa aborda os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) e as Lesões por Esforço Repetitivo (LER), destacando sua elevada prevalência em diferentes categorias profissionais e contextos ocupacionais. A análise da literatura revela que esses distúrbios são resultado da interação multifatorial entre fatores biomecânicos, psicossociais, ergonômicos e sociodemográficos, sendo as regiões do pescoço, ombros e coluna lombar as mais acometidas. Ressalta-se a insuficiência de medidas preventivas eficazes, a fragilidade das ações regulatórias e a ausência de fiscalização do cumprimento da NR-17. Propõe-se a ampliação de programas de prevenção, reabilitação ocupacional e a integração das DORT em protocolos de atenção básica, além da necessidade de estudos longitudinais multicêntricos para avaliação da custo-efetividade das intervenções. O estudo enfatiza a importância da aplicação de práticas ergonômicas e da consideração dos fatores psicossociais para a promoção da qualidade de vida e produtividade dos trabalhadores.
Palavras-chave: LER; DORT; Ergonomia; Saúde ocupacional.
2. INTRODUÇÃO
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são um conjunto de doenças que acometem músculos, tendões, nervos e ligamentos, cuja origem ou agravamento está relacionado às atividades laborais desenvolvidas pelo indivíduo (SBR, 2021). Essas condições afetam, sobretudo, os membros superiores — como mãos, punhos e ombros — e estão associadas à sobrecarga do sistema músculo-esquelético, especialmente quando não há tempo suficiente para a recuperação fisiológica entre as tarefas repetitivas e intensas (BRASIL, 2019).
As principais manifestações clínicas incluem tendinites, lombalgias, mialgias e neuropatias, como a Síndrome do Túnel do Carpo. Com as mudanças constantes no mercado de trabalho e o aumento das exigências físicas e mentais nas ocupações, observa-se um crescimento significativo na incidência dessas lesões. Segundo o relatório Saúde Brasil 2018, houve um aumento de 184% nos registros de DORT ao longo de nove anos, acompanhado de uma elevação nos fatores de risco biopsicossociais, ambientais e ergonômicos (BRASIL, 2018).
Em 2019, dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho indicaram mais de 39 mil afastamentos por DORT no Brasil, revelando o impacto substancial dessas doenças na saúde do trabalhador e na economia do país. Ademais, destaca-se a subnotificação desses agravos, o que dificulta o planejamento de estratégias preventivas e terapêuticas eficazes (Ministério da Economia, 2020).
Nesse contexto, os distúrbios osteomusculares por esforço repetitivo representam um importante problema de saúde pública, comprometendo a qualidade de vida do trabalhador tanto no ambiente profissional quanto pessoal. Considerando esse cenário, torna-se essencial promover estudos que contribuam para o entendimento e o enfrentamento das DORT, subsidiando práticas de prevenção, diagnóstico precoce e reabilitação funcional.
3. JUSTIFICATIVA
As Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) figuram entre os principais agravos à saúde dos trabalhadores brasileiros, afetando sua capacidade produtiva e qualidade de vida. Apesar do reconhecimento das DORTs como problema de saúde pública, observa-se escassez de revisões integrativas recentes que analisam a eficácia de estratégias preventivas adaptadas ao contexto pós pandemia e ao regime de trabalho remoto (BRASIL, 2022).
Diante desse cenário, a presente revisão integrativa busca preencher essa lacuna, sistematizando evidências científicas sobre o tema e promovendo uma visão abrangente e crítica da produção acadêmica. Essa abordagem metodológica é especialmente valiosa para identificar lacunas na literatura, orientar futuras pesquisas e apoiar a tomada de decisão em políticas públicas e práticas assistenciais.
Além disso, o estudo está em consonância com a Agenda de Prioridades de Pesquisa do Ministério da Saúde, que, no Eixo 1 – “Ambiente, Trabalho e Saúde” –, reforça a importância de investigações que subsidiem ações de promoção, proteção e recuperação da saúde no contexto laboral, fortalecendo as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2018).
Assim, espera-se que os resultados desta revisão integrativa contribuam para o aprimoramento do conhecimento científico e para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes na prevenção e manejo das DORT.
4. OBJETIVOS
4.1 Geral:
Analisar a produção científica disponível sobre os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), por meio de uma revisão integrativa da literatura.
4.2 Específicos:
- Levantar estudos científicos nacionais e internacionais que abordem os DORT em trabalhadores de diferentes categorias;
- Identificar os principais fatores associados à ocorrência das DORT no ambiente ocupacional;
- Apontar lacunas no conhecimento que possam orientar futuras pesquisas.
5. REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 Epidemiologia
As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) representam um conjunto de doenças que afetam o sistema músculo-esquelético, principalmente os membros superiores e o pescoço, e estão diretamente relacionadas às atividades laborais (BRASIL, 2020). A nível internacional, observa-se um crescimento contínuo desses distúrbios desde a década de 1970, com destaque para o Japão, países escandinavos e Austrália (BRASIL, 2001).
Nos Estados Unidos, na década de 1990, essas lesões figuraram entre os principais problemas de saúde ocupacional, representando cerca de 50% das notificações, sendo que aproximadamente meio milhão de cirurgias para síndrome do túnel do carpo são realizadas anualmente, com custos superiores a 2 bilhões de dólares (PALMER; HANRAHAN, 1995).
No Canadá, dados apontam que 50,5% das doenças ocupacionais notificadas estavam relacionadas a LER e DORT (BRASIL, 2001). A crescente visibilidade dessas patologias está refletida na quantidade de pesquisas científicas e publicações especializadas sobre o tema (COUTO et al., 1998). No Brasil, entre 2010 e 2015, foram registrados 47.152 casos dessas lesões, representando entre 80% e 90% das atividades ocupacionais, o que contraria a ideia de que os avanços tecnológicos teriam contribuído para reduzir os impactos do esforço repetitivo no trabalho (SILVA, 2020).
Estudos regionais também reforçam a alta prevalência desses distúrbios. Em Santarém (PA), por exemplo, 57,1% dos motoristas de ônibus relataram dores na região cervical e lombar, além de 71,4% apresentarem sintomas de cansaço físico e mental com dor irradiada para o crânio (SOUSA et al., 2021). De forma semelhante, um levantamento realizado com docentes do ensino superior no interior da região Norte revelou que 96,77% relataram dor ou formigamento corporal, o que evidencia a escassez de estudos específicos na região e a necessidade de ampliar as investigações sobre o tema (ALVES et al., 2021).
5.2 Profissionais mais afetados pela DORT
Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), também conhecidos como lesões por esforço repetitivo (LER), estão fortemente associados a ambientes laborais estressantes, a carência de apoio organizacional e a insuficiente aplicação das normas de saúde e segurança previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (SILVA et al., 2020; BRASIL, 2021). Em especial nos setores informais, no home office e em ambientes hospitalares, a ausência de mobiliário ergonômico, pausas regulares e orientações adequadas agrava a exposição dos trabalhadores a riscos físicos e psicossociais (CANDIDO; ALENCAR, 2024). Essa realidade evidencia a urgência de medidas mais eficazes de fiscalização e adequação ergonômica, considerando os impactos socioeconômicos e funcionais desses distúrbios (TANG, 2022).
O perfil das populações mais afetadas por DORT/LER abrange, majoritariamente, profissionais da saúde, trabalhadores informais e mulheres acima de 40 anos em ocupações manuais, como costureiras e empregadas domésticas (NEGRI et al., 2014; ARAÚJO; PAULA, 2003). Entre os profissionais da saúde, o risco é intensificado pela sobrecarga física e emocional, associada à jornada extensa e manuseio constante de pacientes (SILVA; TOYODA, 2002). Já entre os trabalhadores informais, a falta de treinamento, o uso de ferramentas improvisadas e a ausência de pausas contribuem para o desenvolvimento de síndromes como a do manguito rotador e a do túnel do carpo (SILVA et al., 2020). Além disso, questões de gênero e desigualdades socioeconômicas agravam a subnotificação e a precariedade das condições de trabalho enfrentadas por essas populações (BRASIL, 2000).
5.2.1 Trabalhadores em ambientes Home office
Servidores que desempenham suas funções em regime remoto, principalmente em seus domicílios, enfrentam desafios relacionados à falta de infraestrutura ergonômica, como mobiliário inadequado e ausência de pausas regulares, o que contribui para o surgimento de dores lombares e cervicais, sintomas comuns de LER/DORT (GERDING et al., 2021; CANDIDO; ALENCAR, 2024). A permanência prolongada em posturas inadequadas, aliada à dificuldade de organização da rotina laboral, intensifica os riscos musculoesqueléticos.
Nesse cenário, torna-se essencial adotar intervenções que não se limitem ao tratamento clínico ou cirúrgico, mas que também valorizem o aspecto psicossocial da saúde do trabalhador, considerando o impacto funcional e emocional das dores crônicas (FADEL et al., 2023; ZAVARIZZI et al., 2019). Diretrizes do Ministério da Saúde reforçam a importância de ambientes laborais que respeitem as características psicofisiológicas dos indivíduos, promovendo ações como pausas regulares, uso de mobiliário ergonômico, alongamentos e limitação de horas extras como medidas eficazes de prevenção (BRASIL, 2000; BRASIL, 2019).
6. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa (RI), que se caracteriza por sintetizar e analisar o conhecimento existente sobre um determinado tema, incorporando tanto estudos experimentais quanto não-experimentais, permitindo uma compreensão abrangente do fenômeno em questão, combinando dados da literatura teórica e empírica.(Souza et al., 2010). A RI será dividida em 6 fases: Elaboração de uma pergunta norteadora; Busca ou amostragem na literatura; coleta de dados; análise crítica dos estudos incluídos; discussão dos resultados; e discussão dos resultados.
Para a construção da pergunta norteadora, adotou-se a metodologia proposta por Santos, Pimenta e Nobre (2007), com a estratégia PICO, que fornece um embasamento sistemático e estruturado. A PERGUNTA NORTEADORA FORMULADA FOI: “Em trabalhadores que realizam atividades repetitivas (P), quais fatores de risco (I) estão associados ao desenvolvimento de lesões osteomusculares em diferentes contextos ocupacionais (Co)?”
A busca pelos artigos científicos ocorreu através da Web of Science e na base de dados Public/Publish Medline (PubMed) devido à relevância e abrangência dessas plataformas na disponibilização de estudos sobre o tema. Foram utilizados descritores em ciência da saúde (DeCS) específicos para o tema do estudo, associados aos operadores Booleanos, tanto em portugues quanto em inglês.
Os artigos encontrados foram importados para o Software Rayyan, onde foram triados por meio da leitura dos títulos e resumos. Nessa fase foram incluídos artigos completos, gratuitos, em um recorte temporal dos últimos 5 anos, compreendido entre 2020 a 2024, e que tinham relação direta com o tema e objetivos propostos. Foram excluídos artigos duplicados, revisões de literatura, dissertações, teses, trabalhos acadêmicos, livros e manuais.
Após leitura na íntegra dos artigos remanescentes, os dados foram organizados em planilhas estruturadas para facilitar a extração e categorização das informações, garantindo a interpretação dos conteúdos.
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.1 Resultados
A seleção dos estudos foi conduzida com base em um protocolo metodológico, visando assegurar a qualidade e a pertinência das publicações incluídas na revisão integrativa. Em um primeiro momento, foram identificados 414 estudos com potencial relevância..
Durante a etapa de seleção, 46 publicações duplicadas foram descartadas. Na fase seguinte, realizou-se a leitura dos títulos e resumos, o que levou à exclusão de 341 artigos por não se enquadrarem nos critérios de inclusão estabelecidos. Posteriormente, 27 artigos passaram por uma análise completa para verificação de elegibilidade. Destes, cinco foram excluídos por não tratarem o tema com a profundidade exigida.
Ao término do processo, 22 artigos compuseram a amostra final, consolidando um conjunto de evidências que permitiu uma análise aprofundada acerca dos Distúrbios Osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). O fluxograma (Figura 1) utiliza o modelo PRISMA que ilustra esse processo sistemático de identificação, seleção, elegibilidade e inclusão das publicações analisadas.
Figura 1. Fluxograma do processo de seleção dos artigos para a revisão integrativa
Fonte: Elaborado pelos autores, 2025.
O Quadro 1 organiza os parâmetros de avaliação da qualidade metodológica dos estudos selecionados, com base nos instrumento de avaliação de crítica do Joanna Briggs Institute (JBI), aplicando um check-list de 8 itens, incluindo clareza do objetivo, validade dos instrumentos e adequação da análise estatística. Apenas estudos classificados como de “alta” ou “média” qualidade foram mantidos para análise final.
Quadro 1: Tabela de Avaliação da Qualidade Metodológica dos Estudos Selecionados.
Autores/Ano | Método | Critérios Avaliados | Classificação (Alta/Média/ Baixa qualidade) |
Dagim Fikre et al., 2024. | Estudo transversal | Metodologia bem descrita e validada, análise estatística apropriada com regressão logística. | Média |
Estíbaliz Jiménez-Arberas, Emiliano Díez,2022. | Estudo transversal não experimental. | Clareza de objetivo, adequação da amostra, e análise estatística apropriada. | Alta |
Natália Claro da Silva et al., 2022. | Ensaio clínico randomizado controlado. | Metodologia detalhada, randomização e alocação oculta. | Alta |
Oliver Lotter et al, 2021. | Estudo transversal. | Objetivo claro, uso de instrumentos validados. | Alta |
Xiaowen Ding et al, 2023. | Estudo transversal. | Objetivo claro, amostra abrangente, metodologia validada, | Alta |
Ning Jia et al, 2020. | Estudo transversal. | Amostra ampla e representativa, análise estatística adequada. | Média |
Dohyung Kee, 2023. | Estudo observacional quantitativo retrospectivo | Uso de dados oficiais nacionais representativos e confiáveis e análise estatística apropriada. | Média |
Mike Schmidt et al, 2023. | Estudo transversal. | Amostra adequada e representativa e critérios de inclusão bem definidos. | Média |
Chen-Yu Chen et al, 2022. | Estudo observacional longitudinal retrospectivo. | Metodologia detalhada e uso de dados nacionais confiáveis. | Média |
S. Mishra e K. Sarkar, 2021. | Estudo transversal quantitativo. | Objetivo claro, amostra adequada e bem definida e critérios de inclusão explícitos. | Média |
Letwin Nomalungelo Tembo et al, 2023. | Estudo transversal analítico. | Metodologia detalhada e clara com uso de instrumento validado. | Média |
Huseyin Yener, 2022. | Estudo transversal quantitativo observacional. | Análises estatísticas apropriadas, validade e confiabilidade dos dados . | Média |
Wenjing Cao et al,2021. | Estudo transversal. | Método claro com uso de instrumento validado para mensuração. | Média |
Feng Yang et al,2023. | Estudo transversal analítico. | Objetivo claro e uso de amostra adequada e representativa. | Alta |
Aiza Nasir et al,2020. | Estudo transversal. | Uso de questionário validado com análises estatísticas apropriadas | Média |
Stanley M Maduagwu et al,2020. | Estudo transversal. | Análises estatísticas apropriadas e validade dos dados assegurada. | Média |
K.A. Almhdawi et al.,2020. | Estudo transversal. | Uso de instrumentos validados para coleta de dados e análise estatística. | Alta |
K.A. Almhdawi et al, 2021. | Estudo transversal. | Objetivo claro, amostra adequada e representativa. | Alta |
Nur Azma Amin et al,, 2020. | Estudo transversal. | Critérios de inclusão definidos, metodologia detalhada e validada. | Média |
Thao Thi Thach Le et al., 2024. | Estudo transversal. | Amostra adequada, clareza na metodologia com uso de questionário validado. | Alta |
Iris Lima da Silva et al., 2021. | Estudo transversal. | Uso de análises estatísticas robustas, validação dos dados por instrumentos reconhecidos, | Alta |
Ahmed F. Abualkhair et al., 2023. | Estudo transversal. | Objetivo claro, amostra definida e adequada,com critérios de inclusão estabelecidos. | Média |
Fonte: Elaborado pelos autores, 2025.
O Quadro 2 apresenta uma síntese dos principais achados dos estudos incluídos na revisão, destacando informações como título do artigo, autores, objetivo da pesquisa e os principais resultados encontrados.
Quadro 2: Quadro sinótico com principais achados dos estudos da amostra final.
TÍTULO | AUTORES (ANO) | OBJETIVO PRINCIPAL | PRINCIPAIS RESULTADOS |
Prevalence and risk factors of work-related musculoskeletal disorders among physical therapists in Ho Chi Minh City, Vietnam | Thao Thi Thach Le et al. (2024) | Investigar a prevalência de DORT entre trabalhadores de manufatura emergente em Pequim, China, e identificar os principais fatores de risco associados a esses distúrbios. | A prevalência de DORT/LER entre os trabalhadores emergentes em Pequim foi de 28,6%, sendo mais comuns nas regiões do pescoço, costas e ombros. Fatores de risco significativos incluíram trabalhar em posições desconfortáveis, realizar movimentos repetitivos, sentar por longos períodos e não praticar exercícios regularmente. |
Prevalence of work-related musculoskeletal disorder and ergonomic risk practice among medical laboratory professionals at health facilities of eastern Ethiopia | Dagim Fikre et al. (2024) | Avaliar a prevalência de DORT entre profissionais de laboratório médico na região leste da Etiópia e identificar os fatores associados a esses distúrbios, incluindo práticas de risco ergonômico e condições do ambiente de trabalho | A prevalência de DORT entre os profissionais foi de 58,9% nos últimos 12 meses. Os locais mais afetados foram o pescoço, costas superior e inferior. Fatores como ter 36 anos ou mais, ser mulher, ter mais de 10 anos de experiência, ficar sentado por 4 horas ou mais por dia, atender a mais de 300 pacientes por dia e estar acima do peso aumentam o risco de desenvolver DORT. |
Work-Related Musculoskeletal Disorders Among Nurses of Governmental Hospital in Al-Medinah, Saudi Arabia: A Cross-Sectional Study | Ahmed F. Abualkhair et al. (2023) | Investigar a prevalência e os fatores de risco associados às desordens musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho entre enfermeiros que atuam em hospitais governamentais | Estudos indicaram que uma maioria significativa dos enfermeiros apresentou sintomas de desordens musculoesqueléticas, especialmente na região do pescoço, ombro e parte inferior das costas. Além disso, fatores como idade, experiência de trabalho e índice de massa corporal também foram analisados, com o sexo feminino mantendo uma associação forte com a presença de dor no pescoço. |
The prevalence and risk factors of work related musculoskeletal disorders among electronics manufacturing workers: a cross-sectional analytical study in China | Feng Yang et al. (2023) | Descrever a prevalência de distúrbios musculoesqueléticos (DORT) e investigar as relações entre esses distúrbios e variáveis relacionadas ao trabalho, como condições de postura, tempo de trabalho e fatores pessoais. | Fatores associados ao maior risco incluíram ser mulher, ter mais de 5 anos de experiência no trabalho, manter posturas inadequadas, levantar cargas superiores a 5 kg, realizar tarefas repetitivas por longos períodos, sentar por períodos prolongados e trabalhar sob condições de frio ou variações de temperatura |
Prevalence of work-related musculoskeletal disorders and associated factors among University of Zimbabwe Faculty of Medicine and Health Sciences non-academic workers: a cross-sectional study | Letwin Nomalungelo Tembo et al. (2023). | Determinar a prevalência de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho (DORT) e identificar os fatores associados a esses distúrbios entre trabalhadores não acadêmicos da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde | Fatores sociodemográficos como idade, gênero, nível educacional e categoria de trabalho estiveram significativamente associados à ocorrência de DORT, com maior risco entre mulheres, profissionais de segurança e alimentação, além daqueles com níveis educacionais mais elevados. Por outro lado, maior tempo de experiência profissional demonstrou ser um fator protetor contra a dor lombar. |
Work-Related Musculoskeletal Disorders of Dance Teachers in Germany: A Retrospective Cross-Sectional Study | Mike Schmidt et al. (2023) | Registrar a prevalência de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho (DORT) e identificar suas causas entre professores de dança na Alemanha, analisando também possíveis diferenças entre os sexos e entre os estilos de dança ensinados | Não houve diferenças significativas na prevalência entre homens e mulheres, nem entre os diferentes estilos de dança. As regiões mais afetadas foram a coluna lombar e o tornozelo, com as estruturas articulares e musculares sendo as mais frequentemente acometidas. |
Characteristics of Work-Related Musculoskeletal Disorders in Korea | Dohyung Kee (2023) | Analisar as tendências dos distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho (DORT). Além disso, investigou as características dos distúrbios, como taxas de aprovação, distribuição e os efeitos do setor industrial. | A dor lombar foi identificada como a principal causa de DORT, e a síndrome do manguito rotador no ombro também se destacou entre os distúrbios crônicos. Além disso, os distúrbios ocorreram com mais frequência na indústria de manufatura, seguidos pela construção e transporte/armazenamento. Pequenas empresas, com menos de 50 trabalhadores, foram as mais afetadas, representando quase 60% dos casos. |
Prevalence and risk factors of work-related musculoskeletal disorders among emerging manufacturing workers in Beijing, China | Xiaowen Ding et al (2023) | Investigar a prevalência e os fatores de risco associados aos transtornos musculoesqueléticos relacionados ao trabalho (DORT) | Trabalhadores do sexo feminino, com idade superior a 35 anos, com IMC ≥ 28 kg/m², maior tempo de trabalho, e que nunca fizeram exercícios apresentaram maior incidência de DORT. A prevalência mais alta de DORT ocorreu na região do pescoço (15,0%), região lombar (12,5%), ombros (11,2%) e parte superior das costas (7,1%). |
Musculoskeletal Diseases and Disorders in the Upper Limbs and Health Work-Related Quality of Life in Spanish Sign Language Interpreters and Guide-Interpreters | Estíbaliz Jiménez-Arbera s, Emiliano Díez. (2022) | Investigar a presença de transtornos musculoesqueléticos em um grupo de intérpretes de Língua de Sinais Espanhola e analisar a relação desses transtornos com a qualidade de vida relacionada à saúde no contexto do trabalho | Todos os participantes apresentaram algum tipo de disfunção musculoesquelética ao longo de sua carreira profissional, com altas prevalências de patologias como síndrome do pescoço tenso, tendinite, síndrome do uso excessivo e lesão por esforço repetitivo. |
Effects of workplace upper extremity resistance exercises on function and symptoms of workers at a tertiary hospital: a randomized controlled trial protocol | Natália Claro da Silva et al. (2022) | Avaliar a eficácia adicional de um programa de exercícios de resistência específicos e individualizados para o ambiente de trabalho | Melhora na funcionalidade e na percepção de desconforto, fadiga e capacidade de trabalho, através de questionários como QuickDASH, escala de função específica do paciente, índice de incapacidade do pescoço, necessidade de recuperação, índice de capacidade de trabalho e testes de desempenho como o FIT-HANSA. |
Work-related musculoskeletal disorders among physical therapists in Taiwan | Chen-Yu Chen et al. (2022) | Determinar a incidência e a prevalência de transtornos musculoesqueléticos relacionados ao trabalho (DORT) entre fisioterapeutas e investigar como essas taxas variam entre diferentes grupos de idade e gêneros. . | A carga de trabalho, medida pelo número de pacientes atendidos por fisioterapeutas foi positivamente correlacionada ao risco de DORT, com maior prevalência ocorrendo em períodos de maior sobrecarga. |
A Research on Home Workers’ Work-Related Musculoskeletal Disorders in Pandemic Period | Huseyin Yener. (2022) | Investigar o impacto do trabalho em home office durante a pandemia de Covid-19 na ocorrência de Disfunções Musculoesqueléticas Relacionadas ao Trabalho (DORT). | O trabalho remoto durante a pandemia de Covid-19 agravou a saúde musculoesquelética dos participantes. Foram observados aumentos na frequência e impacto das queixas de distúrbios musculoesqueléticos com destaque para regiões como pescoço, ombro e região lombar. Além disso, o estudo aponta que fatores como posturas inadequadas, aumento do tempo sedentário, ganho de peso e falta de pausas adequadas contribuíram para a piora dessas condições |
Efeito de múltiplos fatores de risco no desenvolvimento de distúrbios osteomusculares em trabalhadores do interior do Brasil | Iris Lima da Silva et al. (2021) | Realizar uma avaliação multifatorial dos riscos laborais e sua relação com sintomas de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), especificamente nos punhos, cotovelos e ombros, em trabalhadores de diferentes setores econômicos. | Os fatores biomecânicos, como posturas inadequadas e esforços repetitivos, aumentaram a chance do desenvolvimento de sintomas nos ombros. Além disso, aspectos psicossociais, incluindo insatisfação no trabalho, autocontrole e suporte social, também tiveram relação significativa com os sintomas de DORTs |
Work-related musculoskeletal disorders among nurses: Prevalence and predictors in Jordanian hospitals | K.A. Almhdawi et al. (2021) | Investigar a prevalência e os preditores dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) no quadrante inferior do corpo entre enfermeiros jordanianos, considerando fatores motores, mentais e de estilo de vida. | Alta prevalência de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) no quadrante inferior entre enfermeiros, sendo 77,4% na região lombar, 37,5% nos joelhos, 28,5% nos tornozelos e pés, e 22,3% nos quadris. Os principais preditores desses distúrbios incluíram idade avançada, maior tempo de experiência profissional, alta carga de trabalho, ergonomia inadequada, hábitos de trabalho incorretos, além de fatores psicossociais como estresse e ansiedade |
Work-Related Musculoskeletal Disorders Among Hospital Midwives in Chenzhou, Hunan Province, China and Associations with Job Stress and Working | Wenjing Cao et al. (2021) | Descrever especificamente as relações entre estresse no trabalho e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) em uma amostra de parteiras hospitalares na cidade de Chenzhou, província de Hunan, China. | Prevalência de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) entre parteiras hospitalares em Chenzhou, China, com 82,2% das participantes relatando sintomas ao longo de 12 meses. Houve associação significativa entre diversos fatores de estresse ocupacional e a ocorrência de DORT, destacando-se a necessidade de concentração prolongada, multitarefa, percepção de trabalho opressor, ambiente autoritário e mudanças indesejáveis no trabalho |
Work-related musculoskeletal disorders and associated risk factors among urban metropolitan hairdressers in India | S. Mishra e K. Sarkar (2021) | Investigar a prevalência de transtornos musculoesqueléticos relacionados ao trabalho (DORT) entre cabeleireiros urbanos identificar os fatores de risco associados a essas condições, como postura inadequada, movimentos repetitivos e longas jornadas de trabalho. | Mulheres apresentaram maior risco de desenvolver esses distúrbios do que homens. Jovens trabalhadores de 18 a 35 anos e aqueles que trabalham mais de 12 horas diárias têm risco aumentado de experimentar esses problemas. |
Predictors for Clinical Outcomes Related to Upper Extremity Musculoskeletal Disorders in a Healthy Working Population | Oliver Lotter et al. (2021) | Avaliar a eficácia de um programa específico e individualizado de exercícios de resistência na região superior do corpo, realizados no ambiente de trabalho, como complemento às orientações ergonômicas, na redução da fadiga, dor e desconforto percebidos pelos trabalhadores de um hospital universitário. | Espera-se que o grupo que realizou os exercícios de resistência, além das orientações ergonômicas, apresente uma redução maior na dor, fadiga e desconforto, além de melhorias na função e na capacidade de trabalho, em comparação ao grupo que recebeu apenas a orientação ergonômica. |
Investigation on Work-Related Musculoskeletal Disorders — China, 2018−2019 | Ning Jia et al. (2020) | Investigar a prevalência e as características das doenças musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho (DORT) em indústrias na China | Os resultados indicaram taxa geral de 42,9% para qualquer parte do corpo. As partes mais afetadas foram o pescoço, os ombros e a região lombar. Além disso, a prevalência de DORT aumentou com a idade e o tempo de serviço, sendo mais significativa em mulheres do que em homens. |
Frequency of work related musculoskeletal disorders and its associated factors among physical therapists of Faisalabad | Aiza Nasir et al. (2020) | Investigar a frequência de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho (DORT) entre fisioterapeutas, além de identificar os fatores de risco ocupacionais associados e as estratégias de enfrentamento adotadas pelos profissionais diante dessas lesões . | A frequência de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho entre os fisioterapeutas bastante elevada, atingindo 93%. As áreas mais afetadas foram o pescoço (62,8%) e a região lombar (55,8%). O fator de risco mais mencionado foi a falta de pausas adequadas durante o expediente de trabalho. |
Work-related Musculoskeletal Disorders among Occupational Drivers in Mubi, Nigeria | Stanley M Maduagwu et al. (2020) | Determinar a prevalência, os fatores de risco, o início dos distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho (DORT), além de investigar a experiência dos motoristas em relação ao treinamento ergonômico, estratégias de enfrentamento e opções de tratamento adotadas pelos motoristas | Estudos indicam que a prevalência de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho (DORT) entre os motoristas foi de 21,2%. Os sintomas mais comuns ocorreram nas regiões do corpo: dor na região lombar (34%), dor no pescoço (18,9%), dor na região superior das costas (22,3%), ombro (18,2%), joelho (14,9%), tornozelos (17%), punho (7,5%), cotovelo (7,5%) e quadril (15,1%). |
Predictors and prevalence of lower quadrant work-related músculoskeletal disorders among hospital-based nurses:A cross-sectional study | K.A. Almhdawi et al. (2020) | Investigar a prevalência e os fatores preditivos dos distúrbios musculoesqueléticos do quadrante inferior entre enfermeiros jordanianos. | Fatores como idade avançada, maior tempo de experiência, alta carga de trabalho, maus hábitos laborais e ergonomia, níveis elevados de atividade física, disponibilidade de equipamentos de manuseio de pacientes, políticas de manejo, estresse e ansiedade foram identificados como preditores significativos dessas condições |
Perceived physical demands in relation to work-related musculoskeletal disorders among nurses | Nur Azma Amin et al. (2020) | Explorar a prevalência anual de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho (DORT) entre enfermeiros e prever como as demandas físicas ocupacionais podem influenciar a ocorrência desses distúrbios | 73,1% dos enfermeiros apresentaram sintomas de distúrbios musculoesqueléticos nos últimos 12 meses, sendo as regiões mais acometidas o pescoço, pés, parte superior das costas e ombros. Além disso, os enfermeiros que percebiam demandas físicas elevadas tinham maior risco de desenvolver DORT nas áreas do pescoço, ombros, quadris, joelhos e tornozelos |
Fonte: Elaborado pelos autores, 2025.
7.2 DISCUSSÃO
Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), também conhecidos como lesões por esforços repetitivos (LER), têm se consolidado como uma das principais causas de afastamento e comprometimento da qualidade de vida de trabalhadores em diferentes contextos ocupacionais. (Nasir et al., 2020)
Estudos realizados com profissionais da saúde, educação, aviação, dança e indústria apontam taxas elevadas de prevalência, especialmente em regiões como pescoço, ombros e coluna lombar (Almhdawl et al., 2020; Jia et al., 2020; Lotter et al., 2021). A recorrência dessas queixas evidencia não apenas a dimensão do problema, mas também a insuficiência de medidas preventivas eficazes nos ambientes laborais. Em muitos casos, os sintomas se manifestam ainda nos primeiros anos de exercício profissional, o que destaca a necessidade de intervenções precoces e contínuas (Nasir et al., 2020; Silva et al., 2021).
De maneira geral, as causas associadas ao desenvolvimento de DORTs são multifatoriais e envolvem uma complexa interação entre fatores biomecânicos, psicossociais, ergonômicos e sociodemográficos. A exposição prolongada a posturas inadequadas, esforços repetitivos, carga física intensa e uso de ferramentas vibratórias estão entre os principais fatores físicos de risco. Além disso, aspectos como idade, sexo e setor de atuação revelam que os riscos não são uniformes entre os trabalhadores, sendo necessário um olhar diferenciado e contextualizado para ações preventivas. (Zhang et al., 2023).
7.2.1 Fatores de risco e principais grupos acometidos
Há uma diversidade de grupos ocupacionais acometidos e fatores de risco relacionados às DORTs e LER. Dentre a população afetada destacam-se trabalhadores expostos a diversas condições ergonômicas, incluindo trabalhadores de setores industriais diversos como a eletrônica, farmacêutica e manufatura automotiva, além de fisioterapeutas, enfermeiros, cabeleireiros, trabalhadores home office e intérpretes de língua de sinais.
Nota-se que a pluralidade dos indivíduos atingidos é reflexo da realidade laboral variada e da vasta ocorrência de distúrbios musculoesqueléticos no âmbito profissional. À exemplo, o novo contexto de trabalho remoto, pós Covid-19, provocou aumento significativo dos sintomas osteomusculares, em função da falta de pausas e do ambiente não adaptado, demonstrando a importância da ergonomia no panorama home office (Huseyin Yener, 2022).
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento dessas lesões são biomecânicos, incluindo posturas inadequadas e/ou desconfortáveis, movimentos repetitivos em excesso, posturas estáticas prolongadas e esforços físicos intensos, como manipulação de cargas pesadas.Tais condições foram recorrentes em artigos como os de Oliver Lotter et al (2021), Letwin Nomalungelo Tembo et al (2023) e Feng Yang et al (2023).
Além disso, alguns artigos destacam fatores psicossociais como determinantes para o agravamento das DORTs(Iris Lima da Silva et al., 2021). Estresse mental e psicológico, insegurança e insatisfação laboral, além de demandas elevadas e baixa autonomia intensificam a vulnerabilidade dos trabalhadores frente a esses distúrbios. Tal cenário implica na necessidade de uma abordagem holística para controle de riscos (Wenjing Cao et al., 2021).
Por fim, parte dos artigos também elencam aspectos sociodemográficos como gênero feminino, idade avançada e alto Índice de Massa Corporal (IMC) como relacionados à maior ocorrência de DORTs (Xiaowen Ding et al., 2023). Dessa forma, é importante organizar as características populacionais que constituem os grupos de risco para elaborar estratégias preventivas direcionadas e eficazes.
7.2.2 Intervenção
Os estudos analisados destacam sobre estratégias preventivas voltadas para a minimização dos impactos dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort), com ênfase para a implementação de programas de treinamento físico, conscientização ergonômica e acompanhamento clínico. Autores como Jiménez-Arberas e Díez (2022) e Kee (2023) apontam para a importância de capacitação que promovam posturas adequadas, pausas regulares e exercícios de fortalecimento, especialmente em profissões que excluam esforço repetitivo ou manutenção de posturas estáticas.
Além disso, Schmidt et al. (2023) sugerem a integração de fatores psicossociais às intervenções, enfatizando o papel do estresse, da fadiga e do suporte emocional no agravamento das LER/DORT. O uso de ferramentas de rastreamento clínico, como o DASH, também foi defendido como um recurso importante para a detecção precoce de sintomas e direcionamento de estratégias preventivas (Yang et al., 2023).
Além disso, diversos estudos recomendam intervenções ergonômicas no ambiente laboral, destacando-se ajustes nos locais de trabalho, regulação das condições ambientais e reorganização de tarefas(Jia et al., 2020; Zhang et al., 2023). incluindo sua legalização nas listas de doenças, como é possível verificar na proposta do estudo chinês (Jia et al., 2020). O livro também justifica a necessidade de instruções específicas para a classe trabalhadora vulnerável, como os trabalhadores idosos e os trabalhadores de empresas de pequeno porte. Dessa forma, as intervenções recomendadas assumem um caráter multifacetado e flexível, contemplando as diversas realidades do trabalho.
7.2.3 Principais Resultados
Os resultados observados evidenciam uma elevada prevalência de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho em diferentes categorias profissionais, com destaque para regiões como pescoço, ombros, região lombar e punhos/mãos. Esses locais foram citados de maneira frequente em todos os estudos revisados, independentemente da ocupação, idade ou sexo dos trabalhadores, indicando um padrão comum de comprometimento físico (Jimenes-Arberas; Díez, 2022; Lotter et al., 2021; Jia et al., 2020; Kee, 2023; Yang et al., 2023; Scmidt et al., 2023).
As causas atribuídas ao desenvolvimento dessas lesões apresentaram grande semelhança entre os estudos. Fatores como posturas inadequadas, esforço repetitivo, uso prolongado de ferramentas vibratórias e ausência de pausas estão entre os mais recorrentes (Zhang et al., 2023; JIA et al., 2020).
Importante destacar que variáveis como idade acima de 45 anos, carga de trabalho elevada, conflito trabalho-família e insegurança no trabalho também foram significativamente associados ao aumento dos sintomas (Almhdawl et al., 2020; Lima da Silva et al., 2021). A interação entre esses múltiplos fatores — físicos, mentais e sociais — indica que a etiologia das DORTs é multifatorial e requer abordagens integradas para sua prevenção e manejo.
Além dos impactos físicos, observaram-se também consequências psicossociais relevantes, especialmente em profissões que exigem movimentos contínuos e de alta precisão, como intérpretes e dançarinos. Fadiga intensa, redução da vitalidade e comprometimento da saúde mental foram citados como efeitos associados à sobrecarga física prolongada, influenciando diretamente a produtividade e o bem-estar dos trabalhadores (Jimenez-Arberas; Díez, 2022; Scmidt et al., 2023). Esses achados reforçam a necessidade de políticas de prevenção integradas, com foco em fatores ergonômicos, organizacionais e de promoção à saúde mental no trabalho.
7.2.4 Lacunas
As lacunas observadas nos estudos revelam um contexto de importantes deficiências de abordagem que comprometem o desenvolvimento de estratégias efetivas para prevenção e tratamento de tais condições.
É possível notar uma falta de estudos de análises prospectivas e/ou avaliações longitudinais sobre as consequências das DORTs a longo prazo. Essa restrição metodológica atinge grande parte dos estudos, incluindo os artigos de Mike Schmidt et al.(2023) e Thao Thi Thach Le et al. (2024), e impedem a compreensão da evolução, cronicidade e impacto a longo prazo desses distúrbios.
Além disso, há poucas avaliações e implementações de intervenções específicas e efetivas. Os artigos, apesar de recomendarem ajustes posturais e adequações ambientais, não apresentam dados sólidos ou avaliações de intervenções controle rigorosas para corroborar tais medidas (Aiza Nasir et al., 2023)(Feng Yang et al.,2023).
Outra lacuna importante é o limite das amostras em termos demográficos e geográficos, que impede a generalização dos achados para populações mais amplas. Artigos como os de Stanley M Maduagwu et al. (2020) e K.A. Almhdawi et al. (2021) estudam grupos específicos de trabalhadores, restritos a determinada área geográfica e grupo populacional. Desse modo, dificulta-se a construção de políticas intervencionistas que sejam eficazes para grupos de trabalhadores diversos em contextos variados.
Em suma, a revisão evidencia não apenas a carência de medidas preventivas nos ambientes laborais, mas também a fragilidade das ações regulatórias. A ausência de fiscalização e o descumprimento da NR-17 demonstram a distância entre a produção científica e a prática institucional. Propõe-se, portanto, a ampliação de programas de reabilitação ocupacional e inserção das DORTs em protocolos de atenção básica.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A alta prevalência de Distúrbios Musculoesqueléticos Relacionados ao Trabalho (DORT) e de Lesões por Esforço Repetitivo (LER) reflete problemas de saúde laboral em diversas categorias profissionais e em diferentes contextos e países. A revisão de literatura aponta a necessidade de medidas integradas de prevenção, avaliação ergonômica e atenção aos fatores psicossociais para garantir a qualidade de vida e a produtividade dos trabalhadores.
Dessa forma, recomenda-se a realização de estudos longitudinais multicêntricos com avaliação de custo-efetividade das intervenções preventivas. Além disso, sugere-se a inclusão de práticas ergonômicas nos exames periódicos de saúde do trabalhador e a criação de um protocolo nacional específico para prevenção e reabilitação das DORTs, com base nas evidências sistematizadas.
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