DISFUNÇÃO SEXUAL E AGRAVOS À SAÚDE MENTAL, FÍSICA E SOCIAL DO HOMEM. UMA REVISÃO DA LITERATURA

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10946743


Larissa de Almeida Corrêa1;
Jheyce Lara Pereira Cardoso2;
Isabelle Cristine Silva Cabral3;
Ingrid Lohany de Paula Araújo4;
Orientadora: Profa. Me. Angelita Giovana Caldeira;
Orientador: Prof. Dr. João de Sousa Pinheiro Barbosa.5


Resumo:

Disfunções sexuais são problemas que podem ter origem física e/ou psicológica que interferem na saúde sexual e/ou reprodutiva do homem, acometendo o prazer e até mesmo a sua capacidade de gerar filhos. Na sociedade há uma pressão perante a supervalorização da masculinidade do homem, seu poder de conquista que está diretamente ligado a sua sexualidade, em específico sua potência sexual. Assim, a personalidade do paciente pode ser tanto um fator causal quanto cronológico de um problema sexual, e também pode estar ligada às dificuldades de tratamento do paciente. A experiência sexual satisfatória é percebida pela mente, sendo subjetiva e modificada através de processos conscientes e inconscientes. Segundo a revista brasileira de ciências de saúde, aproximadamente 150 milhões de indivíduos globalmente enfrentam disfunção erétil em certa medida, e esse número pode duplicar até 2025. Referindo-se ao número de homens que sofrem de disfunções sexuais, um estudo que foi realizado em 2000 sobre o perfil sexual do brasileiro entrevistou 2.835 indivíduos. O transtorno de qualquer uma das fases da resposta sexual pode contribuir para o surgimento de disfunções sexuais. Em muitos casos a disfunção sexual pode ter suas raízes em causas mais imediatas e mais simples, como o estresse contínuo, a estados emocionais negativos como as consequências de proibições, desaprovações, coerções, punições e também por causas orgânicas, que são doenças que podem alterar a resposta sexual.

Palavras-chave: 1° Disfunção Sexual; 2° Saúde Mental; 3°Homem.

Abstract:

Sexual dysfunctions are problems that may have a physical and/or psychological origin that interfere with a man’s sexual and/or reproductive health, affecting pleasure and even his ability to have children. In society there is pressure towards the overvaluation of man’s masculinity, his power of conquest which is directly linked to his sexuality, specifically his sexual potency.

Thus, the patient’s personality can be both a causal and a chronological factor in a sexual problem, and can also be linked to the patient’s treatment difficulties. The satisfactory sexual experience is perceived by the mind, being subjective and modified through conscious and unconscious processes. According to the Brazilian magazine of health sciences, approximately 150 million individuals globally face erectile dysfunction to some extent, and this number could double by 2025. Referring to the number of men who suffer from sexual dysfunctions, a study that was carried out in 2000 on the sexual profile of Brazilians interviewed 2,835 individuals. Disruption of any of the phases of the sexual response can contribute to the emergence of sexual dysfunctions. In many cases, sexual dysfunction can have its roots in more immediate and simpler causes, such as continuous stress, negative emotional states such as the consequences of prohibitions, disapproval, coercion, punishments and also organic causes, which are diseases that can alter the sexual response.

Keywords: 1°Sexual Dysfunction; 2°Mental Health; 3° Man.

1 INTRODUÇÃO

Disfunções sexuais são problemas que podem ter origem física e/ou psicológica que interferem na saúde sexual e/ou reprodutiva do homem, acometendo o prazer e até mesmo a sua capacidade de gerar filhos (Silva, 2019). Na sociedade há uma pressão perante a supervalorização da masculinidade do homem, seu poder de conquista que está diretamente ligado a sua sexualidade, em específico sua potência sexual (Galati, MCR, 2014).

O Estudo da Vida Sexual do Brasileiro (EVSB) avaliou 7.022 indivíduos (54,6% de homens e 45,4% de mulheres) esses dados foram obtidos por meio de um questionário auto responsivo e anônimo, constituído de 87 itens sobre variáveis sociodemográficas, saúde geral (doenças referidas), hábitos de vida, comportamento e dificuldades sexuais (ABDO et al., 2006).

Com base nos dados de 2009 a 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou um total de 376,4 milhões de casos incidentes de Infecção Sexualmente Transmissível (IST), considerados curáveis. Desse total, 127,2 milhões de casos estimados eram de clamídia, 86,9 milhões de gonorreia, 156,0 milhões de tricomoníase e 6,3 milhões de sífilis. A prevalência global estimada de sífilis em homens e mulheres foi de 0,5%, com valores regionais variando de 0,1 a 1,6% (Domingues et al., 2021).

Quando há algum fator que dificulte ou impeça de manter uma relação sexual adequada, isso pode desencadear uma série de atitudes que podem oferecer risco a sua própria saúde e agravar sua desordem sexual (Batista L.E, 2019). Os riscos à saúde vão desde a busca por meios que forneçam um estado ilusório de serenidade ao problema, muitos homens com essa problemática, recorrem ao uso e abuso de substâncias químicas, tais como, álcool, drogas e automedicação (Queiroz, 2003).

Para suprir suas necessidades muitos homens recorrem a métodos que tem objetivo apenas de estimulação, não se importando com sua proteção que é adquirida com o método de barreira, camisinha, deixando suscetível ao surgimento de infecções sexualmente transmissíveis (Felisbino, M.S. et al., 2019).

A Disfunção Erétil (DE) se destaca por ser uma tribulação na vida de muitos casais, independentemente da faixa etária, dentre outras desordens que afetam a qualidade de vida sexual conjugal, e que pouco se sabe é que pode ser a associada pela infecção pelo vírus T-linfotrópico

humano (HTLV), onde a maioria dos indivíduos não sabe que estão infectados, transmitindo-a para seu parceiro por conta do aparecimento tardio dos sintomas e que além de poder afetar a função erétil no homem, pode causar problemas na gravidez (Saúde, 2022).

O desempenho sexual é um dos aspectos com importante contribuição para o bem-estar psicológico, casos de disfunção sexual podem originar, quanto serem originados por estados emocionais como ansiedade, estresse, perda de autoconfiança, autoimagem e depressão, bem como influenciar ou serem influenciados por aspectos da personalidade (Britto R. Benetti. S.P.C, 2010).

Com isso, este trabalho tem o objetivo de analisar na literatura os principais transtornos e impactos na saúde física e mental em homens por decorrência da disfunção sexual.

2 METODOLOGIA

Este estudo é uma revisão integrativa da literatura que é um método que tem como finalidade sintetizar resultados obtidos em pesquisas sobre um tema ou questão, de maneira sistemática, ordenada e abrangente. É denominada integrativa porque fornece informações mais amplas sobre um assunto, constituindo, assim, um corpo de conhecimento. Deste modo, o revisor pode elaborar uma revisão integrativa com diferentes finalidades, podendo ser direcionada para a definição de conceitos, revisão de teorias ou análise metodológica dos estudos incluídos de um tópico particular (Galvão, Sawada e Mendes, 2003).

O desenho do estudo, uma pesquisa não clínica, conforme descrito por Brun, foi integrado aplicando-se a metodologia para nortear a coleta de dados ou estratégia PICO (acrônimo para P: população/pacientes; I: intervenção; C: comparação/controle; O: desfecho/outcome). PICO (acrônimo para P: disfunção sexual em homens; I: agravos à saúde mental; C: não se aplica O: auxílio na recuperação biopsicossocial).

A pesquisa será realizada através Descritores em Saúde (DeCS)/ Medical Subject Headings (MeSH): combinado com o operador booleano AND e OR: das palavras chaves que foram definidas usando os “Homem”, “Disfunção Sexual”, “Disfunção Erétil”, “Saúde Mental”. Nas bases de dados: Scientific Electronic Library Online (Scielo), PubMed Central®.

Para inclusão os seguintes critérios foram utilizados: artigos publicados entre os anos de 2002 até 2023 artigos escritos em língua portuguesa, artigos escritos em inglês, artigos escritos em língua espanhola, artigos publicados em revistas, artigos originais, artigos se enquadra nessa pesquisa, artigos que fala sobre simulação realística aplicada na formação de profissionais de saúde.

Com os critérios para exclusão: artigos de revisão, artigos publicados fora da temporalidade estabelecido, tese de doutorado, dissertação de mestrado, trabalho de conclusão de curso, artigos escritos em outras línguas sem ser a portuguesa, turco e inglês, artigos que não fossem originais, artigos que não abordasse sobre o tema da pesquisa (Figura 1).

Para análises dos artigos serão através de leitura dos resumos e títulos foi importante para excluir os estudos que não atendem objetivo do estudo levando em consideração os critérios de inclusão e exclusão do trabalho.

Para elaboração dos resultados foram avaliadas as seguintes variáveis dos estudos selecionados: Local, Base de dados/Periódico, Autor (es) do artigo/ Ano, objetivo, Nível de Evidência. Para classificação da qualidade metodológica das pesquisas selecionadas foi conforme os seis níveis de categorias da Oxford Centre for Evidence-based Medicine.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

O desempenho é um dos fatores que contribui significativamente para o bem – estar psicológico do ser humano dito de outra forma, a questão de como um ser humano mantém relações sexuais torna necessário que a sexualidade seja um factor significativo na definição da sua identidade e personalidade (Alves, 2011). No final da década de 1990, a introdução de medicamentos como o Viagra (citrato de sildenafil) provocou uma mudança significativa na forma como as pessoas na sociedade veem a sexualidade masculina (Paranhos, 2007).

Do jeito que está, a sexualidade pode afetar as pessoas em diversas esferas de suas vidas e podem ser fonte de alegria ou frustração. Em uma pesquisa realizada com 7.022 pessoas no Brasil, sendo 3.775 do sexo masculino, descobriu que 48,1% dos homens relataram algum tipo de disfunção sexual, como ejaculação precoce ou disfunção erétil (Abdo, 2004). Em grande parte desses casos, a pessoa não tem problemas orgânicos, com outras palavras, sua disfunção sexual é de natureza emocional ou psicológica (Grassi, 2004).

A disfunção erétil de origem psicológica é mais comum em homens jovens e representa aproximadamente 10% dos casos em indivíduos com mais de 50 anos (Avatshi et al., 1994). O desempenho sexual pode ser prejudicado por problemas emocionais como stress, depressão, ansiedade, problemas com dinheiro, relacionamentos e familiares. A ereção é uma manifestação do desejo humano, que é desencadeada por elementos fisiológicos (orgânicos) e psicológicos (emocionais) (ankowski 2003).

Além dos estados emocionais mencionados, é importante observar que a sequência causal entre qualidade de vida e saúde sexual não é linear ou unifatorial. Isso ocorre porque também precisamos considerar a personalidade da pessoa e sua forma de ser que determina um eixo motivacional único e individual para avaliar vários fatos importantes. Assim, a personalidade do paciente pode ser tanto um fator causal quanto cronológico de um problema sexual, e também pode estar ligada às dificuldades de tratamento do paciente (Felício, 2002).

A experiência sexual satisfatória é percebida pela mente, sendo subjetiva e modificada através de processos conscientes e inconscientes. As percepções do homem de suas necessidades de parceiros e expectativas também têm influência. Assim, a ereção é essencialmente um reflexo espinhal que pode ser iniciado por recrutamento de impulsos aferentes do pênis, mas também por estímulos visuais, olfativos e imaginários como resultado final de uma integração complexa de sinais (Cirino et al., 2006).

As inervações simpáticas e parassimpáticas se fundem para formar o nervo cavernoso, que penetram nos corpos cavernosos e esponjosos para promover os eventos neurovasculares durante uma ereção e detumescência, a provenientes de neurônios da medula espinhal e dos gânglios periféricos. Principalmente, os nervos somáticos são encarregados da sensibilidade e da contração dos músculos bulbocavernosos e isquiocavernosos (Dean, Lue, 2005).

As fibras nervosas que se originam dos receptores convergem na raiz dorsal do pênis, que se junta a outras fibras nervosas para produzir o nervo pudendo. Este último penetra na coluna espinhal via segmento sacral 2 a sacral 4 para terminais nos neurônios espinhais e interneurônios na região cinzenta central do segmento lombo-sacral (Dean, Lue, 2005, McKenna 1998). Segundo a revista brasileira de ciências de saúde, aproximadamente 150 milhões de indivíduos globalmente enfrentam disfunção erétil em certa medida, e esse número pode duplicar até 2025 (Aytac, McKinlay, Krane, 1999, Seftel, 2003).

Condições que envolvem anormalidades vasculares, como diabetes, envelhecimento, hipercolesterolemia, hipertensão, sedentarismo e tabagismo, estão ligadas ao comprometimento da função vascular peniana, associadas com o prejuízo da função vascular peniana, causando a chamada de vasculogênica no homem e em modelos animais (Musicki, Burnett 2006).

A sexualidade pode ser tanto uma fonte de alegria quanto uma fonte de descontentamento, afetando vários aspectos da vida de uma pessoa. As disfunções sexuais, portanto, são um grande inimigo da saúde, e isso é visto tanto no Brasil quanto em todo o mundo devido à sua alta prevalência. Em uma pesquisa realizada com 7.022 pessoas no Brasil, sendo 3.775 do sexo masculino (Abdo, 2004), descobriu que 48,1% dos homens relataram algum tipo de disfunção sexual, como ejaculação precoce ou disfunção erétil. Em grande parte desses casos, o problema não é orgânico, ou seja, a disfunção sexual não é causada por problemas emocionais ou psicológicos (Grassi, 2004).

Referindo-se ao número de homens que sofrem de disfunções sexuais (DS), um estudo que foi realizado em 2000 sobre o perfil sexual do brasileiro entrevistou 2.835 indivíduos (47% de homens e 53% de mulheres). Os resultados sobre os transtornos sexuais e disfunção erétil 46,2%; ejaculação precoce – 15,8%; falta de desejo sexual – 12,3% e disfunção orgânica 10%. (Abdo, Oliveira Jr, Scanavino, & Martins, 2002).

Segundo certos autores, a Ejaculação Precoce (EP) é a disfunção sexual mais frequente entre homens do planeta (Carson & Gunn, 2006, Hellstrom, 2009), embora sua prevalência possivelmente não seja dimensionada corretamente, pois a falta de acordo para sua definição e classificação estatística é uma das causas (Cavalcanti, Serrano & Lopes, 2005).

No entanto, um levantamento realizado nos últimos dez anos ( 2014 à março de 2024 ) nas bases de dados Biblioteca, Virtual e Saúde (BVS), LILACS e SCIELO, descobriu uma falta de estudos abordando a existência de um impacto direto ou mesmo sobre a quantidade de vida que os homens têm devido às disfunções sexuais. Antes de concluir que a Disfunção Erétil (DE) tem um impacto negativo sobre a Qualidade de Vida, tanto na dimensão mental quanto física, os autores de pesquisa com 2.476 homens espanhóis, com idades variando entre 25 e 70 anos, destacam isso (Sánchez-Cruz & cols, 2003).

O desempenho sexual é um dos aspectos com importante contribuição para o bem-estar psicológico do ser humano. Isto é, a questão de como o ser humano mantém relações sexuais faz com que a sexualidade seja um importante pólo estruturante da identidade e da personalidade. Ao final da década de 90, o surgimento de fármacos como o Viagra (citrato de sildenafil) promoveu uma importante mudança nas formas culturais de se conceber a sexualidade masculina (Paranhos, 2007).

Tradicionalmente, a disfunção sexual é entendida como síndrome clínica, transitória ou permanente, caracterizada por queixas ou falhas da resposta sexual que resultam em insatisfação sexual, decorrendo de bloqueio parcial ou total da resposta psicofisiológica evidenciada no desejo, na excitação e no orgasmo (Tozo et al., 2007).

A sexualidade pode influenciar o estado emocional e físico do indivíduo sendo afetada, por fatores orgânicos, emocionais, sociais e culturais. O transtorno de qualquer uma das fases da resposta sexual (desejo, excitação, orgasmo e resolução) pode contribuir para o surgimento de disfunções sexuais (Ferreira; Souza; Amorin, 2007).

As disfunções sexuais são também reflexos de influências culturais e emocionais, mais do que propriamente “doenças”. Em muitos casos a disfunção sexual pode ter suas raízes em causas mais imediatas e mais simples, como o estresse contínuo, a estados emocionais negativos como as consequências de proibições, desaprovações, coerções, punições e também por causas orgânicas, que são doenças que podem alterar a resposta sexual (Lara, 2008).

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM IV TR, 2002), uma disfunção sexual (ou Transtorno Sexual) é caracterizada por uma perturbação nos processos que formam o ciclo de resposta sexual – formado por Desejo, Excitação, Orgasmo e Resolução – ou por dor associada à prática sexual. A disfunção erétil de origem psicológica é a mais prevalente em homens jovens e corresponde a aproximadamente 10% dos casos em pacientes com mais de 50 anos (Avatshi; 1994).

Os transtornos podem ser classificados de acordo com sua cronologia – primário ou secundário, sua frequência generalizada ou situacional, e de acordo com sua etiologia – orgânica ou psicológica (DSM-IV, 1995). Na origem orgânica das Disfunções Sexuais (DS) podemos citar fatores como doenças cardíacas, vasculares, urológicas, proctológicas ou hormonais; diabetes, hipertensão ou insuficiência renal; alguns tipos de cânceres e seus tratamentos; cirurgias ou o uso de determinados medicamentos; o consumo crônico de álcool, tabaco e drogas ilícitas (Afif-Abdo, 2007; Berg, 2000).

A disfunção sexual, por sua vez, pode se constituir em uma condição adversa que precipita ou intensifica a depressão, especialmente entre aqueles que moram sozinhos, estabelecem relações afetivas conflituosas, estão passando por dificuldades econômicas ou têm baixo nível de instrução. Assim, a depressão é um importante fator de risco para a disfunção sexual, causando sintomas como desinteresse, apatia, sensação de fadiga, entre outros que comprometem o desejo sexual. Por outro lado, o desempenho sexual insatisfatório pode agravar a depressão e gerar conflitos relacionais. Pode-se dizer que a depressão aumenta o risco para DE e vice-versa (Abdo, 2007).

As drogas orais vieram revolucionar o tratamento da impotência sexual e marcaram uma nova era. O tema disfunção erétil se tornou público e a facilidade de se conseguir uma relação sexual após a ingestão de um comprimido se tornou uma realidade. Atualmente, existem no mercado numerosos medicamentos orais, sendo que os inibidores da enzima fosfodiesterase 5 – iPDE 5, são os mais efetivos. Esses medicamentos agem inibindo essa enzima que é responsável pela contração muscular das artérias penianas, ocasionando a vasoconstrição e consequenteflacidez peniana. Portanto, essas drogas permitem que a ereção se mantenha por maior tempo. Importante salientar que elas agem sob demanda, ou seja, funcionam somente quando ingeridas (Leonardo; 2004).

4 RESULTADOS

5 DISCUSSÃO

Disfunções sexuais são problemas que podem ter origem física e/ou psicológica que interferem na saúde sexual e/ou reprodutiva do homem, acometendo o prazer e até mesmo a sua capacidade de gerar filhos (Silva, 2019). Na sociedade há uma pressão perante a supervalorização da masculinidade do homem, seu poder de conquista que está diretamente ligado a sua sexualidade, em específico sua potência sexual (Galati, MCR, 2014).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que desse total, 127,2 milhões de casos estimados eram de clamídia, 86,9 milhões de gonorreia, 156,0 milhões de tricomoníase e 6,3 milhões de sífilis. A prevalência global estimada de sífilis em homens e mulheres foi de 0,5%, com valores regionais variando de 0,1 a 1,6% (Domingues et al., 2021).

Para suprir suas necessidades muitos homens recorrem a métodos que tem objetivo apenas de estimulação, não se importando com sua proteção que é adquirida com o método de barreira, camisinha, deixando suscetível ao surgimento de infecções sexualmente transmissíveis (Felisbino, M.S. et al., 2019).

A Disfunção Erétil se destaca por ser uma tribulação na vida de muitos casais, independentemente da faixa etária, dentre outras desordens que afetam a qualidade de vida sexual conjugal, e que pouco se sabe é que pode ser a associada pela infecção pelo vírus T-linfotrópico humano , onde a maioria dos indivíduos não sabe que estão infectados, transmitindo-a para seu parceiro por conta do aparecimento tardio dos sintomas e que além de poder afetar a função erétil no homem, pode causar problemas na gravidez (Saúde, 2022).

Em uma pesquisa realizada com 7.022 pessoas no Brasil, sendo 3.775 do sexo masculino, descobriu que 48,1% dos homens relataram algum tipo de disfunção sexual, como ejaculação precoce ou disfunção erétil (Abdo, 2004). A disfunção erétil de origem psicológica é mais comum em homens jovens e representa aproximadamente 10% dos casos em indivíduos com mais de 50 anos (Avatshi et al., 1994). O desempenho sexual pode ser prejudicado por problemas emocionais como stress, depressão, ansiedade, problemas com dinheiro, relacionamentos e familiares (ankowski 2003). Além dos estados emocionais mencionados, é importante observar que a sequência causal entre qualidade de vida e saúde sexual não é linear ou unifatorial (Felício, 2002).

Assim, a personalidade do paciente pode ser tanto um fator causal quanto cronológico de um problema sexual, e também pode estar ligada às dificuldades de tratamento do paciente. A experiência sexual satisfatória é percebida pela mente, sendo subjetiva e modificada através de processos conscientes e inconscientes (Felício, 2002; Cirino et al., 2006). Segundo a revista brasileira de ciências de saúde, aproximadamente 150 milhões de indivíduos globalmente enfrentam disfunção erétil em certa medida, e esse número pode duplicar até 2025. Em uma pesquisa realizada com 7.022 pessoas no Brasil, sendo 3.775 do sexo masculino, descobriu que 48,1% dos homens relataram algum tipo de disfunção sexual, como ejaculação precoce ou disfunção erétil (Grassi, 2004; Aytac, McKinlay, Krane, et al., 1999).

Em grande parte desses casos, o problema não é orgânico, ou seja, a disfunção sexual não é causada por problemas emocionais ou psicológicos. Referindo-se ao número de homens que sofrem de disfunções sexuais, um estudo que foi realizado em 2000 sobre o perfil sexual do brasileiro entrevistou 2.835 indivíduos (Abdo, Oliveira Jr, Scanavino, & Martins, et al., 2002). Segundo certos autores, a Ejaculação Precoce é a disfunção sexual mais frequente entre homens do planeta, embora sua prevalência possivelmente não seja dimensionada corretamente, pois a falta de acordo para sua definição e classificação estatística é uma das causas (Cavalcanti, Serrano & Lopes, 2005). Antes de concluir que a disfunção erétil tem um impacto negativo sobre a Qualidade de Vida, tanto na dimensão mental quanto física, os autores de pesquisa com 2.476 homens espanhóis, com idades variando entre 25 e 70 anos, destacam isso (Sánchez-Cruz & cols, 2003).

O desempenho sexual é um dos aspectos com importante contribuição para o bem-estar psicológico do ser humano (Paranhos, 2007). Tradicionalmente, a disfunção sexual é entendida como síndrome clínica, transitória ou permanente, caracterizada por queixas ou falhas da resposta sexual que resultam em insatisfação sexual, decorrendo de bloqueio parcial ou total da resposta psicofisiológica evidenciada no desejo, na excitação e no orgasmo (Tozo et al., 2007). O transtorno de qualquer uma das fases da resposta sexual pode contribuir para o surgimento de disfunções sexuais (Ferreira; Souza; Amorin, 2007). Em muitos casos a disfunção sexual pode ter suas raízes em causas mais imediatas e mais simples, como o estresse contínuo, a estados emocionais negativos como as consequências de proibições, desaprovações, coerções, punições e também por causas orgânicas, que são doenças que podem alterar a resposta sexual (Lara, 2008).

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, uma disfunção sexual é caracterizada por uma perturbação nos processos que formam o ciclo de resposta sexual – formado por Desejo, Excitação, Orgasmo e Resolução – ou por dor associada à prática sexual. A disfunção erétil de origem psicológica é a mais prevalente em homens jovens e corresponde a aproximadamente 10% dos casos em pacientes com mais de 50 anos (Avatshi; 1994). A disfunção sexual, por sua vez, pode se constituir em uma condição adversa que precipita ou intensifica a depressão, especialmente entre aqueles que moram sozinhos, estabelecem relações afetivas conflituosas, estão passando por dificuldades econômicas ou têm baixo nível de instrução. Assim, a depressão é um importante fator de risco para a disfunção sexual, causando sintomas como desinteresse, apatia, sensação de fadiga, entre outros que comprometem o desejo sexual (Abdo, 2007).

Por outro lado, o desempenho sexual insatisfatório pode agravar a depressão e gerar conflitos relacionais. As drogas orais vieram revolucionar o tratamento da impotência sexual e marcaram uma nova era. O tema disfunção erétil se tornou público e a facilidade de se conseguir uma relação sexual após a ingestão de um comprimido se tornou uma realidade (Leonardo; 2004).

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em vista dos argumentos apresentados, a qualidade de vida do homem é de grande importância, muitas vezes sofrem agravos que seriam facilmente solucionados com a procura de assistência ou apenas orientação educacional sobre sua própria intimidade. Os riscos vão além de doenças que podem acometer permanentemente ou por um longo período de estase orgânica, o bem estar psicológico, físico e social também são afetados, podendo ter um aumento das consequências neurológicas severas. Então a melhor forma de prevenir esse tipo de acometimento é adquirir conhecimentos sobre sexualidade e procurar assistência imediata na observação de qualquer sinal fora dos parâmetros da normalidade, sendo eles: desconfortos ou até mesmo dor durante o ato sexual, indisposição sexual, baixa ou nenhuma lubrificação, dificuldades em se realizar ou manter uma ereção e ejaculação precoce.

Sendo assim, a depressão e a ansiedade, são fatores em destaque para o risco da causa da disfunção sexual ou ser produto da mesma, sinalizada pelo estresse, fadiga e falta de desejo sexual, o que acaba por comprometer o desempenho sexual gerando conflitos relacionais. Portanto, a atenção sobre a condição da saúde psicológica da população, principalmente na de jovens, os quais passam por variadas divergências emocionais e físicas, onde um tratamento iniciado nessa fase pode evitar complicações futuras ou até mesmo dadas como irreversíveis. Antes de determinar qualquer diagnóstico ou intervenção é necessário denominar os problemas trazidos pelo homem, podendo assim determinar o tipo de disfunção sexual, as condições e frequência. Possibilitando aspectos emocionais positivos na qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

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1Graduanda do Curso de Enfermagem, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac. E-mail: xxxx@gmail.com.

2Graduanda do Curso de Enfermagem, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac. E-mail: xxxx@gmail.com.

3Graduanda do Curso de Enfermagem, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac. E-mail: xxxx@gmail.com.

4Graduanda do Curso de Enfermagem, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac. E-mail: xxxx@gmail.com.

5Professor do Curso de Enfermagem, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac. E-mail: joao.barbosa@uniceplac.edu.br.