DISBIOSE: A CONTRIBUIÇÃO DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL NO EQUILÍBRIO DO TRATO-GASTROINTESTINAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7275233


Enilda Brito Quaresma¹
Jemima Rodrigues Lima1
Laurieta Marinho de Oliveira1
Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas²
José Carlos de Sales Ferreira³


RESUMO

A microbiota intestinal representa a população de uma variedade de microrganismos vivos que habitam o intestino, e atuam impedindo a invasão de agentes patogênicos, entre outras funções. A nutrição funcional leva em consideração a importância da integridade fisiológica e funcional do trato gastrintestinal (TGI). Muitas são as funções desempenhadas e estabelecidas pelo sistema gastrointestinal, a alta atividade metabólica e endócrina do TGI são importantes exemplos que têm influência sobre a saúde e o bem-estar do ser humano. As bactérias que colonizam o TGI são determinantes na manutenção da homeostase do hospedeiro. Uma das causas da disbiose intestinal, é a alimentação inadequada, deste modo o presente artigo tem como objetivo analisar a importância da nutrição funcional no equilíbrio do TGI. O objetivo desta pesquisa e avaliar a interação do organismo com o alimento garantindo que estes alimentos sejam bem digeridos, absorvidos e utilizados na prevenção e tratamento da disbiose intestinal. A metodologia do estudo caracteriza-se de forma qualitativa, quanto aos objetivos descritiva, utilizou-se a revisão bibliográfica. Os resultados mostrou que a alteração de hábitos alimentares, combate a disbiose intestinal e pode retardar a manifestação dos sintomas clínicos de doenças crónicas e conceder melhor qualidade de vida. Conclusão de que a alimentação saudável junto ao uso de probióticos torna-se uma alternativa no tratamento com disbiose intestinal, trazendo benefícios no TGI. Por isso a importância em manter o equilíbrio na microbiota intestinal, podendo garantir uma condição clínica saudável auxiliando no bom prognóstico evitando assim a disbiose intestinal, a intolerância alimentar e a modulação das respostas inflamatórias.

Palavras-chave: Disbiose Intestinal, Nutrição Funcional, Equilíbrio Do TGI

ABSTRACT

The intestinal microbiota represents the population of a variety of living microorganisms that inhabit the intestine, and act preventing the invasion of pathogens, among other functions. Functional nutrition considers the importance of the physiological and functional integrity of the gastrointestinal tract (GIT). Many are the functions performed and established by the gastrointestinal system, the high metabolic and endocrine activity of GiT are important examples that influence the health and well-being of the human being. The bacteria that colonize TGI are determinant in maintaining host homeotase. One of the causes of intestinal dysbiosis is inadequate feeding, so this article aims to analyze the importance of functional nutrition in the balance of GiT. The aim of this research is to evaluate the interaction of the organism with food ensuring that these foods are well digested, absorbed and used in the prevention and treatment of intestinal dysbiosis. The methodology of the study is characterized qualitatively, regarding descriptive objectives, the literature review was used. The results showed that the change in eating habits, fights intestinal dysbiosis and can delay the manifestation of clinical symptoms of chronic diseases and grant better quality of life. Conclusion that healthy eating along with the use of probiotics becomes an alternative in the treatment with intestinal dysbiosis, bringing benefits in TGI. Therefore, the importance of maintaining balance in the intestinal microbiota, being able to guarantee a healthy clinical condition, aiding in the good prognosis, thus avoiding intestinal dysbiosis, food intolerance and modulation of inflammatory responses.

Keywords: Intestinal Dysbiosis, Functional Nutrition, TGI Balance

1 INTRODUÇÃO

A Disbiose Intestinal é um desiquilíbrio na flora bacteriana intestinal, isto é, uma variação na quantidade e na distribuição de bactéria presentes no intestino. De acordo com Fonseca e Costa (2010), os problemas com a má alimentação ligados a vida moderna em que vivemos, e o aumento expressivo da Disbiose Intestinal em consequência do desequilíbrio do TGI.

De acordo com Barbosa et al. (2010) o principal mecanismo desempenhado pela microbiota bacteriana é a resistência à colonização. Mais comum no lúmen e nas superfícies da mucosa pela produção de componentes metabólicos tóxicos, como ácidos graxos de cadeia curta e de substâncias antimicrobianas como bacteriocinas. Além do mais, deve-se ressaltar que a resistência a colonização ocorre também por outros fatores como anatômicos e fisiológicos (incluindo a integridade da mucosa), salivação, secreção da Imunoglobulina IgA, produção de ácidos graxos, descamação da mucosa e motilidade gastrointestinal.

Mais para Pereira et al, (2017) a disbiose intestinal é um desequilíbrio na microbiota intestinal, o que pode causar inflamação e levar à diminuição da capacidade do intestino em absorver nutrientes, podendo resultar em deficiências nutricionais, e a principal causa da disbiose é a alimentação rica em proteína, gordura ou baixa em fibras, mas pode também ser consequência do uso de alguns medicamentos ou estresse.

E para Leite et al. (2014), em alguns casos, a alteração da flora intestinal pode causar sintomas passageiros como náuseas, gases, vômitos, azia, diarreia ou prisão de ventre e, quando ocorre por muito tempo e não é tratada, pode piorar e aumentar o risco da pessoa desenvolver intolerância à lactose, doença celíaca ou síndrome do intestino irritável, por isso ele enfatiza que colonização depende de fatores como: parto e aleitamento, alimentação na primeira infância, uso de antibióticos, características genéticas etc.

Ainda de acordo com Cunha et al. (2008), a microbiota ou flora intestinal é um ecossistema essencialmente bacteriano, que envolve diversos gêneros, espécies e cepas de bactérias, no qual há benefícios à colônia e ao hospedeiro, em especial, nos processos fisiológicos de nutrição, metabolismo e imunidade, no qual a parede do intestino abriga bactérias benéficas e patogênicas e para que o intestino tenha um funcionamento adequado e preciso que haja um equilíbrio das bactérias Batista.

Os benefícios de uma ótima alimentação em nutrientes ajuda a equilibrar o TGI, e são potenciais nos impactos da saúde do indivíduo, na diminuição de doenças de câncer de colón, constipação, diverticulite, diabete e outros, por isso para Roberfroid et al. (2010), tinha-se a ideia que o desenvolvimento da microbiota intestinal poderia ser potencializado pelo uso de probióticos, prebióticos e simbióticos, no quale eles conceituaram probióticos como sendo microrganismos vivos com efeitos benéfico à saúde do hospedeiro, no caso da modulação da microbiota intestinal, defesa contra invasores patogênicos e estimulação do sistema imunológico, quando administrados em quantidades adequadas, nos quais os mais comuns são dos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium e os prebióticos são componentes alimentares (carboidratos) não digeríveis no intestino delgado, que estimulam o crescimento seletivo de bactérias benéficas no TGI, ou seja, modulam a composição da microbiota intestinal, a lactose, a inulina e oligossacarídeos como o Fructooligossacarídeo (FOS), Pectooligossacarídeo (POS) e Xilooligossacarídeo (XOS) são consideradas prebiótica.

Portanto o tema tem como intuito justificativa e compara a importância da alimentação para a manutenção do organismo, pois para Fonseca e Costa, (2010), os hábitos alimentares inadequados, como o consumo de sódio em quantidades erradas, principalmente os conservantes e gorduras saturadas de alto indices lipídicos, contribuíem para o aumento da obesidade, da diabete e das doenças inflamatórias intestinais.

Com isso, o objetivo da pesquisa é avaliar a interação do organismo com o alimento garantindo que estes alimentos sejam bem digeridos, absorvidos e utilizados na prevenção e tratamento da disbiose intestinal, no qual a metodologia do estudo caracteriza-se de forma qualitativa, quanto aos objetivos descritiva, utilizou-se a revisão bibliográfica. Os resultados mostrou que a alteração de hábitos alimentares, combate a disbiose intestinal e pode retardar a manifestação dos sintomas clínicos de doenças crónicas e conceder melhor qualidade de vida.

2 METODOLOGIA

2.1 Tipo de estudo

Este estudo trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem bibliográfica.

2.2 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada por meio de revisão bibliográfica, envolvendo livros, teses, artigos, projetos, dissertações e revistas, teve como objetivo levantar dados para embasar o tema disbiose intestinal com ênfase em qual papel da nutrição no equilíbrio do TGI. O levantamento dos dados foram através de plataformas: Scielo, Scopus, IEEXplorer, Pubmed.

Para a busca dos livros, teses, artigos, projetos, dissertações e revistas foram utilizados os descritores: Disbiose Intestinal, Nutrição Funcional, equilíbrio do TGI, causas, sintomas, diagnóstico, consequências e tratamento da disbiose intestinal; probióticos; microbiota; funcionamento do TGI, digestão e absorção de nutrientes.

2.3 Análise de dados

Para critérios de inclusão as análises de dados foram de publicações científicas baseado no período de 2006 a 2022, foram utilizados referências como: Google Acadêmico, SciELO, PubMed e livros técnicos, publicados em português, inglês.

Dos 46 trabalhos examinados, apenas 28 abordaram especificamente o tema estudados. Os 18 artigos não foram utilizados para análise e revisão bibliográfica do projeto. (2021).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Disbiose Intestinal

A Disbiose Intestinal é definida como um desequilíbrio de homeostase da microbiota intestinal caracterizada pela maior colonização de microrganismos patógenos que benéficos, ou seja, há alteração na composição da microbiota intestinal, afetando no funcionamento intestinal e causando inflamação. Há alteração principalmente na razão entre Firmicutes e Bacteroidetes (BATISTA, 2016).

A Disbiose trata-se de uma desordem na microbiota intestinal, ocasionada por um desajuste da colonização bacteriana, onde bactérias nocivas estão em maior quantidade que bactérias benéficas. Dentre os causadores da disbiose intestinal destacamos o uso irregular de fármacos, principalmente o uso de antibióticos destruindo as bactérias benéficas e favorecendo o crescimento de fungos que causam irritação da mucosa intestinal (FERREIRA, 2014).

3.1.1 Causas da Disbiose Intestinal

A causa da disbiose pode ser influenciada por diversos fatores, como a utilização de medicamentos, o alto nível de estresse, o tabagismo, os hábitos alimentares, a presença de doenças, os fatores genéticos, o desmame precoce, entre outros (BATISTA, 2016). Para Weiss e Hennet (2017) relata que muitas causas podem ocasionar a disbiose intestinal, sobretudo o uso de antibióticos e podem ser devastadoras no equilíbrio da microbiota, atacando as bactérias benéficas e nocivas, favorecendo o crescimento de fungos que afeta a mucosa intestinal. Existem diversas situações que podem causar o desequilíbrio que leva à disbiose. Tabela 1

Tabela 1 – Principais Causas da Disbiose

ReferênciaCausas
Hennet, (2017)A dieta é a principal causa da disbiose e pequenas mudanças, excessos de gordura e compostas por alimentos ricos em gordura do tipo saturada, como a presente em carnes vermelhas, leites, queijos e sorvetes, contribui para a diminuição das bactérias boas e aumento das bactérias ruins, causando inflamação na flora intestinal.
Batista (2016)Dieta rica em alimentos com pouca ou sem fibras, como o açúcar refinado, frutose em excesso, farinha de trigo, farinhas refinadas, e glicose, encontrada em bolachas, doces e outros alimentos industrializados, também favorece o aumento das bactérias ruins no intestino, podendo causar a disbiose.
Beserra (2017)Ingestão acidental de substâncias tóxicas, como os agrotóxicos presentes nas cascas de frutas que não foram lavadas corretamente, por exemplo. Consumo de bebidas alcoólicas com frequência; Falta de higiene bucal adequada Níveis elevados de estresse e ansiedade; Relações sexuais desprotegidas (sem uso de preservativos); Uso indiscriminado de antibióticos, que matam tanto as bactérias boas assim como as nocivas.
Figueiredo (2010)Uso crônico de inibidores da bomba de prótons – alteram o pH do estômago o qual tem que ser ácido. Exemplo: omeprazol. Algumas doenças intestinais já existentes, como síndrome do intestino irritável, diverticulite e inflamação intestinal, também favorecem o desequilíbrio da flora intestinal e, consequentemente, causam a disbiose.

3.1.2 – Sintomas da Disbiose Intestinal

A disbiose intestinal é um desequilíbrio da microbiota intestinal que interfere na integridade do intestino, resultando em efeitos prejudiciais (ALMEIDA et al., 2009). Ocorre um aumento de bactérias nocivas causadoras de doenças, havendo uma predominância desses microrganismos patogênicos sobre os benéficos (MOREIRA et al., 2019). Pode-se destacar um fator importante na contribuição para o desequilíbrio da microbiota intestinal, tal como a má absorção, pois o estômago produz ácido suficiente para extinguir as bactérias patogênicas ingeridas nos alimentos. Além disso, outros fatores que também têm importância clínica são o abuso do laxante, o consumo excessivo de alimentos crus, exposição com frequência a toxinas ambientais, disponibilidade de material fermentável e o estado imunológico do hospedeiro (PAIXÃO e DOS SANTOS CASTRO 2016).

Os principais sintomas da disbiose intestinal estão relacionadas na tabela 2 a seguir, e os mais comuns são: azia, má digestão, constipação, gases, dor no estomago, distensão abdominal, disfunções nutricionais, além de imunológicas, metabólicas, neurológicas e estruturais (Nozuma 2021). Por isso que a disbiose intestinal deve ser tratado no começo, quando o indivíduo apresentar esses sintomas mais comuns, deve procurar orientação médica, para evitar o risco de o indivíduo desenvolver doenças mais graves.

Tabela 2 – Principais Sintomas da Disbiose

ReferênciasSintomas
Nozuma (2021)Epigastralgia ou dor abdominal – É a dor na parte superior do abdômen, abaixo do tórax, local onde o estômago se inicia. A principal causa é a gastrite, porém pode ocorrer na colelitíase (pedra na vesícula biliar), na pancreatite aguda, no refluxo gastresofágico e em algumas patologias cardíacas como no Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).
Nogueira (2011) Distensão abdominal – decorrentes da ingestão de alimentos e bebidas ou má digestão, prisão de ventre, apendicite, disbiose ou supercrescimento bacteriano no intestino delgado. Gases –O excesso de gases pode indicar algum distúrbio, como intolerância a certos tipos de nutrientes
Paludo (2017)Constipação – Ou “prisão de ventre “é quando o paciente apresenta dificuldades ou redução no número de evacuações. Pode ter diversas causas, como baixa ingestão de fibras e água, ou até mesmo doenças intestinais mais graves. Má digestão – É sensação de mal-estar na barriga e empanzinamento, que pode ocorrer por múltiplas doenças, incluindo todos os órgãos envolvidos diretamente na digestão dos alimentos, como o estômago, intestino, fígado e pâncreas.
Pereira (2017)Azia – É a sensação de queimação que ocorre no peito e está relacionada à doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), conhecida, popularmente como “refluxo”. Ocorre pelo excesso de acidez no interior do esôfago. Pode estar acompanhada pela sensação de retorno dos alimentos na boca, conhecida como “regurgitação”; Eructação.
LOPES et al ,2017Esteatorréia– É a disbiose é representada, frequentemente, por diarréia, esteatorréia, distensão abdominal, gases, cólicas e constipação, sendo o diagnóstico estritamente clínico e correspondente ao quadro clínico da síndrome disabsortiva.

Para Zanin (2021), o diagnóstico médico da disbiose intestinal pode ser identificada a partir de exames. Esses exames são solicitados pelo médico e feitos da amostra de urina e de fezes, baseados nos sintomas apresentado pelo paciente. O diagnóstico são feitos através dos seguintes exames conforme a tabela 3 abaixo.

3.1.3- Diagnóstico da Disbiose Intestinal

Sabendo das possíveis causas da disbiose, a investigação por meio da anamnese é fundamental. Questionamentos a respeito da via de parto, história familiar de doenças autoimunes, estresse, uso de medicamentos, inquérito alimentar detalhado, são alguns pontos importantes para o diagnóstico da disbiose intestinal. A investigação criteriosa a respeito do tipo de alimentação do indivíduo, é importante para identificar os fatores de risco para a disbiose. Após a coleta de informações, elas devem ser analisadas criteriosamente, juntamente com todos os sinais e sintomas.

O diagnóstico da disbiose é realizado através de uma investigação de algumas condições: história de constipação intestinal crônica, flatulência (gases) e distensão abdominal, mudanças de humor, entre outros desconfortos. Dessa forma, o tratamento da disbiose consiste na abordagem dietética e medicamentosa. Para Zanin (2021), o diagnóstico médico da disbiose intestinal pode ser identificada a partir de exames. O diagnóstico são feitos através dos seguintes exames.

Tabela 3- Exames e procedimentos.

ExamesProcedimentos
IndicanEsse exame é realizado através da análise de uma amostra da primeira urina do dia, ou quando a pessoa passa pelo menos 4 horas sem urinar, por exemplo. Como o próprio nome diz, o teste avalia a quantidade de Indican presente na amostra. Indican é uma substância que nosso organismo produz naturalmente através da alimentação. Ela não é considerada um problema, mas quando encontrada em quantidades muito altas, pode indicar problemas na flora intestinal, o que muitas vezes é o suficiente para confirmar a disbiose.
Microbioma IntestinalÉ um tipo de exame de fezes que identifica os tipos e quantidades de bactérias e outros micro-organismos presentes na flora intestinal. O objetivo é justamente saber se de fato existe um desequilíbrio bacteriano que indique a disbiose. Muitas vezes o exame é indicado até mesmo quando já existe o diagnóstico. Isso porque ele auxilia o médico a escolher o tipo de tratamento mais adequado. Além disso, o exame também é importante para auxiliar o médico e/ou nutricionista a planejar uma dieta que colabore com o tratamento, o que é de fato essencial;
Teste de Hidrogênio ExpiradoApesar de ser menos comum, esse tipo de exame também pode ser solicitado para auxiliar no diagnóstico da disbiose. O teste consiste em fazer com que o paciente beba uma solução de açúcar e respire em um balão especial. O objetivo é testar os gases expirados e então identificar a quantidade daqueles que são produzidos por bactérias. Uma quantidade baixa de determinados gases pode de fato indicar um desequilíbrio bacteriano.
Fonte: Adaptada De Zani, (2021)

3.1.4 Consequências da Disbiose Intestinal

A interrupção do equilíbrio ecológico no intestino tem sido associada a diversos processos patológicos, incluindo obesidade e suas comorbidades relacionadas, sendo a dieta um forte determinante do equilíbrio microbiano intestinal. De acordo com Jaleko (2022), apesar de ser um problema relativamente simples de se resolver, a falta de tratamento gera consequências para a saúde do indivíduo, tornando a disbiose um fator de risco para o desenvolvimento de diversos problemas. As principais complicações e consequências, que também são as mais comuns, são: intolerância à lactose, doença celíaca (intolerância ao glúten), síndrome do intestino irritável e doenças do sistema imunológico como artrite, lúpus e diabetes tipo 2. Outras consequências relacionadas a disbiose são: colite; candidíase; obesidade; síndrome dos ovários policísticos (SOP); doenças de pele; doença hepática; doença cardíaca ou insuficiência cardíaca; e câncer de cólon ou reto.

A relação entre o acréscimo da permeabilidade da membrana da mucosa intestinal, e instalação de microbiota anormal, configura um quadro de disbiose, neste caso, torna- se ainda mais grave, pois promove uma quebra de peptídeos irregular e reabsorção de toxinas.

Estas ao atingirem a circulação, causam reações indesejáveis, como “efeito exorfina”. Esse efeito promove o aumento da permeabilidade intestinal fazendo com que substâncias estranhas sejam absorvidas principalmente peptídeos e sendo apresentada como estranhas ao sistema imune, gerando alergia alimentar (ALMEIDA et al., 2009; FIGUEIREDO 2010

Disbiose intestinal pode levar a uma síndrome metabólica, que é uma doença inflamatória e crônica que afeta milhares de pessoas. A desbiose: destrói as vitaminas, inativação de enzimas, aumenta produção de toxinas cancerígenas, destruição da mucosa intestinal e causa menor síntese e absorção de nutrientes.

3.1.5 Tratamentos da Disbiose Intestinal

De acordo com Paschoal et al, (2007), o tratamento na maioria dos casos, é feito por meio de mudança nos hábitos alimentares, no entanto, em alguns casos pode ser necessário o uso de suplementos probióticos e, dependendo da gravidade, a realização de um transplante fecal, no qual consiste em repor a flora intestinal e reequilibrar as concentrações de ácido clorídrico e enzimas essenciais para digestão, por isso e necessário instruir o paciente, de modo que tenha uma dieta não irritativa e hipoalergênica e a administração de prebióticos, probióticos e simbióticos

O tratamento da disbiose consiste em duas abordagens, uma dietética, por meio da ingestão de alimentos que contenham probióticos e/ou prebióticos, e outra usando medicamentos, resolvendo assim a grande maioria dos casos. Nos casos mais graves, há a necessidade de lavagens colônias (hidrocolonterapia) para remover conteúdos putrefativos do intestino e permitir a drenagem linfática do cólon, além disso, o estresse psíquico deve ser identificado e tratado adequadamente .

A alimentação saudável é uma grande aliada na saúde intestinal, pois auxilia na recuperação e conservação da saúde. Alimentos funcionais, prebióticos e probióticos trazem benefícios fisiológicos e ajudam na melhoria da microbiota intestinal (SANTANA, 2018). As consequências dos estados de ausência da microbiota intestinal e de perda de sua homeostasia mostram a importância da manutenção de sua normalidade e equilíbrio.

Além disso, probióticos, micro-organismos vivos, em quantidades adequadas promovem benefícios, os que se destacam são os grupos das Bifidobacterium e os Lactobacillus. Já os prebióticos, são componentes alimentares não digeríveis e são benéficos por estimular seletivamente o crescimento das bactérias desejáveis no cólon.

Exemplos de prebióticos são fibras e amido resistente, o qual resiste a digestão no intestino delgado chegando ao cólon e servindo de substrato (combustível) para a microbiota intestinal. Os simbióticos são combinações apropriadas dos dois. (PASCHOAL et al., 2007).

Os probióticos podem ajudar muito, mas apenas quando iniciados e no momento correto pois, se existir a presença de um supercrescimento bacteriano o probiótico, eles podem piorar os sintomas. Este quadro tem sido muito frequente no consultório, já que a utilização dos probióticos vem sendo cada vez mais difundida. Se você come e sente coceiras, aparecem manchas na sua pele, se o seu abdome fica inchado dependendo do que você come, entre vários outros sintomas apontados aqui, procure um especialista o quanto antes para evitar maiores danos à sua saúde. Os melhores remédios estão na natureza.

Tabela.4– Tratamento Nutrição Funcional: Prebióticosos Efeitos a Saúde estão:

Lactobacillus rhamnosus GG< os defeitos da permeabilidade intestinal causados por rotavírus.

Lactobacillus casei < a severidade e duração da diarreia. Estimula o sistema imunitário do intestino, alivia os sintomas de doenças de Crohn e sistema imunitário do intestino, alivia os sintomas de doenças de Crohn e possui fortes propriedades antimicrobianas.

Lactobacillus casei Shirota Evita diarreia causada por vírus ou bactérias. Melhora a absorção de lactose, diarréia por Rotavírus e antibióticos. Previne câncer de bexiga.

Vasiljevic, 2008; Kaur, 2002; Itsaranuwat, 2003)

Lactobacillus acidophilus reduz o pH intestinal e ajuda a inibir o desenvolvimento de agentes patogénicos invasivos (Salmonella spp. ou Escherichia coli). Diminui os níveis de colesterol.

Lactobacillus johnsonii pode reduzir a densidade de Helicobacter pylori e inflamação, bem como atividade da gastrite; inflamação, bem como atividade da gastrite

Lactobacillus plantarum produz ácidos graxos que inibem a geração de produtos cancerígenos, reduzindo a atividade das enzimas

Shah, 2007; De Vrese, 2008; Gill, 2008

Medicamentos. Existem medicamentos que interferem negativamente no equilíbrio da flora intestinal, se essa é uma das causas da disbiose, ser necessário pode interromper ou substituir as medicações . O médico pode prescrever medicamento para controlar problemas relacionados à disbiose;

Suplementos – A suplementação de probióticos pode auxiliar agindo como coadjuvante no tratamento da disbiose desde que feito sob orientação médica. A orientação médica é essencial para que esses suplementos sejam administrados de forma correta. Mantenha o tratamento durante o tempo orientado para que os resultados sejam consistentes.

Transplante fecal – Esse tipo de tratamento é mais raro, só é indicado em casos de infecções intestinais muito frequentes e de difícil controle, especialmente nos casos de colite, provocados pela infecção por bactérias Clostridium difficile, e pela doença inflamatória intestinal, como a doença de Crohn. O procedimento consiste em coletar as fezes de uma pessoa saudável e transferi-las para o intestino da pessoa com disbiose. Dessa forma, o equilíbrio da microbiota intestinal é alcançado com muito mais facilidade.

Fonte: Adaptada Nozuma (2021).

3.1.6- Tratamento dietoterapia para disbiose.

A alimentação é um fator fundamental no que diz respeito à saúde intestinal. É ela quem determina as características da colonização intestinal, e esta é influenciada pelos hábitos alimentares de longo prazo e pelos fenótipos do hospedeiro. Estudos sugerem que a dieta tem efeito direto sobre a microbiota intestinal (MORAES et al., 2014).

A dietoterapia pode atuar na prevenção e tratamento da disbiose. O processo de reeducação alimentar auxilia nesse sentindo. É importante evitar o excesso de ingestão de alimentos processados, carne vermelha, ovos, leite e derivados e açúcar branco (ALMEIDA et al., 2009).

É importante que se tenha uma alimentação adequada para manutenção da integridade intestinal, que funciona como barreira contra toxinas, além de atuar como um canal entre os nutrientes e a circulação sistêmica. As populações bacterianas influenciam a integridade do intestino e tem relação com a nutrição (ALMEIDA et al., 2009). A inclusão de fibras prebióticas é um dos aspectos principais que deve ser ajustado na alimentação, pois promovem crescimento de bactérias benéficas que atuam na fermentação. A ingestão pode ser através da alimentação e de suplementos.

Para que haja crescimento e reprodução adequada de bactérias benéficas no organismo, é necessário garantir substratos ideais para esses microrganismos, como fibras solúveis, insolúveis, amido resistente e oligossacarídeos (VP Centro de Nutrição Funcional, 2017). Probióticos também possuem importante benefício para a modulação da microbiota intestinal, além de promover resistência gastrintestinal e urogenital à colonização de patógenos, atuam no tratamento da constipação intestinal, alguns tipos de diarréia e produção de algumas vitaminas (CONRADO et al., 2018).

De acordo com Santos Moraes (2018), comenta sobre o Kefir, bebida composta de leite fermentado associado a leveduras e bactérias, como alternativa no tratamento de pacientes com disbiose intestinal, já que contribui para a redução nos níveis séricos de glicose e colesterol LDL. Além disso, outra opção vem sendo estudada no tratamento de disbiose, como o Kombucha, por possuir compostos bioativos semelhantes ao chá verde. Kombucha é uma bebida fermentada de chá verde e/ou chá preto adoçados, no qual é adicionado uma cultura contendo um consórcio simbiótico de bactérias e leveduras (PALUDO, 2017). A banana é reconhecida como um alimento potencialmente benéfico no tratamento da disbiose, especificamente a verde cozida, pois apresenta amido resistente, o qual está associado a diversos benefícios para a saúde intestinal Gomes (2017). A biomassa de banana verde, auxilia no controle de glicemia, colesterol e ajuda no tratamento de distúrbios intestinais. Modificando a microflora do cólon e aumentando a excreção fecal de nitrogênio, reduzindo de maneira importante o câncer de cólon.

Para Spizel (2019), o aparelho gastrointestinal possui muitas funções, mas a principal e a mais importante é obter dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários para o nosso organismo para o crescimento, energia para a reprodução e locomoção. Por isso, os hábitos alimentares inadequados afetam diretamente no surgimento de doenças gastrointestinais e fora do sistema digestivo.

De acordo com Santos (2021), o sistema digestório humano é formado pelo trato gastrointestinal, que é composto pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. Associadas a esses órgãos, temos as glândulas acessórias, também chamadas de glândulas associadas, que são as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas.

Ainda conforme Santos (2021), o duodeno, primeira porção do intestino delgado, apresenta cerca de 25 cm e é onde ocorre a junção do quimo às secreções provenientes do pâncreas, fígado e do próprio intestino delgado.

De acordo com Santos (2021), o intestino grosso apresenta importantes funções no processo digestivo, sendo responsável pela formação da massa fecal e reabsorção de água, processo esse que se iniciou no intestino delgado. É no intestino grosso, portanto, que as fezes são formadas. O reto termina em um estreito canal anal, que se abre no ânus.

É pelo ânus que as fezes são eliminadas para o meio externo.

3.2- Digestão e Absorção de Nutrientes

A digestão e absorção de nutrientes ocorre da digestão dos macronutrientes no trato gastrointestinal (TGI) é efetuada por enzimas luminais e por enzimas da borda em escova dos enterócitos no delgado, as quais são hidrolases (são enzimas que promovem a cisão de um material orgânico através da utilização de água) Jaleko (2022). Essas hidrólases, por sua vez, recebem a denominação de enzimas luminais quando são secretadas na luz intestinal; no entanto, quando são sintetizadas nos enterócitos e incorporadas as membranas, são chamadas de enzimas da borda em escova.

Descreve que no estômago observa-se a liberação de uma substância denominada suco gástrico (Santos 2021). O suco gástrico apresenta dois componentes principais: o ácido clorídrico e a pepsina. O ácido clorídrico ajuda a desdobrar as proteínas do alimento, facilitando a ação das enzimas. A pepsina, por sua vez, atua quebrando as proteínas em polipeptídios menores.

3.3 Fatores que Influenciam a Absorção de Nutrientes

O termo biodisponibilidade refere-se à proporção de um nutriente consumido que é absorvida, ficando disponível para a utilização pelo organismo. A biodisponibilidade dos nutrientes provenientes da dieta e de suplementos alimentares é influenciada por vários fatores, incluindo o estado nutricional, saúde e estágio de vida do indivíduo. Kilyos (2022). Os fatores relacionados à dieta que afetam a biodisponibilidade dos nutrientes incluem a sua forma química, as interações entre os nutrientes e outros componentes dos alimentos e o processamento do alimento. Entenda melhor a seguir na tabela 8.

Tabela 5 – Fatores que Influenciam a Absorção de Nutrientes

Referência Fatores Influenciam

Kilyos (2022)Saúde ou estágio da vidaA saúde e o estágio da vida influenciam a biodisponibilidade de nutrientes porque os indivíduos os absorvem e utilizam de maneira diferente, dependendo da idade, do estado fisiológico e do estado geral de saúde.
Kilyos (2022)Interações entre os compostos dos alimentosA ingestão de certos alimentos em conjunto pode influenciar a maneira como o organismo absorve vários nutrientes. Alguns componentes dos alimentos interagem com os nutrientes, levando a uma menor absorção do que o esperado.
Kilyos (2022)Forma químicaSe um nutriente for consumido em uma forma menos biodisponível, não conseguirá ser absorvido facilmente e, portanto, apresentará menos efeito no organismo.
Kilyos (2022)O que podemos fazer?Se você é vegano ou vegetariano e não consome alimentos com ferro heme (como peixe, carne e aves), aumente o consumo de alimentos que são boas fontes de ferro não-heme (como nozes, feijão e vegetais) e de produtos fortificados.

3.4- O Impacto sobre a Nutrição no TGI

De acordo com Paludo (2017), descreve algumas situações que podem ocasionar um impacto sobre a nutrição no TGI, e comprometer a absorção de nutrientes em pacientes que sofrem de doenças gastrointestinais demostrados na: Tabela 6 O Impacto sobre a Nutrição no TGI.

Tabela 6- Impacto sobre a Nutrição no TGI

Referência Fatores ImpactoImpacto
Paludo (2017)Não consumir alimentos com o aporte nutricional necessárioPor diversos motivos a oferta de alimentos nutritivos pode não ser suficiente, é comum que o paciente esteja numa dieta tão restritiva que não possa variar o cardápio afim de ampliar a oferta nutricional. Sintomas como dor, enjoo ou diarreia podem afetar o apetite. O temor em agravar sintomas também pode fazer com que o indivíduo evite comer e corte determinados alimentos por conta própria. A ajuda médica é a opção mais sensata antes de tomar qualquer decisão restritiva. Somente um profissional poderá elaborar uma dieta com alimentos seguros e apontar quais devem ser evitados a fim de aliviar os sintomas ou tratar a enfermidade.
Gomes (2017)Baixa absorção de nutrientesInflamações ou infecções intestinais podem prejudicar a absorção dos nutrientes importantes ao organismo. Situações pós cirúrgicas e crescimento anormal de bactérias também podem agravar o quadro. Problemas na produção de enzimas ou da bílis também diminuem a capacidade do organismo de aproveitar os nutrientes vindo da alimentação normal. Casos como esse normalmente requerem a suplementação afim de minimizar os danos ao organismo.
Ferreira (2014)Perda maior de nutrientesDiarreias crônicas e sangramentos no trato intestinal podem acarretar a perda de nutrientes essenciais como potássio, sódio, magnésio, cálcio e ferro. Em alguns casos esses nutrientes são perdidos no intestino e não completam o ciclo digestivo comum .
Batista (2016)Demanda maior por nutrientesQuando o organismo está doente ele precisa de muito mais aporte nutricional para se recuperar de infecções, inflamações e outras enfermidades. Se essas enfermidades causam desnutrição e perda de líquidos por exemplo, o paciente precisará de ainda mais nutrientes para reabastecer suas reservas energéticas e fortalecer o sistema imunológico. Crianças podem necessitar de uma oferta ainda maior de nutrientes para garantir seu desenvolvimento sadio.
Filho (2022)MedicaçõesAlguns medicamentos prescritos no tratamento de doenças do trato digestivo podem prejudicar a capacidade do organismo em aproveitar os nutrientes dos alimentos. O uso de esteroides, por exemplo, prejudica consideravelmente a absorção de cálcio. Em alguns casos a suplementação é necessária, visto que o tratamento não pode ser suspenso.

3.5- Probióticos

De acordo com Saad (2006), os probióticos podem ser definidos como microrganismos vivos, que quando são administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. O indivíduo que consomem probióticos de produtos que constituem lácteos, fermentados ou não, que apresentam em sua composição microrganismos vivos promove o equilíbrio da microbiota intestinal. Estão representadas principalmente por Lactobacillus, Bifidobacterium, Enterococcus e Streptococcus.

Diversos benefícios têm sido associados ao uso do probiótico sobre a microbiota intestinal, como: no tratamento de algumas doenças intestinais, como diarréia e constipação; redução da população patogênica de microrganismos e mantendo o balanço microbiano adequado; produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs), que protegem contra mudanças patológicas na mucosa colônica; propriedades imunomoduladoras; entre outros (VP CENTRO DE NUTRIÇÃO FUNCIONAL, 2018).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) probióticos são microrganismos vivos que quando consumidos em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Os probióticos fazem parte dos chamados “Alimentos Funcionais”, cujo principal alvo é a microbiota intestinal. Diferentes probióticos são capazes de induzir respostas pró-inflamatórias, anti-inflamatórias ou secretórias (VERSPREET, 2016).

Ainda assim, os probióticos auxiliam na produção de alguns compostos como vitaminas do complexo B, que são importantes para a proteção do fígado, influenciam no trânsito intestinal, ajudam na absorção de nutrientes, também podem aumentar o valor nutritivo dos alimentos e promove uma redução na acidez durante o armazenamento do produto (NOGUEIRA & GONÇALVES, 2011).

4- CONCLUSÃO

A disbiose intestinal é considerada uma condição favorável para o aparecimento de diversas doenças crônicas da atualidade, e suas causas está relacionada ao estilo de vida do indivíduo, principalmente no consumo de alimentos industrializados, condutas medicamentosas entre outros. O tratamento é baseado na utilização de simbióticas formados por microbiota e probióticos que auxilia na recuperação da microbiota intestinal, ajudando na prevenção de enfermidades e doenças crônicas.

Assim, o estudo de revisão bibliográfica permitiu a compreensão da necessidade de condutas focadas na melhoria da flora intestinal com bons hábitos de vida e de alimentação, como estratégia de prevenção da disbiose intestinal. Também o trabalho destaca-se a fator importante na contribuição para o desiquilíbrio da microbiota intestinal, como a má absorção de alimentos com bactérias patogênicas, abuso de laxante, alimentos crus, material fermentável e o estado imunológico do hospedeiro.

Para se chegar a um diagnóstico, o indivíduo deve-se se submeter exames específicos e uma investigação principalmente o hábito alimentar e dos sintomas presentes. O uso desregular de antibióticos e suplementos nutricionais podem desenvolver doenças alérgicas e doença inflamatória intestinal. Podemos destacar que o diagnóstico da disbiose intestinal é puramente clínico com análise criteriosa dos sintomas e fatores desencadeadores da doença.

De fato, os hábitos saudáveis de alimentação junto ao uso de probióticos torna-se uma alternativa no tratamento com disbiose intestinal, trazendo benefícios no TGI. Por isso a importância em manter o equilíbrio na microbiota intestinal, podendo garantir uma condição clínica saudável auxiliando no bom prognóstico evitando assim a disbiose intestinal, a intolerância alimentar e a modulação inflamatórias.

Sugere-se novas pesquisas buscando a importância de compreender melhor a interação entre microbiota intestinal, probióticos e hospedeiro, assim contribuindo para futuras pesquisas capazes de desenvolver o conhecimento sobre as causas da disbiose intestinal.

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¹ Graduanda do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: enilda.play.ql@gmail.com; jemima.libio@gmail.com; lauramarinhodeoliveira8@gmail.com

² Orientadora do TCC, Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: francisca.freitas@fametro.edu.br

³ Co-orientador(a) do TCC, Mestre em Ciências do Alimento. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: jose.ferreira@fametro.edu.br