REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11518601
Antônia Cícera do Nascimento; Cleuza Pereira de Souza; Esterlina Alves Nunes de Souza; Aparecida Rodrigues de Souza; Fabiana Ribeiro da Silva; Nilvanir Alves da Silva Oliveira; Rosilene Moreira Gomes Fialho; Profª Ms. Andréa Kochhann M. de Moraes
RESUMO
Este artigo tem por objetivo apresentar o estudo realizado sobre o tema dificuldade de aprendizagem, onde os pais e a escola têm um papel fundamental no desenvolvimento do indivíduo. Relata um breve comentário da história da Psicopedagogia e mostra como o atendimento institucional e clínico pode colaborar com a família e a escola para amenizar as dificuldades de aprendizagem.
PALAVRAS-CHAVE: Psicopedagogia; Dificuldade de aprendizagem; Diagnóstico.
ABSTRACT
This article has the objective to present the study realized about the theme learning difficulty, where the parents and the school have a fundamental role in the development of the individual. Reports a brief commentary of the history of psychopedagogy and shows how the clinical and institutional care may to collaborate with the family and school to ease the learning difficulties.
KEYWORD: Psychopedagogy; Learning difficulties; Diagnosis.
INTRODUÇÃO
A Psicopedagogia surgiu para amenizar ou sanar o problema de aprendizagem e dificuldade, vindo para esclarecer uma queixa do próprio sujeito e, na maioria das vezes do professor. Também se pode identificar o problema em outros campos de atuação, embasando- se na Psicologia e na Pedagogia e evoluiu graças à existência de recursos para atender essa demanda.
Vem criando a sua identidade e campo de atuação próprios, que estão sendo organizados e estruturados, especialmente pelas produções científicas que referenciam o campo do conhecimento e pela própria Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp).
A profissão de Psicopedagogo ainda não está regulamentada e o projeto que cria a profissão ainda está em tramitação na Câmara de Deputados em Brasília – DF.
Psicopedagogia: um recorte histórico para sua compreensão
A Psicopedagogia veio para suprir as diversas dificuldades de aprendizagens e também mediar conflitos e tornar o ambiente escolar mais harmonioso. Pode ser considerada uma área destinada ao estudo da aprendizagem humana a fim de melhorar não só a aprendizagem mas também o ambiente escolar; limitando-se ao aspecto cognitivo, afetivo, social. Seu objeto de estudo é o sujeito em situação de aprendizagem.
Na atualidade, é postulado como objeto de estudo do sujeito pensante, o homem em todas as etapas evolutivas, desde o pensar ao aprender. A tarefa específica é dada pelo modo como se vai gestando a maneira particular de pensar. Desse modo, a aprendizagem e o pensamento são consequências do mesmo. Segundo Ferreira (1985, p.10):
há uma evolução no conceito de Psicopedagogia. Quando surge, tem uma visão organicista e patologizante da dificuldade de aprendizagem. Seu objetivo era fazer a reeducação das crianças portadoras de deficiências. Avançou ao considerar seu objeto de estudo o processo de aprendizagem com todas as variáveis que nele interferem. Seu objetivo passou a ser a investigação da etiologia da dificuldade, seu significativo para a criança e sua família, a sua modalidade de aprendizagem e reais possibilidades para aprender. Atualmente, define-se a Psicopedagogia como uma área cujo objeto de estudo é o ser cognoscente e que tem como objetivo facilitar a construção da aprendizagem e da autonomia desse ser identificado e clarificado os obstáculos que podem impedir que esta construção se faça.
Existe uma grande evolução desde o surgimento até os dias atuais, sendo que a psicopedagogia atua não só no âmbito escolar quanto na clínica, hospitalar, empresarial e pesquisa científica lidando com as mais diferentes situações e problemas.
A Psicopedagogia é uma ciência que surgiu na França no início do século XIX para fins terapêuticos com o auxílio da Medicina, Psicologia e Psicanálise, os primeiros atendimentos foram para atender crianças que por diferentes razões não conseguiam aprender, posteriormente o atendimento se expandiu para toda a sociedade. Por causa da origem mencionada, é freqüente a sua associação com o âmbito educativo, embora o âmbito específico do campo psicopedagógico seja a saúde mental. Por ser uma ciência recente, ainda é escasso o material teórico próprio com que conta. No entanto, conta com contribuições valiosas, como as de Sara Paín, Jorge Visca, Marina Muller, Silvia Baeza, Clemência Baraldi e Alicia Fernandez.
Esse atendimento alcança sucesso e se espalha por diferentes países. Na Argentina, a Psicopedagogia se torna atividade popular e rotineira, sendo desenvolvida na rede pública de ensino. A Psicopedagogia surge no Brasil com a influência da Argentina, devido à proximidade geográfica e a presença de psicopedagogos argentinos ministrando cursos e desenvolvendo atividades no nosso país.
Os primeiros cursos e experiências psicopedagógicas surgem por volta de 1970. Na década de 80 é criada a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). A ABPp está credenciando para atuar os psicopedagogos que se formaram em cursos de pós-graduação reconhecidos por ela, que iniciam o atendimento sob a supervisão de um psicopedagogo credenciado e que seja associado na ABPp.
A ABPp com sede em São Paulo conta com treze sessões em diferentes estados brasileiros e dez núcleos regionais. O desafio da Psicopedagogia no Brasil é ver concluído o processo de regulamentação da profissão e ampliar seu espaço de atendimento.
Segundo o Código de Ética da ABPp (sua codificação ética), aprovado inicialmente em 12/07/1992 e reformulada e aprovada em 19/07/1996 na Assembléia Geral III Congresso Brasileiro de Psicopedagogia da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), citaremos os artigos 1º, 2º, do capítulo I instituído “dos princípios” por estarem mais diretamente ligados ao tema desenvolvido, alegando que a Psicopedagogia é um campo de atuação em saúde e educação que lida com o processo de aprendizagem humana: seus padrões normais e patológicos considerando a influência do meio familiar, escola e sociedade no seu desenvolvimento, utilizando procedimento próprio da psicopedagogia..
Em 1997, o Deputado Federal, Barbosa Neto atendendo o pedido de alguns psicopedagogos, criou o Projeto de Lei nº 3124/97, que dispõe sobre a regulamentação da profissão de Psicopedagogia, cria os Conselhos Regionais de Psicopedagogia e determina outras providências. Este projeto foi encaminhado à comissão no dia 15/05/97 e a aprovação deste Projeto de Lei foi encaminhado à Comissão de Educação, Cultura e Desporto, onde permaneceu por quatro anos e também foi aprovado, com algumas emendas no dia 12/ 09/01, atualmente este Projeto de Lei está na Comissão de Constituição e Justiça e de Redação esperando pela sua aprovação.
Para Paín (1992, p. 74), “o tratamento psicopedagógico é o mais indicado no caso de tratar-se de um transtorno de aprendizagem”. O psicopedagogo é um profissional capacitado para atuar junto à aprendizagem humana, considerando em sua ação todas as dimensões desse processo. O campo de atuação do psicopedagogo refere-se não só ao espaço físico onde se dá esse trabalho, mas também, e em especial, ao espaço epistemológico que lhe cabe, ou seja, ao lugar deste campo de atividade e ao modo de abordar o seu objeto de estudo. O campo de atuação deve –se acomodar confortavelmente e o aspecto físico do local de trabalho deve ser compatível com o tipo do sujeito.
Sua atuação vai além das questões relacionadas aos problemas de aprendizagem. Dirige- se para três vertentes: a Psicopedagogia clínica ou curativa, a preventiva e da pesquisa científica. A primeira tem como objetivo devolver ao sujeito, com dificuldades, o desejo e as possibilidades de aprender; a segunda modalidade tem como objetivo o aperfeiçoamento das práticas educativas, facilitando o processo de aprendizagem, atenuando ou evitando os problemas. Através da pesquisa, o psicopedagogo está contribuindo para o fortalecimento da Psicopedagogia e aperfeiçoamento do trabalho junto às crianças e jovens.
A Psicopedagogia Clínica diagnóstica, orienta e atende em tratamento e investiga os problemas emergentes nos processos de aprendizagem. Esclarece sobre os obstáculos que interferem para haver uma boa aprendizagem. Favorece o desenvolvimento das atividades e o processo de aprendizagem adequada. Realiza o diagnóstico psicopedagógico, com especial ênfase na possibilidade e perturbações da aprendizagem, esclarecimento e orientações daqueles que consultam a orientação de pais e professores, a orientação vocacional operativa em todos os níveis educativos.
A Psicopedagogia no campo clínico emprega como recurso principal à realização de entrevista operativa dedicada a expressão e a progressão de resolução da problemática. A atuação clínica tem por principal finalidade atender, investigar, diagnosticar e orientar na solução dos problemas, auxiliando nos processos de aprendizagem, executando as rotinas acima, traçando um melhor método de aprendizagem.
O diagnóstico realizado psicopedagógico, dando maior importância na queixa do sujeito. É aplicada em todos os níveis educativos, com a compatibilidade do nível escolar, indicação da orientação educacional operativa e ainda orienta os acompanhamentos aos pais e professores. A Psicopedagogia no campo clínico tem sua principal ênfase na realização de entrevistas operativas, expressões e na progressão e resoluções das problemáticas dos que se queixam, seja individual ou em grupo.
A Psicopedagogia Institucional tem o compromisso de atuar em várias instituições, como escolas, hospitais e empresas. Tem por finalidade analisar as dificuldades de integração social em um ambiente. Propõe executar o desenvolvimento dos projetos favoráveis a mudanças. A aprendizagem tem que ser vista como um todo, seja individual ou grupo.
Bossa (2007, p. 31-32) destaca as seguintes especialidades do trabalho:
o distúrbio de aprendizagem é encarado como uma manifestação de uma perturbação que envolve a totalidade de personalidade; o desenvolvimento infantil é considerado a partir de uma perspectiva dinâmica, e é dentro dessa evolução dinâmica que o sintoma “distúrbio de aprendizagem” é estudado.
Segundo Bossa (2007): “existem vários instrumentos diagnósticos que o psicopedagogo utiliza”. O Teste de Apercepção Temática (TAT) é uma técnica projetiva cujo objetivo é identificar as dificuldades psicológicas, é representado em um conjunto de 19 gravuras, um cartão em branco, onde o sujeito projeta sua imagem. Com a característica que o sujeito descreve nas histórias é que podemos identificar a sua personalidade. O desenho da família (CORMAN, 1967) permite que o sujeito projete no meio exterior os seus desejos reprimidos no inconsciente, já no da figura humana, pode-se medir o desenvolvimento mental e maturação visomotora.
Outro instrumento é a Entrevista Familiar Exploratória Situacional (EFES). Nesta entrevista reúnem-se os pais e o sujeito e tem por objetivo verificar/analisar a queixa dos pais e dos professores centrada na aprendizagem escolar. Falta mais orientação dos pais, porque na realidade os pais se queixam por que não sabem onde está o problema do indivíduo. Em alguns casos para se fechar o diagnóstico é preciso descartar problemas neurológicos, fisiológicos, psicológicos, para então, ver onde está o problema da criança e sua extensão.
Talvez o problema esteja dentro da própria família. Às vezes falta mesmo só orientação de um profissional. Essa entrevista é muito importante, mas tem muitas distorções, os pais só transmitem o que querem. Quando os pais e o terapeuta constroem uma boa relação, isso só facilita, relembra os fatos que foram esquecidos. Os dados da EFES devem ser analisados e comparados com o material obtido através da anmenese. No final da entrevista, os pais e o sujeito saem mais confiantes, muitas vezes com a intenção de continuar o tratamento.
As avaliações pedagógicas são formuladas pelo próprio psicopedagogo, onde é proposta a atividade compatível com o grau de escolaridade do sujeito. As atividades também são elaboradas de acordo com a necessidade ou queixa do sujeito. Através da Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA) tem a intenção de ministrar uma entrevista da maneira mais simples possível. Com intuito de analisar todo seu comportamento o Teste de Apercepção da Criança (CAT) é um bom exemplo, é uma prova de grande importância aos professores, mas figura entre aquelas de uso exclusivo do psicólogo.
Baseado nos livros estudados, obteve-se um vasto conhecimento estudo da significação dinâmica das diferenças individuais na percepção de estímulos na área de investigação dos fenômenos envolvidos no processo de aprendizagem. Tem-se como base os autores Emília Ferreiro e Ana Teberosky entre outros que falam da atuação científica.
Entende-se que o trabalho científico é uma produção de bens interior pelo qual o homem constrói sua própria história, já para especificidade hoje na educação ela abrange como um processo do ensino de aprendizagem. Sua função é manter, reproduzir e modificar a realidade social por um processo transformador que acompanha a evolução histórica da realidade do sujeito.
Hoje a formação dos profissionais tem preocupado por que a educação ocorre nos cursos de Pedagogia, que mesmo reformulados com diferentes habilidades não tem atendido à demanda da escola. Mesmo assim, a Pedagogia tem sido um espaço no processo de ensino- aprendizagem, só não tem contemplado as diferentes situações advindas da própria escola. Para finalizar, a Psicologia oferece à Pedagogia um conhecimento sobre a aprendizagem que considera o ser humano de modo geral, desvinculado dos conteúdos do sujeito que aprende.
Dificuldade de aprendizagem: um olhar da Psicopedagogia para sua superação
Segundo BOSSA (2000, p. 12):
A Psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em conta a realidade interna e externa da aprendizagem, tomadas em conjunto. E, mais, procurando estudar a construção do conhecimento em toda a sua complexidade, procurando colocar em pé de igualdade os aspectos cognitivos, afetivos e socias que lhe estão implicítos.
Por isso, estudar as dificuldades de aprendizagem se torna um desafio para os professores e também para o Psicopedagogo.
Durante muito tempo, a criança com dificuldade de aprendizagem, era encaminhada a um especialista para confirmar sua normalidade. Conforme fosse o resultado desse diagnóstico, a criança era encaminhada para classes ou escolas especiais que ofereciam um ensino diferenciado.
Contudo todo esse processo de deslocamento consequentemente também vinha de encontro com um processo de desmotivação por parte da criança, tendo em vista ser necessário um novo processo de adaptação à estrutura educacional, a novas relações humanas com os colegas, enfim, a todo um processo no intuito de sanar as dificuldades apresentadas pelo aluno. Quando professores e educadores têm uma reflexão psicopedagógica é mais fácil analisar o porquê do aluno não aprender e quais os fatores que levar o aluno a ter dificuldades no processo de aprendizagem. Muitas vezes os mesmos tendem a procurar um culpado para isso tudo, e o maior crucificado é o meio familiar em que o aluno vive por sua postura e comportamento.
Sempre há uma desculpa dos fatores que levam o aluno a ter dificuldades: preguiça, lentidão ou apenas falta de atenção ou de interesse são algumas delas, que muitas vezes são usadas pelos educadores como forma de tirar de suas costas a responsabilidade. Essas desculpas tendem a contribuir para o agravamento dessas dificuldades, deixando o aluno cada vez mais desmotivado a aprender.
Segundo Freire (1993, p. 30): “Não existe ensinar sem aprender e com isto eu quero dizer mais do diria se dissesse que o ato de ensinar exige a existência de que ensina e de que aprende”. Essa necessidade da existência de que ensina e de quem aprende é fator importantíssimo no processo educacional, pois é através dessa consciência que ambos, educador e aluno constroem vínculos indispensáveis para a aprendizagem.
É inegável que o processo ensino-aprendizagem seja um processo construído sociointeracionalmente, entre aluno/professor, a fim de que todos os componentes possam desfrutar do processo cognitivo, que é o processo de aprendizagem. É uma série de sentimentos que vivenciam no meio e que se refletem na aprendizagem, às vezes, positivas e, às vezes, negativamente.
A dificuldade de aprendizagem é um tema que deve ser estudado levando-se em conta todas as esferas em que o indivíduo participa como a família, a escola, a sociedade, etc… Sabe- se que nunca há uma causa única para o fracasso escolar e que também um aluno com dificuldade de aprendizagem não é um aluno que tem deficiência mental ou distúrbios relativos, na verdade, existem aspectos fundamentais que precisam ser trabalhados para obter-se um melhor rendimento em todos os níveis de aprendizagem e conhecimento.
O educador enquanto mediador do processo ensino-aprendizagem, bem como protagonista na resolução e estudo das dificuldades de aprendizagem, deve obter orientações específicas para que desenvolva um trabalho consciente e que promova o sucesso de todos os envolvidos no processo. Dizer que a escola não oferece condições satisfatórias para o desenvolvimento de um trabalho que atenda as necessidades e dificuldades de cada aluno é, com certeza, revelar-se acomodado.
Para que aconteça a superação das dificuldades no ensino, é necessário um ingrediente especial que é a condição humana; sendo os subsídios materiais apenas recursos dispensáveis. A escola é sim um espaço privilegiado para o bom desenvolvimento da aprendizagem, pois através dela o aluno pode ter um convívio direto com novas perspectivas de conhecimentos e diferentes contatos com indivíduos ímpares.
Embora se possa considerar um conjunto de fatores, como o são a motivação e auto- estima do aluno e o desenvolvimento dos pais, entre outros, será a qualidade do ensino ministrado que fará a diferença. A paciência, o apoio e o encorajamento prestado pelo professor serão com certeza os impulsionadores do sucesso escolar do aluno, abrindo-lhe novas perspectivas para o futuro, conforme explana a teoria vygostkyana.
Vive-se num momento em que o acordar para as necessidades do aluno vem à tona. Surge no espaço pedagógico a reflexão de que a escola não pode ser apenas transmissora de conteúdos e conhecimentos, muito mais que isso, a escola tem a tarefa primordial de reconstruir o papel e a figurado aluno, deixando o mesmo de ser apenas um receptor, proporcionando-lhe que seja o criador e protagonista do seu conhecimento.
E por isso as dificuldades de aprendizagem devem ser levadas em conta, não como fracassos, mas como desafios a serem enfrentados e, ao se trabalhar essas dificuldades, trabalha- se respectivamente as dificuldades existentes na vida, dando oportunidade ao aluno de ser independente e de reconstruir-se enquanto ser humano e indivíduo.
Segundo Freire (2003): “o espaço pedagógico é um texto para ser constantemente lido, interpretado, escrito e reescrito”. Essa leitura do espaço pedagógico pressupõe também uma releitura da questão das dificuldades de aprendizagem. Infelizmente, a aprendizagem, em algumas instituições continua seguindo o modelo tradicionalista, onde é imposta e não mediada, criando uma passividade entre aquele que sabe e impõe e aquele que obedece calado.
É necessário levar em conta também os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam, se faz necessário para a criança um suporte humano e apoiador para que a mesma possa se libertar do que a faz ter dificuldade. É importantíssimo ressaltarmos toda contribuição da Psicopedagogia, promovendo uma análise mais aprofundada de tudo que é relativo à aprendizagem, proporcionando uma reestruturação do verdadeiro fator que leva às dificuldades de aprendizagem, reconhecendo-se que essas dificuldades fazem parte de um sistema bio-psico- social que envolve a criança, a família, a escola e o meio social em que vive.
É louvável dizer que só consegue mediar as dificuldades de aprendizagem, quando se lida com os alunos de igual para igual; quando se fizer da aprendizagem um processo significativo, no qual o conhecimento a ser aprendido e apreendido faça algum sentido para o aluno não somente na sua existência educacional como também na sua vida cotidiana.
Não se devem tratar as dificuldades de aprendizagem como se fossem problemas insolúveis, mas, antes disso, como desafios que fazem parte do próprio processo da aprendizagem, a qual pode ser normal ou não. Também parece ser consensual a necessidade imperiosa de se identificar e prevenir o mais precocemente possível as dificuldades de aprendizagem, de preferência ainda na pré-escola. Assim, a Psicopedagogia agirá como processo de inclusão de sujeitos com dificuldade de aprendizagem.
A educação não é uma panacéia, no sentido de remediar todos os problemas, tampouco a Psicopedagogia, desde seu campo de estudo e pesquisa, poderá transformar estruturas econômicas e políticas secularmente instaladas no País. Contudo, segundo DELORS (1998, p. 147): “o primeiro objetivo dos sistemas educativos deve ser reduzir a vulnerabilidade social dos jovens (crianças e adolescentes) oriundos dos meios marginais e desfavorecidos, a fim de vencer o círculo vicioso da pobreza e da exclusão”.
Essa tarefa a educação poderá desempenhar dotando crianças, adolescentes, jovens e adultos das competências requeridas para participação plena na sociedade: habilidade de letras e números, habilidades de pensamento lógico e ordenado, habilidade de cidadania, habilidade de alfabetismo no nível pleno, entre outras.
O desenvolvimento da Psicopedagogia, como área de conhecimento voltada especialmente para o processo de aprendizagem, visando otimizar suas potencialidades e retirar-lhes as amarras, significa um alento e uma esperança para quantos apostam na educação como instrumento de desenvolvimento humano e superação da exclusão. Esperança, sobretudo, para milhões de crianças, adolescentes e jovens que ainda aparecem abaixo das expectativas nos resultados das diversas avaliações e sondagens que são feitas periodicamente no sistema educacional brasileiro.
Materiais e métodos
Segundo SCOZ (1992, p. 2): “a Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades… e em uma ação profissional deve englobar vários campos de conhecimentos, integrando-os e sintetizando-os”. Foram feitas nove sessões em média de sessenta minutos cada, na Clínica Experimental “Aprender e Vencer”, que fica situada à Rua Marechal Rondon, 07 na cidade de Pontal do Araguaia – MT.
No dia dezesseis de mês de agosto de dois mil e dez foi realizada às dezoito horas na Clínica Experimental “Aprender e Vencer”, a primeira sessão foi realizada com L.M., nascida em três de maio de mil novecentos e noventa e oito (doze anos), cursando o 5º ano do Ensino Fundamental na Escola E.E.F.S.M, na cidade de Pontal do Araguaia. Foi feita a “Entrevista Familiar Exploratória Situacional” (EFES); partindo dessa situação pode-se perceber que L.M apresenta dificuldade em varias áreas: linguagem oral e escrita, matemática, ciências humanas e naturais e também socialização e concentração. Foi feita a entrevista com a mãe e o próprio sujeito, pois seu pai é falecido.
No dia dezessete de agosto de dois mil e dez, foi realizada a segunda sessão, a qual teve como objetivo conhecer o sujeito L.M. Tivemos a oportunidade de aplicar o método “Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem” (EOCA). O Método Clínico da EOCA visa “analisar o desenvolvimento e a aprendizagem do sujeito, tem a intenção de investigar o modelo de aprendizagem do sujeito sendo sua prática baseada na psicologia social”.
No dia dezoito de agosto do ano de dois mil e dez visitamos a escola da L.M. para uma entrevista com a professora N.S.P. em busca de informações precisas para obtermos descobertas relacionadas às suas dificuldades de aprendizagem na visão da educadora, bem como suas perspectivas quanto ao sujeito.
No dia dezenove de agosto do ano de dois mil e dez, realizamos mais uma sessão com L.M. tendo como objetivo coletar informações sobre seu histórico de vida. Para realização desta investigação foram aplicadas atividades relacionadas com sua vida. A mesma não tinha fotos, mas foi sugerido que L.M. fizesse uma retrospectiva de seus momentos marcantes de sua vida através de desenhos.
No dia vinte de agosto do ano de dois mil e dez, realizamos mais uma sessão com L. M., no decorrer de sessenta minutos, com objetivo de verificar sua capacidade de relatar textos e, ao mesmo tempo, certificar o desempenho do mesmo relacionado às produções de texto oral. Em seguida conversamos com o sujeito sobre uma história infantil, onde não demonstrou interesse com relação ao assunto proposto. Apresentamos também um álbum seriado com figuras de animais. O mesmo apresentou interesse pelo material exposto. Solicitamos que o mesmo fizesse a leitura das cenas em voz alta para observarmos seu tom de voz e o processo de maturidade. No primeiro momento, disse das figuras apresentadas, fazer parte de seu cotidiano e que também tem sonho de ser veterinária. No decorrer da sessão foram apresentadas figuras de pessoas, seno que a figura que mais chamou sua atenção foi uma imagem de casamento que se associou aos casamentos de seus pais. Foram também oferecidos vários tipos de jogos para que pudesse escolher um para jogar.
No dia vinte e um do mês de agosto de dois mil e dez, realizou-se mais uma sessão com L. M. durante 60 minutos, para análise do material de L.M., com objetivo de observar seu desenvolvimento escolar e analisar toda sua trajetória perante sua família, bem como a análise das metodologias e da parte pedagógica desenvolvida na escola, quando L.M. levou seu material, percebeu-se que não havia mochila, somente o caderno de matérias. Neste sentido percebeu-se que a mãe de L.M. não abre mão de seus afazeres para observar e ajudar na arrumação de seu material escolar.
No dia trinta e um de agosto de dois mil e dez realizou-se mais uma sessão com L.M. utilizando a Prova Projetiva “Eu e meus companheiros”, que teve sua duração de sessenta minutos, pedimos para fazer um desenho que relatava seus colegas, a mesma desenhou ela e sua amiga P., e foi proposto para fazer seus desenhos utilizando alguns tipos de materiais tais como: lápis de cor, papel A4, giz de cera, canetinhas, borracha, massa modeladora, lápis preto, ela pegou a folha de papel A4 e um lápis preto para começar fazer o desenho. L.M. sempre disse que só tem uma colega na escola a qual se chama P. Diante do esclarecimento da sua professora, L.M senta em um lado da sala e P. no outro lado. Quando a sua amiga P. termina sua atividade vai até L.M. e começa a ajudá-la nas suas atividades.
No dia primeiro de setembro de dois mil e dez, realizou-se mais uma sessão utilizando o método “Par Educativo e Teste Desiderativo”, pediu-se para L.M desenhar ela e sua professora, realizando assim a “Prova Projetiva do Par Educativo” que tem como finalidade avaliar o comportamento e do relacionamento o sujeito com a aprendizagem e principalmente com a professora. Após essa atividade foi aplicado o Teste Desiderativo que consiste em perceber o inconsciente do sujeito a partir de vontades expressas pelo seu sentimento de ser outra coisa.
No dia dois de setembro de dois mil e dez, realizou-se mais uma sessão com L.M., pediu-se que fizesse um grafismo, que é a prova projetiva da “família educativa”, que tem por finalidade analisar a percepção do sujeito quanto sua posição e relacionamentos com sua família, o que interfere na aprendizagem.
Análise dos dados
De acordo com o relato da mãe de L.M., no ambiente familiar ela é uma criança aparentemente normal. Mas não gosta de brincar com alguns colegas os quais são os vizinhos, mas interage com sua irmã mais nova e relata ainda que existe só uma amiga. Devido sua dificuldade de aprendizagem sua mãe dedica-se ao máximo a ela, e isso não desperta ciúmes em sua irmã pelo contrario, ela também se preocupa e ajuda realizar as atividades escolares.
Em relação ao meio social, a mãe E.G.S. relata que o sujeito apresenta dificuldade em relacionamento, não faz amizade com facilidade, é uma criança atenta a conversas de pessoas adultas, porém não questiona. Segundo a mãe, gosta de ir a escola, mas não apresenta nenhum tipo de desenvolvimento em seus estudos e demonstra vontade de aprender.
Partindo desse pressuposto, percebe-se que, a partir dessa entrevista realizada com L.M. percebemos que necessita de incentivo dos familiares, e a mãe deve auxiliá-la nas atividades escolares, e não deixar a irmã mais nova fazer as atividades para ela, mas sim, incentivando-a e oferecendo condições adequadas para que possa melhorar o seu desenvolvimento no processo de aprendizagem.
Percebeu-se que a professora através de seus relatos demonstra preocupação relacionada ao desenvolvimento e aprendizagem da L.M., a professora destacou que ainda se preocupa com o futuro da criança, buscando uma nova metodologia de ensino para suprir suas necessidades. Segundo BARONE (1993, p. 190): “a tarefa do psicopedagogo é levar a reintegrar-se a vida normal, segundo suas potencialidades e interesses”. Houve-se falar que a mãe era usuária de entorpecentes durante sua gestação, com isso pode ter vindo a causar algum tipo de problema reurológico, fazendo com que L.M. tenha dificuldade de aprendizagem.
Foi possível perceber que a dificuldade do sujeito talvez seja pelo fato de um trauma ocorrido durante a gestação ou devido algum problema biológico ou consequência psicológica do ambiente em que vive ou que se relaciona. De acordo com a investigação sobre L.M., ela é uma criança que não gosta de relatar seu passado, pediu-se para relatar sua história de vida através de figuras, com isso começou dizendo sobre seus familiares.
Perante as sessões realizadas e a queixa efetivada pode-se reafirmar a hipótese que o sujeito tenha algum problema reurológico e por isso necessita de uma avaliação deste profissional e quiçá de outros profissionais. Portanto, percebe-se que L.M. não tem incentivo da mãe quanto à organização dos materiais escolares, as tarefas de casa, segundo a mesma é sua irmã que faz suas tarefas. Quanto à participação nas reuniões da escola, a mãe demonstra interesse em participar, incentiva a ir às aulas de reforço, mas L.M. apresenta resistência dizendo que não gosta, e fica por isso mesmo.
Observou-se pela prova projetiva que a mesma não desenhou a escola e seus outros companheiros, e também lápis de cor para colorir os desenhos, somente lápis de escrever. Isso significa que o sujeito não tem socialização extensa, apenas alega ter uma colega o que mediante sua professora nem isso pode acontecer, pois sentam separadas e brigam muito. Quanto a não desenhar a escola pode ser pelo fato de não de identificar com a mesma ou de não gostar do espaço educativo.
Portanto pela prova projetiva “Par Educativo” pode-se dizer que a mesma se sente melhor no ambiente rural do que no ambiente urbano, porque no ambiente rural ela se sente tranquila, não corre risco de violência ou preconceitos. Na segunda figura L.M., mostrou uma imagem de uma árvore, podendo associar a árvore da vida. Percebemos que na prova Par Educativo devido sua falta de condição financeira, a criança ficou encantada com o desenho da roupa, pois gostaria de ter roupas bonitas e modernas.
Com o pouco conhecimento que tem-se a respeito de L.M., mas as características levantadas acima se encaixam em sua personalidade. Portanto, é admirável saber que ela tem um respeito pela natureza, desenhando primeiro a flor e a árvore, em seguida seus parentescos, os mais velhos primeiro e assim sucessivamente. Uma observação importante na maioria dos desenhos, ela esquece dela mesma, e dessa vez esqueceu até sua irmã e ainda acrescentou seu pai já falecido. Uma das explicações para seu esquecimento dentro da família pode ser que se sinta rejeitada, ou que recebe um tratamento mais cuidadoso por ser especial e isso faz com que se sinta isolada, fora do processo familiar.
A princípio a paciente apresentou resistência ao comparecimento na sessão, em seguida L.M. se identificou com o ambiente por ser estimulante e criativo, demonstrou ter vontade de sanar sua dificuldade de aprendizagem, mas não deixou sua timidez de lado. Pode- se dizer que L.M. é uma criança educada, doce, meiga e curiosa, percebeu-se que a mesma não está explorando seu potencial cognitivo, ou se está sendo estimulado, não apresenta êxito. No primeiro momento levantou-se a hipótese que L.M. pudesse ter um trauma de infância, dislexia, discalculia, problemas neurológicos, o que pudesse ser explicado segundo alguns comentários devido sua mãe fazer uso de entorpecentes durante sua gestação, mas isso não foi confirmado pela mãe.
Aqui se apontam algumas sugestões para tentar reverter à situação. Quanto à professora, que ela utilize metodologias inovadoras que possam sanar as dificuldades de aprendizagem, atualizar-se e quebrar os paradigmas, que realize trabalhos literários para enriquecimento dos vocabulários dos alunos, que aplique aulas dinâmicas para que possa haver interação professor e aluno, que produza textos através de desenhos, histórias, teatro e dramatização, que aplique aulas através de jogos pedagógicos, que priorize a avaliação oral dos conteúdos e outros.
Quanto à mãe, sugere-se procurar estimular a mesma através de jogos e brinquedos pedagógicos, estimular nas áreas mais vulneráveis da aprendizagem, despertando a curiosidade do saber, incentivar a mesma na organização dos materiais escolares, ser mais participativa nas atividades escolares, dar autonomia limitada para a mesma deixando que busque novos conhecimentos, mostrar a importância das aulas de reforço, fazendo com que ela participe e outros.
Quanto à irmã, sugere-se que para não atrapalhar o ensino da irmã, é preciso que busque maneiras corretas para ensiná-la, não fazer as tarefas escolares, incentivar através de brincadeiras e jogos que desenvolvam sua leitura e escrita. E quanto a L.M., sugere-se ter mais força de vontade a respeito dos estudos, ter iniciativa e curiosidade de buscar coisas novas, deixar sua timidez de lado, não ter preguiça, não ter medo de errar e deixar de ser insegura, ter interesse pelas atividades propostas, socializar-se com seus colegas e professoras, questionar e ser participativa durante as aulas, sempre buscar e não desistir de seus ideais.
Considerações finais
Conclui-se que L.M. apresenta dificuldade de aprendizagem, diante do que foi apresentado pela família e escola, levando as principais hipóteses: dislexia, discalculia, transtorno de aprendizagem, problema neurológico. Com as informações obtidas e hipóteses levantadas, percebeu-se que L.M. durante sua infância seu comportamento não era de uma criança normal, pois não se interessa pelas brincadeiras de criança, gostava de estar no meio adulto. Ficamos perplexos por tamanho desespero da mãe, não podíamos ficar de braços
cruzados, então incentivamos e orientamos a mãe a procurar orientação de um neurologista; de imediato o médico diz: sua filha jamais será uma criança normal.
A princípio houve revolta de nossa parte, pelo médico ter dito desta forma para a mãe na presença da criança, mas não importa, o que importa que ele solicite alguns exames: tomografia de crânio com contraste, avaliação e acompanhamento especializado: terapia ocupacional, eletro encefalograma, fonoaudióloga, hemograma, TSH /T4 livre, Vitb12 /Ácido fólico, glicemia jejum, AST /ALT.
Com a nossa ajuda e a sensibilidade de algumas de nossas colegas de Pós-Graduação foi solicitado pelo médico o acompanhamento de uma profissional Terapeuta “Jéssica Passerini”, fonoaudióloga “Beatrice…”. Esperamos concluir este trabalho juntamente com o laudo médico e assim ter um maior embasamento, não temos certeza, pois o médico é muito difícil devido à mãe não ter condições financeiras e a saúde pública não oferecer esse tipo de tratamento, além dos exames serem muito caros.
Segundo Bossa (2000): “os problemas de aprendizagem eram causados por fatores orgânicos e perdurou por muitos anos e determinou a forma do tratamento dada à questão do fracasso escolar”. A Psicopedagogia nasceu, especialmente, da necessidade de compreensão e atendimento às pessoas com dificuldades e distúrbios de aprendizagem. Por meio do estudo realizado, pudemos concluir que, com base nos teóricos estudados, a Psicopedagogia tem um papel importante no campo educacional em auxiliar o sujeito nas dificuldades de aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABEC – FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA – Elaborando Trabalhos
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