REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7355401
Amanda Costa dos Santos
Orientadora: Prof. Ms. Isabella Carvalho
RESUMO
O trato gastrointestinal humano é colonizado por uma microbiota composta por aproximadamente 1000 espécies diferentes de microorganismos. A alteração da microbiota causa a disbiose que é “qualquer alteração na composição das comunidades de comensais residentes em relação à comunidade encontrada em indivíduos saudáveis”. A alimentação é um fator que pode incidir de forma negativa ou positiva sobre a microbiota intestinal, Esse trabalho buscou analisar como o padrão alimentar influencia namicrobiota intestinal. A partir de uma revisão de literatura, pode-se concluir que uma dieta saudável traz benefícios para a microbiota intestinal diminuindo o risco de disbiose e que o padrão alimentar da dieta mediterrânea e a ingestão de probióticos, tem se mostrado uma abordagem promissora e eficaz para manter ou restaurar a saúde intestinal do hospedeiro.
Palavras-chave: Microbiota intestinal. Disbiose. Alimentação. Dieta saudável.
ABSTRACT
The human gastrointestinal tract is colonized by a microbiota composed of approximately 1000 different species of microorganisms. Altering the microbiota causes dysbiosis which is “any change in the composition of resident commensal communities relative to the community found in healthy individuals”. Food is a factor that can affect negatively or positively on the intestinal microbiota. This work sought to analyze how the dietary pattern influences the intestinal microbiota. From a literature review, it can be concluded that a healthy diet brings benefits to the intestinal microbiota decreasing the risk of dysbiosis and that the dietary pattern of the Mediterranean diet and the intake of probiotics has shown to be a promising and effective approach to maintain or restore the host’s intestinal health.
Keywords: Gut microbiota. dysbiosis. Food. Healthy diet.
1 INTRODUÇÃO
O intestino é um órgão que desempenha um papel importante no corpo humano (ALMEIDA, et al., 2009). Está envolvidona digestão dos alimentos, na fermentação de substâncias não digeríveis e na absorção de nutrientes. É também um pilar essencial do sistema imunológico (ANDRADE, 2015). Para poder desempenhar todas as suas funções, é auxiliado por trilhões de microrganismos não patogênicos, que formam a microbiota intestinal (MI) (BOULANGÉ, et. al., 2016).
Logo, o corpo humano tem o seu funcionamento muito influenciado pelos microorganismos que habitam o intestino. A complexidade da microbiota intestinal tem sido amplamente estudada durante os últimos anos (ALMEIDA et al., 2009). O número, o tipo e a função dos microrganismos variam ao longo do trato gastrointestinal, mas a maioria é encontrada no intestino grosso, onde contribuem para a fermentação de componentes alimentares não digeridos, especialmente carboidratos e fibras, e em massa fecal (ANDRADE et al, 2015). Alguns dos gêneros mais conhecidos de bactérias intestinais em adultos são Bifidobacterium, Lactobacillus, Bacteroides, Clostridium, Streptococcus e Ruminococcus. (JANDHYALA et al., 2015).
Embora os indivíduos possam ter várias centenas de espécies de microorganismos no intestino, achados recentes do Human Microbiome Project (HMP) mostram que diversas espécies podem habitar o intestino de populações humanas coletivamente e confirmaram um alto grau de variação na composição dessas populações entre indivíduos (LLOYD-PRICE; ABU-ALI; . HUTTENHOWER, 2016).
O “desequilíbrio ou alteração na composição ou função da microbiota intestinal” é denominado como disbiose e afeta a saúde do indivíduo de diversas maneiras (BRUNO et. al., 2019). Há evidências crescentes de que os desequilíbrios nas populações microbianas intestinais podem estar associados a várias doenças, como obesidade, diabetes e doença de Crohn, como também na influência no desenvolvimento do autismo e depressão (SANZ; SANTACRUZ, 2008; SAAD, 2010; BURCELIN, 2016).
A disbiose intestinal se caracteriza por um maior desenvolvimento de microrganismos patógenos, como: Candida e Enterococcus. Paralelamente, a colonização de agentes benéficos também passa por mudanças importantes, levando então ao desequilíbrio da microbiota intestinal (QIN et al, 2010). Estudos têm demonstrado que a alimentação é considerada um dos fatores ambientais mais importantes ao qual a população microbiana no trato gastrointestinal é exposta e modificada diariamente (QIN et al, 2010; SCHANELL, et al., 2017).
Segundo Lorenz e Osório (2019), a composição do microbioma intestinal gira fortemente em torno da dieta, onde foi possível verificar que uma dieta pobre em fibras resultou na microbiota consumindo a camada de muco, o que leva a um epitélio mais fino, aumentando as chances de ataque patogênico invasivo. Porém, conforme explica Martinez e colaboradores (2021), uma dieta saudável, com muitas fibras e pouca gordura animal, consegue alterar de forma benéfica e relativamente rápida a microbiota.Assim, diante ao exposto, a dieta saudável pode ser considerada uma fator positivo contra a disbiose intestinal.
Portanto, verificar o desfecho que uma dieta saudável teria sobre a disbiose é fundamental para os indivíduos portadores dessa condição clínica. Assim, busca-se com esse trabalho trazer informações científicas sobre o tema.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar, a partir de uma revisão de literatura, como o padrão alimentar impacta na disbiose intestinal.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Pretende-se definir microbiota e disbiose intestinal, apresentando os fatores de risco, diagnóstico e tratamento da disbiose. Além dos tipos de dieta que podem ajudar no tratamento para a disbiose intestinal.
3 METODOLOGIA
Este trabalho teve como metodologia uma abordagem bibliográfica descritiva e qualitativa sobre dieta saudável e disbiose intestinal por meio de análise crítica da literatura.Para a realização do estudo fez-se o levantamento da literatura científica por meio de publicações extraídas via internet indexadas na base de dados Google Acadêmico, PMC-PUBMED, SCIELO, BIREME, onde procurou-se identificar artigos originais e completos, de livre acesso,publicados entre o período de 2004 a 2022; nos idiomas português, inglês e espanhol. Para a estratégia de busca foram escolhidos os descritores de Ciências de Saúde (DECs):¨microbiota intestinal¨, ¨disbiose¨, ¨nutrição¨ e ¨dieta saudável¨ e suas combinações na língua portuguesa e inglesa.
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 MICROBIOTA INTESTINAL
4.1.1 Definição e Composição
O interesse pelo microbioma humano, particularmente o microbioma intestinal aumentou muito nas últimas décadas. Até recentemente, pouco se conhecia sobre as bactérias que habitam o intestino humano. Porém, ao longo dos últimos anos,muitas pesquisas têm associado a microbiota intestinal a várias doenças, como obesidade, diabetes tipo 2 e depressão(TSUKUMO, 2009; QIN et al, 2010; MORALES; BRIGNARDELLO; GOTTELAND, 2010; ANDRADE, 2015; BOULANGÉ et al., 2016; KHOE; LAL, 2018).
Para Kho e Lal (2018) microbiota é uma comunidade de microorganismos que habitam o ser humano e que residem em um ambiente previamente estabelecido. Thurbys e Juge (2017) explicam que a prevalência desses microorganismos são as bactérias , que encontram-se em diferentes partes do corpo, como na superfície ou camadas profundas da pele (microbiota da pele), na boca (microbiota oral), na vagina (microbiota vaginal) e assim por diante. Essa população de microorganismos inclui também outros microorganismos, como fungos, arqueias, vírus e protozoários.
A colonização bacteriana do ser humano, incluindo o trato intestinal tem início com o seu nascimento, quando o feto entra em contato com a flora cervical e vaginal da mãe (PAIXÃO; CASTRO, 2016). Já os bebês nascidos por cesariana, adquirem as bactérias através do meio ambiente. As primeiras bactérias encontradas na maioria dos bebês saudáveis são anaeróbias facultativas (Staphylococcus, Enterobacteriaceae e Streptococcus) e permanecem predominantes durante as primeiras 2 semanas de vida (MACHADO et al., 2022).
Para De Filippo e colaboradores (2010) o desmame e o meio ambiente (rural ou urbano)em que a criança é criada afeta o microbioma adulto. Além disso, a dieta, o uso de determinados remédios e doenças podem afetar o desempenho da microbiota, pois é até os 3 anos de idade que se adquire um grupo de bactérias estáveis e simbióticas, que irão influenciar o desenvolvimento dos sistemas digestivo, metabólico, imunológico e neurológico do indivíduo (THURBYS; JUGE, 2017). As autoras também consideram que o conjunto de bactérias que colonizam o trato intestinal evoluem com o indivíduo e passam a ter com ele uma relação intrínseca e mutuamente benéfica.
As bactérias que colonizam o trato intestinal, apresentam aproximadamente de 500 a 1000 espécies e as principais cepas bacterianas são gêneros anaeróbicos, como Bacteroides, Bifidobacterium, Firmicutes, Clostridium e Lactobacillus. (QIN et.al, 2010; DAHIYA et. al, 2017). A forma como essas bactérias se distribuem ao longo do trato gastrointestinal não é igualitária, pois o número e o tipo variam drasticamente por região, por exemplo, se um indivíduo for saudável, seu estômago e intestino delgado irão apresentar poucos micro organismos, em grande parte devido à atividade do ácido gástrico (LANDMAN, C.; QUÉVRAIN, 2016). Entretanto, isso muda no cólon, com a presença de bactérias anaeróbicas (bactérias que sobrevivem somente em ambientes virtualmente desprovidos de oxigênio) (SANTOS, 2010).
A microbiota intestinal pode ocorrer de forma permanente (ligado a mucosa),quando uma série de microorganismos fixos encontram-se em grande quantidade em uma determinada região, ou transitória, quando aparecem temporariamente (variando conforme a alimentação e o ambiente) (GUARNER, 2007; CANI et al., 2008).Caso a microbiota permanente esteja intacta, a microbiota transitória não causará danos e será eliminada. Porém, se os microorganismos permanentes estiverem em desequilíbrio, a microbiota transitória pode provocar doenças. (JANDHYALA et al., 2015).
A composição da microbiota intestinal é única para cada pessoa, assim como as impressões digitais. Estima-se que o número de genes encontrados nela totalizam mais de 3 milhões, sendo essa quantidade 150 vezes maior que no genoma humano (QIN et al, 2010).. Seu peso pode chegar a 2 kg e das 1000 diferentes espécies bacterianas que podem ser encontradas na MI humana, apenas 150 a 170 têm predominância (QIN et al, 2010; THURBYS; JUGE, 2017).
O intestino delgado abriga a maioria dos microorganismos intestinais humanos, com aproximadamente 1012 micróbios por mililitro de conteúdo luminal (TECHOV, 2022), conforme apresentado na Figura 1. Os micróbios vivem em contato íntimo um com o outro, e as relações com o hospedeiro podem ser consideradas mutualistas ou mesmo simbióticas. No nível do filo, tanto os estudos dependentes da cultura celular como os independentes, demonstraram que a maioria das bactérias intestinais pertence a dois filos, Bacteroidetese e Firmicutes (GERRITSEN et al., 2011; JANDHYALA et al., 2015).
Embora as bactérias dominem o ecossistema do trato gastrointestinal, as espécies do domínio arcaico também podem ser encontradas lá, com os metanógenos, Methanobrevibactersmithiie Methanosphaerastadtmanae sendo, de longe, os grupos arcaicos mais dominantes. Segundo Tadei e colaboradores (2013, p. 7), “a archaeametanogênica pode compreender até 10% de todos os anaeróbios no cólon de adultos saudáveis e pode desempenhar um papel de simbionte no intestino, evitando a acumulação de ácidos e outros produtos finais de bactérias”.
4.1.2 Função
Quando a microbiota intestinal começou a ser estudada pensou-se que suas principais funções eram: defender diretamente os agentes patogênicos; fortificar a defesa do hospedeiro pelo seu papel no desenvolvimento e manutenção do epitélio intestinal; induzir a produção de anticorpos e metabolizar os compostos não digestíveis em alimentos (ROUND; MAZMANIAN, 2009). Trabalhos subsequentes demonstraram também sua importância na formação do sistema imunológico em desenvolvimento e posteriormente focou-se no eixo intestino-cérebro (COLON; BIRD, 2015).
A microbiota intestinal desempenha um papel nos processos metabólicos, nutricionais, fisiológicos e imunológicos no corpo humano. Ela exerce importantes atividades metabólicas extraindo energia de polissacarídeos dietéticos não digeríveis, como amido resistente e fibras dietéticas (PERBELINet al., 2019). Essas atividades metabólicas também levam à produção de nutrientes importantes, como ácidos graxos de cadeia curta, vitaminas (vitamina K, vitamina B12 e ácido fólico) e aminoácidos, que os seres humanos não conseguem produzir (LANDMAN, QUÉVRAIN, 2016; PAIXÃO; CASTRO, 2016; PERBELIN et al., 2019).
Além disso, a microbiota intestinal participa da defesa contra patógenos por mecanismos, como resistência à colonização e produção de compostos antimicrobianos. Ela também está envolvida no desenvolvimento, amadurecimento e manutenção das funções sensoriais e motoras do trato gastrointestinal e do sistema imunológico da mucosa (BELKAID; HAND, 2014).
Figura 2- Representação esquemática das principais funções metabólicas e protetoras
servidas pela microbiota intestinal ao seu hospedeiro.
Fonte: Landman, Quévrain, 2016.
Outros benefícios podem ser observados para o hospedeiro, como fortalecer a integridade intestinal ou moldar o epitélio intestinal, proteger contra patógenos e regular a imunidade do hospedeiro. Segundo Saad (2010, p. 35) “a principal função antibacteriana desempenhada pela microbiota é o seu efeito de barreira, promovido pelos sítios de ligação celulares da mucosa que promove aderência e estimulação do sistema imune”.
Segundo o professor Rogério Graça, o sistema imunológico apresenta várias maneiras de manter uma relação simbionte com a microbiota intestinal e obter diversos benefícios para o hospedeio. “Essa comunicação permite que o sistema imunológico seja equilibrado, apresentando a mesma qualidade e quantidade de populações celulares do sistema imunológico de um indivíduo saudável (GRAÇA, 2020).
Entretanto, determinados hábitos como o demassiado uso de antibióticos e mudanças na dieta,podem trazer impactos negativos na relação entre o hospedeiro e sua microbiota. Esses hábitos são considerados importantes para explicar o recente aumento no aparecimento, por exemplo, de doenças autoimunes e doenças inflamatórias nas últimas décadas (GRAÇA, 2020).
4.2 DISBIOSE INTESTINAL
4.2.1 Definição e Características
Desde o nascimento e ao longo da vida, os indivíduos vivem em harmonia com as bactérias e os outros micro-organismos que encontram-se hospedados no intestino. Mas às vezes, a microbiota intestinal pode sofrer um desequilíbrio denominado disbiose.
Segundo Petersen e Roud (2014, p. 1025) disbiose é “qualquer alteração na composição das comunidades de comensais residentes em relação à comunidade encontrada em indivíduos saudáveis”. Para DeGruttolaet al. (2016, p. 1138) “a disbiose intestinal é uma alteração do equilíbrio da flora bacteriana intestinal, que envolve um conjunto de sintomas e distúrbios do aparelho gastrointestinal, tornando-se capaz de atingir outros órgãos”.
A disbiose intestinal se caracteriza por um maior desenvolvimento de microrganismos patógenos como: Candida, C. difficile, Clostridium, Pseudomonas, Citrobacterspp, Proteusspp e Enterococcus(STECHER, 2015).. Paralelamente ao aumento de agentes patogênicos, a colonização de agentes benéficos também passa por mudanças importantes, devido à diminuição expressiva de comensais como Lactobacillus e Bifidobacterium, levando então ao desequilíbrio da microbiota intestinal (BRUNO et. al., 2019).
Estudos surgidos nos últimos anos indicam que a composição da microbiota intestinal alterada, pode influenciar a susceptibilidade a doenças crônicas do trato intestinal, incluindo colite ulcerativa, doença de Crohn, doença celíaca e síndrome do intestino irritável, bem como doenças mais sistêmicas, como obesidade, diabetes tipo 1 e tipo 2. Além de ter um efeito substancial nos sistemas nervoso (DEL CESTIA, 2015; BURCELIN, 2016).
Dada a relação vital entre a microbiota e a função do intestino, é crucial que ela funcione normalmente para manter a imunidade equilibrada e a homeostase (ALMEIDA et al., 2009). Uma microbiota alterada pode promover o predomínio de bactérias nocivas, reduzir a barreira imunológica e consequentemente o risco de infecções oportunistas e alterações metabólicas (ANDRADE et al., 2015).
5.2.2 Fatores de Risco, Diagnóstico e Tratamento
Entre algumas das causas prováveis da disbiose estão: o uso indiscriminado fármacos, sobretudo os antibióticos; má alimentação, como, por exemplo, o consumo excessivo de alimentos processados; doenças consumptivas, como câncer e síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), estresse, idade, pH intestinal, disponibilidade de material fermentável e o estado imunológico do hospedeiro (SANTOS, 2010).
Para Antunes et al. (2007), o uso indiscriminado de antibióticos, principalmente os de amplo espectro, como ampicilina, amoxicilina, cefalosporina e clindamicina, podem ter implicações graves para o balanço da microbiota (particularmente sobre as bactérias benéficas), podendo também levar à diarreia em até 20% dos pacientes. Eles atingem as bactérias do intestino de forma ampla, o que beneficia, por exemplo, o aumento de fungos, que produzem toxinas que irritam diretamente a mucosa intestinal. “O aumento da permeabilidade intestinal favorece a absorção das toxinas pelo organismo. Outros fármacos envolvidos na causa da disbiose são os anti-inflamatórios hormonais e não hormonais, os anticoncepcionais orais e os laxantes” (SANTOS, 2010, p. 35).
Outro fator que pode contribuir para o aparecimento da disbiose é a alteração do pH intestinal ou a diminuição da produção de ácido clorídrico no estômago, permitindo que bactérias provenientes da alimentação e potencialmente patogênicas alcancem o epitélio intestinal. Os idosos e os pacientes diabéticos são os mais acometidos, por produzir menor quantidade de ácido clorídrico (MYERS, 2004; ALMEIDA et al., 2009). Alguns dos sintomas da disbiose são: desconforto intestinal, cólicas, dor, flatulência, irregularidades das fezes, redução de peso e mal-estar.
Além disso, como consequência de deficiências nutricionais causadas pela disbiose intestinal, por prejuízo à absorção, outros sintomas podem ser observados como:espasmos musculares (deficiência de magnésio); aumento do colesterol (déficit de cobre) e distúrbios emocionais (déficit de lítio). Por outro lado, o aumento da permeabilidade intestinal pode reduzir a capacidade de tolerância a toxinas diárias (OLSON, 2014; CORDEIRO et al., 2015).
Para o diagnóstico da disbiose intestinal a investigação através da análise dos sintomas, histórico de saúde e também por exames específicos .é fundamental. A anamnese vai questionar a respeito de histórico familiar, estresse, uso de medicamentos, uma investigação alimentar detalhada, entre outras. Após a coleta dessas informações, devem se juntar a elas os sintomas e sinais,
Segundo a Associação Brasileira de Nutrologia
o diagnóstico desse distúrbio é realizado pela investigação dos seguintes fatores: relatos de constipação crônica, flatulência e distensão abdominal; sintomas associados como fadiga, depressão ou mudanças de humor; culturas bacterianas fecais; exame clínico que revela abdome hipertimpânico e dor à palpação, especialmente no cólon descendente (ABRAN, 2022).
Estudos recentes têm apontado novas possibilidades para o diagnóstico da disbiose, mediante a aplicação de testes genéticos que permitem o mapeamento do perfil da microbiota intestinal para um conjunto selecionado de bactérias, possibilitando a identificação e a caracterização da disbiose. (CASÉN C, et al., 2015).
Uma ferramenta para verificar a saúde intestinal e que pode ser utilizada em casos de disbiose é a Escala de Bristol, que classifica as fezes humanas em 7 categorias, sendo capaz de identificar os diferentes quadros intestinais, desde a constipação até a diarréia. Já entre os exames pode ser citado a cultura do líquido jejunal, que vai determinar o tipo e quantidade de bactérias presentes no jejuno. (PANTOJA et al., 2019; ABRAN, 2022).
O tratamento da disbiose intestinal deve se basear na recuperação da simbiose total entre a microbiota e o organismo. Vários métodos foram estudados, como a utilização de antibióticos para selecionar as bactérias que devem ser mantidas no ecossistema intestinal. Mas, esse tratamento está se tornando menos frequente devido ao risco de aparecimento de resistentes aos antibióticos (NEUHANNIG et al., 2019).
Finalmente, nos casos onde a disbiose não pode ser resolvida após todas as tentativas possíveis, um transplante fecal é realizado (ou terapia fecal) que consiste em reintroduzir um ecossistema saudável (extraído de um indivíduo saudável) em pacientes doentes, para corrigir a disbiose e tratar infecções recorrentes por Clostridium difficile (SANTOS, 2010; THURSBYE; JUGE, 2017).
5.3 PADRÕES ALIMENTARES E A DISBIOSE INTESTINAL
O que o hospedeiro come afeta diretamente a microbiota intestinal e, consequentemente, a sua saúde. Uma alimentação não apropriada pode causar mudanças significativas na composição da MI e incentivar o desenvolvimento de espécies bacterianas oportunistas, que levam ao surgimento da disbiose intestinal. Segundo Sign e colaboradores (2017) as diferentes comunidades microbianas ao longo do trato gastrointestinal utilizam diretamente nutrientes e água para sua manutenção, além de extraírem energia através do uso metabólico de substratos não digeríveis ou não absorvidos da alimentação do hospedeiro.
A microbiota intestinal saudável desempenha um papel na digestão, metabolizando os macronutrientes indigestos, resultando em ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e outros compostos bioativos, que são produzidos pela fermentação dos nutrientes disponível no intestino por bactérias benéficas ou bifidobacteria. No padrão alimentar vegetariano, a ingestão de grandes quantidades de fibra resultam em aumento da produção de ácidos graxos de cadeia curta reduzindo o pH intestinal e dificultando a aderência e colonização de bactérias potencialmente patogênicas (POPKIN, 2017). Assim, determinados tipos de dietas favorecem o crescimento de bactérias intestinais benéficas, como a Mediterrânea, prebióticas (ricas em fibras) e probióticas (com base em lácteos e leites fermentados) favorecem o crescimento de bactérias intestinais benéficas (THURSBYE; JUGE, 2017)..
A alimentação é um fator fundamental para qualquer ser humano e pode afetar a sobrevivência e o metabolismo dessas bactérias, causando alterações no padrão de colonização bacteriana e gerando processos inflamatórios no organismo do indivíduo (DE FILIPPO et al. 2010).
Segundo Brown e colaboradores (2012) às mudanças na dieta podem explicar 57% da variação estrutural total na microbiota intestinal, enquanto as alterações na genética representaram somente 12%. Isso indicaria que a dieta tem um papel dominante na formação da microbiota e na mudança das populações bacterianas que a levam de saudável a uma “entidade indutora de doenças”.
Para Popkin (2017), a dieta ocidental — rica em açúcar, gorduras saturada, carboidratos simples, pobre em fibras alimentares e elevada em consumo de industrializados — contribui para o aparecimento da disbiose, propiciando alterações prejudiciais ao metabolismo do trato gastrointestinal do hospedeiro e a homeostase imunológica. Turnbaugh e colaboradores (2009) demonstraram em um estudo com camundongos alimentados inicialmente com uma dieta de baixo teor de gordura, a base de polissacarídeos vegetais, que foi depois modificada para uma dieta ocidental, que a microbiota intestinal dos animais passou a exibir um crescimento excessivo de firmicutes, incluindo clostridium inoculum, eubacterium dolichum, catenibacteriummitsuokai e enterococcus spp. Concomitante com a redução de bacteroides spp No quadro 1 é apresentado um resumo de disbiose induzida pela dieta.
Quadro 1 – Efeitos do padrão alimentar na microbiota intestinal. (Adaptado de BROWN et al., 2012.)
Padrão alimentar | Espécie | Efeito observado |
Alto teor de gordura | Bifidobacteria spp. | Diminuiuou ausente |
Alto teor de gordura e alto teor de açúcar | Clostridium innocuum, Catenibacteriummitsuokai e Enterococcus spp. | Aumentou |
Carboidrato reduzido | Bacteroidetes | Aumentou |
Com restrição calórica | Clostridium coccoides, Lactobacillus spp. and Bifidobacteria spp. | Diminuiu (crescimento impedido) |
Carboidratos Complexos | Mycobacterium avium subespécie paratuberculosis e Enterobacteriaceae | Diminuiu |
Açúcar refinado | C. difficile e C. perfringens | Aumentou |
Vegetariana | E. colli | Diminuiu |
Dentre os padrões alimentares mais estudados, a dieta mediterrânea (Med) tem se destacado. Essa dieta é um conjunto de hábitos alimentares das regiões mediterrâneas (13 países), com costumes adaptados de acordo com a cultura, origem étnica e religião. Entretanto, há uma série de características comuns entre eles.Existe uma dificuldade em se definir a Med devido às diferenças de hábitos alimentares entre os diversos países do Mediterrâneo. No entanto, a versão mais conhecida foi apresentada, na década de 1990, pelo Dr. Walter Willet, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard e um consenso científico tem sido considerado (SOUSA; GUIMARÃES, 2015).
Ela consiste em um elevado consumo de alimentos de origem vegetal (frutas, verduras, legumes, pães, e outros tipos de grãos e nozes); azeite de oliva como a principal fonte de ácidos graxos monoinsaturados (usado na culinária e molho de salada); baixa ingestão de gordura saturada; consumo acima da média de peixe, dependendo da proximidade do mar, como uma fonte de ácidos poliinsaturados ômega-3; de baixa a moderada ingestão de produtos lácteos (principalmente queijo e iogurte), aves domésticas e vinho (normalmente durante as refeições); baixa ingestão de carne vermelha e um máximo de quatro ovos por semana (SOLFRIZZI; PANZA, 2014; CORREIA et al., 2015).
Entre as décadas de 1950 e 1960 foram descritos pela primeira vez os benefícios do padrão Med ao se perceber que os países do sul da Europa apresentavam uma das maiores expectativas de vida em todo mundo e que as taxas de várias doenças crônicas estavam entre as mais baixas. Assim, os autores levantaram a hipótese de que este ótimo estado de saúde poderia estar relacionado a sua tradicional dieta (SOUSA; GUIMARÃES, 2015).Em 2013, a dieta tradicional mediterrânea (Med) foi reconhecida como um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultural (UNESCO) (SOUSA; GUIMARÃES, 2015).
A dieta mediterrânea é uma dieta nutricionalmente equilibrada, caracterizada pela ingestão, em quantidades e frequência elevadas, de importantes fontes de fibras (cereais, vegetais, leguminosas, frutas e nozes) e ingredientes químicos com propriedades antioxidantes (vitaminas, flavonóides, fitoesteróis, minerais, terpenos e fenóis) (CORREIA et. al., 2015).
Figura 3 – Pirâmide da dieta mediterrânea
Fonte: Correia et. al., 2015.
Além disso, altas proporções de ácido oleico, polifenóis e ácidos graxos insaturados conferem propriedades antiaterogênicas e anti-inflamatórias significativas. Mudança para uma dieta mediterrânea demonstra melhora nos biomarcadores de inflamação sérica, bem como seu perfil de expressão gênica (nutrigenômica), não apenas em indivíduos saudáveis, mas também em pacientes com obesidade, diabetes tipo 2 e doença de Crohn (CORREIA et. al., 2015; THURSBYE; JUGE, 2017).
Um estudo realizado por Di Renzo e colaboradores (2018) com pacientes que apresentavam disbiose, foram alimentados com dieta mediterrânea intercalada com com a dieta ocidental, por dois anos. Os autores observaram melhora com a dieta mediterrânea, embora apenas em parte, da disbiose. Os autores observaram também um aumento de bactérias do gêneros de Bifidobacterium protetora em relação ao câncer de cólon retal (CCR). Porém, a mudança para uma dieta de estilo ocidental, mostrou em duas semanas mudanças nas bactérias, com o aumento do tipo fusobacterium nucleatum, frequentemente presente no cólon de pacientes com CCR.
4.4 DISBIOSE E PROBIÓTICOS
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2018)define probióticos como micro-organismos vivos que, quando ingeridos em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Eles são microorganismos vivos, capazes de prevenir e controlar doenças principalmente gastrintestinais (MORAES et al., 2017).
O termo probiótico, junção do latim (pro= em favor de) e do grego (bios= vida), é uma palavra relativamente nova (o uso da na literatura científica data da década de 1990) que significa “a favor da vida” e atualmente é usado para designar bactérias que têm efeitos benéficos para humanos e animais (MORELLI, CAPURSO, 2012). A observação original do papel positivo desempenhado por algumas bactérias é atribuída a Eli Metchnikoff (1856-1916), que recebeu o Prêmio Nobel russo por seu trabalho no Instituto Pasteur no início do século XX. Na ocasião,afirmou que a dependência de micróbios intestinais em relação aos alimentos torna possível adotar medidas para modificar a flora do hospedeiro e substituir micróbios nocivos por micróbios úteis(BRASIL, 2014).
No Brasil, em 2003, através da Resolução RDC nº 323, de 10 de novembro, elaborada Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), definiu-se probiótico como “microrganismo que apresenta efeitos benéficos para o hospedeiro, promovendo o equilíbrio da microbiota normal” (BRASIL, 2003).
Para ser denominada como probiótico uma substância tem que atender a determinados critérios como: “ser de origem vegetal, pertencer a um conjunto de moléculas de grande complexidade, não sofrer processo de hidrólise por enzimas digestivas, não ser absorvida na parte superior do trato GI e fermentável por bactérias” (FERREIRA, 2014, p. 20).
Atualmente, os probióticos estão disponíveis em diferentes tipos de produtos. Podem ser consumidos sob a forma de suplementos alimentares em cápsulas ou sob a forma de produtos alimentares fermentados, como iogurtes, que permanecem um veículo por excelência para seu consumo. Outros produtos alimentares que incorporam probióticos também estão no mercado, tais como, bebidas lácteas, sucos de frutas e queijos. Esses produtos contêm uma ou mais cepas probióticas de diferentes gêneros e espécies (GANGNON, 2017).
As bifidobactérias, desde sua descoberta em 1899 como micróbios numericamente dominantes nas fezes de lactente,têm sido amplamente estudadas buscando verificar seu papel na modulação da microbiota intestinal, bem como seus outros benefícios potenciais para a saúde (ALMEIDA et al., 2021).Devido a isso, são frequentemente incorporadas em alimentos como culturas probióticas. Já os lactobacilos são bactérias gram-positivas, que dominam o intestino delgado, reduzem o pH intestinal e inibem a proliferação de agentes patogênicos. São organismos que possuem requisitos nutricionais complexos, geralmente característicos de cada espécie e metabolismo fermentativo produzindo ácido lático (WORLD GASTROENTEROLOGY ORGANISATION, 2017).
Tanto bifidobactérias, como os lactobacilos melhoram a microbiota do intestino e dificultam a proliferação de bactérias nocivas, o que auxilia no processo digestivo, inclusive na digestão da lactose nos casos de intolerância, além de fortalecer o sistema imunológico, prevenir constipação ou diarreia e melhorar a absorção de macro e micronutrientes (vitaminas e minerais). (KAILASAPATHY; CHIN, 2018).
5 CONCLUSÃO
As modificações intestinais observadas por fatores dietéticos, uso crônico de antibióticos e estilo de vida evidenciam o papel modulador da alimentação na microbiota intestinal.
Logo, uma microbiota equilibrada é fundamental para a saúde do hospedeiro e uma dieta saudável interage de forma benéfica com a microbiota intestinal. Dietas estabelecidas,como a mediterrânea e a ingestão de probióticos, têm se mostrado uma abordagem promissora e eficaz para manter ou restaurar a microbiota intestinal saudável. É importante ressaltar que esse padrão dietético deve ser mantido ao longo do tempo para a obtenção dos benefícios na microbiota intestinal
Existem evidências na literatura em relação a contribuição da microbiota intestinal desequilibrada para o aparecimento de várias doenças metabólicas. Contudo, novos estudos devem ser realizados para contribuir no avanço da fronteira da ciência estabelecida.
REFERÊNCIAS
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