DESAFIOS ENFRENTADOS POR ENFERMEIROS FRENTE À EXECUÇÃO E ADESÃO AO EXAME CITOPATOLÓGICO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7870929


Thamyres Maria Silva Barbosa1
Luangela Carla Lopes Soares2
Fiama dos Santos de Freitas Bessa Campos3
Edmara Mendes de Araújo4
Gilva Izidorio Carvalho5
Paloma Campos de Arruda6
Alexandre Maslinkiewicz7
Fernando Antônio Fernandes de Melo Júnior8
Carina Luzyan Nascimento Faturi9
Maria Edillayne de Assunção Silva10
Raissa Mayara da Silva Dantas11
Denise Espindola de Castro12
Sandra da Silva Calage13


RESUMO

OBJETIVO: identificar os principais problemas encontrados pelos profissionais enfermeiros na execução e adesão ao exame citopatológico na população feminina. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura. A pesquisa foi realizada por meio das bases de dados PubMED, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), INCA (Instituto Nacional do câncer), OPAS (Organização pan-americana de saúde) e mecanismo de busca do Google acadêmico, com a seleção de 11 artigos para compor o estudo. Os descritores utilizados foram: Exame citopatológico, câncer de colo de útero, adesão ao exame citopatológico, execução do exame citopatológico, desafios dos enfermeiros frente ao exame citopatológico e papiloma vírus humano. Os critérios de inclusão foram artigos em português e inglês, publicados entre os anos de 2015 a 2022 que se relacionam aos problemas enfrentados por profissionais enfermeiros em relação ao exame citopatológico. RESULTADOS: Os principais desafios encontrados pelos profissionais enfermeiros para a não adesão ao exame citopatológico é a falta de conhecimento da população  acerca de sua importância, como também as crenças estabelecidas em virtude da não humanização na sua execução, caracterizando-se em uma problemática de saúde pública. Além disso, a população que adere ao exame já está exposta a algum tipo de sintomas relacionados ao câncer de colo de útero (CCU), porém sem conhecimento das patologias que podem gerar danos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante do exposto, faz-se necessário ações em saúde que visem a promoção da saúde como também a educação da população feminina frente a importância do exame citopatológico e  a sua relação com o HPV. Além disso, a capacitação de profissionais para atuarem nessa área ainda se faz necessário, uma vez que profissionais desqualificados acarretam para o estabelecimento dos paradigmas já estabelecidos como medo e vergonha frente à realização do exame citopatológico. 

PALAVRAS-CHAVE: Enfermeiros, Exame citopatológico, HPV.

ABSTRACT

OBJECTIVE: to identify the main problems encountered by professional nurses in performing and adhering to cytopathological examination in the female population. METHODS: This is a systematic literature review. The research was carried out using the databases PubMED, VHL (Virtual Health Library), INCA (National Cancer Institute), PAHO (Pan American Health Organization) and Google academic search engine, with the selection of 11 articles to compose the study. The descriptors used were: cytopathological examination, cervical cancer, adherence to the cytopathological examination, execution of the cytopathological examination, challenges of nurses facing the cytopathological examination and human papilloma virus. Inclusion criteria were articles in Portuguese and English, published between the years 2015 to 2022 that relate to the problems faced by professional nurses in relation to cytopathological examination. RESULTS: The main challenges encountered by professional nurses for non-adherence to the cytopathological test is the lack of knowledge about its importance, as well as the findings due to the non-humanization in its execution, characterizing it as a public health problem. In addition, the population that adheres to the exam is already exposed to some type of symptoms related to cervical cancer (CC), but without knowledge of the pathologies that can cause damage. FINAL CONSIDERATIONS: Given the above, it is necessary to carry out health actions aimed at promoting health as well as educating the female population regarding the importance of cytopathological examination as well as its relationship with HPV. In addition, the training of professionals to work in this area is still necessary, since unqualified professionals lead to the establishment of already transpired paradigms such as fear and shame in the face of performing the Pap smear.

KEYWORDS: Nurses, Pap test, HPV.

INTRODUÇÃO

O câncer do colo uterino (CCU) é o terceiro tipo mais comum entre as mulheres, sendo que nos países da América Latina e no Caribe esta neoplasia causa anualmente 37,5 mil mortes, concentrando nesta região cerca de 89% do total das mortes pela doença. 90% dessas mortes em países de baixa e média renda. (OPAS, 2020). Em 2016, sua incidência no Brasil foi de 15,85 casos por cada 100.000 mulheres, representando, assim, um problema de saúde pública (SOUZA et al., 2018). 

Conforme estimativas do Instituto Nacional do Câncer  (INCA),  para  o  Brasil  foram previstos para o triênio  de 2020-2022  cerca de 16590  novos  casos  de  câncer  de câncer com  risco  estimado  de  15,43  casos  a  cada  100  mil  mulheres ( ANDRADE; BRUHM 2020).  Em regiões remotas, onde a cobertura de rastreamento é diminuída, essa situação se agrava ainda mais. Assim, dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2022) apontam que, por exemplo, em 2022, na região amazônica brasileira o índice da doença é de  até 31,71 casos para 100.000 mulheres.

A estrita relação entre câncer de colo do útero e HPV é bem estabelecida. A doença ocorre devido a infecção persistente por determinados subtipos do Papiloma vírus Humano , que é transmitido sexualmente. Estas as variações com alto potencial oncogênico foram detectadas em cerca de 70% dos carcinomas cervicais e são capazes provocar alterações intraepiteliais, no epitélio escamoso da ectocérvice ou do epitélio escamoso colunar do colo do útero (MARINHO; ESPINHEIRA; MARQUES, 2020).

Atualmente, a prevenção do câncer do colo uterino é amplamente difundida através do exame do PCCU, popularmente conhecido como exame do Papanicolau que visa detectar precocemente anomalias citológicas, como lesões pré-cancerígenas e cancerígenas do colo uterino. Esta técnica ainda constitui o método padrão para prevenção do câncer do colo do útero, sendo que o rastreamento de lesões pré-cancerosas em mulheres, seguido de tratamento, é uma intervenção custo-efetiva (OPAS, 2022)

O método se mostra válido, pois o câncer do colo do útero é precedido por período longo de doença pré-invasiva, chamada de neoplasia intraepitelial cervical (NIC). A NIC apresenta 3 graus (I, II e III), que se baseiam na proporção da espessura do tecido de revestimento do colo uterino que apresenta células maduras e diferenciadas. Os graus mais graves da NIC (II e III) mostram uma maior proporção da espessura do epitélio contendo células indiferenciadas. Quando há esta alteração, é mais provável a lesão progredir e resultar em um processo neoplásico verdadeiro (INCA, 2016). 

É recomendado que todas as mulheres realizem este exame citopatológico, iniciando-o preferencialmente 5-10 anos após iniciação da vida sexual, sendo recomendado para mulheres entre 25-64 anos que já tenham anteriormente iniciado a vida sexual. O intervalo entre os exames deve ser de três anos, após dois exames negativos e com intervalo anual. Para mulheres acima de 64 anos de idade, o exame deve ser suspenso caso tenham pelo menos dois exames consecutivos com resultado negativo nos últimos cinco anos (INCA 2018; OPAS, 2022).

Apesar de se tratar da forma mais eficaz de prevenção do Câncer de Colo do Útero, ainda há problemas na aceitação e adesão a este tipo de intervenção preventiva por parte do público-alvo. Esses obstáculos se dão em função dos padrões e hábitos culturais que ainda predominam no comportamento das mulheres.

Visto a importância do exame na detecção precoce e assim na redução da morbidade e mortalidade, é preciso entender esses fatores, para atingir uma maior cobertura da população-alvo e adesão. 

Ademais, o objetivo desse estudo é identificar as dificuldades encontradas pelos profissionais enfermeiros para a adesão e realização do exame citopatológico.

1 MÉTODOS

Com o intuito de alcançar o objetivo proposto foram utilizadas as seguintes etapas para a construção desta revisão sistemática de literatura; identificação do tema, sendo elaborado de acordo com sua relevância, seleção dos artigos utilizados com ênfase em referências bibliográficas que abordassem a importância do exame citopatológico, e quais os desafios que os profissionais enfermeiros enfrentam frente a sua adesão e execução. 

Os bancos de dados selecionados para o desenvolvimento deste estudo foram os suportes de pesquisas bibliotecas virtuais como: PubMED, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), INCA (Instituto Nacional do câncer), OPAS (Organização pan-americana de saúde) e mecanismo de busca do Google acadêmico. 

Para a pesquisa dos artigos foram utilizados os descritores em ciências da saúde (Decs), que se basearam no cruzamento do idioma português E inglês: Exame citopatológico AND câncer de colo de útero AND adesão ao exame citopatológico AND execução do exame citopatológico AND desafios dos enfermeiros frente ao exame citopatológico. AND papiloma vírus humano. 

Os critérios de inclusão utilizados foram a seleção de artigos em português e inglês, publicados nos últimos sete anos e que se relacionam aos problemas enfrentados por profissionais enfermeiros em relação ao exame citopatológico. Já nos critérios de exclusão não foram aceitos artigos com período inferior superior a sete anos, artigos repetidos, temáticas que não se relacionam ao tema proposto. 

2 RESULTADOS 

A partir da busca de dados, foram identificados 200 artigos na PubMed, dos quais foram retirados 199 após a aplicação dos filtros de busca totalizando 01 escolhido para leitura de título e resumo incluindo o mesmo para esse estudo tendo em vista que se adequa aos critérios de inclusão para compor esse artigo. Também foi realizada uma busca na BVS, com seleção inicial de 472 artigos.

Desses, 469, foram excluídos após a seleção dos artigos, sobrando 03 artigos para leitura dos títulos e resumos. Além desses, foram selecionado 500 artigos disponíveis no google acadêmico, dos quais foram retirados 476 pelos critérios de exclusão e selecionados 09 estudos para leitura.

Na OPAS, foram selecionados 2 estudos a partir dos critérios de inclusão, e no INCA foram selecionados os dados atuais sobre a temática do câncer de colo de útero , incluindo 3 dados. 

Diante disso, somando os artigos que atendem o critério de inclusão, forma selecionados 11 artigos que foram lidos e selecionados para participarem do estudo elencados de acordo com a temática exposta e os descritores. 

Figura 1: Fluxograma de identificação e seleção dos artigos nas bases de dados PubMed, biblioteca virtual em saúde, Organização pan-americana de saúde, Instituto Nacional do câncer, e Google acadêmico. 

FONTE: Autores, 2023

QUADRO 1- Artigos incluídos para compor essa revisão sistemática.

AUTOR/ANOTÍTULOPERIÓDICOOBJETIVO
PEIXOTO, et.al. 2020Adesão de mulheres ao exame papanicolau: uma revisão integrativaBrazilian Journal of health ReviewIdentificar a adesão de mulheres ao exame Papanicolau, descrita na literatura brasileira;Analisar a produção científica em relação à adesão de mulheres ao exame Papanicolau
SILVA, et.al. 2015Fatores relacionados a não adesão à realização do exame de PapanicolauRevista da rede de enfermagem do nordesteIdentificar motivos para a não adesão ao exame de papanicolau entre mulheres atendidas na atenção primária de saúde.
CERQUEIRA, et.al. 2022Controle do câncer do colo do útero na atenção primária à saúde em países sul-americanos: revisão sistemáticaNational library of medicineDescrever as estratégias para prevenção e controle do câncer do colo do útero (CCU) na atenção primária à saúde (APS) na América do Sul.
ANDRADE, et.al. 2020O envolvimento do Papilomavírus Humano no câncer do colo do útero: artigo de revisãoRevista Interdisciplinar em Ciências da Saúde e BiológicasRevisar na literatura a história da descoberta do envolvimento do HPV no câncer do colo do útero
INCA, 2022Instituto nacional do cancer Ministério da saúdeApresenta orientações para a detecção precoce do câncer do colo do útero, com as respectivas recomendações e diretrizes clínicas.
MACIEL, et.al 2021Busca ativa para aumento da adesão ao exame Papanicolau Rev enferm UFPE on lineDescrever a implantação da busca ativa de usuárias como estratégia para o aumento daadesão ao exame Papanicolaou
OLIVEIRA, et.al 2020Fatores associados à não adesão ao exameCitopatológico do colo uterino:Revista Saúde e DesenvolvimentoIdentificar os fatores associados à não realização doexame citopatológico do colo uterino
ANDRADE, et.al.2017Percepção dos enfermeiros da atenção básica à saúde do município deJeremoabo frente á resistência das mulheres na realização do exameCitopatológico de colo de úteroRevista Saúde em FocoDescrever a percepção dosEnfermeiros da atenção básica à saúde no município de jeremoabo frente à resistência das mulheres aoExame citopatológico de colo de útero
OLIVEIRA, et.al. 2019Atuação da enfermeira frente aos fatores que interferem na adesão de mulheres idosas ao exame de PapanicolauRevista enfermagem contemporânea Discutir a atuação da enfermeira frente aos fatores que interferem na adesão de mulheres idosas ao exame de Papanicolau.
CARNEIRO, 2020Fatores que influenciam na realização do exame Papanicolau:Revisão integrativa da literaturaRepositório institucional uniguaracaIdentificar a produção científica brasileira quanto aos fatoresque influenciam as mulheres na realização do exame Papanicolau.
SILVA, et.al. 2018Adesão das  mulheres  ao  exame  citopatológico  para prevenção do ccuCiência Plural Buscou-se  analisar  os  motivos,  na  visão  dos  enfermeiros,  os  quais  levam  as mulheres a realizarem o exame de prevenção contra o câncer cervico uterino.

FONTE: Autores, 2023

3 RESULTADO

Após a coleta dos artigos e leitura na íntegra, foram selecionados alguns tópicos para organização do estudo. As quais serão apresentadas em sequência.

3.1 Fatores relacionados a não adesão ao citopatológico e a sua execução

Dentre os artigos escolhidos para compor esse estudo, a maioria tratava sobre os problemas para a adesão do exame citopatológico mostrando-se assim, uma problemática de saúde pública. Visto que, o exame citopatológico é crucial para detectação e prevenção do câncer de colo de útero CCU, mostrando-se uma maneira eficaz para prevenção, apesar disso, alguns autores relatam sobre o não conhecimento das mulheres acerca do microorganismos que desencadeia o CCU, e como prevenir suas maneiras mais avançadas. (CARNEIRO, 2020)

Esse problema está relacionado à abordagem feita a população feminina nas unidades básicas de saúde, alguns estudos mostraram que os as consultas com os profissionais enfermeiros influenciam para a não realização do Papanicolau, tendo em vista que a abordagem realizada pelos mesmos necessitava de conhecimentos a cerca da temática e aderir a uma ausculta qualificada. 

Estudos comprovam que mulheres com baixa escolaridade, primíparas, com nível socioeconômico baixo, influenciam de forma significativa para o desenvolvimento do câncer de colo de útero, tendo em vista que a falta de informação acerca do agente causador do CCU, e suas consequências advindas, acarreta na baixa adesão ao exame o que dificulta as ações em saúde estabelecidas para esse público, desencadeando em consequências maiores como a descoberta da patologia de forma tardia.( ANDRADE, et.al. 2020)

Além disso, a abordagem dos profissionais enfermeiros influenciam de forma significativa para o comparecimento das mulheres às consultas agendadas nas unidades, que podem estar ligadas às vivências de forma negativa devido a atitudes de profissionais inadequadas. Outra razão pelas quais se encontra dificuldades está ligada às crenças de cada indivíduo, que estão ligadas a influência da geração de diversas faixas etárias, sendo associadas ao medo e vergonha. (OLIVEIRA, et.al. 2019)

Silva (2015) relata sobre a vergonha torna-se uma barreira essencial para a execução do exame, uma vez que a exposição do corpo durante o procedimento coloca a mulher em vulnerabilidade, na qual o seu corpo está exposto ao toque, manipulação e julgamento sobre o seu corpo, além da posição ginecológica que proporciona um desconforto ainda maior. O medo está associado às experiências já vivenciadas que influenciam de forma negativa para coleta. (SILVA; et.al. 2015) 

Diante do exposto, observa-se que a falta de conhecimento, abordagem desqualificada realizada por profissionais enfermeiros interfere de forma significativa na adesão ao exame citopatológico, tornando-se assim uma problemática de saúde pública. Nesse sentido, faz-se necessário a capacitação dos profissionais e ações de educação em saúde para conscientizar a  população feminina. 

3.2 Adesão ao exame citopatológico na população feminina 

Para que haja a adesão ao exame citopatológico na população feminina, são enfrentados alguns desafios já citados anteriormente. A literatura relata que as mulheres que aderem ao exame citopatológico estão expostas a alguns sinais e sintomas decorrentes dos CCU, mas, com pouco conhecimento acerca dessa temática, essa prática contribui para o aumento dos incidentes ocasionados pelo câncer de colo de útero. (PEIXOTO, et.al. 2020)

Tendo em vista que, quando o CCU, quando não está instalado não apresenta sintomas, esses fatores mostram o quão importante se torna a educação em saúde principalmente para populações mais carentes, uma vez que estão mais vulneráveis a esses problemas. Essas ações devem ser realizadas na atenção primária à saúde, pois está em contato direto com os indivíduos. 

Além disso, a adesão ao Papanicolau também está inserida em mulheres que conhecem sobre a importância da realização desse exame, e buscam as unidades de saúde espontaneamente para a sua realização. Esses princípios estão inseridos por uma educação em saúde de qualidade prestada por alguns profissionais enfermeiros, o que acarreta em uma boa aderência para realização do exame, dado que os danos serão minimizados precocemente. 

3.3 Desafios dos profissionais enfermeiros 

Diante dos fatos expostos na literatura, é notório o quão necessário se torna os profissionais de saúde especificamente o enfermeiro reconhecerem as fragilidades e anseios da população feminina frente ao exame citopatológico. Os profissionais enfermeiros são peças essenciais nesse processo, tendo em vista que a primeira abordagem a esse público dentro da atenção primária é realizada pelo enfermeiro. (OLIVEIRA, et.al. 2019)

Além disso, na atenção primária à saúde o profissional enfermeiro é o responsável pela realização do exame, cabendo ao mesmo realizar uma triagem do público junto com os agentes comunitários de saúde para averiguar a situação e quais as mulheres que não realizaram o exame na data adequada como também quem não voltou a realizar após o período recomendado. (CARNEIRO, 2020)

Um dos pontos que também merece destaque são as ações em saúde voltadas à importância do exame Papanicolau, como também ofertar o conhecimento sobre o CCU e quais os fatores que podem levar a essa patologia. O enfermeiro enquanto atuante da atenção primária deve quebrar os paradigmas expostos à população e incentivar a coleta do material. (ANDRADE, et.al.2017)

Nesse sentido, é possível identificar que o enfermeiro possui um papel fundamental para as práticas educativas que visem a redução dos índices do CCU, cabendo aos mesmos se capacitar para que os desafios encontrados possam ser minimizados. Essas ações educativas contribuem de forma significativa para a promoção, proteção e prevenção ao CCU, garantindo às mulheres uma melhor qualidade de vida.  

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, é evidente os desafios que os profissionais enfermeiros tem enfrentado na adesão e execução do exame citopatológico, esses problemas tem se tornado cada vez mais frequente, visto que a população feminina desconhece sobre a importância do exame citopatológico como também a relação do vírus HPV em seu organismo. Nesse sentido, faz-se necessário a criação de ações em saúde que visem ofertar o conhecimento e propagar a importância da realização do exame, conscientizando e educando  a população feminina acerca dessa temática.

Além disso, a capacitação de profissionais para atuarem nessa área ainda se faz necessário, uma vez que profissionais desqualificados acarretam para o estabelecimento dos paradigmas já estabelecidos como medo e vergonha frente a realização do exame citopatológico. Dessa forma, é necessário a capacitação dos profissionais enfermeiros para que atuem de forma qualificada, e humanizada visando a promoção, proteção e recuperação da população feminina. 

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Vera Regina Medeiros; BRUM, Juliane Oliveira. O envolvimento do Papilomavírus Humano no câncer do colo do útero: artigo de revisão. Revista Interdisciplinar em Ciências da Saúde e Biológicas, v. 4, n. 1, p. 67-75, 2020.

ANDRADE, Cleidiane Barros. Et.al. Percepção dos enfermeiros da atenção básica à saúde do município de Jeremoabo frente à resistência das mulheres na realização do exame Citopatológico de colo de útero. Revista Saúde em Foco – Edição nº 9 – Ano: 2017

CERQUEIRA, Raisa Santos, et al. Controle do câncer do colo do útero na atenção primária à saúde em países sul-americanos: revisão sistemática.  Revista Panamericana de Saúde Pública , vol. 46, agosto de 2022, p. 1. DOI. https://doi.org/10.26633/RPSP.2022.107.

CARNEIRO. Crisdaiane. Fatores que influenciam na realização do exame papanicolaou: Revisão integrativa da literatura. Centro universitário guairacá; Trabalho de conclusão de curso. 2020

INCA. Instituto Nacional do Câncer. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2ª Edição revista, ampliada e atualizada. – Rio de Janeiro: INCA, 2016, 159f. 

INCA. Instituto Nacional do Câncer. Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero no Brasil Sumário Executivo para a Atenção Básica. 2018. 

INCA. Instituto Nacional de Câncer. Dados e números sobre 

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MACIEL, Nathanael De Souza, et al. Busca ativa para aumento da adesão ao exame papanicolau. Revista de Enfermagem UFPE online , vol. 15, n. o 1, março de 2021. DOI. https://doi.org/10.5205/1981-8963.2021.245678.

MARINHO, Maria de Fátima Felix; ESPINHEIRA, Marcela Moraes D.’Andrea; MARQUES, Maiara Bernardes. Relação entre o HPV e o câncer de colo de útero: a importância do papanicolau como prevenção. Open Science Research IV, Editora Científica Eletrônica, vol.4, p. 1522-1533, 2022. 

OPAS. Organização Panamericana de Saúde. Câncer de colo do útero é 3º mais comum entre mulheres na América Latina e Caribe, mas pode ser prevenido. 2019.. 

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OLIVEIRA, Daniele Da Silva, et.al. Atuação da enfermeira frente aos fatores que interferem na adesão de mulheres idosas ao exame de Papanicolau. Revista Enfermagem Contemporânea , vol. 8, n. o 1, abril de 2019, pp. 87–93. DOI.org (Crossref) , https://doi.org/10.17267/2317-3378rec.v8i1.2155.

PEIXOTO, Hugo de Andrade; et.al. Adesão de mulheres ao exame papanicolau: uma revisão integrativa. Brazilian Journal of health Review, vol.3, n.06, 2020, pp. 19314–26. https://doi.org/10.34119/bjhrv3n6-311.

SOUSA P. D. L.; TAKIUTI, A.D.; BARACAT, E.C.; SORPRESO, I. C. E.; ABREU, L.C. Knowledge and acceptance of HPV vaccine among adolescents, parents and health professionals: construct development for collection and database composition. Journal of Human Growth and Develepment. 2018; vol., n.1, vol. 58-68, 2018. 

SILVA, Márcia Aparecida Dos Santos, et al. Fatores relacionados com a não adesão à realização do Papanicolaou. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, vol. 16, n. o 4, agosto de 2015, p. 532. DOI.https://doi.org/10.15253/2175-6783.2015000400010.

SILVA, Alexandre Bezerra, et al. Adesão das mulheres ao exame citopatológico para prevenção do câncer cervicouterino. Revista Ciência Plural, vol. 4, n.o 3, abril de 2019, pp. 69–81. DOI. https://doi.org/10.21680/2446-7286.2018v4n3ID17292.


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