CHALLENGES FACED BY HEALTH TEAMS THAT WORK IN THE COUNTRYSIDE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501060831
Mauricio Marques de Sousa1
Maria Luiza ferreira de Souza Gomes2
Sabrina Taires Brito3
Thaiza Cristina Tomaz Alves4
Kiev Henriques de Oliveira5
Marcela Mendes Negreiro de Sousa6
Kalyne Nóbrega de Araújo Aires7
Ivanderlânia Pereira Bezerra8
Ismaildo Caetano de Medeiros9
Orientadora: Profa Patricia Freires de Almeida10
Resumo
O acesso da equipe de saúde da família que atuam nas comunidades rurais e remotas geram uma certa dificuldade, afetando diretamente nos serviços prestados aos pacientes que residem nessas áreas, pois há uma alta dificuldade de fixar os profissionais nessas áreas de difícil acesso, pois o ambiente rural influência na estrutura dos serviços em saúde levando em conta de como os profissionais trabalham no cotidiano onde muitas vezes não consegue proporcionar o cuidado por escassez de instrutura física, questão cultural dos usuários, acesso difícil a localidade falta de instrumentos de trabalho, falha na comunicação e a telessaúde que é uma ferramenta crucial na APS, em virtude de tantos desafios alguns profissionais emitem um sentimento de precariedade nos cuidados de enfermagem, exaustão e estresse no trabalho. O objetivo do estudo contemplou discutir sobre os desafios enfrentados pelas equipes de saúde da família que atuam na zona rural. A pesquisa foi exploratória, com abordagem qualitativa descritiva que teve como campo de estudo as Unidades básicas de saúde das cidades de Cacimbas, Imaculada, Matureia e Patos localizadas no sertão da paraíba, com uma amostra que totalizou setenta e dois profissionais de saúde. Os dados foram submetidos a técnica de análise de conteúdo e a discussão realizada à luz da literatura pertinente. A pesquisa atendeu o objetivo proposto que foi investigar os desafios enfrentados pelas equipes de saúde que atuam na zona rural, no qual o método foi considerável, os profissionais através de suas respostas expressaram a necessidade de mais investimentos da parte dos os munícipios, construção de unidades âncoras nos sítios para assim abranger o princípio doutrinário do Sistema Único de Saúde a Universalidade, pois desse modo com um ponto fixo os usuários conseguem ter mais acesso aos serviços de saúde.
Palavras–chave: Atenção Primaria a Saúde. Estratégia Saúde da Família. Enfermeiro. Zona rural.
Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS) preconiza assegurar a nação brasileira o direito a saúde, por meio do amparo, do acesso e atendimento integral, levando em conta as diversas necessidades de diferentes grupos de comunidades visando diminuir as hostilidades na saúde. Entretanto o acesso da equipe de saúde a comunidades rurais e remotas geram uma certa dificuldade, afetando diretamente nos serviços prestados aos pacientes que residem nessas áreas (Brasil,1988).
A brandura a saúde da população rural é alvo de relevância mundial, uma vez que há uma alta dificuldade de fixar os profissionais nessas áreas de difícil acesso e deslocamento dificultando o encaminhamento da equipe de enfermagem, equipe de saúde bocal e usuários ao estabelecimento de saúde. Em virtude dessa consequência é necessário que os usuários da zona rural registrados no programa Estratégia Saúde da Família (PSF), transitem um longo percurso até os centros de referência da zona urbana (Almeida et al. 2021).
O Brasil é um país em grande expansão territorial e repleto de desigualdade, que acarreta diversas exposições a saúde e os mais vulneráveis são os moradores das áreas rurais cujas condições culturais, sociais são desfavoráveis a saúde como obstáculo para o avanço local, de estratégias que correspondem a organização da vida social do indivíduo, mas, a atenção primária a saúde (APS), favoreceu o acesso a uma qualidade de vida melhor nas menores e mais remotas áreas dos municípios, abrangendo muitas famílias pelo PSF. Mas ainda é comum suceder um quantitativo menor de profissionais e poucos recursos para os enfermeiros da atenção básica trabalharem (Giovanella, et al. 2021).
O Ministério da Saúde, através do PSF visa acompanhar o paciente desde a concepção até seu envelhecimento proporcionando o cuidado apropriado. Porém o enfermeiro da atenção primaria da zona rural muitas vezes não consegue proporcionar o cuidado por escassez de instrutura física, questão cultural dos usuários, acesso difícil a localidade falta de instrumentos de trabalho e falha na comunicação. A RAS, a Atenção Primaria, efetua o papel de coordenadora do cuidado prestado, pois ela compõe-se como um nível de atenção que representa como porta de entrada preferencial a todas as necessidades dos usuários do SUS, além de integrar atenção a outros níveis (Marin; Marchioli; Moracvick, 2013).
A ESF, foi criada com intuito de atender as condições enunciadas pela APS, sendo visível para modificar o modelo de atenção à saúde, tendo que atender de forma resolutiva boa parte das necessidades dos habitantes adscritos na região a começar com ações de prevenção, promoção em saúde, tratamento e recuperação. APS é uma dinâmica de trabalho diferenciada arrumadas pelas características próprias da ruralidade, e pelas dificuldades de o enfermeiro colocar em prática suas atribuições no cotidiano. A enfermagem compreende que para ter um acompanhamento e cuidado com as famílias rurais, torna-se necessário inteira-se de suas especificidades e conhecer os membros familiares que são opostos as famílias urbanas, porém o cenário rural é pouco explorado pelos profissionais da enfermagem e cometer científico assim reduzindo o número de artigos científicos publicados em todo território nacional (Brasil, 1988; Cardoso; Silva; Santos, 2021).
Diante do exposto questionou-se quais os desafios enfrentados pelas equipes de saúde da família que atuam na zona rural? A escolha dessa temática se deu em função da relevância desses profissionais na Atenção Primária a Saúde, que são pouco explorados cientificamente, contribuindo com o raciocínio acerca estes profissionais, possibilitando a elaboração de conhecimento sobre a realidade de forma contextualizada, ampliando a discussão e oferecendo uma nova referência ao meio acadêmico sobre estes profissionais da saúde. Pois são a condicionados a características próprias da ruralidade e a desafios enfrentados diariamente em sua jornada de trabalho na qual exige uma demanda cuidados específicos. Portanto, esse trabalho teve por objetivo esclarecer os desafios enfrentados pelas equipes de saúde da família que atuam na zona rural.
Metodologia
A pesquisa, do tipo exploratória, com abordagem qualitativa descritiva, concerniu com os princípios, religiosidade, representação, hábitos, atividades e opiniões que buscou a compreensão é o sentido da sociedade na vida e comportamento dos seres humanos, assim como o sentido do ato individual quando ela se traduz em ação coletiva. Teve como campo observacional as unidades de saúde das cidades de Cacimbas, Imaculada, Maturéia e Patos localizadas no sertão da Paraíba. A população foi composta por cento e trinta e três profissionais de saúde cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e a amostragem totalizou setenta e dois profissionais.
O instrumento de coleta foi um questionário com perguntas objetivas e subjetivas acerca do tema proposto. Após a aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética (CEP), foi realizado uma explicação aos profissionais sobre a pesquisa, assegurando os esclarecimentos necessários para o consentimento e de possíveis dúvidas referente á linguagem utilizada no questionário.
Os dados foram analisados conforme a análise do conteúdo, modalidade temática, e os resultados organizados em categorias. Para garantir o anonimato, os profissionais foram identificados através de abreviações da categoria. Todo o estudo foi amparado pelas RESOLUÇÕES n° 466/2012 e 510/2016 e 580/2018 do CNS/MS regulamentando os aspectos relacionados a Ética Envolvendo Estudos com Seres Humanos no qual foi aprovado pelo comitê de Ética tendo como n° do parecer 7.024.054 da Plataforma Brasil.
Resultados e discussão
A amostra composta por 72 profissionais de saúde e os dados foram analisados e classificados em tabelas e gráficos. Para melhor organização e compreensão da análise, os resultados foram divididos em 3 Categorias: categoria 1- dados sociodemográficos da amostra, categoria 2- acessibilidade, infraestrutura e insumos na percepção da equipe de saúde e categoria 3- sugestões ácerca de melhorias para atenção primária a saúde da zona rural.
Categoria 1- dados sociodemográficos da amostra
A categoria, traz a caracterização da amostra por meio dos dados sociodemográficos, onde podemos observar que a maior parte da coleta ocorreu nos municípios de Patos-PB com 25 (34,72%) das respostas e Cacimbas-PB com 23, correspondendo a 31,94% dos profissionais participantes. A faixa etária predominou acima dos 40 anos, totalizando 27 (34,5%) voluntários, com relação ao gênero, 57 (79,17%) são do sexo feminino. O estado civil que mais foi respondido foi solteiro com 33 (45,83%) das respostas. Se autodeclarou pardo 43 (43,72%). A renda de dois a três salários-mínimos, foi respondida por 43(58,33%) e 45 profissionais, totalizando 62,5% afirmou possuir apenas o ensino médio, o que confere com as respostas quanto a função onde 11(15,28%) são ACS, 23(31,94%) técnicos de enfermagem, sete (9,72%) técnico de saúde bucal e 4(5,56%) recepcionista. Nível superior ficou dividido em 12(16,67%) enfermeiros, sete (9,72%) dentistas e seis (5,56%) médicos. O tempo de serviço que mais prevaleceu foi acima de cinco anos com 28(38,89%) das respostas. O vínculo apontado pela maioria de 36(50%) foi contrato e 35 (4861%) respondeu ser efetivo.
Categoria 2 – acessibilidade, infraestrutura e insumos na percepção da equipe de saúde
Abaixo os gráficos relatam os dados obtidos e apurados da pesquisa em que expõe as fragilidades das regiões rurais. No gráfico 1 abaixo, 52 pessoas entrevistadas afirmaram que a prefeitura oferece transporte, 4 profissionais responderam que recebem auxílio transporte e há 16 entrevistados revelaram que não é oferecido transporte.
Gráfico1 – Meio de transporte para o trajeto até a UBS
Fonte: Dados da pesquisa, 2024.
Acerca dos dados obtidos acima, Garnelo (2018), alerta que o não oferecimento de trans- porte é uma barreira que dificulta o acesso, embora que os pontos âncoras tragam alguma faci- lidade, mas a continuação do cuidado pode ser prejudicada porque as tendenciosidades não decorrem apenas das distâncias percorridas, envolvem as questões sociais e o poder aquisitivo pode não ser a solução, uma vez que, em se tratando de localidades remotas, o auxílio transporte não garante que o profissional conseguirá chagar até o destino, pois este, dependerá de rotas estabelecidas e a aquisição do veículo próprio não é uma realidade financeira de alguns, devido o alto custo de manutenção.
Quando indagados sobre as estradas 18 profissionais consideraram as estradas de fácil acesso, 35 disseram ser de fácil acesso, porém com piora em períodos de chuva e 18 disseram ser ruim e piorando nesses períodos de chuva, uma pessoa não respondeu, como aponta o gráfico 2 abaixo:
Gráfico 2 – Classificação das estradas rurais
Para Lima et al. (2022), as condições geográficas são desafios constantes no deslocamento do profissional até sua Unidade Básica de Saúde, está situação piora nos dias chuvosos devido as estradas ficarem restritas, ocasionando deslizamentos e desencaminhamentos de veículos que seguem trajeto até a unidade de referência. Kulig et al. (2008) acrescenta o calor excessivo, ventos fortes, quebra de veículos entre outras particularidades próprias do ambiente, que associados a distância diária considerável entre a zona urbana até o PSF rural, são fatores limitantes para o desenvolvimento do processo de trabalho, o que segundo Giovanella et al. (2021) “são escassas as iniciativas de políticas públicas que consideram as especificidades de contextos desta natureza”. O gráfico 3 abaixo aponta o tempo médio gasto pelos profissionais até os seus postos:
Gráfico 3 – Tempo gasto no deslocamento até a UBS
Fonte: Dados da pesquisa, 2024
Os dados acima (Gráfico 3), trazem o tempo médio gastos pelos profissionais no trajeto até seus postos de trabalho. Para 54 profissionais, o percurso é feito em menos de 1 hora, 11 gastam em torno de 1 hora a 1 hora e 30 minutos, 4 disseram gastar de 1 hora e 30 minutos a 2 horas e 3 funcionários responderam que o tempo de deslocamento supera as 2 horas. A superação da distância entre as residências rurais e a equipe multidisciplinar em saúde da famí- lia, segundo Pessoa, Almeida e Carneiro (2018), é um grande desafio para a garantia da promo- ção e prevenção em saúde da população rural, pois, pois a longa rota, conta com uma dinâmica cotidiana que vai além do deslocamento do centro urbano até o trabalho, uma vez que o trans- porte não é de uso individual, mas sim para toda a equipe da Estratégia Saúde da Família, desse modo fazendo uma nova maneira de locomoção.
Nesse contexto, foi perguntado o quanto cansativo eles classificam este trajeto até as comunidades rurais, onde 19 pessoas abordadas relataram que o percurso é muito cansativo e 28 pessoas um pouco cansativo que por consequência se materializa em cansaço físico, dores físicas, problemas de saúde e posições incomodas e ações repetitivas, mas para 22 indivíduos a percurso não é cansativo, tr. A carga horária excessiva diária exercida em especial do enfermeiro é desgaste fisicamente, como demostra o gráfico 2 abaixo, que segundo Ammi et al. (2017), a equipe de saúde consegue reduzir esse desgaste físico dividindo as atividades cotidianas entre os membros da equipe contudo proporcionando um bom relacionamento entre os membros de trabalho, pois dessa maneira nenhum funcionário fica exausto.
Foi perguntado sobre a carga horária trabalhada e 34 dos entrevistados trabalham 8 horas diárias obrigatórias, 22 dos abordados 6 horas diárias e 16 deles trabalham até 13:00 horas da tarde. Segundo a Lei nº 13.467, de 2017 a duração do trabalho é de oito horas diárias totalizando quarenta horas semanais. O profissional deve estar ciente que o tempo consumido pelo subordinado desde seu domicílio até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu regresso, desloca-se ou por algum meio de transporte, inclusive suprido pelo empregador, não será calculado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador (Brasil, 2017).
O gráfico 4 apresenta três perguntas aos profissionais, a primeira especula quanto a folga dos profissionais nos cinco dias úteis da semana, 47 dos entrevistados responderam que não tem folga, enquanto 22 afirmou que folga uma vez por semana, três deles não respondeu. Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a equipe de enfermagem não tem folga durante a semana, pois a jornada de trabalho inicia-se a partir das oito horas da manhã até cinco horas da tarde de segunda-feira a sexta-feira totalizando uma carga horária de 40 horas semanais. Assim sendo acaso algum membro da equipe de enfermagem precise se ausentar ou faltar deverá comunicar a chefia com antecedência, pois precisa da autorização prévia, caso contrário sua remuneração poderá diminuir segundo a disciplina interna do local e normas da Consolidação das Leis do Trabalho (DECISÃO COFEN No 0196/2013, 2013).
A segunda pergunta do gráfico 4 questiona os participantes quanto a infraestrutura das unidades, onde para 49 dos entrevistados relatam que há estrutura física, 19 discordaram alegando ausência de infraestrutura e quatro não respondeu. Na terceira questão sobre os insumos da Atenção Primária da Zona Rural, 49 afirmaram que há insumos disponíveis enquanto 20 responderam que os insumos são insuficientes, três não respondeu. D’Ambruoso et al. (2019) encontrou outro resultado em seu estudo ende infraestrutura e insumos foi classificado como desabastecimento, eles chamam atenção para falta de preservação e escassez de equipamentos para consultas cotidianas, desse modo as Unidades Básicas de Saúde não conseguem ofertar a resolutividade do problema do usuário, assim o referenciando a unidade de atendimento urbana.
Gráfico 4 – Questões do instrumento de coleta acerca de folga, estrutura física e insumos
Fonte: Dados da pesquisa, 2024.
Quando os profissionais foram perguntados sobre a informatização da UBS em que trabalham, a maioria afirmou possuir informatização, porém para 15% dos questionários avaliados da zona rural de patos e 5% da cidade de Maturéia, demostraram que as unidades não são informatizadas, desse modo “Impossibilita o atendimento, visto que usamos os prontuários eletrônicos.” A implementação da tecnologia permite a qualificação da assistência aumentando a eficiência e eficácia dos serviços, mas “A falta de registro eletrônico dificulta o acompanhamento da história dos pacientes e a comunicação entre os profissionais.”
O Ministério da Saúde pensando na cobertura universal em saúde lança o Programa Informatiza APS que faz parte da Estratégia Saúde digital, o Conecte-SUS que é uma ferramenta auxiliadora no atendimento, pois através desse aplicativo o usuário consegue ter acesso a dados de seu prontuário clínico assim o profissional agiliza suas atividades manipulando o prontuário eletrônico do cidadão (PEC), nas Unidades Básicas de Saúde permitindo resultados satisfatórios com diminuição significativa de erros, desse modo proporcionando ao cidadão atendimento rápido e de qualidade. O PEC amplia a oferta de cuidados integrados e contínuo nas localidades rurais (Ribeiro, et.al, 2018).
Os benefícios do uso das tecnologias são apontados pela facilidade, resolubilidade na organização do trabalho, além de constituir em banco de dados com fontes seguras para acesso a prontuários de pacientes, facilitando o atendimento. Em termos de cronograma, a adoção de soluções digitais é cada vez mais vantajoso, cômoda e conveniente, tanto para os atendimentos como para a clientela (Tanbeer; Sykes, 2021).
Categoria 3- melhorias para atenção primária a saúde da zona rural
Foi perguntado qual o maior desafio na percepção dos profissionais da zona rural, onde de acordo com 42 profissionais a principal demanda é a falta de transporte, para 15 a dificuldade maior seria a falta de estrutura física, a falta de tecnologias e manutenção dos equipamentos foi citado por 14 servidores e a falta de comunicação foi citada por uma pessoa, como pode ser observado no quadro 1 abaixo:
Quadro 1 – Percepção dos profissionais da zona rural acerca dos desafios enfrentados
Principais respostas | “Falta de transportes para deslocamentos.” |
“Falta de tecnologias.” | |
“Alta demanda.” | |
“Instrutura física inadequada.” | |
“Promover saúde.” | |
“Manutenção dos equipamentos.” | |
“Falta de comunicação entre equipes e gestores.” |
Fonte: Dados da pesquisa, 2023.
Corroborando com as respostas acima, Mendes et al. (2020) ressalta que na maioria de todos os países, a realidade é que boa parte dos profissionais que atuam na zona rural, enfrentam desafios com dificuldade de transportes e a comunicação, além da desigualdade na distribuição de profissionais de saúde.
A última pergunta do instrumento de coleta provocava os servidores citarem melhorias para o atendimento na zona rural. O quadro 2 abaixo mostra as falas dos profissionais de saúde quando questionados sobre sugestões para melhorar o atendimento nas regiões rurais. Entre as respostas, 34 delas foi direcionada para aquisição de um transporte próprio para a equipe. Para 20 profissionais, a melhor sugestão seria na estrutura física com a construção de unidades e/ou reformas para adaptar as UBS e 5 profissionais optou pela ampliação da equipe.
Quadro 2 – Melhorias propostas pelos profissionais
Principais respostas | Transporte fixo para equipe |
Levar toda equipe a zona rural | |
Construção de Unidades âncoras | |
Ter internet para os atendimentos na zona rural | |
Melhorar a instrutura física | |
Ampliação da equipe multiprofissional, com mais especialidades, fisioterapeuta, cardiologista, nutricionista, |
Fonte: Dados da pesquisa, 2024.
Para atender as muitas demandas da região e ofertar serviço de qualidade possibilitando descolamentos e visitas de profissionais, Menegat e Witt (2018) ressaltam que, para isto. Para ele, é preciso investir na qualificação dos profissionais, a fim de aperfeiçoar seus conhecimentos, além de tentar ofertar serviços com equipe multidisciplinar e implementar o Telessaúde para acesso a um serviço especializado e de qualidade, mesmo em áreas remotas.
Considerações finais
A pesquisa atendeu o proposto que foi investigar os desafios enfrentados pelas equipes de saúde que atuam na zona rural, no qual o método foi considerável, assim atendendo o objetivo do estudo. Ficou evidente a falta de estrutura, especialmente na questão do translado e toda locomoção da equipe na área, com ênfase maior para o transporte.
Neste contexto, entende-se que, é fundamental que a Equipe Estratégia Saúde da Família tenha um automóvel próprio da unidade para deslocamentos, para assim evitar o desgaste físico com a espera de transportes ou com a falta dele, para que assim os profissionais conseguirem trabalhar com qualidade e conforto necessário.
Espera-se, portanto, que este estudo forneça dados que incentivem mais pesquisas para discutir esta temática a fim de sensibilizar as autoridades a investirem mais na construção de unidades âncoras nos sítios, no transporte e informatização, para assim abranger o princípio doutrinário do Sistema Único de Saúde a Universalidade, pois desse modo com um ponto fixo os usuários conseguem ter mais acesso aos serviços de saúde.
Referências
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1 Acadêmico de enfermagem, pelo Centro Universitário Planalto do Distrito Federal UNIPLAN, Patos-PB.
2 Acadêmica de enfermagem, pelo Centro Universitário Planalto do Distrito Federal UNIPLAN, Patos-PB.
3 Acadêmica de enfermagem, pelo Centro Universitário Planalto do Distrito Federal UNIPLAN, Patos-PB.
4 Acadêmica de enfermagem, pelo Centro Universitário Planalto do Distrito Federal UNIPLAN, Patos-PB.
5 Enfermeira, graduada pelas Faculdades Integradas de Patos. Professora do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal UNIPLAN Patos PB E-mail: Kievhenriques40@gmail.com.
6 Enfermeira graduada pelas Faculdades Integradas de Patos. Professora do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal UNIPLAN Patos PB E-mail: marcela.vitor.diego@gmail.com.
7 Graduada em Enfermagem, Esp. em Urgência, Emergência e UTI (Faculdade Cleber Leite/Santo André-SP). Email: kalynearaujo@hotmail.com.
8 Acadêmica de enfermagem, pelo Centro Universitário Planalto do Distrito Federal UNIPLAN, Patos-PB.
9 Acadêmico de enfermagem, pelo Centro Universitário Planalto do Distrito Federal UNIPLAN, Patos-PB.
10 Enfermeira, graduada pelo Centro Universitário (UNIFIP). Docente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal UNIPLAN, Patos-PB. Pós-graduação em Saúde da Família, Urgência emergência e UTI (UNIFIP/Patos-PB), Auditoria em Serviços de Saúde e Saúde Pública com ênfase em Vigilância em Saúde (FaHol/Curitiba-PR). Email: patriciafreires46@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000- 0002-1361-2685