DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: UMA REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA

CHALLENGES AND PERSPECTIVES IN NURSING PERFORMANCE IN THE PREVENTION OF CERVICAL CANCER: AN NARRATIVE REVIEW OF THE LITERATURE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10872320


Daliane Nunes de Andrade Rodrigues1
Aline dos Santos Queiroz2
Ângela Gomes Nogueira2
Camila Nogueira Dias da Silva2
Elizônia Alves da Silva Brito2
Lucilia Pereira Ferreira2
Nayara Mendes Silva Macedo2
Tiana Alves dos Reis Lima2
Halline Cardoso Jurema3


Resumo

O Câncer do Colo do Útero (CCU) permanece como um desafio significativo para a saúde pública no Brasil, representando uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre as mulheres. Logo, o objetivo da pesquisa foi discorrer sobre a atuação da enfermagem na prevenção do CCU no Brasil, identificando desafios e perspectivas para aprimorar as práticas preventivas. Foi realizada uma Revisão Narrativa da Literatura, de método descritivo exploratório, levantamento bibliográfico online nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde, que abrangeu a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e a Biblioteca Virtual em Saúde Enfermagem. A busca ocorreu ao longo dos meses de dezembro de 2023 e março de 2024. Inicialmente, foram encontrados 543 estudos, após aplicado o filtro de texto completo, restaram 456 referências. Ao serem aplicados os filtros do recorte temporal e dos idiomas, sobraram 87 artigos. Por fim, após serem excluídas as pesquisas duplicadas e que não atendiam ao objetivo da pesquisa, restaram 15 artigos que nortearam o desenvolvimento da revisão. A partir dos resultados alcançados conclui-se que a complexidade das desigualdades socioeconômicas e educacionais identificadas no estudo destaca a necessidade de abordagens mais inclusivas e sensíveis às disparidades regionais. A enfermagem desempenha um papel central na promoção da equidade em saúde, e compreender as nuances dessas desigualdades é fundamental para desenvolver estratégias eficazes de prevenção. Além disso, a análise das barreiras culturais e educacionais destaca a importância da adaptação das práticas de enfermagem às especificidades culturais das comunidades, reconhecendo e respeitando suas crenças e valores.

Palavras-chave: Câncer de Colo de Útero. Atuação da Enfermagem. Prevenção. Desafios. Perspectivas.

1 INTRODUÇÃO

O Câncer do Colo do Útero (CCU) permanece como um desafio significativo para a saúde pública no Brasil, representando uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre as mulheres. Apesar dos avanços em saúde, a incidência desse tipo de câncer ressalta a necessidade contínua de estratégias eficazes de prevenção. Nesse contexto, a atuação da enfermagem desempenha um papel central na promoção de práticas preventivas e na implementação de intervenções que visam reduzir a carga dessa doença na população feminina (AUGUSTE, 2021). 

A enfermagem, como agente primordial nos cuidados de saúde, está na linha de frente para enfrentar os desafios associados à prevenção do CCU. Em um país marcado por diversidades socioeconômicas, culturais e estruturais, compreender como a enfermagem enfrenta esses obstáculos e, ao mesmo tempo, capitalizar as oportunidades é essencial para o desenvolvimento de estratégias efetivas e adaptadas à realidade brasileira. 

A atuação da enfermagem na prevenção do CCU é multifacetada e vai desde a educação em saúde até a execução de exames preventivos. Contudo, as desigualdades no acesso a serviços de saúde, as barreiras culturais e educacionais e as limitações da infraestrutura de saúde constituem obstáculos que demandam uma abordagem específica e direcionada. 

O CCU permanece como uma preocupação de saúde pública no Brasil, sendo a segunda neoplasia mais comum entre as mulheres. A atuação da enfermagem na prevenção desse tipo de câncer é vital, no entanto, diversos desafios impactam sua eficácia. Desigualdades socioeconômicas evidenciam disparidades no acesso aos serviços de saúde, levando a atrasos no diagnóstico e tratamento. 

Além disso, barreiras culturais e educacionais podem resultar em baixa adesão a práticas preventivas, contribuindo para a persistência do problema. A infraestrutura de saúde brasileira, marcada por deficiências em algumas regiões, amplifica essas dificuldades. Diante deste cenário, surgiu a necessidade de investigar como a enfermagem pode superar tais desafios, promovendo estratégias inclusivas e eficazes de prevenção do CCU, especialmente em face das particularidades socioeconômicas e culturais brasileiras. 

Sendo assim, como base no exposto, foram elencados os seguintes questionamentos: Como as desigualdades socioeconômicas afetam o acesso e a adesão a práticas preventivas? Quais estratégias a enfermagem tem empregado para superar barreiras culturais e educacionais na promoção da prevenção? 

A enfermagem, como protagonista nos cuidados de saúde primários, desempenha um papel crucial na prevenção do CCU. No entanto, para otimizar essa atuação, é imperativo compreender as barreiras socioeconômicas, culturais e estruturais que podem impactar negativamente a eficácia das intervenções. 

As desigualdades sociais, especialmente no acesso a serviços de saúde, destacam-se como fatores que perpetuam disparidades nos índices de CCU. Aprofundar a análise dessas desigualdades permitirá a identificação de áreas específicas que demandam intervenções focalizadas, visando reduzir a lacuna existente no acesso a práticas preventivas. 

A compreensão das barreiras culturais e educacionais é crucial, uma vez que esses elementos desempenham um papel significativo na adesão a práticas preventivas. A investigação dessas barreiras proporcionará insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias de conscientização culturalmente sensíveis, promovendo a participação ativa da comunidade na prevenção do CCU.

Logo, o objetivo da pesquisa foi discorrer sobre a atuação da enfermagem na prevenção do CCU no Brasil, identificando desafios e perspectivas para aprimorar as práticas preventivas.

2 METODOLOGIA 

Trata-se de uma Revisão Narrativa da Literatura, de método descritivo exploratório, que relaciona e agrega resultados e contextos diversos sobre tal temática (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011). Dessa forma, buscou-se descrever a realidade através de artigos publicados. 

Portanto, foi realizado um levantamento bibliográfico online nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) que abrangeu a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e a Biblioteca Virtual em Saúde Enfermagem (BDENF), sendo a busca guiada pelas palavras-chave: “câncer de colo de útero”, “atuação da enfermagem”, “prevenção”, “desafios e perspectivas”.

Foram incluídos na pesquisa os artigos disponíveis em texto completo em forma gratuita; publicados no período entre os anos 2014 e 2024, nos idiomas português e inglês. Foram excluídos os estudos duplicados nas bases de dados, as pesquisas fora do lapso temporal estabelecido, em outros idiomas e que não atendiam ao objetivo da pesquisa.

Os dados foram analisados após a leitura e releitura dos artigos selecionados, sendo elencadas categorias em comum. Esta pesquisa não necessitou ser encaminhada ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), por não se tratar de um estudo envolvendo intervenções em seres humanos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 

A busca ocorreu ao longo dos meses de dezembro de 2023 e março de 2024. Iniciada a busca pelos artigos, foram encontrados 543 estudos, após aplicado o filtro de texto completo, restaram 456 referências. Ao serem aplicados os filtros do recorte temporal e dos idiomas, sobraram 87 artigos. Por fim, após serem excluídas as pesquisas duplicadas e que não atendiam ao objetivo da pesquisa, restaram 15 artigos que nortearam o desenvolvimento da revisão.

3.1 Impacto das desigualdades socioeconômicas no acesso à prevenção do Câncer do Colo do Útero

O interesse crescente na literatura científica recai sobre o impacto das desigualdades socioeconômicas no acesso aos serviços de saúde preventiva, especialmente no que diz respeito ao câncer do colo do útero. Estudos indicam que mulheres pertencentes a estratos socioeconômicos mais desfavorecidos se deparam com obstáculos significativos, contribuindo para disparidades no diagnóstico e tratamento dessa doença.

A escassez de recursos financeiros frequentemente impede o acesso a exames de rastreamento, como o Papanicolau, e a acompanhamento regular, resultando em diagnósticos tardios e prognósticos menos favoráveis para mulheres em situação socioeconômica vulnerável (Bray et al., 2018). 

Além disso, evidências apontam que as disparidades socioeconômicas não se restringem apenas ao acesso físico aos serviços de saúde, mas também englobam aspectos como educação e conscientização sobre a importância da prevenção do câncer do colo do útero. Mulheres com menor nível educacional tendem a possuir menor entendimento dos métodos preventivos disponíveis, o que contribui para a resistência à adesão a práticas preventivas e aumenta a probabilidade de diagnósticos em estágios avançados (Aoyama et al., 2019). 

A literatura também discute o papel da infraestrutura de saúde na perpetuação dessas desigualdades. Em áreas com recursos limitados, a falta de instalações adequadas, profissionais de saúde capacitados e programas de prevenção eficazes acentua as disparidades, resultando em uma oferta de serviços de saúde abaixo do necessário para a prevenção e tratamento adequados do câncer do colo do útero (Lima; Lima, 2018).

Para lidar com essas disparidades, é necessário compreender abrangentemente os determinantes sociais que influenciam a saúde da mulher, além de implementar estratégias direcionadas que considerem a diversidade das condições socioeconômicas no Brasil.

3.2 Barreiras culturais e educacionais na adesão às práticas preventivas do câncer do colo do útero

É crucial entender as barreiras culturais e educacionais para avaliar a adesão às práticas preventivas contra o câncer do colo do útero. A literatura ressalta que as percepções culturais profundamente arraigadas e o nível educacional desempenham papéis fundamentais na formação dos comportamentos relacionados à prevenção desta neoplasia.

Estudos têm mostrado que as crenças culturais em torno da sexualidade e do corpo podem afetar diretamente a disposição das mulheres em buscar medidas preventivas. Questões como estigma, tabus culturais e a ausência de diálogo aberto sobre saúde reprodutiva podem criar uma barreira significativa, desencorajando mulheres de determinadas comunidades a participarem de programas de prevenção (Misael et al., 2019).

Além disso, a literatura enfatiza que o nível educacional está intimamente ligado à adesão às práticas preventivas. Mulheres com menor escolaridade enfrentam desafios na compreensão das informações sobre prevenção, na tomada de decisões relacionadas à saúde e na busca por cuidados regulares, o que contribui para taxas mais altas de diagnósticos em estágios avançados (Bezerra et al., 2021).

Uma abordagem culturalmente sensível e a educação em saúde são cruciais para superar essas barreiras. Intervenções que reconhecem e respeitam as crenças culturais das comunidades-alvo têm demonstrado maior eficácia na promoção da prevenção do câncer do colo do útero (Garland et al., 2016).

Além disso, estratégias educacionais que levam em conta a diversidade de níveis educacionais, utilizando abordagens claras e acessíveis, são cruciais para aumentar a conscientização e a compreensão sobre a prevenção (Maia et al., 2018). A implementação de estratégias culturalmente adaptadas e educacionais, juntamente com uma abordagem inclusiva e sensível às diversidades, é fundamental para promover uma participação mais ampla e efetiva das mulheres em programas de prevenção.

3.3 Avaliação da infraestrutura de saúde brasileira e seus impactos na implementação de programas preventivos de enfermagem em regiões com recursos limitados

A infraestrutura de saúde no Brasil desempenha um papel crucial na implementação bem-sucedida de programas preventivos, especialmente aqueles voltados para a prevenção do câncer do colo do útero. A literatura existente destaca uma série de desafios que afetam diretamente a capacidade da enfermagem em fornecer serviços preventivos eficazes, principalmente em regiões com recursos limitados.

Estudos apontam deficiências significativas na infraestrutura de saúde brasileira, sendo mais acentuadas em áreas remotas e economicamente desfavorecidas. A falta de instalações adequadas, escassez de profissionais de saúde qualificados e limitações nos recursos financeiros comprometem a oferta de serviços preventivos de qualidade, resultando em lacunas no acesso a exames de rastreamento e atrasos no diagnóstico (Lima et al., 2022).

A descentralização do sistema de saúde no Brasil também é criticada, afetando a coordenação e eficácia dos programas preventivos. A falta de integração entre os diferentes níveis de atendimento, somada à insuficiência de investimentos em capacitação profissional e em tecnologias de saúde, dificulta a implementação efetiva de estratégias de prevenção do câncer do colo do útero (Peuker et al., 2017).

Além disso, as barreiras logísticas, como transporte dificultado e falta de infraestrutura básica, também surgem como desafios prementes. Esses fatores podem impedir que mulheres em regiões remotas participem regularmente de programas de prevenção, exacerbando as disparidades no acesso e adesão aos cuidados preventivos (Brito-Marcelino et al., 2020).

A literatura sugere que estratégias para fortalecer a infraestrutura de saúde, como investimentos em capacitação profissional, melhoria na infraestrutura física e promoção de sistemas de informação integrados, são cruciais para superar essas deficiências. A implementação de modelos de atendimento inovadores, como equipes de saúde da família, também pode desempenhar um papel vital na promoção da prevenção em áreas com recursos limitados (Lopes et al., 2021). Compreender essas deficiências é fundamental para informar intervenções e políticas direcionadas, visando criar um sistema de saúde mais resiliente e acessível, especialmente nas áreas mais necessitadas do país. 

3.4 Estratégias educacionais e de conscientização na promoção da participação comunitária na prevenção do câncer do colo do útero pela enfermagem

A promoção da participação ativa da comunidade na prevenção do câncer do colo do útero é grandemente influenciada pela implementação de estratégias educacionais e de conscientização. A literatura revisada ressalta a importância dessas abordagens, propondo métodos eficazes para superar as barreiras identificadas.

Pesquisas evidenciam que a falta de compreensão e conscientização sobre a relevância da prevenção do câncer do colo do útero está frequentemente ligada a níveis mais baixos de adesão às práticas preventivas. Estratégias educacionais que visam aprimorar a literacia em saúde, esclarecendo conceitos relacionados à prevenção e promovendo uma compreensão mais ampla sobre a doença, têm se mostrado eficazes na melhoria dos índices de participação (Costa et al., 2017).

A enfermagem desempenha um papel crucial nesse contexto, atuando como facilitadora da educação em saúde. Intervenções que envolvem enfermeiros em atividades de sensibilização, como palestras educativas, workshops comunitários e campanhas de conscientização, têm demonstrado ser eficazes na disseminação de informações sobre a prevenção do câncer do colo do útero (Campos et al., 2017).

A literatura também destaca a importância de abordar as particularidades culturais ao desenvolver estratégias educacionais. Adaptar as mensagens e os métodos de entrega para refletir as crenças e valores culturais das comunidades-alvo é essencial para garantir a aceitação e eficácia das intervenções (Brasil, 2020).

Além disso, a utilização de mídias sociais e tecnologias de informação emergiu como uma ferramenta poderosa na disseminação de mensagens preventivas. Campanhas online, aplicativos educativos e plataformas de telemedicina são meios inovadores que podem alcançar uma audiência mais ampla, especialmente em áreas geograficamente dispersas (Machado et al., 2017). O envolvimento ativo da enfermagem, aliado à adaptação cultural e à integração de tecnologias modernas, oferece uma abordagem abrangente para superar as barreiras identificadas.

3.5 Tecnologias inovadoras na prática de enfermagem para facilitar o acesso a serviços de prevenção em áreas geograficamente remotas

A introdução de tecnologias inovadoras na prática de enfermagem, especialmente a telemedicina, emerge como uma estratégia promissora para superar as barreiras de acesso aos serviços de prevenção, sobretudo em áreas geograficamente remotas. A literatura revisada destaca as oportunidades e conveniências oferecidas por essas tecnologias, evidenciando seu potencial transformador na promoção da saúde.

Estudos ressaltam que a telemedicina desempenha um papel crucial na prevenção do câncer do colo do útero, possibilitando consultas virtuais, monitoramento remoto e até mesmo a realização de exames preventivos à distância. Tais práticas têm o potencial de reduzir consideravelmente as disparidades no acesso aos serviços de prevenção, assegurando atendimento de qualidade em regiões onde a infraestrutura de saúde é limitada (Machado et al., 2017).

A capacidade da telemedicina em oferecer orientação educacional à distância também é enfatizada na literatura. Programas de conscientização, treinamentos sobre práticas preventivas e sessões informativas podem ser conduzidos virtualmente, alcançando comunidades remotas que, de outra forma, teriam acesso limitado a esses recursos educativos (Silva et al., 2014).

A integração de aplicativos e plataformas digitais na prática de enfermagem também emerge como uma ferramenta eficaz para monitorar e incentivar a adesão a práticas preventivas. Lembretes automatizados, rastreamento de resultados de exames e interações virtuais podem aumentar a participação da comunidade, mesmo em locais distantes, contribuindo para uma abordagem mais proativa na prevenção do câncer do colo do útero (Silva et al., 2022).

Apesar dos benefícios evidentes, a literatura também aponta desafios associados à implementação da telemedicina, como a necessidade de infraestrutura tecnológica confiável, treinamento adequado para profissionais de saúde e garantia da privacidade dos dados. No entanto, os estudos indicam que, com a superação desses desafios, a telemedicina apresenta um potencial significativo para transformar a prestação de serviços de prevenção em áreas remotas. Ademais, a incorporação de tecnologias inovadoras, como a telemedicina, na prática de enfermagem oferece possibilidades promissoras para facilitar o acesso a serviços de prevenção, especialmente em áreas geograficamente remotas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A complexidade das desigualdades socioeconômicas e educacionais destacadas no estudo ressalta a necessidade de abordagens mais inclusivas e sensíveis às disparidades regionais. A enfermagem desempenha um papel central na promoção da equidade em saúde, sendo fundamental compreender as nuances dessas desigualdades para desenvolver estratégias eficazes de prevenção. Além disso, a análise das barreiras culturais e educacionais destaca a importância de adaptar as práticas de enfermagem às especificidades culturais das comunidades, reconhecendo e respeitando suas crenças e valores.

A avaliação da infraestrutura de saúde evidencia a necessidade urgente de investimentos e melhorias para garantir a efetividade dos programas preventivos de enfermagem. A escassez de recursos em determinadas áreas pode comprometer o acesso aos serviços de saúde, tornando imperativo que políticas públicas abordem essas lacunas de maneira prioritária. Por fim, as estratégias educacionais e o papel das tecnologias inovadoras emergem como pontos-chave para superar as barreiras identificadas, destacando a importância do constante aprimoramento dos profissionais de enfermagem e a incorporação de abordagens tecnológicas para otimizar a eficácia das intervenções preventivas.

Diante dos desafios evidenciados, as considerações finais desta pesquisa apontam para a necessidade de um enfoque multidimensional na atuação da enfermagem na prevenção do câncer do colo do útero. As futuras pesquisas devem se concentrar na implementação e avaliação de intervenções específicas que abordem as desigualdades socioeconômicas, barreiras culturais e deficiências na infraestrutura de saúde. Além disso, a exploração contínua de estratégias educacionais inovadoras e o uso de tecnologias para superar as barreiras identificadas são essenciais para avançar na eficácia das práticas preventivas.

Conclui-se que a enfermagem desempenha um papel central na prevenção do câncer do colo do útero e ressalta a importância de abordagens abrangentes e adaptáveis. A superação dos desafios identificados nesta pesquisa demanda esforços contínuos, colaborativos e baseados em evidências, visando melhorar a efetividade das práticas preventivas e, por conseguinte, contribuir significativamente para a promoção da saúde da população.

REFERÊNCIAS

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1 Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (UNIPLAN), Campus de Gurupi (TO), e-mail: dalianenunes@hotmail.com
2 Discentes do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (UNIPLAN), Campus de Gurupi (TO).
3 Docente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (UNIPLAN), Campus de Gurupi (TO), e-mail: profa.hallinejurema@gmail.com