REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202409161530
Fernando Do Nascimento Moller1
Patricia Mesquita Dos Santos Do Nascimento2
RESUMO
Este artigo é resultado de uma pesquisa realizada com professores do ensino regular em escolas do Município de Belém no Estado do Pará, com o objetivo analisar os desafios e experiências docentes da educação básica no que refere- se ao processo de inclusão dos alunos surdos. A metodologia utilizada consiste em uma coleta de dados realizada por meio de questionário do google forms. Em que, os professores responderam sobre questões relacionadas às práticas de ensino utilizadas para esse aluno em sala de aula, assim como perguntas sobre cursos de formação e também sobre as dificuldades que os professsores encontram para ministrar aulas no sentido inclusivas voltadas para surdos. Como aporte teórico foram utilizadas as pesquisas dos autores: QUADROS; KARNOPP (2004),as autoras versam sobre a Educação Bilingue para os Surdos, Mantoan (2003) , como base a Educação Inclusiva ,Schneider (2006) e Cunha (1989),que abordam questões sobre a formação dos professores como diferencial para o ensino.A discussão que a pesquisa propõe é de suma importância para avaliar o processo de inclusão destes alunos no ensino regular da educação básica,bem como entender os reais motivos pelos quais os professores encontram tanta dificuldade em realizar um trabalho inclusivo na sua rotina de trabalho nas aulas de Língua Portuguesa. Os resultados mostraram que está dificuldade esta relacionada a falta de tempo e também pela falta de cursos de formação especifico na educação inclusiva.
Palavras-chave: Educação inclusiva; Professor; Desafios; Experiências
ABSTRAT
This article is the result of a research carried out with regular school teachers in schools in the Municipality of Belém in the State of Pará, with the objective of analyzing the challenges and experiences of teachers in basic education with regard to the process of inclusion of deaf students. The methodology used consists of data collection carried out through a google forms questionnaire. In which, the teachers answered questions related to the teaching practices used for this student in the classroom, as well as questions about training courses and also about the difficulties that teachers find to teach inclusive classes aimed at the deaf. As a theoretical contribution, the research of the authors was used: QUADROS; KARNOPP (2004), the authors deal with Bilingual Education for the Deaf, Mantoan (2003), as a basis for Inclusive Education, Schneider (2006) and Cunha (1989), which address issues about teacher training as a differential for the.
Keywords: Inclusive education; Teacher; Challenges; Experiences.
1 INTRODUÇÃO
Em se tratando de Inclusão quero compartilhar com os leitores deste artigo um pouco da minha vivência como professora Bilíngue no municípios de Castanhal – Belém, no decorrer desta pesquisa,Vale ressaltar que este trabalho tem como foco principal os desafios e experiências de docentes do componente curricular Língua Portuguesa que atuam em Escolas Regulares de Ensino no município de Belém para incluir alunos surdos neste ambiente escolar, pois percebe-se é que ainda encontramos muitas dificuldades no âmbito inclusivo,no entanto, no mundo atual avanços significativos estão mudando esta realidade para que contemple todos os surdos na idade educacional.
Partindo da premissa que o aluno surdo tem especificidade própria que é uma percepção gestual- visual e por isso dentro do contexto escolar é necessário que o professor ressignifique sua forma de ensinar. Diante desta prerrogativa, o docente necessita adequar-se à especificidade desses alunos que aprendem de forma diferente,comunicando-se por intermédio das mãos,utilizando-se da linguagem gestual visual. Desta maneira, é preciso repensar as práticas tradicionais de ensino e pensar em práticas pedagógicas que alcancem este anulado.
De modo geral, as Leis que amparam o cidadão com deficiência auditiva estão na legislação brasileira e precisam ser respeitadas para que de fato a inclusão ocorra dentro das nossas escolas, mas não como forma de penalidade para nossos gestores, órgãos escolares e sim como respeito e democracia aos cidadãos que aprendem de uma forma diferente aos dos ditos ¨normais¨.
Esta pesquisa direciona-se a professores da Educação básica dos anos finais a fim de entender o porquê do não fazer diferente no quesito ensino em relação ao discente surdo, que em sua maioria trazem consigo currículos tradicionais3, que diante do contexto educacional inclusivo se deparam com grandes desafios em sala de aula como, por exemplo, alunos surdos em classe regulares de ensino.
Schneider (2006), descreve que a postura dos professores frente aos alunos surdos traduz a segregação que existe nas escolas, em geral, os mesmos são excluídos de todos os processos que ocorrem em sala de aula como, por exemplo, os trabalhos em grupos, exposições orais e até mesmo não conseguem acompanhar os conteúdos ministrados.
Diante desta assertiva sobre a postura do professor, notou-se o tema/problema para esta pesquisa: Diante de alguns questionamentos: como os professores de língua portuguesa planejam suas aulas no ensino regular quando tem alunos surdos na classe com o objetivo analisar os desafios e experiências destes docentes diante dos discentes surdos.
A coleta de dados foi realizada por meio de questionário com oito (07) perguntas de múltiplas escolhas e tres (03) perguntas dissertativas, foi realizada através da plataforma google forms direcionadas para professores de escolas públicas do ensino regular na região metropolitana de Belém. Não há interferência dos pesquisadores, a pesquisa tem uma abordagem qualitativa, porque há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre a subjetividade do sujeito e a realidade é quantitativa, pois traz uma investigação do questionamentos desta pesquisa através de gráficos e os dados levantados serão analisados e apresentados em forma objetiva.
Desta maneira, vale ressaltar que a relação professor-aluno, na busca da afetividade e do diálogo como forma de construção do espaço escolar; em especial, quando se trata de aluno com deficiência auditiva, traz à tona algumas questões relevantes: a importância do professor como elo transmissor de conhecimento; o aspecto sugestivo e de criticidade no esclarecimento do real papel do professor neste ambiente socialmente diverso. Nesse sentido, é relevante pensar que a importância do professor de língua portuguesa na construção do conhecimento para o aluno surdo é fundamental, especialmente quando se trata do ensino da escrita. A língua portuguesa, sendo a língua oficial do Brasil, é o principal meio de comunicação na sociedade, e a escrita é uma habilidade essencial para a inclusão social e acadêmica do aluno surdo.
2 DESAFIOS E EXPERIÊNCIAS DOS DOCENTES COM DISCENTES SURDOS
Os desafios dos profissionais da educação são incontestáveis, vão desde a falta de estrutura, da desvalorização financeira, da dificuldade de conseguir aporte psicológico,a escassez de recursos didáticos, da falta de comprometimento da família do aluno perante a escola. Esses fatores dificultam o seu desempenho em sala de aula para compartilhar os saberes pertinentes ao seu componente curricular. Alguns educadores, diariamente, deparam-se com convergências de fatores que fazem com que o mesmo tenha uma percepção negativa no ofício de ensinar (PERÇANHA, 2019).
Diante de, o docente precisa lidar com várias diferenças em sala de aula é comum a diferença que traz consigo um grande desafio que é um outro idioma dentro de um mesmo ambiente de ensino a ¨Libras¨. Desta maneira, o professor precisa mudar sua postura perante um aluno que aprende de forma diferente. Isso significa considerar suas singularidades de inteligência, elaborar estratégias que possibilitem construir um novo sentido para que os indivíduos surdos possam aprender de forma análoga ao do ouvinte.
3 DISCUSSÕES E RESULTADOS DOS DADOS COLETADOS
Diante do cenário já exposto, elaborou-se um questionário na plataforma google forms, direcionados a uma amostragem de dez professores que lecionamLíngua Portuguesa de escolas públicas de Belém, para a análise dos dados coletados, as respostas foram divididas em duas categorias:1-Perguntas e Gráficos quantitativos das respostas dos professores, 2-Perguntas e Análises das respostas discursivas sobre as dificuldades para desenvolver o trabalho Docente; Desafios e Experiências em sala e se a inclusão deste aluno acontece de fato em sala de aula. Com relação às análises, os professores serão identificados pela numeração de um a dez. seguem as perguntas do questionário e suas análises de acordo com a divisão em categorias, a saber:
1 – Você tem conhecimento do Decreto n°5.626, de 22 de dezembro de 2005, que dispõe sobre a Língua de Sinais e do apoio à capacitação e formação de profissionais da Educação para o uso da Libras e sua tradução e interpretação em sala de aula
2- Em algum momento na sua profissão você teve contato com alunos surdos em sua sala de aula? Quantos?
O gráfico das questões 1 e 2 estão relacionados a percepção e conhecimento do professor regente do que é inclusão, o primeiro gráfico indica que cem por cento dos profissionais que participaram da coletas de dados responderam que estão cientes do Decreto n°5.626,de 22 de dezembro de 2005, assim como,que a Língua de Sinais fazem parte da cultura do indivíduo surdo. Na 2ª pergunta, ressalta ainda mais que os professores alvo desta pesquisa tiveram contato com no mínimo um aluno surdo no decorrer da sua prática de docência,sendo assim,enfatizaram a importância dos cursos de formação para professores e com o componente Libras inserido.
3 – Você em algum momento pensou em aprender Libras para agregar em seu conhecimento e na sua prática pedagógica em sala de aula?
4-Você já participou de algum curso de formação continuada com foco na Educação Especial? Qual?
5-Você costuma buscar informações e orientações que lhe auxiliem a aprimorar a sua prática pedagógica com seus alunos surdos?
As perguntas 3,4 e 5,estão relacionadas ao interesse do profissional de educação no fazer inclusivo em suas aulas e os gráficos acima apontam um resultados positivos , em que ,mais de cincoenta por cento dos professores já repensarem suas práticas pedagógicas e estão procurando especializar-se para contemplar os alunos surdos em suas aulas, com curso básico de Libras e trinta por cento estão em um nível mais avançado no que se refere a Língua de Sinais e que cem por cento dos profissionais entrevistados têm no seu currículo algum curso de inclusão, desta maneira percebe-se que o profissionais de sala de aula estão se sensibilizando a nova realidade inclusiva.
Segundo Mantoan (2003), ressalta que é importante posicionar o trabalho educacional em meio às necessidades de inovações em que perpassa o ensino brasileiro. É inegável que os velhos paradigmas, presentes no mundo moderno estão sendo discutidos e que a matéria prima da educação está se readaptando a uma nova estrutura organizacional como propõe a educação inclusiva. Ademais, a política de intervenção estabelece a participação integral para alunos surdos em todas as atividades de acordo com suas especificidades, através do Atendimento Educacional Especializado (AEE),na escola regular de ensino.
6–Como você avalia o apoio que recebe da equipe gestora da Escola e da Secretaria de Educação para desenvolver o seu trabalho com a turma que tem alunos Surdos?
Diante do resultado dos dados coletados desta pergunta percebe-se que tanto os professores de sala, bem como os gestores, ainda estão se adaptando a esta nova forma de inclusão e que aos poucos o corpo docente e o sistema educacional estão se adequando ao meio de ensinar com equidade. E em se tratando do aluno surdo,hoje existem Leis que garantem o seus direitos relacionados a educação , como versa a Lei nº 14.191/21:
Art.60: Entende-se por educação bilíngue de surdos, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida em Língua Brasileira de Sinais (Libras), como primeira língua, e em português escrito, como segunda língua, em escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues de surdos, escolas comuns ou em polos de educação bilíngue de surdos, para educandos surdos, surdo cegos, com deficiência auditiva sinalizastes, surdos com altas habilidades ou superlotação ou com outras deficiências associadas, optantes pela modalidade de educação bilíngue de surdos.(BRASIL.2021)
7-Você com o professor regente considera que seus alunos surdos estão de fato incluídos dentro da sala de aula?
Este gráfico contém dados bem interessantes, pois retrata a realidade escolar que ainda caminha em passos lentos, e que a maioria dos professores responderam que estes alunos surdos não estão de fato inclusos em sala de aula, possivelmente é a realidade das escolas que eles trabalham, os vinte por cento dos entrevistados sinalizaram que seus alunos estão de fato incluídos provavelmente é uma outra realidade a que buscamos para todos os alunos que precisam de um ensino bilíngue e os trinta por cento dos entrevistados responderam que em partes estes alunos são atendidos de fato, suponhamos que este professor levou em consideração o Atendimento Educacional Especializado (AEE) e para finalizar dez por cento não souberam responder.
A partir destes dados permito-me expor um pouco da experiência como Professora Bilíngue, em uma realidade diferente do Local onde esta pesquisa foi realizada. Como servidora do Município de Castanhal , atendo um aluno surdo, no 9º do Ensino Fundamental de uma Escola Pública Municipal, acompanho o referido aluno em todas as disciplinas explico para ele os conteúdos ministrados na Língua Materna ( L1 ) do aluno e também é necessário adaptar as atividades de sala e as provas, a escola na medida do possível fornece os materiais e recursos que preciso, os professores também reconhecem a especificidade do aluno e procuram da melhor maneira socializar para que o aluno se sinta parte do ambiente escolar, o aluno também é atendido no contraturno pelos es especialistas do AEE e o município conta com um núcleo de Educação Especializada chamado CEES. Sintome honrada por fazer parte deste processo de transformação e externo minha esperança que este modelo de Educação Inclusiva chegará em um futuro não tão distante, conforme dita a Lei 14.191/21:
§1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio educacional especializado, como o atendimento educacional especializado bilíngue, para atender às especificidades linguísticas dos estudantes surdos.
§ 2º A oferta de educação bilíngue de surdos terá início ao zero ano, na educação infantil, e se estenderá ao longo da vida.
8-Quais as principais dificuldades que você encontra no processo de inclusão de alunos surdos?
Perguntas sobre as principais dificuldades encontradas no processo de inclusão, nove dos dez professores entrevistados responderam que :
Um professor fez o seguinte relato: ¨Acesso a inclusão é sempre um desafio, em razão da falta de acesso ao ensino e a formação continuada¨ e seguindo com a mesma preocupação, outro professor reitero que é preciso de cursos de capacitação de profissionais que atendam a este público, afirmando que estas são as causas de tanta dificuldades.
Continuando, quatro professores deixam subentendidos em suas respostas que sabem Libras e tem domínio de classe perante aos alunos surdos, sendo que dois professores se queixam que na maioria das vezes o aluno com surdez que chegam na sala de aula, ainda não tiveram contato com a Libras, por falta de aceitação da família e/ou apoio. Segundo Sá (2006), 96% dos alunos surdos são filhos de pais ouvintes , não sabem Libras e nem a língua Portuguesa da forma escrita. Os demais externam o seu descontentamento pela falta de apoio da equipe escolar.
Ademais, demonstraram o interesse em fazer parte deste mundo inclusivo, mas enquanto não chegam a fluência na libras, relatam que seria importantíssimo a presença de um intérprete tradutor em sala até que os mesmos adquiram autonomia diante deste aluno surdo.
1- Na sua opinião qual o maior problema que o professor enfrenta em sala de aula com alunos surdos e o porquê do professor ter resistência no ¨fazer diferente¨?
Os desafios dos professores são muitos e em se tratando do aluno surdo estes desafios só aumentam, seguindo com os relatos dos professores, sete deles narraram que os maiores problemas são: A falta do conhecimento em libras e a sua fluência, a falta de ter uma preparação, ou seja, uma formação continuada, a falta de recursos que capacitem o professor em ministrar uma boa aula, comunicação e carga horária, pouco suporte para melhor atendê-los, tirar dúvidas e promover a finalidade da aula, que é ensinar e trocar conhecimentos. Ademais, trago na íntegra a fala de três professores por entender a sua relevância para este trabalho, a saber:
Professor(a) 8: ¨Quando é apenas o regente na turma com alunos surdos e não surdos fica muito desafiador atender esses dois grupos. O ideal é ter o auxílio de intérprete. Mas quando não tem, o professor tem resistência em fazer um trabalho diferente pra atender porque na maioria das vezes falta capacitação pra isso¨. É inegável que a dificuldade existem e que é preciso buscar formação por conta propria, sair da nossa zona de conforto ainda é um grande paradigma no âmbito da Educação, mas, em geral, além de ser especializar ou até mesmo procurar um curso rápido em meio a tecnologia de hoje, é preciso se conscientizar que este novo fará diferença na vida dos nossos alunos que precisam de um olhar mais atento.
Professor(a) 9: ¨O maior desafio é atuar a ponto de atender a todos com qualidade. A ideia da inclusão de fato não vejo existir, penso que a indiferença já ocorreu em ambos os lados da classe, dos surdos e não surdos. Discursos e campanhas não atuantes, no chão da escola, não mudarão uma realidade empobrecida de crescimento, conhecimento e empatia para nossos discentes. Não vejo resistência em fazer diferente, pelo contrário, traz uma energia grandiosa a minha docência, mas sinto-me desprovida de amparo, pois o discurso “morto” da Secretaria de Educação não nos traz o tempo e espaço devido aos estudos para melhorar nossa prática¨.
Professor(a) 10: ¨A maioria dos professores não sabem a Libras e não procuram aprender para desenvolver estratégias para ensinar o surdo, também não sabem criar material pedagógico com imagem e seus contextos e os cursos de licenciaturas em Libras ainda não estão preparados para forma professores qualificados em ensinar,nem Libras como primeira língua natural do surdoe nem o português como segunda língua na forma escrita,muitos materiais são criados,porém não são divulgados e com isso a Libras vai ficando para depois, outro fator importante é a libras como ensino desde da primeira infância, até o ensino superior ¨.
Conclui-se, que com base na pesquisa quantitativa noventa por cento dos professores entrevistados já participaram de algum curso direcionado ao ensino de Libras.
Diante desta afirmativa, percebe-se que mesmo sendo um direito estabelecido por leis, muitos professores ainda não têm acesso a cursos de formação continuada para educação especial no do Estado do Pará, ora pela omissão dos órgãos responsáveis pelo departamento educacional ,seja pela falta de tempo, ou pela falta de interesse próprio. Entende-se que um professor sozinho no ambiente escolar não alcançará o avanço de uma escola totalmente inclusiva.
Para Coll; Marchesi; Palacios (2004), adverte sobre ¨a formação do professor e suas competências são fundamentais para o atendimento às necessidades especiais dos alunos¨. A formação dos professores são condições necessárias para que se produzam práticas integradoras positivas na escola, sendo assim, é preciso que os professores trabalhem em conjunto, não atribuindo esta responsabilidade apenas ao professor especializado em educação especial.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
O termo inclusão está em ascensão fala-se muito sobre escola inclusiva, mas o que realmente percebe-se é que essa educação tão ¨justa¨ caminha em passos lentos, por isso é necessário para que a inclusão de fato aconteça seja favorável e eficiente para as duas faces da inclusão. Ao analisar os desafios e experiências docentes da educação básica refere-se ao processo de inclusão de alunos surdos no ensino regular, nos deparamos com uma realidade que vai desde falta de compromisso de alguns professores com relação ao anulado com especificidade visual espacial, até as camadas superiores que negligenciam condições para que o profissional tenha o devido suporte para trabalhar de maneira inclusiva.
Entende- se que não basta apenas matricular este aluno surdo em uma escola regular para que a escola receba o titulo de inclusiva, pois vai mais além do que mero registro de matricula é preciso que a escola se adapte a este anulado com deficiência auditivo,utilizando-se de todos os recursos visuais e pedagógicos possíveis para ensiná- lo.
Segundo ressalta Carvalho; Silva (2014),“[…] escola regular precisa dispor de recursos que tornem possíveis o processo de inclusão, acesso à língua de sinais, materiais concretos e visuais, orientação de professores de educação especial, salas e recursos”.
Conclui-se que os dez professores entrevistados noventa por cento pensam com carinho na educação para todos ,não na educação igualitária, mas na educação com equidade, na qual pode- se gerir possibilidade para que todos aprendam.
3 São os conhecimentos e valores sociais acumulados pelas gerações adultas e repassados ao aluno como verdades. As matérias de estudo visam preparar o aluno para a vida, são determinadas pela sociedade e ordenadas na legislação. Os conteúdos são separados da experiência do aluno e das realidades sociais.
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1 Mestre em Letras (área de concentração: Estudos Literários) pela Universidade Federal do Pará. Especialista em Educação e graduadon em Licenciatura Plena em Letras com habilitação em Português e Inglês pela Escola Superior Madre Celeste (2007); Graduada em Letras/Libras pela Universidade Federal do Pará (UFPA) Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência eTecnologia do Pará.
Email:fernando.moller@ifpa.edu.br:http://lattes.cnpq.br/8147423181165898//https//orcid.or g/0 000-0002-4721-3287
2 Especialista em Docência no Ensino de Libras pela Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ),Graduada em Licenciatura em Letras- Língua Portuguesa pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Estado do Pará (IFPA). Ingressante no curso de Especialização em Linguagem e Arte na Formação Docente do IFPA. Email: patricianascimento.pn83@gmail.com:HTTPS://lattes.cnpq.br/0902779620483140//https://o rcid.org/0000-0002-63684310 de Língua Portuguesa. Os resultados mostraram que está dificuldade esta relacionada a falta de tempo e também pela falta de cursos de formação especifico na educação inclusiva.