DESAFIOS DA ENGENHARIA DIANTE AO CENÁRIO NACIONAL DE ENCHENTES E DESLIZAMENTOS DE TERRA

THE CHALLENGES OF ENGINEERING IN THE NATIONAL SCENARIO OF FLASH FLOODS AND LANDSLIDES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8195689


Alan de Sá Borges¹


RESUMO

A Engenharia Civil apresenta através deste trabalho um estudo do tema de desastres naturais provocados pela soma da água à terra, especificamente em relação às enxurradas, erosões e deslizamentos de terra, obtendo-se soluções para a segurança da população em geral que atualmente vem sofrendo estes tipos de catástrofes. Portanto, realizou-se uma revisão de literatura composta pelos conceitos, causas e prevenções dos infortúnios em questão, estabelecendo-se os perigos de residir inadequadamente em encostas e áreas alagadiças, como também analisar os efeitos negativos do impacto da chuva em terrenos inclinados e a saturação do solo provocada pela infiltração da água quando desprovido de vegetação. Sendo que, após este estudo, pôde-se elaborar propostas visando a segurança humana, haja vista que é viável a aplicação de vegetação para proteção do solo contra erosão, construção de muros de arrimo no caso das enxurradas e telas para proteção de encostas contra deslizamento, observando-se também o papel da mídia para conscientização da população dos perigos de morar em locais de risco como também o papel do engenheiro em mapear as áreas que se demonstram ser caminhos e alvos de enxurradas, limitando a presença de edificações em tais terrenos. Assim, põe-se em perspectiva este triste cenário atual que tende a se repetir frequentemente, mostrando a importância de pesquisas e trabalhos pertinentes a este assunto e trazendo à tona o fato que a natureza, embora impiedosa, estimula cada vez mais o ser humano a ser mais criativo com sua sobrevivência.

Palavras-chave: Enxurrada. Erosão. Deslizamento de terra. Encostas. Taludes rodoviários.

ABSTRACT

Civil Engineering is used to present, through this work, a study of the theme of natural disasters caused by the sum of water and earth, specifically in relation to flash floods, erosions and landslides, obtaining solutions for the safety of the general population that is currently suffering from these types of catastrophes. Therefore, a literature review was carried out comprising the concepts, causes and prevention of the misfortunes in question, establishing the dangers of inadequately residing on slopes and wetlands, as well as analyzing the negative effects of the impact of rain on sloping land and the soil saturation provoked by water infiltration when devoid of vegetation. Then, after this study, it was possible to elaborate proposals aimed at human safety, considering that it is feasible to apply vegetation to protect the soil against erosion, construction of retaining walls in the case of flash floods and netting to protect slopes against landslides, noting also the role of the media in making the population aware of the dangers of living in risky areas, as well as the engineer’s role in mapping the areas that prove to be paths and targets of flash floods, limiting the presence of buildings on such lands. Thus, this current and sad scenario is put into perspective, tending to repeat itself frequently, showing the importance of research and work pertinent to this subject and bringing to light the fact that nature, although merciless, increasingly encourages human beings to be more creative with their survival.

Keywords: Flash flood. Erosion. Landslide. Slopes. Road embankment.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, percebe-se cada vez mais a necessidade da presença do engenheiro nas construções, observando-se pelas comunidades uma curiosa rotina, onde os cidadãos constroem suas residências de forma irregular, como artistas realizando uma arte bonita, porém perigosa. A presença de casas em locais de risco é um caso comum, construídas no caminho de barrancos e sem orientação dos profissionais de engenharia, tornando possível um desastre como o ocorrido em Petrópolis em 2022, onde houve casos de desmoronamento de barrancos por alagamento e deslizamento de terra, destruindo as residências no caminho e soterrando diversos cidadãos, necessitando do trabalho de mais de uma centena de bombeiros para socorrer a população e providenciar abrigo para os desalojados por meio da abertura das escolas (RJ2; GLOBONEWS, 2022). Edificações em encostas sofrem riscos similares, havendo a possibilidade de deslizamento de terra e soterramento como o caso ocorrido no litoral norte de São Paulo em fevereiro de 2023, provocando não só o desaparecimento e a perda da vida de dezenas de cidadãos, mas também destruindo as residências de centenas de cidadãos, construídas com tanto esforço, porém em um local não apropriado (BBC NEWS BRASIL, 2023). No caso das rodovias, o soterramento de veículos é alarmante e cruel, como visto em 2022 na BR-376, no litoral do Paraná, onde dois deslizamentos de terra provocaram a necessidade da presença de equipes de socorro de múltiplas cidades para resgatar os motoristas soterrados, sendo que dezenas de veículos foram afetados (G1 PR, 2022). Casos como os supracitados podem vir a ser evitados quando há a presença do profissional de engenharia, que possui os conhecimentos e treinamento necessários para prevenir os riscos e construir de forma adequada o local que servirá de abrigo para uma família, como também atentando-se aos barrancos e realizando obras de prevenção de deslizamento de encostas e taludes nas rodovias.

Quanto às construções realizadas em comunidades ribeirinhas, tais sofrem grandes desafios devido não só ao risco de cheias como também as chuvas e ondas de água, pois a água não só infiltra o próprio solo e o enfraquece, pois provoca sua saturação e diminui sua resistência ao cisalhamento, como também realiza pressão sobre as margens, havendo também ação da força dos ventos gerais, dentre outros fatores que desestabilizam o solo e o tornam menos resistente ao impacto das fortes ondas de água e ao peso das construções suportadas, provocando diversas consequências graves, principalmente o deslizamento da terra, carregando o que estiver sustentando durante a queda, sejam residências, veículos ou pessoas, que então ficam soterradas (CARVALHO, 2012; TEIXEIRA, 2014).

Visto a situação atual brasileira quanto aos processos erosivos e desastres supracitados, o presente artigo consiste de uma revisão de literatura não só para o público em geral, mas principalmente para que estudantes e profissionais de engenharia trabalhem no contato com esta parcela da população que constrói e habita edificações irregulares em locais de risco, seguindo os conhecimentos adquiridos em seus estudos para tanto advertir sobre o perigo como também aprimorar a qualidade de vida destas pessoas, pois ser engenheiro também significa ser salvaguarda das pessoas privadas da possibilidade de adquirirem os conhecimentos específicos à engenharia, além de demonstrar aos alunos desta profissão sua importância no cenário contemporâneo, visto a realidade atual de tantas vítimas da imprevista natureza.

O objetivo geral do trabalho é apresentar uma análise sobre a situação de eventualidade das catástrofes naturais ocorridas no Brasil em rodovias, encostas, barrancos, favelas, ribeirinhos e construções em demais localidades onde possam estar em risco de possíveis enxurradas, recorrência de enchentes e deslizamentos de terra, quanto a aplicabilidade da literatura que rege sobre o tema. Para isso, prioriza-se a revisão de literatura sobre o tema de catástrofes naturais, a revisão da forma metodológica em questão da importação de instrumentos modernos na prevenção de desastres naturais, a análise de medidas que proporcionam segurança à população contra fenômenos cataclísmicos, a compreensão de ideias e ações que visam coibir tais eventos e a apresentação de propostas à sociedade e aos órgãos públicos referentes a recursos e resultados favoráveis à minimização deste tipo de devastação.

No Brasil, é estabelecido pela Lei nº 12.608/2012, em seu art. 6º, que a União deve “instituir e manter cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, conforme regulamento” (BRASIL, 2012), de forma a mapear as áreas de risco, elaborar planos e instituir órgãos de defesa civil, realizar obras e serviços não só para reduzir os riscos de desastre, como também evitar a construção de edificações em tais áreas por meio de fiscalização e mecanismos de controle (BRASIL, 2012). Portanto, evidencia-se o fato de que o Brasil de certa forma está a par da situação, se esforçando para tomar medidas contra os desastres que têm ocorrido atualmente, apresentando interesse em estabelecer as medidas possíveis para minimizar as chances de mais deslizamentos e inundações, como também reduzir a presença humana nos locais com maiores riscos. Porém, é fato que o território nacional é extenso, com área de aproximadamente 8,5 milhões de quilômetros, sendo o 5º maior país do mundo, exigindo mais do que a dinâmica pública possa dar conta para a existência de uma fiscalização completa de toda esta extensão, ainda havendo locais com risco de erosão e deslizamento sendo ocupados por cidadãos despreparados e que devem ser alertados para possibilitar que futuramente não se tornem em vítimas de um soterramento (BBC NEWS BRASIL, 2023; VALENTINI, 2022).

Tendo em vista o desafio de promover a segurança da população contra a devastação provocada pela união da água com a terra, destaca-se o elemento surpresa em relação a eventos climáticos, aparentando uma natureza revoltada que ataca de forma estranha e por vezes imprevisível. O cidadão brasileiro se encontra em uma situação alarmante onde inundações e deslizamentos são catástrofes ambientais com presença significante no cotidiano nacional, representando um valor de aproximadamente 16% e 1% dos casos respectivamente (JANONE, 2022), exigindo ainda mais do trabalho dos engenheiros não só na busca por soluções, mas também a previsão de futuros desastres.

Tendo em vista a inevitabilidade da explosão demográfica e destacando-se a questão da necessidade de habitação segura para uma população ter o mínimo de subsistência, percebe-se a questão social, podendo ser observado em sociedade o fato que parte da população brasileira, por se apresentar habitando algum local com risco de ser surpreendido por desastres naturais, se encontra afetada negativamente pelas má condições ou inexistência de diversos recursos importantes para a moradia segura, principalmente investimentos e assistência de profissionais na área de engenharia civil, que no caso estão mais aptos à contrapor, com o uso de normas técnicas, intemperes causados pela falta da observância daquilo que representa risco mas que se oculta durante a visão estreita que se encontra completamente focada apenas na necessidade que cada indivíduo em tal situação possui de construir sua moradia.

Os estatutos que regem os estados brasileiros já atendem a diversas demandas e melhorias que beneficiam a população, sendo este um trabalho que requer bastante tempo e recursos, portanto propõe-se a junção de forças com o presente estudo, visualizando-se a situação em que o país se encontra referente ao tema para acrescentar o interesse da sociedade na presença da defesa civil de cada município e para um entendimento mais explícito do local onde cada família pretende morar, buscando com este estudo minimizar riscos e entender os desafios impostos pela natureza.

2 REVISÃO DE LITERATURA

A literatura disponível publicamente sobre o tema de desastres naturais menciona diversos acontecimentos tão impactantes na vida daqueles que viveram na época em que ocorreram que se tornaram momentos históricos. Dentre tais eventos, destaca-se a erupção do vulcão Krakatoa na Indonésia, que não só devastou a ilha onde se localiza e tirou a vida dos milhares de habitantes em sua volta, como também causou a ocorrência de ondas de tamanho exagerado, as denominadas tsunami, palavra originada do idioma japonês, além de causar diversos efeitos à atmosfera devido a grande quantidade de poeira lançada ao ar após a erupção, provocando eventos meteorológicos que podiam ser observados em diversos países, dentre eles fenômenos óticos onde era possível ver desenhos sinuosos e tons de vermelho ao se observar o céu (COSTA, 2019; SILVEIRA; VARRIALE, 2005).

Um evento impactante e mais recente ocorreu em 2011, no leste do Japão, onde houve um grande terremoto e uma onda tsunami, um seguido do outro e na mesma cidade, em Fukushima, que não só tiraram a vida de milhares de pessoas como também desabrigaram mais de 100 mil cidadãos japoneses, além provocarem o que se considera como o maior desastre nuclear desde o ocorrido em 1985 na cidade de Chernobyl, devido os dois desastres naturais destruírem a usina nuclear presente na cidade japonesa (MURAKAMI, 2022).

Os seres humanos habitam um planeta “vivo”, pois além das diversas funções naturais das plantas e animais, o solo que serve de base para tal convívio não só se demonstra instável, como também não é permanente, apresentando diversas mudanças ao longo das épocas que são geralmente acentuadas pelos fatores climáticos, principalmente referentes à água, que compõe significante parte da superfície terrestre (ZART, 2011). Para atingir um nível aceitável de segurança, tende-se a buscar construir em solos rochosos ou que caracterizam-se como superfícies firmes, porém, em certos casos como nas encostas, tal tipo de solo não é sempre seguro, visto que pode facilmente se tornar impermeável, facilitando processos erosivos ao sofrer o impacto da água, seja em sua forma pluvial ou marítima (CALLIARI et al., 2006; OLIVEIRA, A., 2020; SOUZA; ROCHA; SOARES, 2022). Porém, ainda são encontradas pessoas habitando tais locais, seja por audácia ou falta do conhecimento dos riscos, que por vezes pode estar indisponível (LEMOS, 2020).

Considerando isso, observa-se que a água tende a obedecer a gravidade, como toda matéria física, tendo o hábito de levar junto consigo o que estiver no caminho. No caso das encostas pouco rochosas ou não rochosas, a água tende a formar erosões com muita facilidade devido à grande velocidade de seu escoamento, desgastando o material (OLIVEIRA, A., 2020). Mesmo no caso de construções bem planejadas, o risco é constante. Deve-se haver um bom acerto e devem ser construídos dutos para que a água possa fluir sem se misturar tanto ao solo, porque tal mistura satura o solo e muitas das vezes, na presença de enxurradas, tende a enfraquecer ainda mais a base das construções, possibilitando desabamentos (OLIVEIRA, G.; GHISI, 2020; TEIXEIRA, 2014). Há também a existência de locais em que não há chuva por longos períodos de tempo, possibilitando que seus habitantes não estejam acostumados com tais efeitos pluviais e, portanto, sejam surpreendidos por um desastre despreparados e desprevenidos, como em casos de fatores climáticos repentinos no caso das tempestades de chuvas torrenciais que são, muitas das vezes, precedidas de longas estações de seca, provocando a ocorrência de enchentes e, em certos lugares, as famosas enxurradas, onde a água tende a levar junto consigo tudo que encontrar em seu caminho (BASTOS; PACHECO, 2000).

Tais enxurradas se tornam grandes responsáveis pela fraqueza do solo, sendo que chuvas persistentes vão reduzindo lentamente sua firmeza e estabilidade ao haver a penetração da água, comprometendo construções onde os pilares dependem exclusivamente desta massa argilosa para sua base e tornando todo o território propenso ao fenômeno de deslizamento, que muitas das vezes começa pequeno e se torna devastador, algo semelhante ao que ocorre nas chamadas avalanches (OLIVEIRA, G.; GHISI, 2020; TEIXEIRA, 2014).

O deslizamento de terra geralmente é um acontecimento precedido de aviso, muitas das vezes ignorado. O terreno em questão se encontra em declive, logo existe uma ação gravitacional proveniente do centro do planeta, que tende a aumentar o empuxo conforme a intempere natural, ou seja, a presença de água, que mina a resistência da argila ligada às rochas subterrâneas onde o terreno se encontra assentado (OLIVEIRA, G.; GHISI, 2020; TEIXEIRA, 2014).

Dependendo do grau de declividade, este efeito gravitacional tende a ser maior ou menor, somado pela edificação ali imposta. A estabilidade do terreno fica condicionada à qualidade do solo e sua impermeabilidade, fatores difíceis de calcular sem os equipamentos e métodos adequados, porém estabelece-se que um terreno especificamente ausente de rochas está vulnerável a uma possível erosão progressiva, causada ao longo do tempo pela água pluvial e subterrânea, que tendem a provocar rachaduras, estas por sua vez vão isolando aquela parte do solo, desprendendo-se do restante, produzindo estalos e consequentemente a fraqueza do terreno, ocasionando em sua incapacidade de se sustentar, vindo abaixo até o ponto de repouso, infelizmente trazendo consigo qualquer corpo físico, inclusive construções, como também arriscando a vida de qualquer presença humana (NEVES; RAMOS, 2018; OLIVEIRA, G.; GHISI, 2020; TEIXEIRA, 2014).

Outro desastre natural causado pela soma da água à terra é a enxurrada. O nome lembra enchente, porém, de uma forma convicta, o termo geralmente é usado para referenciar um curso d’água em local inapropriado, ou seja, onde não deveria acontecer, ou até poderia, mas de forma organizada. Nas cidades e municípios existem os escoadouros, além da rede de esgoto, que são locais à princípio respeitados como possíveis alvos para fluxos repentinos de água pluvial, mas há no referido caso uma situação em que tal fluxo supera o volume esperado, por vezes também extrapolando a força causada pelo volume de água que resolve fazer uso deste caminho (SILVA; MONTEIRO, 2021).

Como é sabido, a água é possessiva e tende a levar consigo qualquer matéria física que encontrar pelo caminho. Isso tende a ser um grande problema ao considerar a quantidade de água trazida pela cabeça d’água pluvial em volume/força associados aos declives oferecidos pelo terreno. Quando tal fenômeno ocorre, tende a se formar uma clareira repentina ao longo do percurso, sendo que os corpos físicos presentes ali, sejam árvores, automóveis e ás vezes até imóveis, são então demolidos e arrastados junto ao fluxo de água, infelizmente envolvendo também pessoas e animais se ali presentes, designando-se este tipo de devastação causado pela água com o título de enxurrada (SILVA; MONTEIRO, 2021).

Nota-se que a água é capaz de se tornar um dos elementos mais destrutivos da natureza. Águas pluviais não só podem infiltrar nas paredes de uma residência, comprometendo sua integridade, como também conseguem adentrar solos expostos e/ou sem cobertura florestal, comprometendo sua estabilidade devido a ocupação dos espaços “vazios” do material, ou seja, ocupados por gases, pela água, se tornando saturado e reduzindo sua resistência contra o fenômeno de cisalhamento ou tensão cortante, provocando no caso de encostas e taludes saturados a possibilidade de ruptura (GARCIA; PIAZZA, 2015; TEIXEIRA, 2014).

Verifica-se também que a urbanização atingiu níveis críticos nas cidades e nos municípios brasileiros em geral, até áreas rurais já foram praticamente invadidas pela população crescente (IBGE, 2022). Porém, a maior preocupação está voltada para o perigo que a urbanização representa quando ela resolve tomar conta de encostas e serras em geral (CALLIARI et al., 2006). Aí há a necessidade do envolvimento de profissionais para garantir a segurança da população que deseja habitar tais locais.

Um dos principais métodos de prevenção da erosão de um terreno está diretamente relacionado à vegetação presente, porém não podem ser quaisquer tipos de plantas, elas precisam ser avaliadas por técnicos especializados nessa área, com conhecimentos que possam selecionar o melhor tipo de plantação, pois se trata de terreno propenso ao encharque (NEVES; RAMOS, 2018). Os engenheiros têm o papel de dimensionar a área e avaliar a tara das construções para poder auxiliar o supracitado técnico, que em conjunto irão avaliar meios para trazer segurança para o determinado local.

Este tipo de vegetação, depois de selecionado, terá papel de desviar parte da água para as canaletas, e o encharque do solo será de certa forma controlado pelas raízes (NEVES; RAMOS, 2018; OLIVEIRA, G.; GHISI, 2020). Alguns dos tipos de vegetação possuem raízes que também ajudam a segurar o próprio solo, mantendo-o coeso mesmo após o encharque, sendo capaz de manter o solo intacto mesmo em caso de enxurrada ou excesso de chuva (NEVES; RAMOS, 2018). Porém, é importante que não haja muito risco de erosão, por isso, ao longo de toda encosta, um dos trabalhos mais importantes é referente ao dreno, porque a vegetação em si não fará o trabalho completo, sendo preciso uma avaliação interna do solo por causa da formação dos lençóis freáticos (NEVES; RAMOS, 2018; OLIVEIRA, G.; GHISI, 2020; TEIXEIRA, 2014). Todo este trabalho poderá implicar também na construção de arrimos nas encostas para ajudar a segurar o solo (OLIVEIRA, G.; GHISI, 2020).

Além do impacto das numerosas gotas de chuva sobre a terra, a força das ondas de água e mudanças da altura do nível do mar também provocam a instabilidade das encostas, podendo ser vistos diversos casos de erosão pelo litoral brasileiro devido situações onde o material rochoso inferior sofre desgaste quando em contato com a água, podendo juntamente à ação da chuva, da vegetação e dos ventos formar praias e falésias, como também há relatos sobre o fenômeno erosivo sendo observado em áreas onde há ocupação litorânea pelo ser humano, principalmente em torno de locais como praias, falésias e estuários, onde a população se encontra em risco de ser soterrada em desmoronamentos futuros provocados por movimentos de massa causados pelo contato do terreno com a água (CALLIARI et al., 2006; SOUZA; ROCHA; SOARES, 2022). Dentre os fatores que interferem na estabilidade da encosta, destaca-se a intervenção humana, havendo casos onde barreiras são ingenuamente construídas em comunidades costeiras, propiciando a erosão devido a retenção do fluxo de sedimentos, permitindo a propagação da força das ondas ao longo da encosta (CALLIARI et al., 2006).

Em geral, uma das maiores preocupações de locais litorâneos ou com presença de taludes é a pluviosidade, pois em terrenos muito inclinados a água é capaz de fluir rapidamente sem ser completamente absorvida pelo solo, carreando as partículas do material superficial e provocando a erosão, porém em terrenos pouco inclinados, há o risco de agravamento das deformações do talude devido seu próprio peso, podendo eventualmente ocorrer um desabamento (OLIVEIRA, A.; OLIVEIRA, G.; GHISI, 2020).

Além das ondas e chuvas, há também o problema das enxurradas. Haja vista que o engenheiro é um profissional capacitado de observar e mapear os possíveis transtornos que as enxurradas podem vir a causar à comunidade, podendo prevê-las e então estabelecer as devidas medidas para que a localidade não se torne uma “represa” durante uma enchente, pois o acúmulo das águas pluviais é um fenômeno que pode ocorrer inesperadamente se o cidadão reside em um local sem o preparo para evitar tal acontecimento, muito menos escoar a água acumulada (RODRIGUES, 2015).

O baixo poder aquisitivo associado a falta de preparo de mão de obra especializada, leva a população de um modo geral à presença de construções em locais impróprios para residir, porém de menor valor imobiliário, abarcando uma quantidade significante de edificações verticalizadas irregularmente devido a constante renovação de suas estruturas para acomodar mais residentes, geralmente contando com dois ou mais pavimentos e com pouco espaçamento entre os domicílios, as famosas “lajes” e os “puxadinhos”, como também as palafitas localizadas perto de áreas alagadiças na Amazônia e no Pará, porque as pessoas nesta situação se preocupam menos com os riscos de uma construção comprometida e mais com morar sem ter que pagar aluguel e outros custos comuns àqueles que moram em lugares mais adequados (FUZIEL, 2023; GUIMARÃES, 2015; LEMOS, 2020; MENEZES, 2021).

No caso dos taludes rodoviários, existem diversas soluções que podem ser empregadas para estabilização e proteção desse tipo de plano inclinado. Uma das principais intervenções é manter o talude a uma inclinação de ângulo não superior a 45º, seja de forma direta ou pela construção de patamares ou escadarias, de modo a impedir o agravamento de deformações e diminuir o risco de desabamento (OLIVEIRA, G.; GHISI, 2020). Para combater a erosão, são geralmente utilizados dois métodos, seja através do revestimento da superfície por uma cobertura vegetal, que não só promove a estabilidade devido a rigidez das raízes como também minimiza o carreamento do material superficial do talude pela água da chuva já que parte significante é absorvida pelas plantas, seja pela instalação de um sistema de drenagem na forma de canaletas, furos horizontais e/ou geodrenos verticais, que conduzem a água superficial ou infiltrada para fora do material que compõe o talude, reduzindo tanto a erosão quanto a saturação do solo (OLIVEIRA, G.; GHISI, 2020). Há também o processo de retaludamento, onde são realizados cortes e aterros, utilizado principalmente em taludes com risco de escorregamento, havendo juntamente o emprego de outras formas de proteção para aumentar a eficiência da contenção do terreno, como mostra o esquema da figura 1, onde também foi instalado um sistema de drenagem e a aplicação de grama como cobertura vegetal (SANTORO, 2018).

Figura 1 – Esquema de Retaludamento

Fonte: Adaptado de SANTORO (2018).

3 METODOLOGIA

Este projeto constitui-se de uma revisão de literatura referente ao tema de enxurradas e deslizamentos de terra, e a promoção de soluções para a melhora da qualidade de vida de pessoas que dependem de sobreviver em áreas de risco e aquelas que necessitam de rodovias seguras, sendo tal estudo realizado entre outubro/2022 a julho/2023, no qual se fará uma análise da situação atual nacional e da literatura pertinente ao tema.

Também realiza-se uma consulta a projetos de contenção de encostas, de remoção de famílias de locais de risco e instrumentos modernos de prevenção de desastres ambientais pertinentes ao tema por meio de busca no banco de dados do Google Acadêmico e repositórios acadêmicos, sendo os dados utilizados presentes online.

A realização da busca no banco de dados se utiliza de terminologias tais como deslizamentos de terra, enxurradas, manutenção de taludes rodoviários e riscos de moradias em áreas litorâneas.

As cidades escolhidas para a realização do estudo foram eleitas a partir da comunicação via imprensa de eventos desta natureza descrita no presente trabalho, sendo que uma proposta de projeto é realizada aos munícipes, elaborada com base nos dados adquiridos após análise e observação da literatura referente ao tema e também um trabalho de averiguação das situações apresentadas por reportagens obtidas de fontes jornalísticas disponibilizadas publicamente, focando na aquisição de informações coerentes com detalhes especificados.

Logo em seguida, analisa-se e observa-se os dados adquiridos, como também propõe-se soluções com base na literatura obtida sobre o tema, enfatizando segurança e eficiência.

São elaborados dois tipos de análises: revisão da literatura obtida pertinente ao tema e propostas com base nas observações da situação atual nacional, incluindo um trabalho dedicado a focar exclusivamente na busca de soluções mediante o uso do saber adquirido ao longo do aprendizado.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Analisando-se profundamente a situação atual, percebeu-se que mais de 90% dos cidadãos cursando engenharia por todo o Brasil não conhecem ainda seu verdadeiro valor na sociedade como salvaguarda. As instituições de ensino superior devem incentivar cada vez mais os estudantes a formarem grupos como ONGs (Organizações Não Governamentais), contatando as pessoas que residem em locais de risco de erosão, deslizamento e enxurradas, promovendo a visão da engenharia, tornando-os conscientes dos riscos e propondo soluções adequadas a cada situação e problema específico. Esta proposta nos dias atuais tem cunho de grande utilidade pública, principalmente por possibilitar um futuro mais seguro para tal parcela da população brasileira.

Observou-se também que no Brasil, os professores demonstram interesse em ajudar alunos em empreitadas deste tipo, porque não falta apoio e incentivo, por vezes até das autoridades públicas.

Compreendeu-se que é natural que cada membro da sociedade possui seus conhecimentos voltados para o próprio cotidiano pessoal e seus desafios, portanto ao se preocuparem com a necessidade de moradia verificou-se que certos indivíduos desprezam o perigo de uma edificação ribeirinha, muitas das vezes devido não possuir a noção dos riscos ou faltar experiência quanto à possibilidade de desastres naturais. Esta é uma noção proporcionada ao aluno durante o período de ensino de engenharia civil, logo é necessário que a sociedade esteja bem informada sobre este profissional, permitindo-o maior acesso às zonas de risco, prestando assim essencial apoio ao trabalho fundamental da defesa civil de cada local.

Não indo muito longe, no estado Amazônico, isso incluindo o Pará, tem-se a construção dos palafitas, que se demonstra ser um desafio à engenharia atual quanto à segurança. Já foi estabelecido que muitos cidadãos se encontram despreparados para a possibilidade que um rio, como o rio Amazonas por exemplo, venha aumentar em nível e causar inundações, de forma a fazer vítimas, mas em outras localidades com construções semelhantes, isso já começa a preocupar, por que já tem ocorrido episódios desta natureza, se transformando num grande desafio para os governantes locais, sendo que é justamente esta parte que envolve a luta constante contra estes obstáculos que não são, de longe, episódios localizados. Isso existe principalmente nas rodovias, com erosões que carregam por vezes até parte da via pela ribanceira abaixo. Esta “evolução” do perigo da situação ao longo do tempo, acompanhando naturalmente o aumento da população, composta por indivíduos que querem morar e construir com segurança, vem acarretar sobre os novos engenheiros a terem também o empreendedorismo para lidar com tais situações. Verificou-se que tanto a verba quanto os investimentos tendem a ser menores que os valores adequados na situação atual, por isso deve haver propaganda em larga escala como também a pontuação de todas estas arestas, de forma a trazer à tona um tipo de preocupação que certamente também envolve outros tipos de público, pois trata-se de famílias espalhadas ao longo do território brasileiro, o que é certo quando se diz que “o que afeta um, afeta todos”, de uma maneira ou de outra. Propagandas como essa são importantes para “abrir os olhos” das autoridades, para que juntos seja possível coibir as possíveis vítimas vindouras.

Estabeleceu-se que é possível prevenir situações de calamidade, mesmo havendo dificuldades a serem consideradas. É comumente observado que soluções aparecem quando há boa vontade, disposição essa que existe na maioria dos governantes, baseando-se no que é dito em suas campanhas. Este tipo de sofrimento causado pela natureza traiçoeira vem sendo também motivo de preocupação internacional. No Brasil não é comum haver problemas com vulcões ou casos de tsunamis, mas isso não implica em que os cuidados com eventos naturais sejam menores por parte da população brasileira, que está exposta a perigos, muitas das vezes inevitáveis, havendo como uma das causas o fato que a população cresce de forma desgovernada e cada vez mais necessita da ajuda principalmente dos órgãos de defesa civil, onde a presença do engenheiro é fundamental, exigindo deste profissional uma boa formação e sobretudo consciência.

Determina-se, portanto, devidas soluções para os diversos problemas causados pelo tema de desastres observado até o momento. Dentre tais medidas, destaca-se a prevenção de desmoronamentos de encostas com telas e sacos de areia.

Devem-se construir estes tipos de arrimo também em morros, principalmente onde há habitação humana, para funcionarem como muralhas de contenção, objetivando não evitar totalmente a catástrofe, mas minimizar as vítimas nos casos de enxurradas.

O trabalho fluvial também é de vital importância, desde o topo até a base. Há vários morros ocupados por construções que estão no caminho das águas e devido ao peso destas edificações sobre o terreno, que embora geralmente aparente firme, tal área tende a ceder com a umidade, fenômeno que pode ter seu efeito maléfico minimizado utilizando canais subterrâneos para evitar que a água emposse internamente e reduza a resistência do solo. Analisou-se com este trabalho que a maioria das pessoas não se dá conta de que a água, misturada na terra, produz um encharcamento, causando um diferenciamento na textura do solo em questão e que pode vir a deslizar se muito umedecido internamente. Muitas das vezes o próprio saneamento mal planejado ou o “vício” das pessoas de molharem o solo a esmo, por vezes com o encanamento de pias que despejam água pela terra sem planejamento ou destino adequado e até atividades cotidianas como as piscinas montadas na maioria das casas cuja água não é destinada diretamente às redes canalizadoras de esgoto. Para quem mora em encostas, este tipo de perigo tende a ser comum, pois observou-se que muitas pessoas não consideram o fato que a estabilidade de uma casa não depende apenas dos alicerces presos às sapatas. Na verdade, esta segurança depende exclusivamente do solo local onde não há necessariamente, em muitos dos casos, uma avaliação da resistência do solo, pois as pessoas mais pobres não têm acesso a este tipo de trabalho profissional.

Constou-se que existem diversas medidas a serem tomadas para melhorar a situação atual nacional quanto aos deslizamentos de terra e enxurradas que tem afetado a população brasileira, dentre elas a construção de canaletas de contenção. Devem-se reservar espaços entre as construções e vias de acesso para o estabelecimento de locais de serviço para escavação do terreno e de valas de escoamento. Em locais muito montanhosos, deve-se construir também canais amplos e, se possível, acimentados, mantendo o declive estável para não haver formação de represas no evento em que a enxurrada se utilize de tais canais para transportar lixos, galhos e outras “tranqueiras” que a enxurrada possa estar carregando.

Outro método é a construção de muros de arrimo. Deve-se observar a geologia dos locais onde há exigência de tal tipo de contenção, podendo ser por meio do plantio de vegetais específicos, com raízes que se espalham e agregam o terreno em sua volta. Além disso, pode-se usar o método direto, construindo muralhas reforçadas em concreto armado, ou ainda o método mais comum, onde se utiliza sacos contendo areia ou outro tipo de cascalho adequado e dispondo-se os mesmos para reforço do terreno.

Quanto à vegetação, tal é plantada se atentando às exigências do terreno. Verificou-se portanto que existem diversos tipos de vegetais que podem ser utilizados, dentre eles arbustos de raízes profundas, trepadeiras, bambuzais e aquelas com raízes que agregam o terreno, como também vegetação do tipo rasteira, a exemplo de gramas fechadas que ajudam a diminuir a umidade absorvida pelo solo.

No caso do combate contra a erosão, devem ser tomadas as medidas adequadas, destacando-se que procedimento é o mesmo utilizado pelas empresas construtoras de rodovias em geral, consistindo na observância do solo durante as épocas de chuvas e averiguação do comportamento da água como também sua interação com o solo, podendo-se também mapear os meios subterrâneos que se formam ou se fortalecem durante tempos chuvosos. Então, baseado na reação do solo, se realiza a intervenção necessária, utilizando o equipamento adequado.

Há também a necessidade de deixar passagem para a água quando a houver em excesso, no caso das enxurradas. Observou-se que geralmente a população constrói sem estar atenta às partes menos elevadas, que tendem a ser priorizadas pela força da enxurrada, onde ela adquire impulso para seguir devastando adiante. Realizar um estudo topográfico em tal caso é de grande importância para determinar os locais onde não se deve obstruir com edificações.

Ainda no assunto das enxurradas, deve-se desobstruir possíveis construções que possam funcionar como represa para o fluxo da água. Um grande problema foi observado ao analisar o cuidado com o saneamento básico de certas comunidades, principalmente aquelas presentes em declives muito acentuados. Nota-se o lixo colocado em locais impróprios e o consentimento de árvores de portes consideráveis que tendem a funcionar de forma a conter todo este material, acarretando na formação de um tipo de represa, sendo estes detalhes que devem ser considerados no planejamento de um trabalho de saneamento e desobstrução.

Determinou-se que muitos problemas podem ser resolvidos ao estabelecer um padrão de construções para os locais conforme os declives apresentados em cada. Deve-se obter ajuda ou meramente a consulta aos profissionais de engenharia civil, pois isso já serve como um fator importante para evitar muitos transtornos, visto que há locais onde há a presença de construções que não deveriam estar incidindo mais do que um ou dois pavimentos acima, a fim de evitar sobrepeso no terreno.

Deve-se também combinar, junto às prefeituras locais, campanhas de esclarecimento junto à população, visto a grande importância da mídia preventiva. Em geral, as prefeituras municipais possuem serviços voltados para este tópico, sendo uma boa medida incluí-lo entre os anúncios oficiais, isto no caso de prefeituras com presença de logradouros propensos a riscos de desmoronamentos e outros efeitos naturais, sendo que estas entidades e autoridades devem preencher as lacunas de suas citações patrocinando propagandas e também espalhando avisos sobre como as populações de tais locais devem se comportar em relação ao assunto.

Quanto ao terreno em si, deve-se atestar sua qualidade quanto à resistência do mesmo, pois a terra é feita similarmente às “impressões digitais”, ou seja, sendo diferente de local para local. Há zonas onde a presença de pedras é maior que em outras. Há regiões onde a argila é mais dura, e em outras a terra tende a se tornar lama com muita facilidade. Existem áreas inclusive onde há risco até de deslizamento de pedras, enquanto outras são privilegiadas com estas pedras encrostadas no solo. Tudo isso está relacionado com a estabilidade e segurança do terreno.

Na questão da terraplanagem, deve-se promover tal tipo de serviço para diminuir declives muito acentuados próximos a rodovias, visto que nas encostas, principalmente aquelas muito acentuadas, geralmente presentes em beiras de rodovias, verificou-se que conforme a qualidade do terreno, em épocas de chuvas insistentes, estas encostas podem surpreender com deslizamentos, inclusive como já tem acontecido, vitimando diversos motoristas e seus veículos. Observa-se uma solução na atitude das empresas, que devem se preocupar em se esforçar ao máximo para efetuar dragagens que possam desacentuar muitos destes declives, para dar mais segurança aos usuários das vias. Este serviço também pode ser estendido a diversas comunidades, não só produzindo bons aterros, como também removendo terras e diminuindo os declives, além de facilitar a passagem da enxurrada, evitando que esta água comprometa a resistência do terreno.

5 CONCLUSÕES

Este trabalho alcançou seu objetivo ao mostrar a perspectiva de uma situação que tende a se repetir frequentemente, porque é assim que a natureza trabalha. Notou-se a importância de pesquisas a respeito deste assunto de enxurradas, erosões e deslizamentos de terra, que têm a ver diretamente com a população e principalmente o seu estado físico no que concerne a habitabilidade. Também foi trazido à tona uma preocupação que já vem desafiando o pensar humano desde a antiguidade, se forem considerados fatos importantes da história onde pode ser observado o lado destrutivo e impiedoso da natureza, como nos casos de Krakatoa, Fukushima, dentre outros, embora possa ser interpretado que desastres ambientais sejam uma forma de estimular o ser humano a ser mais criativo com a sua própria existência e segurança. Evidenciou-se que as autoridades têm uma preocupação constante com o que é referente à segurança do povo em geral, haja vista o que já tem sido feito pela população e principalmente o que a engenharia já trouxe de benefícios, não só para a estabilidade de moradias em encostas, como também na manutenção das vias no que diz respeito à segurança do ir e vir, referente às agressões físicas às rodovias por acontecimentos naturais que estão relacionados à saturação e deformação do solo. É do interesse direto da população brasileira que trabalhos dessa natureza possam proporcionar conhecimentos e soluções a favor do benefício comum.

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¹Centro Universitário Redentor