DESAFIOS DA ENFERMAGEM NA REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL DE MULHERES COM TEPT – TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO – VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

NURSING CHALLENGES IN THE PSYCHOSOCIAL REHABILITATION OF WOMEN WITH PTSD – POST-TRAUMATIC STRESS DISORDER – VICTIMS OF SEXUAL ABUSE: AN INTEGRATIVE REVIEW  

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202506062039


Raphael Leandro da Silva Santos; Letícia Souza Lima; Ana Clara Alves de Carvalho; Agnes Coelho Pereira dos Santos; Geovanna da Silva Marques; Rafaely Marques Alves; Laura Gomes Correia1; Hyorrana Priscila Pereira Pinto2


Resumo

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é uma doença psicológica que pode afetar mulheres após experiências traumáticas de abuso sexual, exigindo um cuidado qualificado e sustentável. Este estudo tem como objetivo discorrer sobre os desafios da enfermagem na assistência a essas mulheres, por meio de uma revisão integrativa da literatura. Foram selecionados 13 artigos publicados entre 2019 e 2024, extraídos da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Os principais achados revelam dificuldades como a escassez de capacitação profissional, barreiras na comunicação, estigmas sociais e ausência de abordagens interdisciplinares. Estratégias como a terapia cognitivo-comportamental e o uso de tecnologias como a telemedicina mostram-se promissoras, mas ainda são pouco aplicadas na prática. Conclui-se que é necessário investir em formação profissional, políticas públicas específicas e práticas baseadas em evidências, a fim de promover uma assistência humanizada e eficaz à reabilitação psicossocial dessas mulheres.

Palavras-chave: Cuidados de Enfermagem; Trauma Sexual; Transtornos de Estresse Pós-Traumáticos; Impacto Social.

1 INTRODUÇÃO

O Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT) é uma doença psicológica que pode surgir após um ou mais eventos traumáticos sofridos por uma pessoa. A TEPT é definida como uma situação experimentada, testemunhada ou confrontada pelo indivíduo, na qual houve ameaça de vida ou a sua integridade física e/ou a ele efetivamente ligada. O transtorno é caracterizado por sentimentos de pânico, ansiedade, medo e alterações negativas no humor (NISAR, S et al., 2020). No grego, trauma significa ferida, podendo ser caracterizado como um acontecimento que aflige a psique do indivíduo e como esse o processa. Segundo Laplanche e Pontalis (1988, p. 678), trauma pode ser definido como:

Acontecimento da vida do indivíduo que se define pela sua intensidade e pela incapacidade em que se acha o indivíduo de lhe responder de forma adequada, pelo transtorno e pelos efeitos patogênicos duradouros que provoca na organização psíquica. Em termos econômicos, o traumatismo caracteriza-se por um afluxo de excitações que é excessivo, relativamente à tolerância do indivíduo e a sua capacidade de dominar e de elaborar psiquicamente estas excitações.

Sob esse viés, em 1980, com a oficialização do diagnóstico, a Associação Psiquiátrica Americana publicou a terceira revisão de classificação diagnóstica de transtornos mentais. Com ela, um novo termo foi introduzido conceitualmente, dando origem às discussões sobre o Estresse Pós-Traumático (TEPT), uma forma mais abrangente de discutir sobre diagnósticos sindrômicos de ocasião (FILHO et al, 2001). 

Nesse prisma, o diagnóstico de TEPT reconhece o sofrimento de indivíduos cujas experiências traumáticas anteriormente não eram consideradas determinantes para sua apresentação clínica. No entanto, com o aumento da incidência de casos de abuso sexual e outras formas de violência, esses fatores passaram a ser reconhecidos de maneira ampla (KLEINHANS, Andreia, 2020). Para mulheres que vivenciaram traumas sexuais, como abuso sexual infantil ou agressão sexual na vida adulta, os sintomas de TEPT podem ser graves e diversificados, uma vez que o processo de reabilitação é frequentemente bloqueado por sentimentos de medo, culpa e vergonha (NICOLETTA, Bruna, 2022).

A violência sexual é problema de saúde pública e apresenta consequências psicológicas longânimas na vida das vítimas, como o desenvolvimento de TEPT. Segundo dados alarmantes do Ministério da Saúde (2023), que demonstram a dimensão do problema, no Brasil, ocorrem cerca de 822 mil casos de estupro por ano, ou seja, dois a cada minuto, sendo que a maioria das vítimas são jovens de até 13 anos. Além disso, é estimado que uma em cada três mulheres no mundo já tenha sido espancada e violentada sexualmente, evidenciando ainda mais tamanho sofrimento mediante a violência. 

A gravidade da violência sexual reflete, também, na precariedade do atendimento em saúde, especialmente no que se refere à assistência psicossocial. Nesse contexto, as vítimas, de forma contínua, desenvolvem transtornos psicológicos como depressão, ansiedade, distúrbios do sono, impulsividade e alterações no comportamento alimentar e sexual, além de apresentarem maior risco de ideação e comportamento suicida. Esses impactos comprometem significativamente a qualidade de vida e a capacidade de reinserção social dessas mulheres.

Diante desse panorama, torna-se necessário e urgente uma abordagem integrada e humanizada dos profissionais de enfermagem no atendimento às vítimas de abuso sexual que desenvolvem TEPT, com ênfase na reabilitação psicossocial. É importante também compreender os desafios enfrentados pelos profissionais, ao ser fundamental no aprimoramento de estratégias e acolhimento aos pacientes.  Cada vez mais, a enfermagem psiquiátrica avança em práticas de cuidado centrado no paciente em sofrimento mental. Assim, destacam-se atendimentos baseados no respeito às experiências e necessidades, além do envolvimento e comprometimento em um plano de tratamento contínuo e, sobretudo, 1sustentável (Pedroso, 2020).

Em vista disso, entendendo a necessidade iminente para o tratamento de mulheres vítimas de abuso sexual que sofrem TEPT, busca-se como objetivo neste estudo discorrer sobre os desafios da enfermagem no atendimento a essas mulheres, com base na análise das referências bibliográficas e com ênfase nos processos de enfermagem e na promoção do cuidado humanizado.

2 METODOLOGIA 

O presente estudo baseou-se em uma revisão integrativa da literatura, visando reunir e analisar informações relevantes sobre o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) em mulheres vítimas de violência sexual, a partir de diferentes perspectivas científicas. Na elaboração da pesquisa, foi formulada a seguinte questão norteadora a partir do acrônimo PICO:

“Quais os desafios da enfermagem para a reabilitação social de mulheres vítima de abuso sexual com transtorno de estresse pós-traumático?”.

Em primeira análise, foram examinados produções científicas pertinentes na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), o qual utilizou os seguintes descritores em saúde: Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Violência Contra a Mulher, Cuidados Primários, Trauma Sexual, Estigma Social, Cuidados de Enfermagem, Impacto Social, Saúde Mental. Outrossim, foram utilizados os operadores booleanos AND e OR como meio de garantir precisão e relevância nos resultados obtidos. 

Seguindo essa mesma abordagem, as buscas procederam com a seleção por aplicação dos critérios de inclusão: artigos indexados publicados entre 2019 a 2024, documentos com versão disponível online e na íntegra, nos idiomas português, inglês e espanhol. Ademais, por intermédio da plataforma Sucupira, foi feita a análise e seleção de artigos com Qualis periódicos superior à B4. A leitura dos trabalhos, identificando assuntos pertinentes à questão norteadora que buscou desvendar as intervenções e desafios de enfermagem no cuidado de mulheres vítimas de violência sexual que desenvolveram TEPT. 

Foram excluídos, conforme registros marcados como inelegíveis por ferramentas automatizadas, e por outros motivos: relato de experiência, resumos de anais de congressos, revisões da literatura, artigos divergentes da proposta, identificados como literatura cinzenta em revistas predatórias e duplicados. Além disso, após a leitura dos trabalhos selecionados e lidos na íntegra, foram excluídos: intervenções voltadas para outros participantes, cenários diferentes e questões de interesses divergentes da proposta.

Diante do exposto, a organização e triagem dos estudos seguiram as diretrizes do PRISMA, garantindo transparência e rigor metodológico no processo de revisão. Este método assegura a qualidade das informações reunidas e também proporciona uma base sólida para futuras discussões sobre a temática.

PRISMA 

Fluxograma da seleção dos estudos adaptado do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and MetaAnalyses (PRISMA 2020).

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

A análise resultou na seleção de 13 artigos para esta revisão, publicados entre o período de 2019 e 2024. Os estudos revisados são de literatura estrangeira e nacional com relevância metodológica e científica sobre o tema.  Quanto à metodologia, 10 estudos são de cunho quantitativos (77%) e 3 qualitativos (23%). A revisão foi organizada a partir do quadro sinóptico abaixo, para melhor visualização, observação e síntese dos dados:

Os resultados desta revisão integrativa, em sua totalidade, evidenciam que os principais desafios enfrentados pela enfermagem na reabilitação de mulheres vítimas de abuso sexual com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) estão relacionados a fatores emocionais, estruturais e sociais. Apesar disso, ainda há a necessidade de mais estudos para reduzir o abismo entre o profissional de enfermagem e a pessoa com o TEPT. 

Segundo os autores Sabeh (2023) e Pedroso (2021), a ausência de capacitação especializada para o desenvolvimento da abordagem terapêutica no TEPT e a escassez de recursos e apoio institucional são desafios recorrentes, os quais dificultam o acesso dos pacientes a um atendimento de alta qualidade. Além disso, as dificuldades de comunicação e construção de vínculo com tais indivíduos, em que, muitas das vezes, encontram-se psicossocialmente fragilizadas, representam um obstáculo significativo durante o tratamento. Foram destacados problemas importantes no tratamento de TEPT, a falta de capacitação especializada e a escassez de recursos que dificultam a oferta de um atendimento eficaz. Como o TEPT exige abordagens terapêuticas específicas, sem o preparo adequado o tratamento pode ser ineficiente. Ademais, pacientes psicossocialmente fragilizados, torna-se mais difícil estabelecer a comunicação e vínculo terapêutico ─ fatores essenciais para o sucesso do tratamento. Esses desafios nos mostram a importância de investir na formação profissional e em melhores condições estruturais para o cuidado em saúde mental.

Outrossim, Mccann (2024) e Howe (2023) demonstram que as intervenções terapêuticas baseadas em abordagens cognitivo-comportamentais, apresentaram maior eficácia no tratamento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) em mulheres vítimas de violência sexual. Ademais, Fergerson (2020) destacou a importância do apoio psicológico contínuo no processo de recuperação dessas mulheres, evidenciando uma redução significativa nos sintomas de ansiedade e depressão. Essa discussão é fundamental diante da gravidade e das consequências do trauma, onde as evidências reforçam o papel central das abordagens cognitivo-comportamentais no tratamento do TEPT, em especial mulheres vítimas de violência sexual. Esse tipo de intervenção permite, de forma mais eficaz, o enfrentamento e a reestruturação de pensamentos disfuncionais relacionados ao trauma, contribuindo para a redução dos sintomas. Os resultados evidenciam a importância do apoio psicológico contínuo e ressalta que o cuidado prolongado é essencial para garantir estabilidade emocional, prevenindo recidivas e reduzindo sintomas como ansiedade e depressão. Diante disso, novas combinações entre técnica terapêutica eficaz e acompanhamento constante mostram-se fundamentais para a recuperação dessas mulheres.

Neste viés, destaca-se uma tendência emergente apontada por Lopez (2021): o uso de tecnologias, como telemedicina, no tratamento de TEPT. No entanto, poucos estudos abordaram a aplicabilidade e eficácia dessas intervenções digitais. O quadro sinóptico apresentado ilustra essa lacuna, caracterizando-os quanto ao título, autores e ano, nível de evidência, metodologias aplicadas e resultados obtidos. Essa análise crítica permite compreender o impacto das tecnologias no tratamento do TEPT e ampliar potencialmente o acesso ao atendimento, especialmente em regiões com poucos recursos. No entanto, observase que a escassez de estudos sobre sua eficácia e aplicabilidade nos revela uma lacuna a se considerar na literatura. Nesse sentido, se faz necessário sistematizar essa reflexão, a fim de orientar futuras pesquisas e garantir que a integração dessas tecnologias ocorra de forma segura, eficaz e baseada em evidências.

Outro ponto relevante nos achados, sobretudo a ausência de um atendimento interdisciplinar eficaz, dificulta o processo de reabilitação psicossocial, uma vez que, a integração de diferentes profissionais é essencial para garantir uma abordagem mais holística. Por fim, parafraseando Nicoletta (2022), as barreiras culturais e sociais muitas das vezes perpetuam o estigma entorno das vítimas de abuso sexual, dificultando a integração social e acolhimento dessas mulheres pela sociedade. A ausência de um atendimento interdisciplinar eficaz compromete significativamente na reabilitação dessas mulheres, uma vez que o cuidado integral exige a atuação conjunta de diferentes áreas, como enfermagem, psicologia, serviço social e psiquiatria. Essa abordagem multidisciplinar possibilita uma compreensão mais ampla das necessidades do paciente, favorecendo intervenções mais completas e sensíveis.

Roland (2022), analisou os impactos do trauma sexual e do não sexual, observando uma associação significativa entre sua ocorrência e o nível elevado nos sintomas de TEPT juntamente com o uso de entorpecentes. Mulheres que vivenciaram trauma sexual repetidas vezes na infância e na idade adulta, apresentaram sintomas mais intensos do TEPT. Porém, com relação ao tempo de desenvolvimento, sua magnitude ainda assim prevalece em ambos os casos, como confirmado por Yang (2023). Dessa forma, Nothling (2022) também identificou uma alta incidência de TEPT em mulheres vítimas de violação sexual, destacando depressão e estigma de estupro como preditores no desenvolvimento do transtorno, excluindo casos de agressão. Haja vista que, a recorrência de abusos ao longo da vida, especialmente os de natureza sexual, intensifica a vulnerabilidade psíquica e está frequentemente ligada ao uso de substâncias para lidar com o sofrimento. Complementando essa perspectiva, além da violência em si, fatores como a depressão e o estigma social do estupro são elementos-chave no desenvolvimento do TEPT, demonstrando a complexidade do quadro e a necessidade de abordagens terapêuticas que considerem tanto os eventos traumáticos quanto seus desdobramentos sociais e emocionais.

O estudo de Cénat (2020) examinou os efeitos de experiências traumáticas em mulheres haitianas que sofreram abuso sexual e desenvolveram uma piora no quadro clínico após um desastre natural. Associado a isso, foi identificado uma interação tripla significativa: vítimas de agressão sexual que relataram satisfação com o apoio recebido mostraram-se menos propensas a desenvolver consequências traumáticas severas após o desastre. Esse dado reforça a importância do suporte emocional e social do profissional de saúde à mulher com TEPT, corroborando com os estudos de Knipscherr (2020). No entanto, a identificação de uma relação produtiva entre o apoio recebido e a gravidade das consequências psicológicas reforça o papel crucial do suporte emocional e social. Vale ressaltar a importância da escuta qualificada e do acolhimento no processo terapêutico no que tange o envolvimento empático dos profissionais de saúde, não só para amenizar o sofrimento, mas também pode atuar como fator de resiliência frente a traumas complexos.

Os achados de Nóbrega (2019) ressaltam a relevância da formação profissional e da experiência dos enfermeiros no cuidado a pacientes com transtornos mentais. A pesquisa faz um comparativo da formação de enfermeiros no Brasil e em Portugal, evidenciando uma maior predominância do sexo feminino em ambos os países. No âmbito do cuidado direto com pessoas portadoras de transtornos mentais, o enfermeiro do Brasil tem maior frequência no contato comparado ao enfermeiro em Portugal, mesmo que a formação acadêmica de nível superior em Portugal seja mais expressiva. Por fim, um fator importante destacado no estudo é o papel familiar na formação em enfermagem ser ligeiramente superior às famílias brasileiras, e a necessidade contínua de investimento para fortalecimento da prática assistencial. O papel familiar destaca disparidade na qualificação e impacto direto no cuidado ao paciente com TEPT. Isso sugere que a experiência prática contínua pode compensar, em parte, as lacunas da formação do profissional, e que, além disso, reforçar a necessidade de investimentos constantes na qualificação e valorização. Esses fatores evidenciam a necessidade de equilibrar formação teórica e prática para um atendimento mais humanizado e eficaz por parte do profissional de enfermagem e familiares.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos achados desta revisão integrativa, torna-se evidente a complexidade dos desafios enfrentados pela enfermagem na reabilitação psicossocial de mulheres vítimas de abuso sexual que desenvolvem Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). As dificuldades enfrentadas permeiam e ultrapassam dimensões emocionais, limitações estruturais dos serviços de saúde e barreiras sociais arraigadas. Os resultados apontam que a ausência de uma abordagem integral, interdisciplinar e centrada na mulher dificulta a reabilitação psicossocial e compromete a qualidade do atendimento prestado. 

Sendo assim, se apresenta urgentemente a implementação de políticas públicas e estratégias institucionais que priorizem a formação contínua dos profissionais de enfermagem, com foco em saúde mental, escuta qualificada e cuidado humanizado. Além disso, é imprescindível o fortalecimento das redes de apoio e a superação do estigma que ainda recai sobre as vítimas. O estigma da saúde mental será superado com a propagação de informações cientificamente comprovadas, juntamente com uma abordagem pautada no afeto e respeito. 

O estudo apresentou limitações no achado de pesquisas voltadas para a assistência de enfermagem, especialmente aquelas que abordam, de forma específica e aprofundada, o papel do enfermeiro no processo de reabilitação psicossocial de mulheres com TEPT decorrente de abuso sexual, evidenciando a necessidade de mais investigações voltadas à atuação da enfermagem nesse contexto.

Conclui-se, portanto, que, embora existam avanços nas abordagens terapêuticas voltadas ao TEPT, ainda há um caminho a ser percorrido no que tange à assistência de enfermagem para as pacientes vítimas de abuso sexual que desencadearam o transtorno, sendo fundamental investir em ações que promovam empatia, acolhimento e dignidade no processo do cuidado dessas mulheres.

REFERÊNCIAS

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1Discente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto Centro Universitário de Belo Horizonte UniBH Campus Cristiano Machado e-mail: raphael.enf88@gmail.com 

2Docente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto Instituto Centro Universitário de Belo Horizonte UniBH Campus Cristiano Machado. Doutora em neurociência. e-mail: hyorranapp@gmail.com