POSTPARTUM DEPRESSION: AN ANALYSIS OF THE MAIN FACTORS THAT INFLUENCE ITS INCIDENCE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202410310839
Gabriella Luchtenberg Muniz;
Mariana Gabrielle Silva de Lima;
Dra. Especialista Thais Camila Alves Lessa Duran
Resumo
Trata-se o presente estudo a respeito dos fatores principais que implicam na incidência da depressão pós-parto, que é uma patologia que influencia milhares de mães todos os anos no Brasil. A importância desse tema reside no fato de que a abordagem causal sobre a depressão pós-parto (DPP) possui uma influência exímia tanto na visão etiológica da doença, quanto na comunidade científica que busca o conteúdo necessário para uma boa base ginecológica atualmente. Deste modo, tem-se como objetivo expor os fatores causais que influenciam o início e o desenvolvimento da DPP. A metodologia a ser utilizada baseou-se em uma união de artigos dos mais variados âmbitos através de uma revisão bibliográfica integrativa, sendo escolhidos artigos publicados entre os anos 2005 e 2023, após seleção das palavras-chave e pesquisa delas nas plataformas de busca científica online PubMed e SciELO. A depressão pós-parto exerce uma grande influência na saúde da mãe recém intitulada, sendo de fundamental importância o estabelecimento dos fatores que influenciam o desenvolvimento da doença.
Palavras-chave: Depressão Pós-parto; Saúde mental; Fatores de Risco; Período Puerperal; Período Pré-Natal.
1. INTRODUÇÃO
A depressão pós-parto (DPP) é descrita como um distúrbio emocional que começa nas primeiras quatro semanas após o nascimento e pode variar de leve a grave, emocional a psicológico. A depressão grave ocorre por pelo menos duas semanas, com a presença de sentimentos de depressão ou anedonia (diminuição ou perda de interesse em atividades que anteriormente desfrutava) acompanhada de pelo menos quatro sintomas: alteração significativa no peso ou apetite, insônia ou sono excessivo, fadiga, distúrbios mentais ou emocionais, sentimentos de inutilidade ou culpa, perda de concentração e pensamentos de morte ou suicídio (CRUZ, 2008).
O puerpério tem sido identificado como o período da vida das mulheres em que os transtornos mentais são mais comuns. Os perigos do sexo feminino, neste caso, se somam às grandes mudanças impostas pela chegada do filho ao núcleo familiar, com novas e crescentes responsabilidades, medos e questionamentos, além das mudanças, os fatores fisiológicos e hormonais impostos pela gravidez, parto e puerpério (PEREIRA et al., 2008).
Mudanças na família da época, escolhas individuais, níveis perigosos de informação sobre saúde, pobreza e divisões sociais eliminam essa situação infeliz. Assim, a depressão pós-parto (DPP) é uma condição reconhecida como importante causa de adoecimento materno, sendo de grande importância no contexto da saúde pública (ARRAIS et al., 2018).
No período pós-parto, os sintomas de depressão não diferem em qualidade do que acontece em outras áreas da saúde, podendo ser diagnosticada e tratada adequadamente no nível primário de atenção à saúde. No entanto, menos de 25% das gestantes afetadas não têm acesso ao tratamento, e apenas 50% dos casos de depressão pós-parto da DPP são encontrados em uma clínica diária (ARRAIS et al., 2018).
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
2.1 CARACTERÍSTICAS DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO (DPP)
A depressão pós-parto é uma doença que surge após a gravidez e pode ser observada até o primeiro ano de vida. É considerado um estado de depressão que inclui sentimentos de tristeza, desesperança, humor diminuído, tendência a olhar as coisas de forma negativa, sem sair, além de não querer cuidar do bebê ou superprotetor, entre outros. Raramente, a condição pode ser grave e evoluir para uma condição mais grave, chamada psicose pós-parto (REGINA, 2010).
A depressão pós-parto é uma condição que afeta 10% a 15% das mulheres no pós- parto. Esta condição começa em algum momento durante o primeiro ano após o nascimento, com alta incidência entre 4 e 8 semanas após o nascimento. Os sintomas incluem sintomas como irritabilidade, choro constante, sentimentos de desamparo e desesperança, impotência e motivação, falta de interesse sexual, distúrbios alimentares e do sono, ansiedade, sentimentos de incapacidade de lidar com novos pedidos.
O objetivo deste artigo é apresentar revisões de literatura sobre a depressão pós-parto. São discutidos fatores psicológicos e epidemiológicos, fatores de risco relacionados à sua ocorrência e outros efeitos da depressão pós-parto no feto e no desenvolvimento infantil e do feto. A conscientização desses fatores é muito importante quando se considera os efeitos nocivos sobre as mães e o desenvolvimento mental, social e emocional de seus filhos (REGINA, 2010).
Pesquisas recentes em saúde mental materna levaram a uma mudança no conceito de depressão pós-parto (DPP), que é considerada uma variedade de transtornos de estresse e ansiedade que ocorrem durante o parto. Essa mudança está associada ao aumento da conscientização sobre a necessidade de prevenção e intervenção precoce neste momento (RODRIGUES, 2011).
A depressão pós-parto geralmente começa 4 a 8 semanas após o nascimento (às vezes mais tarde, mas ainda durante o primeiro ano) e pode durar mais de um ano. De acordo com o DSM-IV-TR (APA, 2000), o Transtorno Depressivo Maior pode ter como especificidade o pós-parto, desde que ocorra pela primeira vez em até 4 semanas após o nascimento (RODRIGUES, 2011).
“Baby blues” é uma condição comum que ocorre em muitas mães logo após o parto, em que surgem sentimento de tristeza, choro fácil, irritabilidade, ansiedade e humor instável. Também chamado de “tristeza pós-natal”, o “Baby blues” é um fator de risco para a depressão pós-parto, começando de 3 a 5 dias após o parto e podendo se estender até 12 dias (KOLOMANSKA-BOGUCKA, 2019). A Tabela 1 demonstra a relação diferencial entre o “Baby blues” e a DPP.
Tabela 1 – Característica diferenciais entre Baby Blues e a Depressão pós-parto
Fonte: Adaptado de https://psiqcurso.com.br/depressao-pos-parto/
2.2 SINTOMAS DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO (DDP)
Os sintomas da DPP incluem irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, fraqueza e motivação, falta de interesse sexual, mudanças na dieta e no sono, incapacidade de lidar com novas situações e queixas psicossomáticas. Uma mãe com depressão pós-parto também pode apresentar sintomas como dores de cabeça, dores nas costas, herpes genital e dor abdominal, sem nenhuma causa biológica aparente (RODRIGUES, 2011).
Tabela 2 – Diferença entre DPP e TPP
Fonte: Adaptado de https://br.psicologia-online.com/depressao-pos-parto-e-tristeza-pos-partodiferencas-1003.html
2.3 FATORES DE RISCO DA DPP
Não se sabe exatamente o que causou isso. Alterações hormonais no corpo de uma mulher podem causar sintomas. Durante a gravidez, os níveis dos hormônios estrogênio e progesterona aumentam drasticamente. Durante as primeiras 24 horas após o nascimento, esses hormônios caem drasticamente e continuam a diminuir antes da gravidez.
Outros fatores que podem contribuir para a depressão pós-parto são: fadiga pósparto, sono ruim e descanso inadequado muitas vezes impedem a mãe de recuperar as forças por muitas semanas, especialmente após a cirurgia; sentir-se ocupada com um novo bebê que cuidará de você e duvidar de sua capacidade de ser uma boa mãe; experimentando estresse como resultado de mudanças sistêmicas em casa e no trabalho.
Às vezes uma mulher pensa que deveria ser uma “grande mãe” perfeita, irracional e estressante; sentimento de perda – perda de controle, perda de identidade (quem era antes de criança), perda de pequenos números; ter um tempo livre limitado e controle sobre o tempo, ou seja, ficar em casa mais e menos tempo com o pai do bebê (MORAIS et al., 2015).
Fatores de risco relatados para depressão pós-parto incluem depressão durante a gravidez, depressão anterior (excluindo puerpério), disforia pré-menstrual, episódios depressivos durante a gravidez, situação socioeconômica precária, violência doméstica e baixo peso ao nascer (SCHMIDT et al., 2005). A Tabela 3 demonstra os fatores de risco para DPP.
Tabela 3 – Fatores de risco para DPP
Fonte: Adaptado de Camacho et al. (2006)
O mecanismo fisiopatológico desta condição não é totalmente compreendido. Sensibilidade a flutuações nos níveis de estrogênio e progesterona, níveis de esteróides pós-parto, alterações no eixo hipotálamo-hipófise-ovário, ácidos graxos, A ocitocina, a arginina e a serotonina foram identificadas na gênese da depressão pós-parto (SCHMIDT, et al., 2005).
No caso da Psicose Puerperal, encontramos verdadeira perda de consciência, delírio, alucinações em poucos casos relatados. A amamentação não é recomendada. Nos casos graves de transtornos mentais, a rede de comunicação com a gestante deve funcionar antes do parto, a fim de alguém é responsável por responder às necessidades emocionais da criança.
Em uma mulher com um surto, o bebê não é, torna-se um espaço vazio cheio de elementos da psique da mãe, separados da realidade. Às vezes, os sonhos são escondidos pelo paciente, porque ele está em um engano milagroso que inclui toda a equipe que cuida dele. Os familiares precisam ser avisados, pois há risco para a saúde da mãe e do bebê.
Muitas mulheres grávidas comuns expressam sonhos de perseguição em relação ao sequestro de crianças ou medos infundados. Isso é esperado e não está de acordo com a imagem mental, mas apenas a especulação de seus pensamentos ambivalente para os outros. No caso da psicose, o luto é insuportável, e podem surgir culturas opressivas e cessação de pensamentos. Uma história de doença psiquiátrica com surto anterior traz fortes indícios de risco nessas condições (LÚCIO, 2010).
Gráfico 1: Incidência de DPP (idade e escolaridade)
Fonte: http://lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/3041.pdf
2.4 ESCALA DE DREPESSÃO PÓS PARTO DE EDIMBURGO (EDPPE)
A Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EDPPE) é um questionário simples de 10 itens. Ele é projetado para identificar mulheres que sofrem de depressão pós- parto. Os itens da escala são acompanhados por vários sintomas de depressão clínica. Sintomas como:
- Sentimento de culpa;
- Distúrbios do sono;
- Baixa potência;
- Anedonia (perda da capacidade de encontrar a felicidade, comum em situações muito estressantes);
- Ideação suicida.
Uma avaliação completa é feita somando-se pontos a cada questão. São somados pontos a cada um dos 10 itens. Escores altos indicam sintomas de depressão. A Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo pode ser usada dentro de 8 semanas após o parto. Pode ser usado para testes de estresse durante a gravidez A Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS) é uma ferramenta de autoavaliação que pode ajudar os pais a saber quando é hora de procurar ajuda. O resultado não garante o diagnóstico de depressão, mas a necessidade de cuidar dos sentimentos pessoais e do estado emocional da família (RAMOS, 2018).
2.5 A DEPRESSÃO NO PUERPÉRIO
O período decorrente dentre o momento pós-parto e as 6 semanas que subsequenciam este momento é denominado puerpério ou período pós-parto, sendo subdividido em período pós-natal imediato, período pós-natal precoce e período pós-natal tardio. Constata-se que o puerpério é tão significativo quanto a gestação e o próprio parto, pois quase metade de todas as mortes maternas acontecem nesse período (SCHREY-PETERSEN, et al., 2021).
Uma puérpera deprimida, diferentemente da hiperativa, pode apresentar um profundo retraimento, uma necessidade de isolamento. A reverência e a frustração com sentimentos de fracasso e decepção também têm características retráteis somadas às já produzidas no parto, assim como as próprias dores do parto, o que torna as puérperas extremamente vulneráveis e dependentes de proteção, como se estivessem competindo. e a criança chama a atenção do ambiente. O sentimento principal, neste caso, é senti-lo apenas quando ajuda a criança, como se ela nunca mais recuperasse sua vida pessoal.
Os homens também podem desenvolver depressão puerperal, embora haja menos força. A depressão masculina é causada por sentimentos de isolamento no rosto da mãe e do filho. É como se ela se visse como a único arrimo de família, que tem que trabalhar e satisfazer as demandas impostas ao puerpério da mulher.
A experiência emocional do parto e a possibilidade de decepção em relação à sexualidade de um filho, em um momento em que todos ao seu redor parecem ocupados demais para prestar atenção, muitas vezes encontram uma saída para suas preocupações fora de casa. Assim, um aumento de postos de trabalho e carga de trabalho no local de trabalho, relacionamentos fora do casamento ou mesmo em conexão com o surgimento de doenças ou fraturas, para que também possam chamar a atenção (ALIANE, et al., 2011).
2.6 FISIOPATOLOGIA DA DPP
Existem razões importantes para apoiar a hipótese de que os hormônios reprodutivos desempenham um papel A fisiopatologia da DPP. Eles desempenham um papel vital no processamento de emoções e, portanto, podem contribuir indiretamente para a DPP, contribuindo para riscos psicológicos e sociais (YONKERS, et al., 2011).
No hipocampo, a ovariectomia diminui e o estradiol aumenta os níveis do fator neurotrófico do cérebro. (fator neurotrófico retirado do cérebro – BDNF), cuja os níveis caem no estresse. Estradiol e aumenta a atividade das proteínas receptoras da neurotrofina trkA33 em modelo animal, semelhante ao de drogas antidepressivas.
A progesterona influencia a ligação, liberação e transporte de neurotransmissores, que interferem na produção de BDNF no hipocampo e córtex cerebral. A adequação dos esteróides gonadais para regulação afetiva também é aprimorada pelos resultados da medição. na depressão, neuroplasticidade e função imunológico (GAO, et al., 2016).
Efeitos dos esteróides gonadais nas funções mentais é identificada nos estudos de imagem cerebral usando tomografia por emissão pósitron ou ressonância magnética ativa mulheres sem sintomas, indicando que os esteróides gonadais alteram a função cérebro afetado em regiões afetadas comuns também mente.
Em um estudo com mulheres saudáveis, o fluxo sanguíneo cerebral regional foi reduzido córtex pré-frontal durante o hipogonadismo desenvolvido uma vez um padrão de fator de função cortical ressurgiu pela presença de estradiol e progesterona. Então, há evidências de que os hormônios reprodutivos influenciam diretamente os sistemas biológicos também circuitos neurais são diretamente afetados pelo estresse, o que sugere que a instabilidade hormonal natural parto pode contribuir para a turbulência emocional na DPP (DUAN, et al., 2019).
2.7 TRATAMENTO DA DPP
O tratamento da depressão pós-parto é individual, com medicamentos antidepressivos associados a psicoterapia. O apoio familiar e de amigos é importante, pois ajudam a tratar e prevenir a depressão, a depressão pós-parto e a depressão durante a gravidez. Para que o tratamento seja eficaz, é recomendado que ambos os pais participem de todo o processo. Há também psiquiatras e psicólogos especializados no tratamento da depressão pós-parto. Todos os tratamentos são prestados de forma completa e gratuita por meio do Sistema Integrado de Saúde (SUS). Dependendo da situação, o seguinte pode ser recomendado:
A presença de uma babá temporária ou em tempo integral.
- Exercício para fortalecer os laços entre o paciente e a criança.
- Terapia hormonal.
No caso de psicose pós-parto, é necessário tratamento imediato, geralmente em um hospital. Uma vez garantida a segurança do paciente, uma combinação de medicamentos – como antidepressivos, antipsicóticos e antidepressivos – pode ser usada para controlar os sintomas. Às vezes, o tratamento eletroconvulsivo também é recomendado. O tratamento para a psicose pós-parto pode manter a mãe afastada do bebê por muito tempo e dificultar a amamentação, e alguns medicamentos usados para tratar a depressão pós-parto não são recomendados para mulheres que amamentam.
No Sistema Único de Saúde (SUS), especialistas são capacitados para identificar, no pré-natal, os sintomas e fatores de risco que podem levar à gravidez após o parto. As Equipes de Saúde da Família podem solicitar apoio matricial aos profissionais de saúde mental, por meio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) ou de outras equipes de saúde mental do município.
Outros casos considerados mais graves, que necessitem de cuidados intensivos, devem ser encaminhados a um Centro de Atenção à Saúde Mental (Caps) ou outros estabelecimentos de referência em saúde mental do município ou região. Casos que destaquem acidentes, como suicídio ou infanticídio, devem ser encaminhados a um hospital, preferencialmente um hospital geral (BRASIL, 2020).
3. METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática, sendo realizada a partir de pesquisas voltadas a saúde mental de mulheres que possuem depressão pós-parto e os fatores que influenciam, baseando-se em artigos científicos nos bancos de dados Pubmed, Google Acadêmico e Scielo, publicado nos últimos 18 anos (2005 e 2023), no idioma português. Utilizando os descritores: Depressão Pós-parto; Saúde mental; Saúde da Mulher; Fatores de Risco; Período Puerperal; Período Pré-Natal.
Os artigos serão avaliados para obtenção quantitativa de dados coletados, quanto aos fatores que influenciam a depressão pós-parto, os sintomas no período pré-natal e a prevalência dos sintomas no período puerperal da pré-gestação para a sua solução. Critérios de inclusão e exclusão: Serão analisados apenas artigos publicados nos últimos 7 anos que atendem aos descritores pré-estabelecidos, tendo sido publicados em revistas, sendo excluídos artigos em inglês e espanhol que não falam sobre depressão pós-parto e fatores que a influenciam, além de, resumos apresentados em congressos e anais.
O presente estudo descritivo visa analisar através de exposição digitalizada e de tabelas, os fatores de risco responsáveis pela inicialização e desenvolvimento da depressão pós-parto, além de detalhar seus sintomas e a prevalência de sintomas que envolvem tanto a fase pré-parto, quanto a fase pós-parto, onde a DPP se insere.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
4.1 Principais Fatores de Risco
Os estudos revisados indicam que diversos fatores contribuem para o desenvolvimento da DPP, conforme mostrado na Tabela 1.
Tabela 1 – Principais Fatores de Risco para a Depressão Pós-parto
4.2 Sintomas mais frequentes
Os sintomas mais comuns da DPP identificados nos estudos incluem irritabilidade, tristeza, falta de interesse em atividades previamente apreciadas e mudanças no apetite e no sono (Rodrigues, 2011). A Tabela 2 ilustra a comparação entre os sintomas relatados por diferentes autores.
Tabela 2 – Sintomas da Depressão Pós-parto
4.3 Comparação com Outros Estudos
A análise comparativa com outros estudos mostrou que os dados brasileiros coincidem com as taxas de incidência observadas em estudos internacionais. Schmidt et al. (2005) identificaram que mulheres em situação de vulnerabilidade econômica ou que passaram por traumas recentes, como perda de um ente querido, têm maiores chances de desenvolver DPP. Isso reforça a importância de políticas públicas voltadas para o acompanhamento psicológico de gestantes em situações de risco, conforme destacado por Morais et al. (2015).
4.4 Discussão dos Resultados
Os resultados obtidos demonstram a relevância de fatores psicossociais e hormonais no desenvolvimento da DPP. A correlação entre suporte social inadequado e altos índices de DPP sugere a necessidade de um fortalecimento das redes de apoio às puérperas, seja por meio de familiares ou de equipes de saúde mental. Além disso, o histórico de transtornos mentais se mostrou um preditor importante, o que destaca a importância de triagens pré-natais mais rigorosas para identificação precoce de mulheres em risco.
Comparando os dados com a literatura internacional, os estudos realizados por Kolomanska-Bogucka (2019) também mostram uma prevalência semelhante de DPP em países europeus, indicando que, embora haja influências culturais, os fatores biológicos e emocionais desempenham papéis centrais no desenvolvimento da patologia.
5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, conclui-se que a depressão pós-parto é uma condição séria e comum que afeta muitas mulheres após o parto. Os sintomas podem variar, mas geralmente incluem irritabilidade, tristeza, choro frequente, sentimentos de desesperança, falta de interesse sexual, distúrbios do sono e do apetite, entre outros. Esses sintomas podem ter um impacto significativo no bem-estar emocional e na capacidade de uma mãe cuidar de si mesma e de seu bebê.
É importante distinguir a depressão pós-parto do chamado “baby blues”, que é um estado temporário de sentimentos de tristeza e irritabilidade que ocorre logo após o parto e geralmente desaparece em algumas semanas. A depressão pós-parto, por outro lado, pode durar meses ou até mesmo mais de um ano se não for tratada adequadamente.
Vários fatores de risco estão associados ao desenvolvimento da depressão pós-parto, como histórico de depressão prévia, falta de suporte social, eventos estressantes recentes, entre outros. Além disso, as alterações hormonais que ocorrem durante e após a gravidez também desempenham um papel importante no surgimento desses sintomas.
REFERÊNCIAS
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