DEPRESSÃO NO IDOSO OS FATORES DE RISCO E ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO: REVISÃO SISTEMÁTICA

DEPRESSION IN THE ELDERLY RISK FACTORS AND PREVENTION STRATEGIES: SYSTEMATIC REVIEW

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10362577


Filipe Amaral Galvão Ribeiro1
Arlindo Gonzaga Branco Junior 2


RESUMO:

A depressão é um problema de saúde pública que afeta aproximadamente 154 milhões de pessoas em todo o mundo, tendo sua prevalência aumentado nos últimos anos. Nesse contexto, destacam-se os idosos com prevalência de 15% de sintomas depressivos, necessitando atenção especial, bem como medidas de prevenção e cuidado a essa população. Objetivo: Analisar através da revisão sistemática as produções científicas acerca dos fatores de risco e as estratégias de prevenção nos idosos com depressão, segundo apontado pela literatura em artigos publicados entre 2017 e 2023. Materiais e Métodos: A metodologia empregada foi a revisão sistemática em literaturas publicadas no idioma nacional, em estudos randomizados e controlados, publicados nos últimos 06 anos indexados no acervo literário da Medline, Lilacs e Scielo. Resultados: Foram incluídos 11 artigos publicados entre os anos de 2017 e 2023, por meio deste estudo pretende-se intensificar o conhecimento acerca dos fatores de risco pode auxiliar na prevenção do desenvolvimento da depressão nesta população idosa. portanto, é fundamental entender e investigar os fatores que influenciam esse transtorno, a fim de direcionar as intervenções de saúde para melhorar a qualidade de vida dos idosos. Conclusão: Constatou-se que a identificação precoce dos fatores de risco, juntamente com a implementação de estratégias de prevenção, pode contribuir significativamente para o bem-estar emocional e mental dos idosos, promovendo um envelhecimento saudável e uma melhor qualidade de vida.

Palavras-chave: Depressão. Idoso. Geriatria

ABSTRACT: Depression is a public health problem that affects approximately 154 million people worldwide, and its prevalence has increased in recent years. In this context, the elderly with a prevalence of 15% of depressive symptoms stand out, requiring special attention, as well as prevention and care measures for this population. Objective: To analyze, through a systematic review, scientific productions about risk factors and prevention strategies in elderly people with depression, as indicated by the literature in articles published between 2017 and 2023. Materials and Methods: The methodology used was a systematic literature review published in the national language, in randomized and controlled studies, published in the last 06 years indexed in the literary collection of Medline, Lilacs and Scielo. Results: 11 articles published between 2017 and 2023 were included, through this study it is intended to intensify the knowledge about the risk factors that can help prevent the development of depression in this elderly population. Therefore, it is fundamental to understand and investigate the factors that influence this disorder, in order to direct health interventions to improve the quality of life of the elderly. Conclusion: It was found that the early identification of risk factors, together with the implementation of prevention strategies, can significantly contribute to the emotional and mental well-being of the elderly, promoting healthy aging and a better quality of life.

Keywords: Depression. Elderly. Geriatrics.

INTRODUÇÃO

O processo de envelhecimento é uma etapa natural que afeta todas as pessoas ao longo de suas vidas. É uma fase que demanda atenção especial devido às mudanças que ocorrem, tornando algumas atividades mais desafiadoras, os idosos muitas vezes enfrentam rejeição e negligência, apesar de necessitarem de cuidados tanto da família quanto da sociedade em geral. Além disso, é comum que surjam algumas doenças nessa fase, o que reforça a importância de oferecer suporte adequado aos idosos (ABRANTES et al., 2019).

Segundo a Política Nacional do Idoso (PNI) estabelecida pela Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006, que é o marco constitucional e regulamentador das ações voltadas para a população idosa, considera-se idosas as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. No entanto, de acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), em países em desenvolvimento, considera-se idosas as pessoas com 60 anos ou mais, enquanto em países desenvolvidos essa faixa etária é de 65 anos ou mais (PEREIRA et al., 2019).

O envelhecimento é um fenômeno universal que afeta a vida de todos os seres humanos. Durante essa fase, ocorrem diversas mudanças morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, muitas vezes acompanhadas pelo surgimento de diferentes doenças. Entre os idosos, é comum observar alterações neuropsiquiátricas, com destaque para a depressão, que é o foco do nosso estudo.

A elevada prevalência da depressão entre os idosos tem sido uma preocupação constante para os profissionais da saúde, devido aos impactos negativos na qualidade de vida e aos riscos associados a essa condição. Nesse contexto, destaca-se a importância dos cuidados gerontológicos especializados, que visam tanto a recuperação do paciente deprimido como a prevenção da doença, considerando aspectos familiares, espirituais e os diversos fatores biopsicossociais envolvidos (PEREIRA et al., 2019).

A depressão representa um relevante desafio social nos tempos atuais, demandando uma análise e reflexão a partir de diversas perspectivas conceituais, essa abordagem visa adquirir um conhecimento e compreensão mais abrangentes, que possam orientar a tomada de decisões na prática clínica, conforme apontado por Abrantes et al. (2019).

Diante deste contexto a questão norteadora deste estudo será: Quais os fatores de risco e estratégias de prevenção nos idosos depressivos descritos na literatura por meio da revisão sistemática?

O interesse pelo tema surgiu devido ao crescente aumento da depressão entre os idosos, o alto índice de depressão vem causando preocupação entre os profissionais de saúde por se tratar de uma patologia que impede os idosos de terem uma vida saudável, independente, e pelos riscos os quais estão expostos. Por isso, a contribuição da Equipe de Saúde nesse contexto, é de extrema importância para à recuperação do paciente idoso depressivo, o médico tem assumido papel decisivo no que se refere à identificação das necessidades de cuidado dos indivíduos, bem como na promoção e proteção da saúde.

Diante do exposto, o presente estudo é de suma importância para que se compreenda melhor a assistência da Estratégia da Saúde da Família (ESF) prestada ao paciente idoso com depressão. Vale ressaltar que a pesquisa é de grande relevância para o meio acadêmico, pois pode contribuir para complementar outra pesquisa existentes sobre a referida temática.

Os resultados dessa pesquisa contribuiu para criação de políticas públicas de saúde voltadas para esse público em específico, assim como fomentar o desenvolvimento de ações preventivas e de detecção precoce da depressão frente a essa população idosa.

Neste contexto, a depressão é uma síndrome psiquiátrica multifatorial, caracterizada por sintomas psicológicos, comportamentais e físicos. Essa condição emocional aumenta o risco de morbidade e mortalidade na população idosa, tornando-se um importante problema de saúde a ser abordado (MENDES et al., 2018).

Na prática médica, o cuidado transcende o conhecimento teórico e engloba uma abordagem humanizada, considerando os aspectos biopsicossociais e espirituais dos idosos. A assistência, por sua vez, é uma ação prática que se molda de acordo com as necessidades da população atendida, indo além da dimensão puramente biológica. Esses impactos da assistência e do cuidado podem ser avaliados, entre outros aspectos, pelo bem-estar percebido pelo idoso e pela capacidade de atender às suas necessidades de saúde (LIMA et al., 2021).

Diante deste contexto e considerando que o conhecimento científico delineia a prática profissional optou-se por fazer uma revisão sistemática, sobre o tema depressão na população idosa, objetivando com este estudo analisar o que está sendo publicado sobre depressão nos idosos nos periódicos nacionais como subsídio para o cuidado ao idoso com transtorno depressivo.

Diante desse contexto, o objetivo deste estudo é analisar através da revisão sistemática as produções científicas acerca dos fatores de risco e as estratégias de prevenção nos idosos com depressão, segundo apontado pela literatura em artigos publicados entre 2017 e 2023.

METODOLOGIA

A revisão sistemática oferece a oportunidade de apresentar as evidências científicas mais robustas relacionadas a um tema específico, seja no âmbito das práticas clínicas ou das decisões integradas ao cenário da saúde. Seu propósito reside em minimizar os vieses que podem surgir em revisões não sistemáticas, por meio de uma abordagem crítica e abrangente da literatura relevante, resultando em uma análise mais objetiva e confiável.

Para realizar esta revisão sistemática, foi decidido utilizar repositórios contendo artigos publicados em revistas indexadas, devido à sua extensa gama de dados e à sua frequente aplicação na pesquisa acadêmica. As bases de dados selecionadas para este estudo incluem a Scientific Electronic Library online (SCIELO Brasil), a Base de Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e o Medline.

Foram empregados os termos “depressão”, “Idoso” e “Geriatria” em português e inglês como descritores para a escolha dos estudos. Foram considerados para inclusão na revisão apenas estudos científicos, artigos de revistas, teses e revisões bibliográficas redigidos em língua portuguesa e que atendiam aos critérios de seleção definidos pelo método Prisma. Os critérios de exclusão englobaram pesquisas e trabalhos realizados fora do período de análise, textos incompletos, revisões duplicadas e estudos que não estavam em conformidade com o processo de seleção, conduzidos no território brasileiro.

Nos critérios de exclusão foram excluídos artigos que não disponibilizavam o texto completo, que não estavam redigidos em português ou inglês, e que não foram publicados em revistas indexadas no período de 2017 a 2023. Apenas os artigos que estavam diretamente relacionados ao tema proposto foram considerados. Além disso, textos presentes em anais de eventos, comunicações breves e boletins não foram incorporados à análise. Por fim, uma organização criteriosa dos materiais lidos e avaliados foi realizada.

Utilizando a estrutura do fluxo PRISMA, conduziu-se uma análise preliminar de estudos relacionados à temática, a fim de avaliar a pertinência do estudo em questão. Durante a fase de identificação, foram examinados 128 artigos que demonstraram potencial para abordar a questão de pesquisa: Quais são os fatores de risco e estratégias de prevenção em idosos com depressão, conforme descrito na literatura através da revisão sistemática? Como resultado, 11 artigos foram selecionados, tendo suas referências atendido aos critérios da pesquisa. As informações contidas nos estudos foram extraídas por meio de um processo dividido em quatro etapas: identificação, triagem, elegibilidade e critérios de inclusão, conforme delineado no diagrama de fluxo das diretrizes PRISMA-P. (Figura 1).

Figura 1 Fluxograma das diferentes fases da revisão sistemática, 2023.

    Fonte: Ribeiro, FAG, 2023.

O processo inicia com a etapa de identificação, onde o tema a ser abordado é analisado e as hipóteses pertinentes à revisão sistemática são delineadas. Na segunda fase, a triagem, estabelecem-se os critérios para inclusão e exclusão de estudos/amostras, assim como a pesquisa na literatura. A terceira etapa, denominada elegibilidade, compreende a extração das informações dos estudos escolhidos e revisados. Por fim, os critérios de inclusão englobam a avaliação e discussão dos estudos incorporados na revisão integrativa.

Para garantir a coerência e interpretação dos dados, uma síntese foi realizada, visando contribuir para uma análise embasada na ciência baseada em evidências. Isso proporciona uma base sólida para analisar e compreender os dados de forma mais completa.

RESULTADOS

Ao realizar uma busca ativa nas bases de dados, um total de 128 artigos foi identificado durante a etapa de identificação. Após avaliação dos títulos e resumos, 21 artigos que não cumpriram os critérios de inclusão foram excluídos. Na fase de seleção, 107 artigos foram selecionados, dos quais 50 foram removidos devido ao critério de período abrangido. Isso resultou em 57 artigos na etapa de elegibilidade, onde o texto completo foi avaliado quanto à adequação. Dentro dessa etapa, 46 artigos foram excluídos por não atenderem aos critérios, incluindo o idioma em português e a abordagem temática. Finalmente, na fase de inclusão, 11 artigos foram selecionados para análise, a fim de fornecer suporte substancial para o estudo.

Consequentemente, conduziu-se uma análise temática dos artigos adquiridos dessas fontes de dados, seguida por uma análise cuidadosa e minuciosa das bibliografias. O objetivo foi obter, de maneira sistemática e objetiva, uma descrição abrangente das informações e dados coletados, a fim de permitir a assimilação efetiva desses elementos. Como resultado, o total de artigos elegíveis para inclusão foi 11 (onze).

A análise e síntese dos resultados obtidos são apresentadas no (Quadro 1), que inclui informações como autores, título, objetivo, metodologia, ano e resultados. Abaixo estão listados os artigos escolhidos para a revisão do estudo proposto.

Quadro 1. Artigos científicos selecionados nas bases de dados segundo as características dos autores, títulos, objetivo, metodologia, ano e resultados. Porto Velho, 2023.

CODAutoresTítuloObjetivoMetodologiaAnoPrincipais Resultados
    1    FERNANDES, E.A; RODRIGUES, A.R.G.M de   Fatores de Risco para Depressão em Idosos    Identificar fatores de risco associados à presença de sintomas depressivos em idosos, à luz da literatura científica      Revisão Integrativa de Literatura      2022Faz-se importante que mais estudos sejam feitos visando entender a depressão em pessoas idosas, pois, pesquisando, será possível apontar erros e acertos na assistência e propiciar uma melhor experiência para essas pessoas que experimentam do cuidado.
    2    SOUZA, A.P de et al.Ações de promoção e proteção à saúde mental do idoso na atenção primária à saúde: uma revisão integrativa      Analisar ações de promoção e proteção à saúde mental do idoso no contexto da atenção primária à saúde.        Revisão Integrativa de Literatura          2021Ressalta-se o apoio matricial como ferramenta indispensável a novas práticas em saúde mental. Conclui-se que o momento é de ampliação do escopo de ações oferecidas aos idosos em sofrimento psíquico. Detectam-se esforços para a produção do cuidado na direção da integralidade, mas ainda incipientes.
  3    MOREIRA, L.G et al.Fatores associados a depressão em idosos: uma revisão integrativa  Compreender fatores que se relacionam com a depressão em idosos, bem como a correlação com outras doenças, diagnóstico, incidência e tratamento.    Revisão Integrativa    2022Sendo assim, cabe ao profissional estar sempre atualizando seus estudos sobre o transtorno depressivo, sintomas até mesmo secundários, ou tratamento.
  4  LAMPERT, C.D.T; FERREIRA, V.R.T  Fatores associados à sintomatologia depressiva em idosos  Investigar a presença de sintomas depressivos em idosos, identificando sua prevalência e quais os fatores psicossociais que podem estar associados a essa sintomatologia.          Estudo Quantitativo        2018  O conhecimento da presença e dos fatores associados aos sintomas depressivos em idosos pode promover ações voltadas para a qualidade de vida nesta população.
5  ALMEIDA, V.G; JUNIOR, J.C.M.N; CARDOSO, P.P  Depressão no idoso: fatores de risco, prevenção e estratégias de cuidado      Explorar, por revisão de literatura, estratégias de prevenção e cuidado da depressão em idosos.      Revisão Narrativa      2023  Conclui-se que avanços dependem de pesquisas   que   ampliem   a   compreensão   dessa   condição   complexa   e subsidiem intervenções personalizadas mais efetivas.
  6    ROCHA, B.L et al.Prevalência de sintomas depressivos e fatores associados em idosos de Unidades de Atenção Primária à Saúde em Rio Branco, Acre          Estimar a prevalência de sintomas depressivos e fatores associados em idosos assistidos por Unidades de Atenção Primária à Saúde em Rio Branco, Acre, Brasil.            Estudo Transversal            2021Evidenciou-se uma elevada prevalência de sintomas depressivos na população estudada. A identificação dos fatores associados apontou a vulnerabilidade socioeconômica e de saúde nas quais os idosos estão imersos, relacionando-se com as condições associadas à sintomatologia depressiva.
7  SOUSA, K.A et al.Prevalência de sintomas de depressão em idosos assistidos pela estratégia de saúde da famíliaDeterminar a prevalência de sintomas de depressão e verificar associação com fatores sociodemográficos em idosos cadastrados em uma Estratégia de Saúde da Família do município de Cajazeiras, PB.    Pesquisa de Campo, descritiva com abordagem quantitativa        2017  Em nível de atenção primária, a compreenderem a realidade desses indivíduos, diagnosticar precocemente e intervir de forma adequada na prevenção ou tratamento da depressão.
8  LEITE, T.S.M dePrevalência e fatores associados à depressão em idosos: um estudo transversal    Avaliar a associação entre depressão, os fatores sociodemográficos e os riscos para a saúde em idosos.     Estudo Transversal    2020 A depressão estava associada a fatores modificáveis e que podem ser prevenidos. Desta forma, o diagnóstico precoce destes fatores de risco, a inclusão de atividades sociais, físicas e cognitivas devem ser consideradas para sua prevenção.
9    SOUZA, A.P et alAções de promoção e proteção à saúde mental do idoso na atenção primária à saúde: uma revisão integrativa      Analisar ações de promoção e proteção à saúde mental do idoso no contexto da atenção primária à saúde.        Revisão Integrativa        2022Conclui-se que o momento é de ampliação do escopo de ações oferecidas aos idosos em sofrimento psíquico. Detectam-se esforços para a produção do cuidado na direção da integralidade, mas ainda incipientes.
10  FERRAZ, N.R et al.Depressão na terceira idade: fatores desencadeantes e formas de intervençãoAnalisar os fatores desencadeadores da depressão em pacientes idosos e formas de intervenção para a melhoria da qualidade de vida.      Revisão Integrativa  2023Os autores sugerem que, a psicoterapia, a terapia medicamentosa, a prática de atividade física, a reinserção social e o apoio familiar podem ser utilizadas como estratégias integradas para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes idosos.
11  SANTOS J.F dos et al.Intervenções educativas como possibilidade de prevenção da depressão de idosos em um conjunto habitacional    Descrever intervenções educativas como possibilidade de prevenção da depressão em idosos residentes em um conjunto habitacional.        Pesquisa-ação        2022As intervenções educativas possibilitaram espaço para participação e discussão dos idosos acerca da depressão, tornando-os ativos no processo de aprendizagem, o que resultou em encontros enriquecedores para a construção do conhecimento individual e coletivo estimulando à atitude preventiva da depressão.

Fonte: Ribeiro, F.A.G, 2023.

DISCUSSÃO

Segundo Leite et al. (2020), a depressão no idoso é um problema de saúde mental que merece atenção devido ao aumento da população idosa e seus efeitos adversos na qualidade de vida. Este resumo crítico aborda os fatores de risco associados à depressão nessa faixa etária e as estratégias de prevenção propostas.

Logo, para Santos et al. (2022) afirma que os fatores de risco para a depressão em idosos incluem aspectos biológicos, como predisposição genética e mudanças neurobiológicas, bem como condições médicas crônicas, isolamento social, perdas significativas e declínio cognitivo. Esses fatores destacam a complexidade e a multifatorialidade da depressão entre os idosos.

Como demonstrado ao longo deste estudo de Moreira et al. (2022), com o envelhecimento da população ganhando destaque, a proporção de idosos está em constante crescimento. Nesse contexto, a implementação de estratégias preventivas eficazes em relação à depressão se torna uma prioridade essencial. Essas estratégias não apenas visam mitigar o impacto negativo da depressão na saúde mental dos idosos, mas também têm um impacto direto no envelhecimento global da população.

À luz dessas considerações, Lampert e Ferreira (2018) afirma que ao abordar a depressão por meio de intervenções preventivas, não apenas se melhora a qualidade de vida dos idosos, mas também se promove um envelhecimento mais saudável e produtivo. Essa abordagem não só alivia o sofrimento individual, mas também beneficia a sociedade como um todo, resultando em uma população idosa mais ativa, envolvida e capaz de contribuir positivamente para a comunidade.

Portanto, a implementação de estratégias preventivas não só reduz a carga da depressão, mas também promove uma perspectiva otimista em relação ao envelhecimento, com resultados benéficos para a saúde mental e o bem-estar geral dos idosos (ROCHA et al., 2021).

Em complemento, Almeida, Junior e Cardoso (2023) evidenciam em seu estudo que as estratégias de prevenção são diversas e abrangem várias dimensões, a educação e conscientização sobre a depressão são fundamentais para a identificação precoce. O apoio social, o estímulo à atividade física, o acesso a cuidados médicos abrangentes e intervenções psicossociais são medidas relevantes para prevenir a depressão. A promoção do engajamento em atividades significativas e o suporte familiar também desempenham um papel importante.

Em conformidade de Ferraz et al. (2023), embora as estratégias de prevenção sejam promissoras, alguns desafios merecem destaque. A implementação efetiva dessas estratégias requer colaboração entre diversos setores, incluindo saúde, comunidade e família. Além disso, a disponibilidade de recursos adequados, profissionais de saúde capacitados e o acesso equitativo a cuidados médicos são cruciais para o sucesso das intervenções.

Por outro lado, é importante reconhecer que a depressão no idoso não é um problema isolado, mas está interligado com outros aspectos do envelhecimento, como saúde física, independência e adaptação às mudanças. Portanto, abordagens integradas que consideram o contexto individual são essenciais para abordar eficazmente a depressão.

De acordo com o estudo de Fernandes e Rodrigues (2022), a depressão no idoso é um desafio complexo que requer uma abordagem holística e interdisciplinar, compreender os fatores de risco e implementar estratégias de prevenção adaptadas às necessidades dos idosos pode contribuir para melhorar a saúde mental e o bem-estar nessa fase da vida. No entanto, a implementação bem-sucedida dessas estratégias exige atenção contínua aos desafios práticos e à disponibilidade de recursos.

Nesse contexto, Souza et al. (2022), afirma que torna-se evidente a importância de reconhecer a necessidade constante de avanços em pesquisa, educação e políticas voltadas para abordar a questão da depressão entre os idosos, essa problemática complexa e impactante requer um compromisso contínuo com a compreensão dos fatores de risco e aprimoramento das estratégias preventivas.

Logo Sousa et al. (2017) evidencia que através do investimento em pesquisa, é possível obter uma compreensão mais profunda das causas subjacentes da depressão nessa faixa etária, orientando assim a criação de intervenções mais eficazes. Além disso, a disseminação de conhecimento por meio da educação é fundamental para aumentar a conscientização tanto entre os idosos quanto entre os profissionais de saúde, permitindo a detecção precoce e a intervenção adequada.

No entanto, a implementação bem-sucedida dessas medidas requer o desenvolvimento e a implementação de políticas que priorizem a saúde mental dos idosos. Portanto, ao combinar pesquisa, educação e políticas adequadas, é possível construir um futuro mais saudável e resiliente para essa população, garantindo que eles possam desfrutar de uma qualidade de vida emocionalmente estável e enriquecedora à medida que envelhecem.

CONCLUSÃO

Diante desse panorama, a depressão no idoso é um problema de saúde mental complexo e significativo, que requer uma abordagem abrangente para identificação, compreensão e prevenção. Os fatores de risco associados à depressão nessa faixa etária são diversos e frequentemente interligados, incluindo elementos biológicos, psicológicos e sociais. No entanto, é fundamental reconhecer que a depressão não é uma parte inevitável do envelhecimento, e medidas proativas podem ser tomadas para minimizar seu impacto.

Considerando o impacto significativo da depressão na vida dos idosos, a adoção de estratégias preventivas não apenas beneficia a saúde mental, mas também contribui para uma sociedade mais compassiva e solidária.

Em face das complexidades inerentes à depressão na terceira idade, as estratégias de prevenção desempenham um papel crucial na promoção do bem-estar mental dos idosos. O fortalecimento das redes sociais e o apoio emocional, bem como a promoção de estilos de vida ativos e saudáveis, são alicerces importantes na prevenção da depressão. A conscientização sobre os sinais precoces da depressão, tanto entre os idosos quanto entre os profissionais de saúde, pode levar a diagnósticos mais rápidos e a intervenções eficazes.

Além disso, é crucial considerar abordagens personalizadas, pois cada indivíduo é único em suas circunstâncias e respostas. Intervenções que visam preservar um senso de propósito, engajamento e autonomia podem ser especialmente benéficas. O suporte familiar desempenha um papel vital, não apenas na prevenção, mas também na criação de um ambiente de compreensão e apoio para os idosos.

No âmbito da saúde pública, a depressão no idoso deve ser abordada de maneira integrada, envolvendo profissionais de saúde, familiares, cuidadores e a própria comunidade. Ao priorizar a saúde mental na terceira idade, podemos ajudar a melhorar a qualidade de vida dos idosos, promovendo um envelhecimento saudável e positivo.

Os resultados do estudo mostram que a depressão no idoso não deve ser negligenciada, e sim encarada como um desafio que exige uma abordagem holística, sensível e voltada para a prevenção. Com esforços contínuos na identificação precoce, no suporte social e no acesso a cuidados adequados, podemos trabalhar para mitigar o impacto da depressão e proporcionar uma vida saudável para os idosos.

REFERÊNCIAS

ABRANTES, G.G de  et al. Sintomas depressivos em idosos na atenção básica à saúde.Rev. bras. geriatr. Gerontol. v.22 n. 4, Rio de Janeiro,  2019  Epub 25-Nov-2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-98232019000400209&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Acesso em: 13 mar. 2023.

ALMEIDA, V.G de; JUNIOR, J.C.M.N; CARDOSO, P.P. Depressão no idoso: fatores de risco, prevenção e estratégias de cuidado. Revista Contemporânea, 2023, 3(8), 11663–11668. Disponível em: https://ojs.revistacontemporanea.com/ojs/index.php/home/article/view/1349. Acesso em: 04 ago. 2023.

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Filipe Amaral Galvão Ribeiro – Discente de Medicina da Faculdade Metropolitana1
Arlindo Gonzaga Branco Junior – Docente do Curso de Medicina da Faculdade Metropolitana2