DEPRESSÃO GERIÁTRICA: DIFERENÇAS NA APRESENTAÇÃO E INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO

GERIATRIC DEPRESSION: DIFFERENCES IN PRESENTATION AND INFLUENCEON THE ELDERLY’S QUALITY OF LIFE

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102411292126


Ana Carolina Deichsel ¹
Ana Clara Aguilera Tesser ²
Helena Eduarda Terres Hennrichs³
Laura Furtado Malta4
Cristiano da Silva Granadier5


RESUMO: Introdução: O crescimento da população idosa no Brasil, impulsionado por avanços em saúde e educação, traz desafios significativos, especialmente em relação à saúde mental. A depressão entre idosos está associada a piores condições clínicas e maior risco de hospitalizações. É essencial monitorar esses indivíduos para intervenções precoces, melhorar sua qualidade de vida e reduzir os impactos negativos da doença. Objetivo: realizar uma abordagem multidisciplinar da incidência da depressão geriátrica, relacionando artigos e diretrizes atuais de modo a conhecer manifestações da doença no público supracitado e como essa incidência afeta o bem- estar dessa população já fragilizada. Metodologia: o artigo apresenta uma revisão integrativa sobre depressão geriátrica, analisando artigos e diretrizes de bases como SCIELO, Pubmed e Lilacs. Foram utilizados descritores específicos em português e inglês para a seleção de estudos publicados entre 2018 e 2023. Os resultados são apresentados em quadros e tabelas. Resultados: realizou se uma busca nas bases de dados utilizando os termos “Idoso fragilizado”,

“Transtorno depressivo” e “Saúde mental” e foram encontrados artigos sobre depressão geriátrica, os quais buscou-se limitar a gama de estudos para artigos que contemplassem propostas de incidência dessa doença. Considerações Finais: a depressão geriátrica é complexa e multifatorial, influenciada por fatores sociais, psicológicos e de saúde. Grupos de convivência e atividades físicas são importantes para lidar com essa enfermidade. A fragilidade física e a multimorbidade aumentam a probabilidade de depressão, tornando diagnósticos precoces e medidas sociais cruciais para mitigar o impacto da depressão nesta população.

Palavras-chave: Idoso fragilizado; Transtorno depressivo; Saúde mental.

ABSTRACT: Introduction: The growth of the elderly population in Brazil, driven by advances in health and education, brings significant challenges, especially in relation to mental health. Depression among the elderly is associated with worse clinical conditions and a higher risk of hospitalizations. It is essential to monitor these individuals for early interventions, improve their quality of life and reduce the negative impacts of the disease.

Objective: to carry out a multidisciplinary approach to the incidence of geriatric depression, relating current articles and guidelines in order to understand the manifestations of the disease in the aforementioned population and how this incidence affects the well-being of this already fragile population. Methodology: the article presents an integrative review on geriatric depression, analyzing articles and guidelines from databases such as SCIELO, Pubmed and Lilacs. Specific descriptors in Portuguese and English were used to select studies published between 2018 and 2023. The results are presented in tables. Results: a search was carried out in the databases using the terms “Frail elderly”, “Depressive disorder” and “Mental health” and articles on geriatric depression were found, for which we sought to limit the range of studies to articles that contemplated proposals for the incidence of this disease. Final Considerations: geriatric depression is complex and multifactorial, influenced by social, psychological and health factors. Social groups and physical activities are important to deal with this disease. Physical frailty and multimorbidity increase the likelihood of depression, making early diagnosis and social measures crucial to mitigate the impact of depression in this population.

Keywords: Fragile elderly; Depressive disorder; Mental health.

  1. INTRODUÇÃO

O crescimento repentino da população idosa no Brasil atualmente foi resultado dos avanços na área da saúde, melhorias na educação e no saneamento básico, além do aumento da escolaridade feminina. Isso levou a uma maior participação das mulheres no mercado de trabalho e à ampla utilização de métodos contraceptivos. Público esse que tem entre as principais causas de mortalidade as doenças cardiovasculares, os cânceres e as enfermidades respiratórias, representando aproximadamente 60% dos óbitos entre homens e mulheres (Barbosa et al, 2023).

Ademais, é notório que idosos os quais sofrem de depressão apresentam pior evolução em suas demais condições clínicas, estando mais suscetíveis a hospitalizações, quedas, comprometimento cognitivo e demência. Eles costumam sentir-se desmotivados e sem propósito, sintomas que requerem atenção especial devido à sua ligação com pensamentos suicidas. Assim, é crucial monitorar atentamente o comportamento dos idosos para possibilitar uma intervenção no tempo adequado para o tratamento (Dias et al, 2022).

Outrossim, a depressão intensifica a incapacidade, diminui a qualidade de vida e está relacionada ao aumento de consultas médicas e atendimentos em pronto-socorro, ao maior consumo de medicamentos, ao risco elevado de uso de álcool ou substâncias ilícitas, além de prolongar internações hospitalares e elevar os custos gerais com cuidados de saúde. Além de atuar como um fator de risco para se desenvolver Alzheimer, demências e doenças vasculares (Tavares, Silva e Trajano, 2022).

Assim, vale se reforçar que a população idosa demanda uma atenção maior em relação à saúde, especialmente no que se refere às doenças mentais, que comprometem significativamente a qualidade de vida desses indivíduos. Pois, o Estatuto

do Idoso garante o direito a um envelhecimento saudável, com acesso a serviços de prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde. Por isso, é fundamental abordar a depressão em idosos, buscando estratégias para prevenir, tratar e minimizar seus impactos, considerando a perda cognitiva que pode ser ocasionada pela doença (Costa et al, 2021).

Ademais, esse artigo busca realizar uma abordagem multidisciplinar da incidência da depressão geriátrica, relacionando artigos e diretrizes atuais de modo a conhecer manifestações da doença no público supracitado e como essa incidência afeta o bem-estar dessa população já fragilizada. Doravante, tais apresentações em associação a práticas clínicas adotadas no tratamento dessa mazela facilitarão a proposição de ações de cuidado e manejo pelos gestores públicos otimizando a saúde mental da população como um todo.

  1. METODOLOGIA

O presente artigo se trata de uma revisão integrativa, em que se foi analisado artigos científicos e diretrizes sobre o tema da depressão geriátrica. Nesse enfoque, foi utilizado como base de dados a Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO), a Pubmed e a Lilacs. E para a seleção dos artigos, utilizou-se os descritores “Idoso fragilizado”, “Transtorno depressivo” e

“Saúde mental”, os quais são encontrados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), e combinados com operador boleano AND. Sendo que para os descritores em inglês, utilizou-se os termos correspondentes encontrados no MeSH: “Fragile elderly”, “Depressive disorder” e “Mental health”, também utilizando a combinação com o operador boleano AND.

Paralelamente, dentre os artigos e diretrizes pesquisados, foram adotados como critérios de inclusão: artigos originais, de estudo de campo, e de relatos de experiência; os quais continham texto completo para serem analisado e que foram publicados em português, espanhol e inglês, no período de 2018 a 2023. Tais objetos de análise abrangiam os temas de Medicina, Geriatria e Psiquiatria. E como critérios de exclusão, evitou-se o uso de artigos de revisão de literatura, publicações anteriores a 2018 e as que não estavam interligadas ao objetivo de estudo proposto.

Outrossim, os resultados da análise estão apresentados em quadros e tabelas relacionando informações sobre apresentações da doença e manejo clínico da depressão geriátrica. Por fim, a pesquisa analisou informações sobre depressão dos idosos, sendo essas, de domínio público, disponíveis para acesso nos sítios eletrônicos supracitados. Sendo que tais bases de dados não permitem a identificação de pessoas e não foi necessário a submissão do projeto de pesquisa à apreciação de um Comitê

de Ética em Pesquisa.

  1. RESULTADOS

Inicialmente, realizou se uma busca nas bases de dados utilizando os termos “Idoso

fragilizado”, “Transtorno depressivo” e “Saúde mental” e foram encontrados aproximadamente 580 artigos da temática proposta sendo 449 da LILACS, 70 da SCIELO e 62 da Pubmed e duas diretrizes sobre o tema, uma da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e uma da Sociedade Americana de Geriatria (AGS), as quais versam sobre o manejo da depressão geriátrica e a importância de se usar ferramentas diagnósticas como a Escala de Depressão Geriátrica (GDS). Sendo que, após uma leitura inicial dos títulos e resumos, foram selecionados 38 artigos para análise, posteriormente 29 artigos foram excluídos por duplicidade e a falta de coerência com o tema abordado. Os detalhes sobre a seleção dos artigos estão apresentados no Quadro 1.

Quadro 1 – Etapas da seleção de artigos para a revisão de literatura
Base de dadosTotal de artigos captados1ª etapa: exclusão por título e resumo2ª etapa: exclusão por duplicidade e coerência3ª etapa: leitura na íntegraArtigos selecionados
SciELO, PubMed, Lilacs5805373899

Fonte: Autores do artigo.

Doravante, apesar da expressiva gama de estudos sobre o assunto “depressão geriátrica” foi restrito o número de trabalhos que abordam as apresentações dessa doença, a Tabela 1 explicita as informações obtidas por esses estudos, expondo os resultados obtidos pelos autores em seus trabalhos, os quais agregam práticas e informações úteis para um melhor atendimento a quem possui essa enfermidade.

Autoria / ano do estudoTipo de estudoObjetivoEvidência
Souza et al., 2022Estudo descritivo- exploratório e quantitativoEstimar a prevalência de depressão e ansiedade entre uma população de idosos institucionalizados e verificar possíveis fatores associados.Evidencia-se o profundo impacto exercido pelas diferentes condições materiais e simbólicas de existência intra-institucionais sobre a subjetividade individual de cada idoso residente em Instituições de Longa Permanência para Idosos.
Melo et al., 2020Estudo descritivoAnalisar a relação entre fragilidade, sintomas depressivos e qualidade de vida de idosos cuidadores de outros idosos inseridos em contexto de alta vulnerabilidade social.Idosos cuidadores frágeis e com sintomas depressivos apresentaram pior percepção sobre a qualidade de vida.
Leite et al., 2020Estudo transversalAvaliar a associação entre depressão, os fatores sociodemográficos e os riscos para a saúde em idosos.A depressão estava associada a fatores modificáveis e que podem ser prevenidos. Desta forma, o diagnóstico precoce destes fatores de risco, a inclusão de atividades sociais, físicas e cognitivas devem ser consideradas para sua prevenção.
Amaral et al., 2018Estudo transversalAnalisar a associação entre multimorbidade e depressão e qualidade de vida em idosos da Estratégia de Saúde da Família (ESF).Observou-se que idosos com depressão representaram 27% da amostra, sendo essa doença em maior proporção entre os com multimorbidade em comparação àqueles sem. Os idosos com multimorbidade tiveram duas vezes mais chance de apresentar depressão.
Rodrigues et al., 2022Estudo descritivo e documentalDescrever os episódios depressivos em idosos residentes no estado do Ceará no último quinquênio.O conhecimento do perfil de mortalidade por episódios depressivos da população idosa representa uma estratégia de entendimento das possibilidades de intervenções presentes e futuras a serem trabalhadas pelos profissionais de saúde, bem como da diversificação do acometimento e perfil de idosos com depressão nas diferentes regiões e estados Brasileiros, considerando a necessidade de mais estudos dessa magnitude.
Volz et al., 2023Estudo descritivo e quantitativoAvaliar a incidência cumulativa de depressão e seus fatores associados na população idosa, residente na zona urbana do Município de Bagé, Rio Grande do Sul, Brasil.Os resultados reforçam o caráter multidimensional e dinâmico da depressão, que alterna episódios curtos e longos, podendo se tornar recorrente e de curso crônico.
Cardoso et al., 2019Revisão bibliográfic aVerificar a relação entre a depressão, a inapetência e a qualidade de vida em idosos.Constatou-se na presente revisão que a depressão foi relacionada a inapetência em idosos, os principais fatores desencadeantes encontrados foram: sexo, qualidade de vida, fatores socioeconômicos e o sentimento de solidão.
Silva et al., 2023Revisão integrativaIdentificar os fatores de risco para a depressão em pessoas idosas.Constatou-se que os fatores de riscos para a depressão em idosos incluem baixo nível de escolaridade, estado civil divorciado, solteiro ou viúvo, presença de mais de uma patologia crônica, ausência de atividades sociais, de lazer e de práticas de atividades físicas.
Oliveira et al., 2019Estudo descritivoAvaliar sinais de depressão em idosos participantes e não participantes de grupo de convivência.Os grupos mostraram-se relevantes, pois podem ser considerados preventivos, proporcionando aos idosos uma melhor interação social e enfrentamento do processo de envelhecimento.

Tabela 1: Explora os estudos encontrados sobre as diferentes apresentações da depressão geriátrica.

  1. DISCUSSÃO

Oliveira et al. (2018) em seu estudo descritivo explora a importância de grupos de convivência para a prevenção de sintomas de depressão em idosos. O estudo, realizado na Bahia, revelou que um a cada três dos idosos que frequentaram tais grupos apresentaram sinais depressivos, em comparação com o grupo dos que não participavam que metade dos integrantes avaliados não possuíam a enfermidade. A pesquisa destaca ainda que essas turmas promovem interação social, ajudam no enfrentamento das dificuldades associadas ao envelhecimento e são eficazes para a saúde mental dos idosos, conforto na qualidade de vida e redução da depressão.

Em outro enfoque, Cardoso et al. (2019) trabalha em sua revisão a ideia de que a depressão, a inapetência e a qualidade de vida estão interligadas na população idosa. Para tanto, defende a perspectiva de que a depressão é mais frequente entre idosos que possuem fatores como sexo feminino, baixa escolaridade e ausência de vínculo conjugal. O estudo também destacou a associação entre o declínio cognitivo e a incapacidade funcional com a redução na ingestão alimentar e a piora da qualidade de vida. Assim, enfatiza a vulnerabilidade dos idosos à depressão, agravada por limitações econômicas e isolamento social, e recomenda que os profissionais de saúde observem esses fatores para promover uma intervenção precoce e eficaz que previna o agravamento dos sintomas depressivos e suas consequências.

Paralelamente, Souza et al. (2022) abordou um grupo de idosos institucionalizados em seu trabalho e, ao examinar a perspectiva da saúde desse público, destaca-se uma prevalência significativa de sintomas de ansiedade (51,28%) e depressão (48,72%) entre os participantes, com fatores como doenças crônicas, dores frequentes, má qualidade de alimentação e baixa satisfação com a vida associada ao aumento dos sintomas depressivos. Além disso, o estudo descritivo-exploratório sugere que as condições intra-institucionais, como a falta de autonomia e o rígido controle institucional, impactam melhorias na saúde mental dos idosos, contribuindo para o

aumento de quadros depressivos. Esses resultados reforçam a necessidade de melhorar a infraestrutura e o atendimento nas instituições, bem como de desenvolver políticas que promovam o bem-estar psicossocial dos idosos institucionalizados.

Outrossim, sob a perspectiva da relação entre a qualidade de vida e a depressão geriátrica, Melo et al. (2020) analisou uma amostra de 40 cuidadores idosos, majoritariamente do sexo feminino, de faixa etária entre 60 e 69 anos, casados e aposentados, com predominância de escolaridade primária e uma percepção razoável de saúde. As doenças mais comuns relatadas por esses cuidadores incluíam DPOC, acidente vascular encefálico, câncer, anemia e diabetes, gerando uma alta carga de comorbidades. Mais da metade do grupo apresentava condição de pré-fragilidade, com critérios de fragilidade relacionados à redução da atividade física, baixa força de preensão palmar e perda de peso não intencional. Além disso, cuidadores frágeis e com sintomas depressivos apresentaram escores mais baixos de qualidade de vida (SF-6D), especialmente quando houve redução da atividade física, enfatizando a interdependência entre fragilidade, saúde mental e qualidade de vida.

Leite et al. (2020), em seu estudo transversal, apontaram que a depressão foi associada ao baixo nível educacional (<8 anos), dependência em atividades instrumentais da vida diária, presença de cinco ou mais doenças crônicas, ocorrência de quedas no último ano e dificuldades de sono e visão. A análise indica que muitos desses fatores são modificáveis e podem ser envolvidos de maneira preventiva, ressaltando a importância do diagnóstico precoce e de intervenções focadas na inclusão de atividades sociais, físicas e cognitivas para reduzir a vulnerabilidade dos idosos à depressão.

Ademais, Amaral et al. (2018) revelou uma associação significativa entre multimorbidade e sintomas depressivos, apontando que a prevalência de depressão entre idosos com múltiplas condições crônicas é algumas vezes maior em comparação com aqueles sem essa condição. Esses resultados corroboram o que foi relatado na tese de Souza et al. (2022) ao indicar que a multimorbidade está associada a uma piora na qualidade de vida, maior uso de serviços de saúde e aumento da vulnerabilidade emocional e física, fatores esses que contribuem para o agravamento da depressão. Observou-se também que idosos com multimorbidade registraram escores mais baixos de qualidade de vida, o que é consistente com estudos que associam a presença de múltiplas condições crônicas a menores índices de bem-estar e independência.

Observando a perspectiva social, destaca-se que limitações para atividades básicas e a restrição de saídas de casa estão associadas a um risco mais elevado de

depressão. Nesse viés, Volz et al. (2023) retoma a ideia de Oliveira et al. (2018) ao associar a importância de redes de apoio social e estruturas como grupos de convivência, que promovam maior integração social, melhoram a autoestima e mantêm sentimentos de isolamento e solidão, fatores diretamente relacionados ao risco de depressão em idosos.

Silva et al. (2021) identificaram a importância do diagnóstico precoce e do reconhecimento desses fatores para a implementação de intervenções que promovam a saúde mental e a qualidade de vida no combate à depressão geriátrica. A revisão integrativa evidencia que os idosos sem uma rede de apoio social sólida, com histórico de conflitos familiares, baixos recursos financeiros e condições de saúde fragilizadas apresentam maior risco de desenvolver depressão.

Em uma abordagem mais delicada, Rodrigues et al. (2022) em seu estudo descritivo e comportamental discorre sobre a mortalidade por episódios depressivos elencando que a depressão, agravada por fatores como solidão, conflitos familiares, doenças crônicas e mudanças financeiras, pode impactar severamente a qualidade de vida e até resultar em mortalidade entre idosos. Sendo que tais autores trabalharam na elaboração de um perfil dos idosos que faleceram e que padeciam de depressão e a constatação desse padrão foi de encontro ao relacionado por teses supracitadas acima, o que traz a necessidade de que o poder público trabalhe mais com a população geriátrica com o fito de mitigar a incidência de depressão nesse público.

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em linhas gerais, percebeu-se que a depressão geriátrica revela um quadro complexo e multifatorial, o qual evidencia que a interação entre fatores sociais, psicológicos e de saúde é crucial para entender a prevalência e a gravidade dos sintomas depressivos entre os idosos. Assim, destaca-se a importância dos grupos de convivência, que promovem a interação social e o enfrentamento das dificuldades do envelhecimento.

Ademais, a relação entre fragilidade física e saúde mental, mostra que idosos com condições de pré-fragilidade apresentam índices mais baixos de qualidade de vida, especialmente quando há redução da atividade física. E a presença de multimorbidade também mostra um fator crítico, na qual idosos com múltiplas condições crônicas têm uma prevalência significativamente maior de sintomas depressivos. Assim, as evidências sugerem que políticas públicas externas para o bem-estar psicossocial dos idosos, incluindo diagnósticos precoces e intervenções sociais e cognitivas, são

essenciais para mitigar o impacto da depressão nessa população crescente. A integração de cuidados de saúde mental com estratégias sociais pode ser um caminho promissor para melhorar a qualidade de vida dos idosos e reduzir a incidência da depressão.

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¹ Acadêmica do Curso de Medicina – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos
² Acadêmica do Curso de Medicina – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos
Professor do Curso de Medicina do Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos
Acadêmica do Curso de Medicina – Centro Universitário Maurício de Nassau
Acadêmica do Curso de Medicina – Universidade Rio Verde