DEPRESSÃO EM IDOSOS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA, ASTOLFO DUTRA, MG

DEPRESSION IN THE ELDERLY FROM THE FAMILY HEALTH STRATEGY, ASTOLFO DUTRA, MG

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11552790


Everaldo de Paula Carvalho1,2,3,4
Leidiane de Paula Carvalho5
Demétrio Antônio Gonçalves da Silva Gomes1


RESUMO

INTRODUÇÃO Os distúrbios psiquiátricos contribuem inexoravelmente para a redução da capacidade funcional e da qualidade de vida em idosos. Dentre esses distúrbios a depressão psicopatológica de alta complexidade, desponta como uma doença de alta frequência mundial, cujos sintomas caracterizam como perda da autoestima e perda da satisfação e interesse em realizar as atividades do cotidiano. OBJETIVO o presente estudo teve por objetivo avaliar a prevalência de depressão em idosos da estratégia de saúde da família de Astolfo Dutra-MG. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva, transversal, de caráter quantitativo, com idosos atendidos em estratégia de saúde da família na cidade de Astolfo Dutra – MG. Para a produção do artigo foi realizada pesquisa na base de dados Scientific Electronic Library Online, utilizando DeCs “idoso”, “envelhecimento”, “depressão” publicados entre 2008 e 2023, independentemente do método de pesquisa utilizado. RESULTADOS dos 43 indivíduos avaliados, 65 % eram mulheres. A idade variou de 61 a 92 anos, com média em 73,44 e desvio-padrão ±7,47. Quanto à escolaridade, 7,0 % nunca frequentaram a escola, a maioria 81,4% estudou ensino fundamental incompleto, 4,6 % estudou ensino fundamental completo e 7,0 % estudou ensino médio completo. Quanto ao estado civil, 51% eram casados ou viviam em união estável, e quase 49% não tinham um parceiro. Os sinais de depressão foram observados em 38 % das amostras avaliadas. CONCLUSÃO A aplicação da Escala de Depressão Geriátrica, a maioria dos idosos apresentou um quadro de normalidade. Mas que não desmerece a presença dos casos de depressão encontrados. Pode-se observar no estudo que a depressão em idosos tem sido cada dia mais frequente, e de causas complexas multifatoriais.

Palavra chaves: idoso, envelhecimento, depressão.

ABSTRACT

INTRODUCTION Psychiatric disorders inexorably contribute to the reduction of functional capacity and quality of life in the elderly. Among these disorders, highly complex psychopathological depression emerges as a disease of high frequency worldwide, whose symptoms are characterized as loss of self-esteem and loss of satisfaction and interest in carrying out daily activities. OBJECTIVE The present study aimed to evaluate the prevalence of depression in elderly people from the family health strategy of Astolfo Dutra-MG. METHODOLOGY This is a descriptive, cross-sectional, quantitative field research with elderly people assisted in a family health strategy in the city of Astolfo Dutra – MG. For the production of the article, research was carried out in the Scientific Electronic Library Online database, using DeCs “elderly”, “aging”, “depression” published between 2008 and 2023, regardless of the research method used. RESULTS Of the 43 individuals evaluated, 65% were women. Age ranged from 61 to 92 years, with a mean of 73.44 and a standard deviation of ±7.47. As for education, 7.0% never attended school, most 81.4% studied incomplete primary education, 4.6% completed primary education and 7.0% completed secondary education. As for marital status, 51% were married or living in a stable relationship, and almost 49% did not have a partner. Signs of depression were observed in 38% of the evaluated samples. CONCLUSION The application of the Geriatric Depression Scale, most of the elderly presented a picture of normality. But that does not detract from the presence of the cases of depression found. It can be observed in the study that depression in the elderly has been increasingly frequent, and of complex multifactorial causes.

Key words: Aged, Aging, Depression.

INTRODUÇÃO 

A depressão é um problema de saúde pública que afeta 154 milhões de pessoas aproximadamente em todo o mundo, com prevalência de 15% em indivíduos idosos, possivelmente devido a fatores multifatoriais do envelhecimento, (SOUSA et al., 2021; RAMOS et al., 2019), sendo este caracterizado por prejuízos nos comportamentos cognitivos, psicomotores e comunicativos da fala (XIE et al, 20219; CONDORENA, et al, 2021). Sabe-se que a depressão é uma psicopatologia de alta complexidade, cujos sintomas caracterizam como perda da autoestima e perda da satisfação e interesse em realizar as atividades do cotidiano (MARTINS, et al., 2019), por um estado mental prevalecente deprimido e/ou irritável, com incapacidade de sentir feliz, seguida de uma sensação subjetiva de cansaço e exaustão, além de alterações no sono e humor, pessimismo, lentidão e pensamentos de fracasso (SOUSA et al., 2021; RAMOS  et al., 2019). De acordo com Vallim et al 2023, a depressão é um dos distúrbios de saúde mental mais predominantes no fim da vida, com propensão a aumentar, devido ao aumento da população idosa, contudo continua a ser subdiagnosticado e subtratado. 

Atualmente é percebido um grande aumento na incidência de distúrbios psicológicos em idosos, estimando-se que um em cada 10 idosos podem sofrer de depressão (OMS, 2021). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2017) a população idosa ultrapassou mais de 30 milhões, sendo que no período entre 2012 a 2017 cresceu em todas unidades de federações. De acordo com o boletim temático da biblioteca do Ministério da Saúde (2022) estima-se que torno de 30 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais, o equivalente a 14% da população total do Brasil em 2020, salientando-se que em 2030, o número de pessoas idosas irá transpor o de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos em aproximadamente 2,28 milhões.

Apesar de ser um problema de saúde pública, a detecção da depressão é, muitas vezes, ignorada, e assim, não tratada.  Nesta etapa da vida, a depressão envolve aspectos biológicos como: fragilidade na saúde decorrente de doenças crônicas, psicológicos e sociais (DUQUE, 2022). O envelhecimento é natural evidenciando uma fase da vida em que ocorrem mudanças físicas, psicológicas e sociais, alcançando cada ser humano de forma individual (TAYAA et al., 2020; KUMARI, 2020), contudo nesta fase é perceptível a redução da força muscular, alterações do equilíbrio, diminuição da capacidade cognitiva e funcional, afetando diretamente a locomoção, podendo ocasionar quedas bruscas. Mediante a este cenário geram possíveis insatisfações, ocasionando o desenvolvimento da ansiedade e transtornos depressivos (ANBARI-NOGYNI Z, et al., 2020) A Organização Mundial da Saúde  relata que a depressão é uma doença presente na rotina da sociedade contemporânea como um todo, e que tem afetado a vida das sociedades ao redor do mundo, de forma austera. Por se tratar de uma psicopatologia complexa, a depressão tem acometido desmedidamente na sociedade contemporânea, enfatizando que a depressão é a principal uma das grandes causas da incapacidade social dos últimos tempos em todo o mundo. Contudo o reconhecimento da depressão em idosos é relevante, pois proporciona intervenções rápidas e eficazes, além da prevenção de fatores de risco (BORGES et al., 2020; KHADEMLOO et al., 2020). Desta forma, devido ao contexto relatado, o presente estudo teve por finalidade avaliar a prevalência de depressão em idosos da estratégia de saúde da família de Astolfo Dutra-MG. 

METODOLOGIA 

Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva, transversal, de caráter quantitativo, com idosos atendidos em estratégia de saúde da família na cidade de Astolfo Dutra – MG. A pesquisa de campo é realizada após o estudo bibliográfico, para que o pesquisador tenha um bom conhecimento sobre o assunto, pois é nesta etapa que ele vai definir os objetivos da pesquisa, as hipóteses, definir qual é o meio de coleta de dados, tamanho da amostra e como os dados serão tabulados e analisados (MARCONI e LAKATOS, 1996). A pesquisa foi conduzida conforme as resoluções 466/2012 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012; BRASIL, 2016). Por se tratar de estudo com seres humanos, esta pesquisa foi encaminhada ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Mogi das Cruzes, na cidade de São Paulo, e aprovada sob número: 2.465.714 CAEE 81016917.5.0000.5497. Para essa pesquisa foi utilizado o TCLE, documento integrante, elaborado pelo pesquisador que permite ao participante da pesquisa tomar sua decisão de forma justa e sem constrangimentos. Após a explicação da natureza desta investigação e o esclarecimento das dúvidas, os idosos que aceitaram participar, assinaram em duas vias do termo. A participação foi de caráter voluntário. A população alvo deste estudo foi constituída por 43 idosos com idade de 60 anos ou mais, não institucionalizados, cadastrados nas unidades da ESF, residentes na cidade de Astolfo Dutra – MG. A escolha da amostra foi por conveniência, é um tipo de amostragem muito comum e consiste em selecionar uma amostra da população que seja acessível, onde não é preciso amostras muito grandes ou elevado rigor nas estimativas (GIL, 2008). Como critérios de inclusão os pacientes com idade superior a 60 anos, não institucionalizados, com capacidade de resposta verbal e/ou escrita, cadastrados na estratégia de saúde da família, residentes no município de Astolfo Dutra – MG. Como critérios de exclusão pacientes com déficit cognitivo, devido à resposta inadequada para entendimento e consentimento da participação como sujeito da pesquisa. Mediante os critérios estabelecidos, não houve exclusão de pacientes, assim essa pesquisa contempla idosos de todo o território de Astolfo Dutra – MG.  Os instrumentos utilizados foram questionário socioeconômico, construído pelo pesquisador para caracterização da amostra, com dados idade, pressão arterial, sexo, peso, altura, estado civil, escolaridade, raça, tabagismo.  A Escala de Depressão Geriátrica versão reduzida de Sheikh e Yesavage (1986), com validação feita por (PARADELA, LOURENCO e VERAS, 2005; FERRARI e DALACORTE, 2007). É um teste para detecção de sintomas depressivos no idoso, com um questionário de 15 perguntas com respostas objetivas (sim ou não) a respeito de como a pessoa idosa tem se sentido durante a última semana. A classificação é feita a partir da pontuação: entre (0 e 5) normal, (6 a 10) indicam depressão leve e (11 a 15) depressão severa. A coleta de dados aconteceu em quatro Unidades Básicas de Saúde no período de fevereiro a abril de 2018, horário de 07:00 às 12:00 hs de segunda a sexta-feira. Foram utilizados os instrumentos na seguinte ordem: perfil sociodemográfico, escala de depressão geriátrica. As entrevistas foram realizadas individualmente, em horários convenientes, em local apropriado e livre de interrupções.

RESULTADOS

Os resultados do estudo, organizados conforme a ordem das variáveis analisadas. Na Tabela 1 estão apresentadas características sociodemográficas dos idosos segundo faixa etária, gênero, estado civil, escolaridade, raça.

Tabela 1. Frequência absoluta e percentual (%) das variáveis socioeconômicas dos idosos que participaram do estudo, Astolfo Dutra, Minas Gerais, 2018.

VariáveisCategoriasN%
Faixa etária 60 – 69 anos 1227,90
70 – 79 anos 2353,48
80 – 89 anos  0716,27
90 – 99 anos 0102,32
Gênero Masculino 1432,56
Feminino 2967,44
Estado civil Solteiro(a) 0204,65
Casado(a)2251,16
Viúvo(a)1637,20
Separado(a) 0306,97
Escolaridade Não alfabetizado 0306,97
Ensino fundamental incompleto 3581,35
Ensino fundamental completo 0204,65
Ensino médio completo 0306,97
Raça Branca 3581,35
Preto 0511,62
Parda 0306,97

Fonte: do autor. N = total; % = porcentagens.  

De acordo com a distribuição dos idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família da cidade de Astolfo Dutra em 2018, observou-se dos 43 idosos que a idade média entre foi de 77,50 anos (DP±7,32). A idade mínima foi de 61 anos e máxima de 92 anos. Quando se estratificou as idades em faixas etárias, observou-se que 27,90% situavam-se entre 60 e 69 anos, 53,48% entre 70 e 79 anos e 16,27% entre 80 e 89 anos e 2,35% mais de 90 anos.

A variável Tabagismo foi apresentada na Tabela 2, por frequência absoluta e percentual (%) de acordo com o gênero que participaram do estudo

Tabela 2. Frequência absoluta e percentual (%) da variável tabagismo dos idosos de acordo com o gênero que participaram do estudo, Astolfo Dutra, Minas Gerais, 2018. 

Variáveis CategoriasMasculinoN=14Feminino
N=29
F%F%
Não fumantes 0428,572172,41
Ex-fumantes  0750,000724,13
Fumantes 0321,420103,44

Número de cigarros fumados por dia entre os fumantes atuais (%)

≤ 10

02

04,65

01

02,32
≥ 100102,320000,00

Fonte: do autor. N = total; F=frequência; % = porcentagens

A minoria dos idosos do estudo eram tabagistas 9,30%, sendo que a proporção de tabagistas do gênero masculino foi de 21,42%, e do feminino de 03,44%. Quanto ao número de ex-fumantes auto declarados, houve uma representação de 50,00% do gênero masculino e 24,13% do gênero feminino (Tabela 2).

Na tabela 3, a Escala de Depressão Geriatria por gênero.

Tabela 3. Frequência absoluta e percentual (%) da variável  gênero da escala de depressão geriatria dos idosos do estudo, Astolfo Dutra, Minas Gerais, 2018.

Nível de depressãoMasculinoN=14 FemininoN=29 
F%F%
Normal 1178,572068,96
Depressão leve0321,420620,68
Depressão severa0000,000310,34

Fonte: do autor. N = total; F=frequência; % = porcentagens.  

São descritos na Tabela 9, a variável Escala de Depressão Geriátrica por gênero onde 27,90% dos idosos apresentam sintomas depressivos (31,02 % do gênero feminino e 21,42 % do gênero masculino), destes 42,01 % foram classificados com depressão leve (correspondendo a 21,42% gênero masculino e 20,68% gênero feminino) e 10,34% com depressão severa (predominante do gênero feminino). 

DISCUSSÃO 

De acordo com o estudo, observou-se que participaram do mesmo 43 idosos, onde a faixa de idade de 60 e 69 anos correspondiam 27,90%  dos entrevistados,  70 a 79 anos  foram o de maior proporção equivalendo 53,48% dos entrevistados ou seja esta idade equivalendo mais da metade  dos idosos estudados, a faixa etária de 80 a 89 anos  correspondendo cerca de 2,32% , também pode-se observar que boa parte dos idosos participantes eram do sexo feminino cerca de 67,44% enquanto do sexo masculino eram  32,56%. Já no estudo de Cardoso et al 2022, Ansiedade e depressão em idosos segundo a realização de exercício físico regular apresentou uma maior predominância de idosos sexo feminino, na faixa etaria entre 60 e 69 anos, brancos, residentes com acompanhantes, aposentados ou pensionistas e com nível de escolaridade fundamental incompleto.

Quanto ao estado civil o presente estudo verificou-se que 4,65 eram solteiros, casados 51,16 % viúvos 37,20% e separados 6,97%, no estudo de Lopes et al, (2021) sobre Depressão, ansiedade e qualidade de vida em idosos de uma universidade aberta à terceira idade que se refere ao arranjo familiar, boa parte dos participantes convivia com o cônjuge e/ou parentes, incluindo filhos e netos, dados estes que configuram aspectos positivos relacionados à saúde, uma vez já que o suporte familiar tende a reduzir os efeitos negativos do estresse na saúde mental, possibilitando assim, uma influência positiva no bem-estar psicológico.

Sobre o grau de escolaridade 6,97% não eram alfabetizados, 81,35% possuíam ensino fundamental incompleto, 4,65% possuíam ensino fundamental completo e 6,97 possuíam ensino médio completo. Sobre a raça verificou-se que se descreveram como Branca 81,35 %, preto 11,62 e parda 6,97. De acordo com Alcoforado (2018) o percentual de indivíduos com transtorno depressivo é mais frequente em pessoas com menor escolaridade e mulheres, o fato se dá por conta do maior risco a que os indivíduos com menor nível de escolaridade estão propensos; havendo uma correlação entre escolaridade e condição socioeconômica no país; além da desregulação hormonal elevada, que aparece mais acentuadamente na tensão pré-menstrual, na gravidez e na menopausa, para as mulheres. 

O tabagismo é um problema de saúde em todo o mundo e em todas as faixas etárias, incluindo os idosos, sobre o fator uso de cigarros entre gêneros verificou-se que dentro do sexo feminino 72,41% eram não fumantes, 24,13% eram ex fumantes ou seja foram fumantes em algum período da vida, e que 3,44% ainda fazem uso do cigarro. Quanto aos idosos avaliados do sexo masculino relatou-se que 28,57% são não fumantes, 50% são ex fumantes e 21,42% ainda são fumantes. De acordo com Guerra et al 2018, idosos fumantes estão mais predispostos a obterem doenças crônicas, e pelo fato do hábito de fumar enquanto jovens e dão continuidade até a velhice, o que contribui para um maior risco de complicações, e aparecimento outras morbidades incluindo prejuízos funcionais, incapacidades e diminuição da qualidade de vida. 

Atualmente, a prevalência do tabagismo entre os homens é maior do que entre as mulheres, tendo em vista que estas iniciam o uso do tabaco mais tardiamente, mas muito tem-se observado nos últimos anos, onde uma verifica-se uma um diminuição da curva masculina e um aumento da curva feminina, revertendo-se a ideia de o tabagismo ser uma epidemia masculina (DEVÓGLIO et al.,2017).

Além do processo natural de envelhecimento, o tabagismo é um dos fatores de risco associados à mortalidade pelas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), O responsável por mais  de  7  milhões  de  mortes anuais  e  este índice tende  a  aumentar acentuadamente nos próximos anos, enfatiza-se que grupos socioeconomicamente desfavorecidos estão mais  propensos  ao  tabagismo  e  ao  consumo  de  bebidas  alcóolicas, também   representam a   maior   parcela   de   mortes  prematuras  por   DCNT ( FERNANDES, 2023).

De acordo com a escala de depressão da geriatria por gênero verificou-se que idosos do sexo masculino 78,57% apresentavam nível de depressão normal, 21,42% depressão leve, quanto ao grau de depressão severa não ouve casos, já em idosos do sexo feminino 68,96% possuíam nível de depressão normal, 20,68% depressão leve e 10,34 % depressão severa.. No estudo de Pachay e Molina (2021) Depressão em adultos mais velhos da Fundação uma Vida com Propósitos, verificou-se a interpretação dos resultados: observando o nível ou grau de depressão dos adultos mediante a aplicação do teste de Yesavaye; onde os resultados dos idosos estudados foram, 40% possuíam depressão leve, 35% adultos depressão grave, 25% restante obtiveram menos sintomas depressivos. Enquanto no estudo de Julio et al 2019, Factores asociados a la depresión en personas mayores de 75 años de edad en un área urbana mostrou que 30,5% dos indivíduos apresentavam sintomas depressivos, sendo que as mulheres eram em maior proporção (40,1%) e homens (19,7%), enquanto na pesquisa realizada por Duque (2022) Sintomas depressivos em idosos: análise da relação entre capacidade funcional e vulnerabilidade, 11 idosos apresentaram sintomas sugestivos de depressão correspondente a prevalência de 25%, sendo estes 22,73% sugestivo de depressão leve e 2,27% depressão severa.  Onde foi observado que idosos do sexo masculino apresentaram maiores sintomas com idade avançada, sem religião, com nenhuma escolaridade, casados, residindo só, com auto percepção de saúde regular/ruim e que faziam uso de medicamentos.

CONCLUSÃO

Na aplicação da Escala de Depressão Geriátrica, a maioria dos idosos apresentou um quadro de normalidade. Mas que não desmerece a presença dos casos de depressão encontrados. Pode-se observar no estudo que a depressão em idosos tem sido cada dia mais frequente, e de causas complexas multifatoriais. Sendo necessário estudos sobre a doença psíquica, de forma que minimizem esses danos à saúde do idoso, como podemos destacar que fatores como idade avançada, tabagismo favorecem o aparecimento da doença.

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1Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS/DF
2Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS/MS, (everaldo@escs.edu.br)
3Universidad Autónoma San Sebastián – UASS/PJC
4Centro Universitário Leonardo da Vinci –UNIASSELVI/SC 
5Fundação Presidente Antônio Carlos – FUPAC/MG