DEPENDENCIA QUÍMICA: O IMPACTO EMOCIONAL CAUSADO NOS FAMILIARES DOS DEPENDENTES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.6640363


Autores:
Edilaine Cordeiro Rosa1
Joice Drebes Ferreira2
Paola Miranda Sulis3
Silviane Galvan Pereira4
Beatris Tres5


RESUMO

Objetivo: O objetivo deste trabalho foi identificar os impactos emocionais causados nos familiares dos dependentes químicos. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura. Resultado: Na pesquisa realizada na base de dados SCIELO foram disponibilizadas 3 publicações, as quais após realizar leitura do título e resumo e, concomitantemente, aplicar os supracitados critérios de inclusão e exclusão, 2 destes foram descartados e 1 selecionados. Discussão: A dependência química não afeta apenas o dependente químico, afeta também toda sua família (BORTOLON, et al.; 2016). A rotina dos codependentes acaba sendo afetada pois a vida desse familiar fica atrelada ao dependente, gerando assim transtornos psicológicos (BORGES, et al.; 2010). Também, os impactos emocionais que a dependência causa na família afetam ainda mais.

Palavras-chave: Dependência química, codependência, drogas, familiares.

ABSTRACT

Objective: The objective of this work was to identify the emotional impacts caused on the families of drug addicts. Methodology: This is an integrative literature review study. Result: In the research carried out in the SCIELO database, thre publications were made available, which after reading the title and abstract and, concomitantly, applying the aforementioned inclusion and exclusion criteria, two of these were discarded and one selected. Discussion: Chemical dependence does not only affect the chemically dependent, it also affects their entire family (BORTOLON, et al.; 2016). The routine of codependents end up being affected because the life of this family member si linked to the dependent, thus generating psychological disorders (BORGES, et al.; 2010). Also, the emotional impacts that addiction causes no the family affect it even more.

Keywords: Chemical dependence, codependency, drugs, family members.

1. INTRODUÇÃO

Observa-se que os impactos causados na família de dependentes químicos estão diretamente ligados na melhora do dependente. Segundo Moraes (2008), o consumo de drogas psicoativas pode ser considerado de certa forma uma percepção e expressão da pessoa em si mesma, isso pode envolver outras pessoas e o ambiente em que vive.

Segundo PACHECO (2013) a dependência química é uma doença como qualquer outra, que acarreta danos em todos os âmbitos da sua vida, gerando impasses sociais, familiares, físicos, psicológicos e psiquiátricos.

Considera-se relevante a forma que esse dependente se reconhece perante ao meio em que se encontra, a medida em que sua expectativa de vida e seus objetivos pessoais são definidos ele começa a buscar a melhora tendo em vista um amanhã que signifique algo maior para sua vida, trabalhando com pequenas metas o senso de conquista aumenta e o sentimento de vitória lhe dá novas esperanças (SILVEIRA, et al., 2013).

Retornando a atenção à família do dependente, podemos falar sobre as crises familiares que surgem pela situação atual do dependente. Suas ações influenciam no bem-estar interpessoais dos demais familiares o que levam às crises e desafetos entre eles, vê-lo nessas situações para as sensíveis e menos preparadas emocionalmente causa um maior desconforto, levando assim a família a necessitar de um acompanhamento ainda maior (MORAES, 2008).

Considerando a autonomia de cada cidadão, faz-se necessário o tratamento em caso das drogas, pois trata-se de algo mais complexo, pois mesmo gozando da sensação de bem-estar temporário e ilusório do uso da droga, o uso desmedido pode trazer malefícios a coletividade e é aí que entra a interferência externa para combater o impasse (MORAES, 2008).

Quando os familiares se deparam com as drogas dentro de casa em vez de se unirem ficam divididos um colocando a culpa no outro. A princípio vem a negação e, em seguida a dor, vergonha, culpa desgosto (PICHE, 1996).

A codependência é os familiares viverem em função do dependente, assim deixando de viver suas próprias vidas “enquanto o dependente é viciado na droga o codependente é viciado nos problemas do dependente” (SANDA, 2001).

Conforme cita Lourenço (2001) os pais se sentem frustrados e impotentes sem coragem para agir, precisam de ajuda para eles e para os filhos, porém não sabem onde encontrar e acabam procurando meios imediatos, porém sem recursos terapêuticos que ajude tanto o dependente quanto a angústia familiar e muitas vezes sem êxito.

Propõe-se discorrer sobre esse tema visto que a família do dependente necessita de cuidados para assim poder oferecer assistência ao seu familiar, que no presente momento de tamanha importância necessita de apoio, motivação, proteção e acolhimento caso haja recaída em meio ao tratamento.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura. Durante a elaboração do estudo foram desenvolvidas as seguintes etapas: identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos ou busca na literatura; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos; interpretação dos resultados; e apresentação da revisão/síntese do conhecimento (MENDES, et al., 2008; ERCOLI, et al. 2014).

O levantamento bibliográfico foi realizado nos meses de abril e maio do ano de 2022, nas bases de dados IBECS (Índice Bibliográfico Espanhol em Ciências da Saúde), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online). Os descritores utilizados foram “dependência química”, “Codependência”, “drogas” e “familiares”.

Foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: artigos científicos disponíveis em texto completo e gratuito nas bases consultadas, publicados nos idiomas português, espanhol e inglês e que descrevessem os sentimentos dos familiares de dependentes químicos. Foram critérios de exclusão: tipo de publicação (cartas, editoriais) ou que apresentassem somente resumo, artigos duplicados, artigos de revisão, dissertações, teses e estudos que não respondessem ao objetivo traçado, como por exemplo, trabalhos que não apresentaram descrição do tema proposto. Foram descartadas publicações antes do ano de 2002.

3. RESULTADOS

Na pesquisa realizada na base de dados SCIELO foram disponibilizadas 3 publicações, as quais após realizar leitura do título e resumo e, concomitantemente, aplicar os supracitados critérios de inclusão e exclusão, 2 destes foram descartados e 1 selecionados. Já na busca realizada na base de dados LILACS encontrou-se 7 publicações, 4 destes foram descartados e 3 selecionados. Na busca realizada na base de dados IBECS encontrou-se 6 publicações, 4 destes foram descartados e 2 selecionados. Destas, somente 7 estudos encaixavam-se nos critérios estipulados. Quanto ao idioma o mais prevalente foi o português, totalizando 4 publicações, espanhol totalizando 2 publicações, e inglês 1 publicação. Quanto ao período de abrangência, estendeu-se entre os anos de 2003 e 2019.

TABELA 1: ARTIGOS INCLUÍDOS NA REVISÃO LITERÁRIA
CONFORME SUAS CARACTERÍSTICAS

Título/ Ano de publicaçãoAutoresPeriódico/Base de dadosObjetivosTipo de estudoConclusão
1 Grupo de
orientação
familiar como
estratégia de
cuidado na
dependência
química.
(2019)
SILVA, et al Invest. educ.
enferm
Conhecer a partir
do relato de
familiares de uma
comunidade
terapêutica para
dependentes
químicos, a
importância do
grupo de apoio
familiar no
tratamento da
codependência.
Pesquisa qualitativa exploratória e descritiva com oito familiares de dependentes químicos.Grupo de
orientação
familiar como
estratégia de
cuidado na
dependência
química.
2O trabalho como estratégia de reinserção psicossocial do dependente químico sob a ótica da família (2019)OLIVEIRA; SANTOS; GUERRARevista Portuguesa de Enfermagem de Saúde MentalAnalisar o entendimento da família acerca do trabalho como estratégia de
reinserção
psicossocial do dependente
químico.
Estudo qualitativo descritivo.As recaídas do dependente
químico e as dificuldades de
inserção no
trabalho
acarretam
sobrecarga
emocional, social
e financeira a
família, exigindo
ações de cunho
preventivo e
terapêutico junto
ao grupo por
parte dos
serviços de
saúde mental.
3Funcionamento
familiar e
questões de
saúde
associados
com
codependência
em familiares
de usuários de
drogas (2016)
BORTOLON, et alCiênc. saúde
coletiva
Identificar os
sintomas de codependência
e questões de
saúde em familiares codependentes de usuários de drogas
que ligaram para um serviço telefônico de aconselhamento.
Pesquisa
qualitativa.
Foi concluído que
a codependência
tem um impacto
negativo no
sistema familiar e
na saúde dos
familiares de
usuários de
drogas.
4Avaliação das crenças codependentes e dos estágios de mudança em familiares de usuários de drogas em um serviço de teleatendimento (2010)BORGES, et alRev. AMRIGSO objetivo deste estudo foi avaliar
as crenças codependentes
e o estágio de mudança em familiares de
usuários de drogas
que procuraram um serviço de teleatendimento.
Estudo transversal no VIVAVOZ
Serviço Nacional de Orientações e Informações sobre a Prevenção do Uso Indevido
de Drogas no
período de
junho a julho
de 2007.
Este estudo
reforça a
importância de abordagens voltadas
à família para
motivar seus
integrantes a diminuírem os comportamentos codependentes.
5Expressão da dependência em familiares de dependentes químicos (2009)MORAES, et alREME – Revista Mineira de EnfermagemIdentificar o modo como a
codependência é expressa no grupo
de familiares de dependentes
químicos.
Estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado com familiares de dependentes químicos.Neste estudo, identificou-se que
os familiares sofrem com a condição de dependência
química de seus
entes queridos e
manifestam esse
sofrimento por
meio de diversos
sentimentos e
mudanças no
estilo de vida.
6La codependencia en familiares de consumidores y no consumidores de sustancias psicoactivas (2004)DELGADO; GÓMEZPsicothemaTem como objetivo estabelecer se os critérios fatores de definição do
fenômeno da codependência:
FO, NA e NAA, criminalizar entre as pessoas que têm
um familiar
consumidor de
drogas e
substâncias e entre
aqueles que não
têm essa condição.
Estudo
qualitativo, descritivo.
As variáveis medidas apresentaram um comportamento
normal no que diz respeito à sua distribuição.
7La codependencia
en familiares de
consumidores y
no consumidores
de drogas:
estado del arte y construccion de um instrumento (2003)
DELGADO;
GÓMEZ
PsicothemaIdentificar se as características que descrevem a CD são presentes em maior grau em parentes
de consumidores ou em pessoas com algum vínculo afetivo com os mesmos.
Estudo
qualitativo,
descritivo
Existem diferenças significativas entre homens e mulheres
que requerem uma análise mais aprofundada; foram encontradas diferenças significativas entre os grupos em relação às práticas parentais.

TABELA 2: SUMARIZAÇÃO DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS

Os sentimentos dos familiares relacionados a codependência
De acordo com o estudo realizado identificando o perfil de familiares que utilizavam um serviço telefônico de ajuda, as Mães e esposas de indivíduos dependentes químicas apresentam muita tensão, preocupação e conflitos emocionais (BORTOLON, et al 2016). O consumo de álcool e substancias ilícitas desencadeiam diversos problemas em aspectos parentais e matriais, entre eles a violência doméstica e a criminalidade. (BORTOLON, et al.; 2010). Segundo Oliveira e Elias (2015), os impactos emocionais que a dependência causa na família afetam ainda mais, e entre os sentimentos encontram- se a vergonha, o medo, a tristeza, impotência a revolta quando acontece uma recaída por parte do familiar. Um estudo realizado por Delgado e Gómez (2004) enfatiza que diversos fatores que fazem com que as relações familiares perdurem por anos em virtude do medo de consequências piores caso o usuário seja abandonado, bem como o sentimento de a culpa fazendo sentir- se parcialmente responsável pelo que acontece. Além disso, o codependente passou a ser visto como uma vítima de uma situação onde se evita tomar parte da responsabilidade de suas ações, passando ser caracterizado como “doentes” (DELGADO e GÓMEZ, 2004).
A importância da participação dos familiares para a recuperação dos dependentes químicos
A pesquisa realizada por Silva et al (2019) trouxe que a família é parte fundamental no tratamento e se a mesma falhar certamente esse dependente químico também irá falhar. Um estudo realizado por Memória et al (2009) indica que ao realizar um trabalho com a família e em especial com o familiar mais próximo que assume o papel de responsável por esse dependente, se torna mais fácil e se tem mais resultado em relação ao tratamento desse dependente químico.

4. DISCUSSÃO

A dependência química não afeta apenas o dependente químico, afeta também toda sua família (BORTOLON, et al.; 2016). Segundo Gómez e Delgado (2003), o termo codependencia está diretamente ligado a subordinação, entretanto, em meio a tantos tratamentos e intervenções, há pouco interesse em saber a profundidade de tamanha dependência. Para Silva, et al (2019), a codependencia pode ser caracterizada por alguns padrões como condutas e pensamentos patológicos o que leva esse familiar ao sofrimento psíquico. O uso abusivo é álcool e substâncias psicoativas é acidental, porém o relacionamento entre o dependente e o codependente pode contribuir para mantê-la, assim pode contribuir para outros comportamentos que não estão relacionados ao consumo (DELGADO E GÓMEZ, 2004)

A rotina dos codependentes acaba sendo afetada pois a vida desse familiar fica atrelada ao dependente, gerando assim transtornos psicológicos (BORGES, et al.; 2010). Também, os impactos emocionais que a dependência causa na família afetam ainda mais. Dentre os sentimentos mais prevalentes relatados pela família, incluem-se a vergonha, o medo, a tristeza, impotência a revolta quando acontece uma recaída por parte do familiar (OLIVEIRA, et al.; 2015). Observou-se na prática de serviço de tratamento o fato de o sofrimento e as necessidades dos familiares passarem despercebidas concentrando-se a atenção apenas no usuário (MORAES, et al.; 2009).

A codependencia também pode ser definida como a relação de dependência afetiva comportamento de doação ao outro se assemelha como de uma mãe ou esposa de dependentes do uso de substâncias psicoativas (GÓMEZ E DELGADO, 2004). Para cada indivíduo envolvido com substancias químicas, estima-se que 4 a 5 pessoas, incluindo cônjuges, companheiros, filhos e pais serão direta ou indiretamente afetados (SEADI; OLIVEIRA, 2009). Neste contexto, as mães e esposas são os familiares mais envolvidos com os dependentes ou com maior probabilidade de codependencia, segundo o estudo de Bortolon et al (2016). O autor relata que este envolvimento gera tensão, conflitos emocionais e preocupação.

Corroborando o resultado do autor supracitado, um estudo o qual avaliou o perfil dos codependentes demonstrou que em todas as variáveis medidas associadas à codependencia com relação afetiva, a mesma foi significativamente mais alta em mulheres (GÓMEZ E DELGADO, 2003). Além disso, as mães e esposas muitas vezes acabam se sobrecarregando fazendo coisas que não seriam sua responsabilidade sem o reconhecimento do dependente (BORTOLON, et al.; 2016).

Delgado e Gómez (2004) em seu estudo buscou estabelecer os critérios definidores o fenômeno da codependência. Entre eles, destacam-se: baixa autoestima e o exercício do controle comportamental durante a infância. Ambos obtiveram resultados significativos para predição de comportamentos codependentes. O familiar se torna um codependente a partir do momento que começa apresenta sofrimento físico e psíquico, dor emocional o que acarreta no sentimento de medo, culpa, cuidado excessivo e desconfiança para com o familiar dependente, e para consigo vem o descuido deixando assim de se priorizar (MORAES, et al.; 2009). Neste contexto, um estudo relata que o codependente se entrega tanto para o seu familiar dependente que acaba deixando sua própria vida de lado (BORGES, et al.; 2010).

Na prática clínica já está estabelecido que a abordagem familiar é importante no tratamento de codependentes em geral (SEADI; OLIVEIRA, 2009). A família é parte fundamental no tratamento e se a família falhar certamente esse dependente químico também irá falhar (SILVA, et al.; 2019), diminuindo a eficácia do tratamento. Assim, torna- se fundamental que a equipe de saúde envolva os familiares no cuidado. Além disso, de acordo com a prática clínica, os profissionais de saúde podem identificar e exercer um papel preventivo uma vez identificados os fatores de risco para a relação de codependencia, no caso de pessoas que são emocionalmente dependentes de um usuário de substâncias psicoativas (DELGADO E GÓMEZ, 2004).

Estudos demonstram que dependes químicos permanecem várias semanas consecutivas em abstinência e apresentam resultados melhores quando recebem intervenções por meio de teleatendimento, outra forma de prestar cuidado aos dependentes e codependentes. (BORTOLON, et al.; 2010). Um estudo realizado para avaliar a efetividade de um grupo de orientação familiar evidenciou que o mesmo tem grande poder educativo e supre as demandas dos familiares em relação à dependência química, trazendo mudanças nos comportamentos dos codependentes (SILVA, et al.; 2019).

Entretanto, os codependentes mantem um contato quase possesivo com seus familiares, o que faz com que não consigam ter controle da situação tendo dificuldade para impor limites e, em algumas situações, fazendo com que esse dependente não saia do vício (BORTOLON et al.; 2016). Também podemos observar que os familiares querem controlar a vida deste dependente fazendo com que isso se torne um dos principais motivos para as discussões dentro de casa (MORAES, 2009). Quando o dependente químico passa a ser controlado pelo familiar ambos são prejudicados. Além disso diversos fatores demonstram que esta relação entre o codependente e o dependente perdura por anos e traz consequências emocionais importantes, tais como, a culpa por sentir-se parcialmente responsável pelo que acontece (DELGADO E GÓMEZ, 2004). O codependente tende a abandonar seu autocuidado e se torna refém do dependente, e ao perceber que não está agradando os demais com suas atitudes se culpa e se julga insuficiente no cuidado (GÓMEZ E DELGADO, 2003).

Um estudo foi realizado oferecendo suporte emocional via ligações telefônicas (telemedicina) aos familiares de codependentes. Segundo o estudo de Borges et al (2010), os familiares que procuraram a ajuda telemédica apresentaram desequilíbrios físicos e mentais mais profundos quando comparados ao próprio dependente químico e o resto da população. Segundo Gómez e Delgado (2003), o codependente necessita do controle de tudo, e antecipa a culpa por algo não sair como o planejado caso ele não esteja no controle. Além disso, a família sofre a sobrecarga de ter que arcar com o sustento da casa, onde o dependente não colabora, e que mesmo exercendo atividade laboral sua renda é destinada a compra de mais substancias químicas, o que leva a quebra de confiança e a desarmonia familiar (OLIVEIRA, et al.; 2019).

O apoio telefônico tornou-se uma importante ferramenta para ajuda-los a identificar os comportamentos codependentes e auxiliar os mesmos na mudança de tais atitudes. (BORTOLON, et al.; 2010).

No entanto, programas de parceria entre A Secretaria Nacional De Economia Solidaria Do Ministério Do Trabalho e Emprego com a Coordenação Nacional De Saúde Mental, demonstram uma forma a qual pode contribuir para o tratamento do indivíduo em uso de substancias químicas: a inserção ao mercado de trabalho, com objetivo a reabilitação psicossocial e econômica do indivíduo, através a inserção do mesmo ao mercado de trabalho (OLIVEIRA, et al.; 2019).

Há urgência de estratégias que deem suporte as famílias em sofrimento psíquico (OLIVEIRA, et al.; 2019) nessa luta a rede de apoio do adicto que tem papel fundamental na melhora do dependente químico. Ao realizar um trabalho com a família e em especial com o familiar mais próximo que assume o papel de responsável por esse dependente, se torna mais fácil e se tem mais resultado em relação ao tratamento desse dependente químico (MORAES, et al.; 2009).

5. CONCLUSÃO

Como mostram os resultados, a codependencia pode ser tão prejudicial quanto a própria dependência. O uso de substancias não afetam somente a vida do adicto, mas traz danos a todo seu círculo social, onde tais pessoas necessitam de atenção profissional, para não se tornar um codependente anulando a sua vida para viver a do dependente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORTOLON, B. C. et al. Avaliação das crenças codependentes e dos estágios de mudança em familiares de usuários de drogas em um serviço de teleatendimento, LILACS, v. 54, n. 4, 2010, p. 432-436.

BORTOLON. B. C. et al. Funcionamento familiar e questões de saúde associados com codependência em familiares de usuários de drogas. SCIELO, v. 21, p. 101-107, 2016. Disponível em : < http://old.scielo.br/scielo.php?pid=S141381232016000100101&script=sci_arttext >. Acesso em 18 de março de 2022.

DELGADO, D. et al. La codependencia em familiares de consumidores y no consumidores de sustancias psicoactivas. Psicothema, v. 15, n. 3, p. 381-387, 2004. Disponível em: <https://www.psicothema.com/pdf/3043.pdf> Acesso em: 12 de março de 2022.

GÓMEZ, A. et al. La codependencia en familiares de consumidores y no consumidores de drogas: estado del arte y construccion de um instrumento. Psicothema, v. 15, n. 3, p. 381-387, 2003. Disponível em: <https://www.psicothema.com/pdf/1076.pdf>. Acesso em: 23 de maio de 2022.

MEMÓRIA, M. P. L. et al. Expressão da codependência em familiares de dependentes químicos. REME, v. 13, p. 34-42, 2009. Disponível em: <http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/160> Acesso em: 11 de março de 2022.

MENDE, K.D.S. et al. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem, SCIELO, v. 17, n. 4 p. 758-64, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/18.pdf> Acesso em: 29 de setembro de 2021.

NASCIMENTO, P. A. et al. A dependência química e seu impacto sobre a família do dependente, DSPACE/MANAKIN REPOSITORY, p. 2-17, 2008. Disponível em: <https://dspace.doctum.edu.br/handle/123456789/2828>. Acesso em: 30 setembro de 2021.

OLIVEIRA, B. E. et al. O trabalho como estratégia de reinserção psicossocial do dependente químico sob a ótica da família. SCIELO, v. 21, p. 23-30, 2015.

PRATTA, M. M. E. et al. Reflexões sobre as relações entre drogadição, adolescência e família: um estudo bibliográfico, SCIELO, v. 11, n. 3, p. 315-322, 2006. Disponível em:< https://www.scielo.br/j/epsic/a/J7nc4VfqSXZ6W3rmnJfyyYw/?lang=pt>. Acesso em 29 de setembro de 2021.

SILVA, P. M. et al. Grupo de orientação familiar como estratégia de cuidado na codependência química. SCIELO, v. 37, n. 3, p. 1-8, 2019.

SILVEIRA, C. et al. Qualidade de vida autoestima e autoimagem dos dependentes químicos. SCIELO,  v. 18, n. 7, p. 2001-2006, 2013. Disponível em: <https://www.scielosp.org/article/ssm/content/raw/?resource_ssm_path=/media/assets/csc/v18n7/15.pdf>. Acesso em 30 de agosto de 2021.


1Discente concluinte do curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade Uniguaçu.
E-mail: edi_rosa4444@hotmail.com
2Discente concluinte do curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade Uniguaçu.
E-mail: joicedrebes49362@gmail.com
3Enfermeira. Doutora em Bioquímica pela Universidade Federal de Santa Catarina, Orientador(a) do presente trabalho.
E-mail: pasulis@hotmail.com
4Enfermeira. Doutora em Ciências da Saúde pela UPS. Professora da Disciplina de Seminário e Monografia II da Faculdade Uniguaçu.
E-mail: sil_galvan@hotmail.com
5Enfermeira. Especialista em Saúde do Adulto e Idoso, Unidade de Terapia Intensiva e Gestão Hospitalar. Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Uniguaçu.
E-mail: beatris.tres@hotmail.com