DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A EM CRIANÇAS DE 06 A 59 MESES: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8397979


Andressa Daylana Feitosa do Nascimento1
Elisângela Novaes Narde2
Giovana Cavalcante Pereira3
Orientador (a): Prof. Soraia R. Alvarenga Esquerdo4


RESUMO 

INTRODUÇÃO: A deficiência de vitamina A em crianças de 06 a 59 meses pode  ocasionar graves problemas visuais, como a xeroftalmia, ceratomalácea e a  cegueira noturna. Ademais, a carência dessa vitamina também pode estar  relacionada a morbimortalidade materno-infantil, à vista disso foi criado em 2005 o  Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A (PNVITA), que objetiva a  suplementação por meio de cápsulas para as crianças menores de 5 anos e  mulheres no pós-parto imediato. OBJETIVO: Analisar os impactos da hipovitaminose  A, bem como a importância da suplementação e hábitos alimentares adequados em  crianças de 06 a 59 meses. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura  de artigos científicos sobre a deficiência de vitamina A em crianças, publicados nas  bases de dados Scielo, Pubmed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).  RESULTADOS ESPERADOS: O conhecimento acerca das consequências que a  falta do consumo de fontes alimentares de vitamina A pode causar. CONCLUSÃO:  Mediante a realização do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A,  associado ao consumo diário adequado da vitamina, observa-se maior controle da  deficiência e prevenção da hipovitaminose A.  

Palavras chaves: Hipovitaminose A. Fontes de vitamina A. Suplementação de  vitamina A.

1. INTRODUÇÃO 

A hipovitaminose A é considerada em países de baixa e média renda um  grave problema de saúde pública que acomete cerca de 190 milhões de crianças  menores de cinco anos de idade. (IMDAD, et al., 2017). 

Esta carência nutricional é uma das principais causas de xeroftalmia  (ressecamento dos olhos), além de outros problemas oculares como a cegueira  noturna, e até mesmo ceratomalácea (lesão na córnea), e cegueira permanente.  Além dos problemas relacionados à visão, a deficiência de vitamina A causa um  aumento do risco de mortalidade infantil devido à associação com o sarampo e diarréias em crianças. (STEVENS, et al., 2015). 

A vitamina A é um micronutriente fisiologicamente essencial para o  adequado funcionamento do sistema imunológico, além da acuidade visual,  aspectos celulares e genéticos. (LIMA, et. al., 2020). 

As principais fontes de vitamina A e carotenoides são provenientes de  alimentos comuns e frequentes na cultura alimentar do povo brasileiro, além de  serem de baixo custo, acessíveis, abundantes no Brasil, fáceis de serem adquiridos,  e de rápido preparo. Porém, a maioria desses alimentos tem consumo reduzido  devido a fatores relacionados à carência desse nutriente (RODRIGUES e  RONCADA, 2010).  

A associação entre a deficiência de vitamina A (DVA) e a morbimortalidade  materno-infantil foi o principal motivo que levou a estimulação da . Tais medidas  foram iniciadas no Brasil na década de 80 integradas ao Programa Nacional de  Imunização, e em 1994, foi criado o Programa Nacional de Controle das  Deficiências de Vitamina A (Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição). Foi  instituído pela Portaria n° 729, de 13 de maio de 2005 o Programa Nacional de  Suplementação de Vitamina A (PNVITA), que tem como objetivo ofertar cápsulas  de megadoses para crianças com idades entre 6 e 59 meses e mulheres no pós parto imediato, devendo esta suplementação ser realizada na rotina dos serviços  de atenção primária à saúde. (ALMEIDA, et al., 2010).

2. REFERENCIAL TEÓRICO 

2.1 Generalidades sobre as vitaminas 

Dentre os nutrientes que devem contemplar uma alimentação saudável  estão as vitaminas, que são compostos que devem ser ingeridos em pequenas  quantidades e têm como função manter a saúde e promover diversas reações e  processos químicos no organismo. São classificadas em dois grupos: vitaminas  lipossolúveis (A, D, E e K) que são solúveis em lipídeos e as hidrossolúveis  (vitamina C e complexo B) que, por sua vez, são solúveis em água (LILIANA e  GOULART, 2012). 

A denominação “vitamina A” é um termo genérico para um grupo de  compostos com funções semelhantes, como retinol, retinil, retinal e ácido  retinóico. Já o termo retinoides, além das funções exercidas pelo composto, abrange muitos análogos sintéticos do retinol. Essa vitamina atua em dois níveis  no organismo: participa no ciclo visual (atuação na retina); e também em todos os  tecidos do corpo onde mantém o crescimento, diferenciação e manutenção da  integridade das células, imunidade e reprodução, tornando a vitamina  indispensável para o organismo (LIRA e DIMENSTEIN, 2010).  

Os carotenóides são representados por corantes alimentares de origem  vegetal e são convertidos por mamíferos em retinol nas células intestinais e  depois incorporados aos quilomícrons. O termo caroteno vem do nome científico  da cenoura (Daucus carota), da qual o caroteno foi extraído pela primeira vez por  Wackenroeder no século IX. Essas substâncias variam em cor de vermelho,  amarelo e laranja, são sólidas e insolúveis em água e sensíveis ao oxigênio e à  luz. (RUBIN et al., 2017) 

Os carotenóides estão amplamente distribuídos na natureza, representam o maior grupo de pigmentos naturais e é dividido em dois grupos, hidrocarbonetos  (α,β,γ carotenos) e xantofilas, que são hidrocarbonetos oxigenados (criptoxantina,  luteína e seus ésteres). Embora existam mais de 600 carotenóides conhecidos,  apenas cerca de 50 são precursores da vitamina A, dentre eles o β-caroteno é o  mais abundante nos alimentos e possui a maior atividade da vitamina A. (TELES  et al., 2018)

Está biodisponível nos alimentos na forma de vitamina A pré-formada,  encontrada nos alimentos de origem animal como retinol, retinal, retinil e ácido  retinóico e na forma de carotenoides pró-vitamina A, encontrada nos alimentos de  origem vegetal, como α e β-caroteno e β-criptoxantina que se diferenciam da  vitamina A pré-formada por ser biologicamente transformadas em vitamina A no  organismo. As pró-vitaminas A contribuem como forma de ingestão em  comunidades com risco de hipovitaminose A, com a finalidade de atender a  recomendação diária da vitamina A (CAMPOS e ROSADO, 2005). 

Uma das principais consequências da deficiência de vitamina A (DVA) é a  cegueira noturna, que é uma forma de disfunção da retina, sendo grave o  suficiente para ocasionar deficiência na visão noturna. (BRASIL, 2007). Mesmo  em casos de deficiência leve, pode haver problemas de crescimento e no caso de  crianças desnutridas, ocorre maior risco para diarréia, doenças respiratórias e  sarampo, devido a sua importância para a manutenção e resistência a infecções  (LILIANA e GOULART, 2012). 

Dentre as principais fontes de vitamina A pré-formada incluem-se o fígado  bovino e de alguns peixes, o leite bovino e seus derivados integrais, e a gema de  ovo. Com relação à pró-vitamina A, destacam-se como fontes os folhosos  escuros, os frutos amarelos-alaranjados, as raízes de cor alaranjada e os óleos  vegetais. O teor de vitamina A nas hortaliças é maior do que nas frutas. Quanto  aos lactentes, a melhor fonte de vitamina A é o leite materno (BRASIL, 2007). 

As DRIs (Dietary Reference Intakes) são publicações que abordam os  valores de referência de ingestão dietética e compreendem um conjunto de quatro  valores de referência de ingestão de nutrientes, sendo eles: necessidade média  estimada (Estimated Average Requirement –EAR), a ingestão dietética  recomendada (Recommended Dietary Allowance -RDA), a ingestão adequada  (Adequate Intake – AI) e o limite máximo de ingestão tolerável (Tolerable Upper  Intake Level -UL). Portanto, segundo as DRIs, a recomendação diária de vitamina  A para crianças de 1 a 3 anos é de 210µg (EAR), 300µg (RDA) e 600µg (UL);  para crianças de 4 a 8 anos, a recomendação é de 275µg (EAR), 400µg (RDA) e  900µg (UL) (VIEIRA, et al., 2008). 

Hábitos alimentares inadequados, fatores socioeconômicos precários, além  da falta de informação sobre assuntos relacionados à nutrição podem propiciar carências nutricionais como a hipovitaminose A, pois interferem diretamente na  qualidade da alimentação da criança (MOLINA, et al., 2010). 

2.2 A vitamina A em crianças e sua importância  

A ingestão inadequada de alimentos fontes de vitamina A para suprir as  necessidades fisiológicas dos indivíduos é a principal causa da DVA, mas outras  variáveis têm sido associadas à DVA infantil, como condições sociais,  econômicas e ambientais,3,9-12 características maternas, estado, processos  infecciosos e idade das crianças. No entanto, deve-se levar em conta que nem  sempre tais associações são observadas, de modo que os estudos são pouco  conclusivos na identificação de fatores associados à DVA na infância. (LIMA et  al., 2018) 

A vitamina A é um micronutriente conhecido por estar relacionado à função  visual, integridade epitelial e funcionamento do sistema imunológico. A  desnutrição inclui a falta de ingestão de alimentos fontes de vitamina A,  bem como o consumo insuficiente de alimentos que contenham nutrientes  importantes para seu aproveitamento biológico. O consumo alimentar é  condicionado por fatores culturais como hábitos alimentares, preferências  individuais e familiares e fatores socioeconômicos que influenciam na escolha e  compra desses alimentos. (SILVA et al., 2015) 

A fim de contribuir para a compreensão das variáveis associadas à DVA no  campo da saúde coletiva, que concebe o processo saúde-doença como  determinado socialmente, este estudo partiu do pressuposto de que o contexto de  determinação da DVA resulta da inter-relação de elementos de diferentes  dimensões que precisam ser estudados a abordagem hierárquica. Um estudo  realizado em Pernambuco, que adotou um modelo explicativo hierarquizado,  mostra que vários aspectos ainda carecem de esclarecimentos para a  compreensão das variáveis associadas à DVA. (FIGUEROA et a., 2017) 

A suplementação com megadoses de vitamina A é uma das estratégias  para a prevenção da hipovitaminose A em áreas consideradas endêmicas na  população, contemplando crianças de 6 a 59 meses de idade e puérperas no pós parto imediato (antes da alta hospitalar). Instituído pela Portaria nº 729, de 13 de  maio de 2005, o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A tem como objetivo ofertar megadoses em concentrações de 100.000UI (Unidades  Internacionais) para crianças com idade entre 6 meses a 11 meses (dose única) e  com 200.000UI para crianças entre 12 a 59 meses de idade (uma dose a cada 6  meses) e puérperas no pós-parto imediato (dose única) (BRASIL, 2009). 

A hipovitaminose A é considerada um problema de saúde pública e atinge  principalmente crianças em idade pré-escolar, recém-nascidos, gestantes e  lactantes, por serem considerados como grupos clássicos de risco. O Programa  Nacional de Suplementação de Vitamina A, instituído pela Portaria nº 729, de 13  de maio de 2005, é uma das estratégias para a prevenção da deficiência da  vitamina A em crianças menores de 5 anos e mulheres no pós-parto imediato e,  se associado à estratégias como o consumo adequado de fontes da vitamina na  alimentação diária, atende-se um melhor resultado no controle e prevenção da  deficiência da vitamina A (BRASIL, 2009). 

Figura 1. Campanha de suplementação de vitamina A, Ministério da Saúde.

Fonte: Rede de alimentação e nutrição do sistema único de saúde, 2013.

As ações desenvolvidas voltadas à alimentação e nutrição representam  papel fundamental na atenção básica em saúde, principalmente na estratégia  saúde da família (JAIME, et al., 2011). 

As principais causas da DVA podem ser resumidas em duas grandes  categorias: nutrição insuficiente e presença de processos infecciosos. A  alimentação inadequada inclui o déficit na ingestão de alimentos fonte de vitamina  A, bem como o consumo insuficiente de alimentos que contenham nutrientes  importantes para seu aproveitamento biológico. O consumo alimentar é  condicionado por fatores culturais como hábitos alimentares, preferências  individuais e familiares e fatores socioeconômicos que influenciam na escolha e  compra desses alimentos. (BRASIL, 2007) 

Processos infecciosos podem resultar em diminuição das concentrações  séricas de retinol nas primeiras 24 horas após seu início. A presença de infecção  subclínica pode levar à DVA devido à diminuição da proteína transportadora de  retinol20 independentemente da ingestão insuficiente de fontes dietéticas e  reservas hepáticas dessa vitamina. No entanto, episódios de infecções graves ou  prolongadas podem afetar os estoques hepáticos devido à diminuição da ingestão  de alimentos, diminuição da absorção, aumento da biodisponibilidade e excreção  urinária anormal de retinol sérico. (VIEIRA et al.,2008) 

2.3 Os efeitos da DVA no desenvolvimento infantil  

Processos infecciosos podem resultar em diminuição das concentrações  séricas de retinol nas primeiras horas após seu início. A presença de infecção  subclínica pode levar à DVA devido à diminuição da proteína transportadora de  retinol, independentemente da ingestão insuficiente de fontes dietéticas e dos  estoques hepáticos dessa vitamina. No entanto, episódios de infecções graves ou  prolongadas podem afetar os estoques hepáticos devido à diminuição da ingestão  de alimentos, diminuição da absorção, aumento da biodisponibilidade e excreção  urinária anormal de retinol sérico. (ROCHA et al., 2015) 

A vitamina A está envolvida na síntese de glicoproteínas específicas, as  chamadas que desempenham um papel regulador na diferenciação celular ou  atuam na captação de fatores de crescimento celular. O comprometimento dessa função devido ao VAD pode contribuir para o comprometimento da secreção de  mucinógeno e liquefação da córnea na xeroftalmia. (TARIKU et a., 2016) Quando a vitamina A é deficiente, as células produtoras de queratina  substituem as células produtoras de muco em muitos tecidos epiteliais do corpo  humano. Esse processo resulta em xerose, que leva ao ressecamento da córnea  e da conjuntiva. Essas alterações metaplásicas foram as primeiras manifestações  da DVA observadas em animais, principalmente na pele, córnea, glândulas  salivares e traqueia. (GALICIA et al., 2016) 

A deficiência grave de vitamina A, assim como o excesso de retinol e ácido  retinóico, resultam em má formação do embrião que afeta a maioria dos órgãos  do corpo, principalmente nos vertebrados. O embrião é sensível às influências  teratogênicas apenas durante um período relativamente curto após a concepção,  denominado período organogenético; após esse período, que costuma durar os  três primeiros meses da vida fetal masculina, os riscos fetais não são mais  elevados. Ainda não foi demonstrado conclusivamente que o VAD cause defeitos  congênitos em humanos. Embora vários relatos de casos individuais tenham sido  publicados, a associação pode ser mais consciente do que causal. Embora  alguns retinóides sintéticos sejam claramente teratogênicos em humanos, há  pouca evidência de um efeito semelhante de grandes doses de vitamina A em  humanos. (MIRANDA et al., 2018) 

A relação entre a vitamina A e o sistema imunológico é conhecida há  muitos anos. A evidência para o papel imunorregulador da vitamina A vem de  estudos experimentais em animais e estudos observacionais em humanos, nos quais a deficiência desse nutriente aumenta a suscetibilidade à infecção. A  vitamina A ajuda a manter o suprimento de linfócitos do corpo e a função da  resposta imune mediada por células T. Além disso, agora é reconhecido que  certos aspectos, como a produção de imunoglobulinas, são afetados pelo retinol.  Outros estudos de intervenção mostraram reduções nas infecções do trato  respiratório, sarampo e diarreia e melhora da integridade do epitélio intestinal com  impacto significativo na morbimortalidade infantil. (SARAIVA et al.,2014) 

As mitocôndrias do tecido adiposo marrom possuem uma enzima que controla a produção local de energia, que é regulada pelo sistema nervoso  simpático, mas sua regulação transcricional é mediada pelo ácido retinóico e,  portanto, pode estar indiretamente envolvida na termogênese e na regulação do balanço energético. O ácido retinóico também parece estar indiretamente  envolvido na expressão de receptores dopaminérgicos, conforme demonstrado  em ratos. Assim, parece desempenhar um papel no processo de desenvolvimento  do sistema nervoso central fetal. (CEDIEL et a., 2015) 

3. JUSTIFICATIVA 

A vitamina A é um nutriente essencial para a visão normal, manutenção  das funções imunológicas, crescimento e desenvolvimento. A deficiência desse  micronutriente pode causar deficiência de vitamina A (DVA), que é uma das  principais causas evitáveis de cegueira infantil e está associada ao aumento e  gravidade de infecções. Devido ao aumento das necessidades nutricionais e à  gravidade das possíveis consequências para a saúde associadas à DVA, os pré-escolares e as grávidas são os segmentos mais vulneráveis a esta doença.  Portanto, o combate à DVA é considerado crucial para a sobrevivência, bem-estar  e crescimento e desenvolvimento adequado da criança. 

A pesquisa se justifica pelo fato de a hipovitaminose A se tratar de um  problema de saúde pública e atingir as crianças na faixa etária entre 12 a 59  meses. Além disso, a deficiência dessa vitamina pode acarretar em  consequências para estas crianças. O presente estudo também contribuirá para a  importância da continuidade da existência de um programa de suplementação do  Ministério da Saúde do Brasil. 

4. OBJETIVOS 

4.1 GERAL 

Realizar uma revisão bibliográfica sobre a deficiência de vitamina A, as  consequências que esta hipovitaminose pode acarretar, e a importância da  suplementação de megadoses de vitamina A em crianças de 06 a 59 meses de  idade.

4.2 ESPECÍFICOS 

● Investigar a prevalência de hipovitaminose A em crianças de 06 a 59  meses; 

● Listar as consequências da deficiência de vitamina A em crianças de  06 a 59 meses; 

● Evidenciar a importância da suplementação da vitamina A através do  Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A do Ministério da Saúde. 

5. METODOLOGIA 

Será realizado um estudo exploratório por meio de uma revisão de  literatura com a finalidade de atender os objetivos propostos pela pesquisa,  através de fontes adequadas.  

Dentre as fontes, serão utilizados artigos científicos acessados nas bases de dados Scielo, Pubmed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), publicados nos últimos  10 anos. Para a escolha dos descritores, utilizaremos como ferramenta de pesquisa  a Medical Subject Headings (MeSH) data base (www.ncbi.nlm.nih.gov), o mesmo é  um tipo de banco de dados de palavras-chave padronizadas, Medical Literature  Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE), Scientific Eletronic Libray (Scielo),  US National Library of Medicine (PMC), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS).  

Para a seleção das fontes, serão consideradas como critério de inclusão as  referências bibliográficas que abordam o tema da pesquisa, com ênfase no que  se refere à hipovitaminose A em crianças, além daquelas relacionadas aos  objetivos específicos do estudo em questão, tanto no idioma português brasileiro,  quanto no idioma inglês. Serão excluídas da pesquisa, as referências que não  atendam aos critérios de inclusão para a seleção das fontes.  

A coleta dos dados será realizada por etapas incluindo a leitura  exploratória do resumo do material selecionado, além do registro das informações  extraídas das fontes. Após, será realizada análise e interpretação desses dados  encontrados com a finalidade de ordená-los e sintetizá-los, de forma que estes  possibilitem a obtenção de respostas aos objetivos do estudo.

Finalmente, após a etapa de análise das informações, serão discutidos os  resultados encontrados.  

O projeto atenderá o que preconiza a Resolução 466 de 2012, da  Comissão Nacional de Ética e Pesquisa – CONEP. 

6. RESULTADOS ESPERADOS 

Esta pesquisa possibilitará o conhecimento sobre o consumo de  fontes alimentares de vitamina A por crianças, além das consequências de sua  deficiência. Trata-se de informações que independentemente dos resultados  obtidos, serão de extrema importância para contribuição dos estudos sobre o  tema, bem como para a oferta deste micronutriente como forma de  suplementação, pois os órgãos de saúde pública poderão utilizar tais resultados  para tomar decisões cabíveis quanto ao incentivo ao consumo de fontes  alimentares de vitamina A.  

 Poderá também, confirmar a importância de realizações de  atividades em educação nutricional, ou até mesmo, o incentivo aos pais das  crianças para que busquem pelo direito à suplementação para seus filhos, como  ocorre na imunização.  

7. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

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