REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411261851
Thaís Cordeiro Puccinelli1
Orientador: Jonas Sales2
RESUMO: A presente proposta objetiva apresentar reflexões acerca de vivências propostas por algumas danças experimentadas e produzidas para, com, por pessoas com deficiência no Distrito Federal. Configura-se em uma pesquisa empírica como orientadora da pesquisa qualitativa. Como coleta de dados foram abordadas as vivências dos seguintes profissionais da dança: Elisabeth Maia, Rafael Tursi, Sônia Ramalho e Carla Maia. Caminha-se por definições e indefinições sobre dança contemporânea e traça-se, aqui, um paralelo juntamente aos fazeres artísticos dos artistas mencionados. Dessa forma, os resultados apresentam potencial para contribuir com reflexões acerca de dança e de acessibilidade na contemporaneidade como ponte para o fortalecimento e a disseminação da dança com pessoas com deficiência.
PALAVRAS-CHAVE: Dança – Deficiência – Acessibilidade
PENSAMENTOS QUE DANÇAM NA CONTEMPORANEIDADE: UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE A DANÇA CONTEMPORÂNEA.
O propósito desta pesquisa é levantar um campo de possibilidades em dança e acessibilidade em Brasília, Distrito Federal, pois a Capital Federal se mostra terreno fértil para esses saberes e fazeres. Menciono os trabalhos dos grupos Street Cadeirante e Danç’Art Especial e abordo o Pés Teatro-Dança com Pessoas com Deficiência como estudos de caso, uma proposta de diálogo entre as práticas que permeiam os processos pedagógicos, composicionais e estéticos em dança de cada um desses grupos. Inicialmente, abro espaço para pensamentos contemporâneos em dança, entre estudiosos da área para que seja possível direcionar o meu olhar enquanto artista-pesquisadora e localizar a ti, leitor, no tempo-espaço desta leitura. Assim, chegaremos nas danças pesquisadas e produzidas para, com e por pessoas com deficiência. Passando, então, por minha experiência enquanto dançarina e pesquisadora no Pés Teatro-Dança com Pessoas com Deficiência. Para chegarmos em dança e acessibilidade, em Brasília-DF, onde me insiro, acredito que seja importante passarmos pela construção de pensamentos em dança a partir da arte moderna a qual começa a ganhar espaço no final do século XIX e no início do século XX.
De acordo com o pesquisador José Rodrigues de Souza (2009), os anos iniciais do século XX foram marcados por grandiosos acontecimentos, os quais mudaram a História: Em 1903, o cinema começa a surgir com a primeira produção de um filme mudo; Guerra Russo-Japonesa em 1904; Em 1905 Albert Einstein sugere a teoria da relatividade, e Freud a teoria da sexualidade; No período de 1914-1918, eclode a primeira guerra mundial, essa concebeu a sociedade o entendimento que a tecnologia e a ciência podem também tirar vidas; Após a guerra na década de 20, o mundo vai bem com o crescimento industrial, hipoteticamente; No ano de 1929, crise econômica mundial; Segunda guerra mundial no período de 1939-1945. E em meio a tal contexto sociocultural, origina-se, então, a Dança Moderna.
A arte moderna e urbana pretendeu realizar um olhar além do comum, capturar peculiaridades e ir além do convencional. Em princípio, o artista percebe impressões do universo, não apenas interpretando-as, mas soltando-se do seu mundo particular e incluindo-se no todo infinito. (Souza, 2009, p. 66).
Dessa forma, tanto na Europa quanto nos EUA, a arte moderna ganha espaço, acompanhada de seus novos conceitos estéticos como experimentação formal, liberdade criativa, subjetivismo e multidisciplinaridade. E, dos centros urbanos dos Estados Unidos, nasce uma nova forma de pensar e fazer dança: A Modern Dance. Com a ascensão do meio urbano, os corpos tornaram-se mais presentes em tal meio e a Dança Moderna apropria-se, inicialmente, dos movimentos desses corpos de forma que houvesse uma aproximação entre a dança e o cotidiano
Tendo em vista que a dança clássica, foi o referencial de movimento devido ao seu rigor, a sua estética harmônica, graciosa e sua precisão, a Dança Moderna visava libertar os bailarinos das amarras artísticas e dos paradigmas do belo. Tais pensamentos e movimentos geraram julgamentos aos corpos que se aventuravam experimentar novas possibilidades e estímulos, pois eles provocavam, questionavam e instigavam.
Em suma, a Dança Moderna transformou-se em um meio para despertar sensibilidades, reflexões e emoções. “A dança não era apresentada como simples diversão e sim como manifestação reflexiva do intelecto, através do qual se pretende aumentar o nível da experiência e de comunicação do intérprete ou da plateia.” (Souza, 2009, p. 127), o que acarretou para os dançarinos modernos o exercício constante de pesquisa de movimento. Muitos precursores desse modo de pensar a dança, sistematizaram suas técnicas, pensaram em métodos para desenvolver suas descobertas e utilizaram muito da técnica de improvisação, experimentação e pesquisa pessoal, exceto Isadora Duncan[2]. De acordo com Bourcier (2011) a sua influência na dança, deu-se por sua atitude e personalidade, visto que Isadora não deixou sistematizada sua técnica, tampouco uma metodologia de ensino.
A técnica lhe parece sem interesse: fazer gestos naturais, andar, correr, saltar, mover seus braços naturalmente belos, reencontrar o ritmo dos movimentos inatos do homem, perdidos há anos, “escutar as pulsações da terra”, obedecer à “lei de ‘gravitação’, feita de atrações e repulsas, de atrações e resistências”, consequentemente, encontrar uma “ligação” lógica, onde o movimento não para, mas se transforma em outro, respirar naturalmente, eis seu método. (Bourcier, 2011, p. 248).
Por conta disso, descobriram o uso da contração, a relevância do gesto, a expressividade dos movimentos do torso, quedas e suspensões, exploração do nível baixo, ampliação de movimentos a partir de planos espaciais e diferentes eixos. Em todos os métodos há muito da identidade dos fortes padrões religiosos de seus pesquisadores, os quais buscam autenticar suas coreografias.
Repudiam a obrigatoriedade de um andar leve, de um desenho coreográfico frontal, de movimentos repetitivos e cíclicos. No entanto, curvou-se a base clássica para, a partir dela, propor novas descobertas para o corpo em movimento. É inegável que seria impossível não fazer uso das descobertas dos mestres de Ballet Clássico e, ao mesmo tempo, reconquistar o sentido de ordem e até de necessidade que a arte propunha. Havia um esforço para realizar uma profunda renovação, mas sempre um arranjo ordenado, velha herança. Em si mesmo, o problema não era novo para a arte. Não se deve perder o foco dessa ambiguidade na Dança Moderna. (Souza, 2009, p. 147).
A partir daí, a dança é livre! Rompe-se, assim, com as sapatilhas de ponta. Os pés entram em contato com o chão, o corpo de baile vai perdendo o espaço para solos e duos e a dança passa a ocupar espaços abertos e públicos. Os movimentos codificados abriram caminho para pesquisas corporais por meio de improvisação, sensação, respiração e modulação expressiva do gesto. Não se tratava de uma forma alcançada, mas sim, da profundidade do processo da dança apresentada. Acreditava-se que, quem se movia livremente encontrava a confiança em si. Acredito que com toda efervescência na arte da dança, o movimento moderno desassociou a concepção de corpo/instrumento de trabalho, uma vez que na Dança Moderna o corpo assume um lugar expressivo, reflexivo, questionador, o corpo é a arte em questão.
No que tange a pensamentos contemporâneos em dança e dançarino-obra de arte, a professora e pesquisadora Thereza Rocha, 2004, investiga um estado permanente de dança, estudo que tem com título: “Por Uma (des)Ontologia Da Dança Em Sua (Eterna) Contemporaneidade). Rocha aponta como referência Marcel Duchamp, afamado como pai da arte contemporânea, por sua obra de 1913, A Fonte, que se trata de um mictório invertido apresentado como obra de arte em uma exposição. Segundo Rocha (2004), pós Duchamp, tudo pode vir a ser arte, ou seja, conquistou-se liberdade poética para a criação. A obra de Duchamp nos convida da ir para além do gosto, deixar-se afetar, instigar, questionar, refletir, a própria obra questiona o público o motivo pelo qual aquilo é arte. Sob o imediatismo que vivemos, a arte na contemporaneidade propõe ao espectador algum tipo de reflexão. A partir de signos e significados, a dança acontece quando chega no outro, não necessariamente comunica algo objetivo, mas instiga, acredito.
Considero, então, que a dança contemporânea é uma dança para cada corpo, para qualquer corpo, podendo chamá-la de autoral, de acordo com cada vivência e experiência gravadas nas células. Sob um olhar contemporâneo da dança, percebo inúmeras possibilidade geradas pela pluralidade, diversidade e mobilidade, uma vez que o sujeito contemporâneo apresenta a multiplicidade, assim como o hibridismo como característica.
O artista contemporâneo da dança está em constante pesquisa. Ao fazer dança, ele é impulsionado a revisitar o nascimento da sua proposta. Para que então possa apresentar em cena, na sala de ensaio ou em sala de aula, o mote de sua investigação, processo íntimo e profundo de cada dançarino. A corporeidade está diretamente relacionada com o estado visceral atingido pelo artista, do interno para o exterior, não mais a partir de uma forma. A dança contemporânea propõe ao dançarino a criação de sentidos e significados para que seja potencializada a sua singularidade e pode, a meu ver, contribuir com a formação de artistas/cidadãos que refletem e contextualizam.
Ao refletir acerca das provocações de Rocha (2004) e Souza (2009), foi possível traçar um paralelo no que tange a Dança Moderna e a dança contemporânea. A modernidade, como um período histórico e cronológico, apresenta-se em uma sequência de moderno, pós-moderno e contemporâneo. No entanto, penso que, as danças contemporâneas e modernas, devido à natureza autoral de ambas, assim como de criações de sentidos, não se dissociam.
Dessa forma, baseada nos pensadores acima, acredito que o pensamento crítico seja o que alimenta o fazer artístico sob um olhar contemporâneo. É ingênuo classificar ou conceituar a dança, pois podemos correr o risco de limitar o seu devir artístico, a dança contemporânea não se revela, não se traduz e não se explica. Sua poética eternamente contemporânea subverte o período cronológico, ela é contemporânea por suas características de possibilidades múltiplas e isso independe do tempo, as indefinições apontam as condições do tempo contemporâneo.
A DANÇA E ACESSIBILIDADE NO DISTRITO FEDERAL
A dança no Distrito Federal é rica e diversa e vêm refletido a cultura e a identidade da jovem capital brasileira, Brasília. A partir de sua construção entre 1956 e 1960, durante o governo de Juscelino Kubitschek, muitas pessoas e culturas de diferentes regiões do País chegaram por aqui. Uma efervescente influência de danças populares de outras regiões brasileiras foram trazidas por migrantes, como: samba, forró e quadrilha junina. A dança desempenha um papel significativo na cultura do DF e possibilitou a formação de muitas gerações de artistas, professores, dançarinos e pesquisadores nessa área de conhecimento. Sua diversidade social e cultural preserva tradições, incentiva fazeres artísticos por meio de fomentos públicos, pela graduação em Licenciatura e promove, também, o protagonismo de dançarinos com deficiência. Sobre os primeiros movimentos aqui dançados, Juliana Castro, Dançarina e professora, comenta:
21 de abril de 1960. A cidade mal nascera e o ballet já estava por aqui, nas festividades de inauguração de Brasília, sob o olhar atento de JK, um grupo do Rio de Janeiro estreou o cerrado como palco. Entre aquelas jovens, Gisele Santoro brilhava. Apenas 3 anos depois, Brasília que era palco se tornou casa e a jovem nunca mais saiu. Foram anos mesmo especiais. Na mesma época desembarcaram no planalto Regina Maura, Norma Lilia, Rosana Assad, Lúcia Toller e Ofélia Corvello, com elas os primeiros ballets de repertório e a paixão do público. A dança secular também gerou frutos candangos. Daniela Amorim, Mônica Berardinelli, Rodrigo Mena Barreto, Regina Corvello, Beth Lissa, Gisele Santoro Filha, Flávia Tavares e Júnior O’hara são apenas alguns exemplos. Graças ao ballet que Brasília é sede há mais de 20 anos do Seminário Internacional de Dança que apresenta, anualmente, talentos de diversos países na Capital. (CASTRO, 2014, p.12)
Mas só 33 anos depois de sua fundação, em 1993, a partir da chegada de Elisabeth Maia, do Rio de Janeiro para Brasília, dançarina, fisioterapeuta, pesquisadora e, hoje, docente da Licenciatura em Dança no Instituto Federal de Brasília (IFB), que a trajetória da dança no DF ganha novas perspectivas. Maia “foi pioneira na implantação da dança no processo de reabilitação hospitalar na Rede Sarah de Hospitais.” (PIZARRO, 2022, p.196). Sobre a abertura de caminhos para a dança e acessibilidade, em entrevista ao pesquisador Diego Pizarro, Maia conta:
Em 1992 eu e Bruce[3] nos conhecemos e em 1993 eu vim e iniciei o movimento em busca de uma instituição para desenvolver uma dança sensível com pessoas que se locomovem em cadeiras de rodas. Eu tinha uma série de vídeos[4] dançando com o Bruce e, de um papo com um grande amigo, Humberto Brasiliense, surgiu a ideia de apresentar o trabalho para o Hospital Sarah. A princípio, levei a proposta de trabalhar no hospital com as pessoas que tinham lesão medular, pois era o que eu conhecia naquele momento. Eu não era fisioterapeuta ainda, era dançarina formada pela Angel. O Sarah bancou a ideia para que eu desenvolvesse um projeto-piloto por seis meses com os pacientes que eram do Hospital Dia e alguns da enfermaria, também. A partir desse movimento o Hospital criou o cargo de professor de dança, abrindo concurso em 1994. Bruce vinha ao meu encontro periodicamente auxiliando-me no processo de implantação do trabalho, como parte do programa de reabilitação da rede em Brasília e Salvador. A Rede Sarah, nessa época, estava em plena expansão. (PIZARRO, 2022, p. 199).
Dessa forma, a partir de técnicas da dança Contato-Improvisação [5]como o toque, peso, relação e sensação, Maia iniciou uma nova forma de olhar, pensar e realizar dança no DF, a reabilitação de pessoas com deficiência. Assim, arou a terra, preparou o terreno, para que uma nova geração de dançarinos e professores pudessem germinar suas ideias, projetos e, então, crescer, como é o caso de Sônia Ramalho, Carla Maia e Rafael Tursi.
DANÇ’ART ESPECIAL
A Danç’art Especial é uma associação, sem fins lucrativos, que tem como missão romper a barreira do preconceito por acreditar que as pessoas são capazes de, ao estabelecer o contato com a arte, expor aquilo que as torna únicas, a sua individualidade, de acordo com a sua idealizadora Sônia Ramalho. Proporciona aos integrantes autonomia para se expressarem poeticamente, também promove ações de defesa dos direitos da Pessoa com Deficiência, visando à construção de uma sociedade justa, inclusiva e solidária.
Com atividades ininterruptas desde 2008, a Dancárt se propõe a promover a inclusão social de pessoas com deficiência por meio da dança. A associação trabalha com a individualidade de cada estudante, respeitando suas singularidades e limitações, sejam elas motora, intelectual ou sensorial. Sônia recebe pessoas a partir de um ano de idade para vivenciar aulas de dança e teatro permeados por princípios de psicomotricidade e dança em cadeira de rodas (DCR), todos associados à estimulação cognitiva, sensorial e atividades lúdicas.
A associação ganha força junto aos seus aliados, profissionais voluntários que sensibilizam o seu público alvo, advindos de grandes periferias do DF como as Regiões Administrativas de Samambaia, Riacho Fundo I e II e Recanto das Emas onde é sediada, com acesso gratuito as aulas e demais serviços ofertados, como atendimento com nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, aulas de música e prática de yoga como objetivos para uma formação digna e usufruto de seus direitos enquanto cidadãos. No que diz respeito às aulas, Ramalho (2023) diz que:
A proposta de trabalho é trazer aos integrantes do projeto, oficinas que sejam prazerosas, divertidas e significativas. Que possam trazer independência, respeitando os limites de cada um dentro de sua individualidade, além de preocupar-se pela conquista de uma melhor qualidade de vida para a rotina dos integrantes e suas famílias. (RAMALHO, Sônia. Entrevistadora: Thaís Cordeiro. 07 fev. 2023).
Vale ressaltar que, para além das aulas e dos atendimentos, a Danç’art Especial também direciona o seu trabalho para criações de espetáculos com referências debruçadas no método Teatro do Movimento[6] de Lenora Lobo e Cássia Navas assim como no Movimento Humano de Rudolf Laban[7]. “Nosso método é não decorar sequências de movimentos e sim, deixar cada um expressar os movimentos respeitando seu ritmo e limites. Experimentar os movimentos corporais dentro das suas possibilidades e nas suas capacidades de realizá-los.” (RAMALHO, 2023).
No que tange à metodologia de trabalho, é priorizada uma avaliação individual e um planejamento personalizado. “Como resultado nos deparamos com satisfatório desenvolvimento cognitivo, estímulos a independência e autoestima, melhoria na qualidade de vida e integração social.”, segundo Ramalho (2023).
Os planejamentos são construídos e direcionados depois de uma anamnese e dos relatos dos pais, relatórios médicos e a deficiência. Após esse momento de acolhimento, é proposto atividades de laboratórios mais individualizadas, onde os alunos são avaliados e com as análises detalhadas vou direcionando os atendimentos para alcançar os objetivos propostos. (RAMALHO, Sônia. Entrevistadora: Thaís Cordeiro. 07 fev. 2023).
Em suma, a associação Danç’art Especial tem um impacto social profundo e transformador, promovendo inclusão, desenvolvimento cognitivo e motor para pessoas com deficiência através do corpo em movimento. Além de estimular autoestima, confiança e acesso à arte, contribui para reduzir estigmas sociais capacitistas e fortalece laços familiares. A longo prazo, nesses 16 anos de desenvolvimento, a associação se propõe a empoderar crianças, jovens e adultos com deficiência, assim promove mudanças culturais e melhora a qualidade de vida de seus integrantes.
STREET CADEIRANTE
A Cia Street Cadeirante é uma Companhia de dança inclusiva, pioneira em Brasília, que oferece aulas de dança, presenciais e remotas, para pessoas com deficiência física. Fundada em 2018 pela dançarina e jornalista Carla Maia. A Cia, segundo sua fundadora, tem como objetivo principal promover a inclusão social por meio da dança, oferecendo um espaço seguro e acolhedor para que pessoas com deficiência possam expressar-se artisticamente. O grupo oferece aulas de danças urbanas com movimentos adaptados para os corpos em cadeiras de rodas, possui coreógrafos experientes no cenário local e nacional que provocam diferentes linguagens dentro das danças urbanas a fim de ampliar o repertório corporal dos dançarinos. De acordo com Carla Maia, 2023:
O Street nasceu porque eu queria que outras cadeirantes, assim como eu, tivessem a oportunidade de dançar com prazer. Me permitiu um reencontro com a minha alma. Eu era apaixonada pela dança e a perdi ao ficar tetraplégica aos 17 anos. O Sreet permitiu me reconectar com quem eu era. Ganhei autoestima, feminilidade, prazer, diversão e propósito. (MAIA, Carla. Entrevistadora: Thaís Cordeiro. 14 fev. 2023).
Maia conta com Chelsie Hill, dançarina com paraplegia, como referência e inspiração nas práticas da Cia que apresentam duas vertentes: a primeira é o Street Show e a segunda é o Street Virtual. Street show se trata de apresentações de performances coreográficas em eventos, festivais, já tendo levado a Cia para apresentar-se em programas de televisão com grande alcance midiático nacional, como: Caldeirão[8] do Huck em 2020 e Teleton[9] em 2023.
Considero que o Street Cadeirante se destaca por ser coordenado por mim, uma pessoa com deficiência empoderada. Isso permite uma abordagem autêntica e inspiradora. Além de motivar participantes virtuais, busco excelência artística nos shows, demonstrando que o exemplo é o maior motivador. Meu objetivo é oferecer o que busco para mim mesma: oportunidades, crescimento e inclusão. (MAIA, Carla. Entrevistadora: Thaís Cordeiro. 14 fev. 2023).
A Cia Street Cadeirante representa uma nova perspectiva no modo de fazer dança no DF, quebrando barreiras e estereótipos de corpos protagonistas. Desempenha um papel importante na promoção da inclusão social, cultural e artística ao oferecer um espaço adaptado para dança, promover igualdade de oportunidades e empoderamento. Além disso, de acordo com Carla Maia (2023), contribui para a conscientização sobre acessibilidade, diversidade cultural e direitos das pessoas com deficiência. Sua atuação também gera empregos, atrai eventos, gera investimentos e desenvolve terapias alternativas. Como referência nacional, hoje, inspira outros projetos, consolidando-se como um modelo de inclusão e acessibilidade.
PÉS – TEATRO-DANÇA COM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Criado em 2011 pelo Doutorando (2024) em artes Cênicas na Universidade de Brasília e artista educador, Rafael Tursi, a partir de sua pesquisa sobre a criação movimento e análise expressiva do gesto, tendo como referência o multiartista e teórico em dança, Rudolf Laban, que é reconhecido como o pai da dança-teatro.
Este importante movimento dilui os elementos dessas duas artes cênicas unindo elementos do corpo em movimento, palavra e dramaticidade, vê a possibilidade de aplicá-la para gerar movimentos cotidianos e extracotidianos em cena, dessa forma, investir na repetição, aprofundamento e transformação em poética do cotidiano com pessoas com deficiência por meio das singularidades presentes em cada corpo.
Localizado em Brasília, Distrito Federal, o Pés[10] é um projeto de arte-educação com pessoas com e sem deficiência, que pesquisa a criação, provocação, composição e execução do movimento para, com e por pessoas com deficiência, através de técnicas de [11]teatro-dança. Vinculado como projeto de extensão da Universidade de Brasília – UnB, é aberto para todos os públicos, para todos os corpos, com ou sem deficiências, interessados em mover-se que estejam dispostos a mergulhar neste universo de pesquisa em movimento. Em sua atual formação, encontra-se pessoas com diversas deficiências, tais como: intelectuais, físicas, sensoriais, síndromes e deficiências múltiplas.
Enquanto dançarina e pesquisadora nesse grupo, desde 2018, permito-me demorar nesta análise, pois percebo que muito já se escreveu sobre o Pés, mas há, a meu ver, uma lacuna no que tange à dança produzida e experimentada por ele. Nos últimos 13 anos, o Pés tem se mostrado terreno fértil para produção de pesquisa científica no que diz respeito as temáticas relacionadas à acessibilidade, corpos com deficiência, processos de composição e afetos. Uma vez que o nosso diretor, Rafael Tursi realizou suas pesquisas de licenciatura, bacharelado, mestrado e, agora, doutorado sobre o assunto e tivemos outros pesquisadores, participantes do grupo, os quais produziram dissertações de mestrado, artigos científicos e monografias de graduação sobre o Pés, sendo GASPAR[12], BALATA[13] e RIBEIRO[14] algumas dessas pesquisadoras. Com isso, a universidade sempre esteve próxima aos processos de criação, educação e pesquisa do Pés. Percebo, em mim, uma identificação e um desejo que pulsa, como integrante do grupo, de aprofundar as investigações sobre dança, por entender que o respaldo acadêmico fortifica os discursos e as poéticas dos fazeres. Além disso, a pesquisa aqui recortada se dá pelo potencial de fortalecer e valorizar as produções em dança, assim como contribuir com o cenário acadêmico em dança e acessibilidade no Distrito Federal.
Para além do desejo de estar em cena, da prática artística, sinto que o grupo caminha por um fazer que presa pela profundidade da simplicidade e sensibilidade. Assim, pergunto, que dança, quais danças dança o Pés? Investigo a dança que é pesquisada e produzida, nesses treze anos de trabalho, dessa dança que nasce do aprofundamento em grupo, da força do coletivo, das relações e da poesia de corpos diversos na sala de ensaio. Dos processos de composição coreográfica, pesquisas de movimentos, composição em tempo real, questiono, o que move os corpos, dilata os poros, o tempo e as percepções de multiplicidade e singularidade de cada corpo que dança?
Esse estudo se configura em uma pesquisa de abordagem qualitativa, por meio do método Prática como Pesquisa, a partir de vivências com o grupo, no qual a prática conduz o caminho teórico e reflexivo a seguir. Nesse contexto, existe uma aproximação entre as práticas corporais e teóricas, uma retroalimentação, busca-se validar os saberes corporais e criativos como proponentes dos conteúdos a serem investigados. Sobre a prática como pesquisa, a pesquisadora Fernandes afirma:
As artes hoje têm meios de estabelecer seus próprios métodos e abordagens, atualizando contextos e desmontando preconceitos ultrapassados de pesquisa que nos usam como objeto para discutir mudanças dentro de formatos engessados, portanto sem condições efetivas para realizá-las. Assumindo nossos próprios métodos, nos tornamos sujeitos de nossa própria história, e podemos inverter essa lógica colonizadora e hegemônica e passar a influenciar os demais campos em meios e modos bem mais flexíveis e coerentes com uma (nova) realidade contemporânea. (FERNANDES, 2014, p.78)
De acordo com Fernandes (2014), sobre a prática como pesquisa, escrevo com a dança e não sobre a dança, uma vez que teoria e prática se aproximam, não há sobreposições, nesse caso. Deixar os sujeitos de pesquisa falarem para além do teórico, tendo em vista o pressuposto para uma pesquisa criativa, falar a partir do que já existe e, assim, validar os saberes corporais e criativos como proponentes de conteúdo a serem investigados.
Assim, transpondo as criações coreográficas para o campo das ideias, da escrita, me reúno com o Pés para refletir, pesquisar, praticar, criar e investigar as danças que surgem em diálogo com a arte inclusiva, em dois encontros fixos, totalizando quatro horas semanais de trabalhos práticos. Dessa forma, me é possível abordar e discutir, juntamente ao grupo, questões relacionadas a presente proposta de pesquisa para entender que dança é essa.
Acredito que o processo relacional do indivíduo com o mundo se dá por meio de suas experiências e percepções. Partindo desse ponto de vista, por ter as atividades abertas e direcionadas a toda comunidade do DF e entorno, e com foco no desenvolvimento da integralidade e da socialização dos indivíduos, o Pés mobiliza o acesso à arte e pesquisa. Dessa forma, a dança ali praticada se faz necessária pela urgência social e cultural em promover uma sociedade mais igualitária, combater estereótipos de corpos que podem ou não dançar, valorizar as diversidades, gerar autonomia, protagonismo e força de trabalho das pessoas com deficiência, além da sensibilização em arte.
Na contemporaneidade conquistamos a diversidade e autonomia de corpos que dançam, no entanto, vale lembrar que até o século XVII os corpos foram marcados pelo mecanicismo e que abarcaram a tradução de corpos dóceis de Michel Foucault (1987), tal tradução está relacionada a corpos submissos, corpos como objetos de controle, moldados.
Houve, durante a época clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo de poder. Encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo – ao corpo que se manipula, se modela, que treina, que obedece, responde, se torna hábil ou cujas forças se multiplicam. (FOUCAULT, 2009, P. 03).
De lá para cá muito se caminhou nesse pensar o corpo, mas reflito fortemente que, ainda, há receitas prontas de como compor as coreografias as quais priorizam repetição de movimento por imitação, robotização e dessubjetivação do indivíduo o que corrobora com a subordinação e apagamento de singularidades.
Destaco, também, que se a técnica está a serviço de um determinado gênero de dança, ela pode instrumentalizar corpos, tornando-os submissos. Percebo que a dança produzida no Pés vai de encontro ao do que é, comumente, considerado belo e virtuoso no que diz respeito a execução de movimentos codificados e sistematizados ao longo dos anos. E vai ao encontro do estranhamento, do atravessamento do que pode ou não pode ser apresentado como dança e de quem pode dançar.
Em diálogo com Michael Foucault, sobre corpos e submissão, Siqueira pontua:
A disciplina fabrica corpos submissos e exercitados, corpos dóceis; aumenta a sua força em termos econômicos de utilidade e diminui sua força em termos políticos de obediência; submete o corpo a um determinado tempo e a um espaço especifico. (SIQUEIRA, 2006, p. 58).
Dessa forma, vejo a necessidade de investigar, discutir, documentar e fortalecer o que se é produzido em dança no Pés, a partir de reflexões práticas-teóricas, para que seja cada vez mais comum dançarmos com pessoas com deficiência e pensarmos a dança e acessibilidade. Assim, de passinho em passinho, abandonar o olhar capacitista que inviabiliza, estereotipa, paternaliza e exclui o diferente para ampliar a discussão de que todos os corpos dançam e isso independe das suas condições intelectuais e físicas.
Tursi (2014) reflete que no Pés teatro-dança com pessoas com deficiência há reabilitação por meio da sensibilização e provocação corporal, dessa forma, é possível que movimentos sejam despertados ou recuperados. No entanto, o objetivo do diretor é na pesquisa de criação e composição artística, na poesia gerada em cena. Rudolf Laban contribuiu significantemente para os experimentos em dança no Pés.
Para Laban, a dança é o meio de dizer o indizível, da mesma forma que a característica da poesia é ultrapassar o sentido estrito das palavras. Acredita que a dança seja um meio de introspecção profunda: revela ao homem suas tendências fundamentais; a partir deste ponto, projeta-o para o futuro, fazendo-o pressentir sua personalidade virtual, que poderia realizar indo até o fim de suas pulsões. (Bourcier, 2011, p. 295).
As subjetividades das danças no Pés estão diretamente relacionadas com o estado de presença atingido pelos artistas, com e sem deficiência, do interno para o externo. Tursi propõe aos dançarinos a criação de sentidos e significados para que sejam potencializadas as suas singularidades em cena. Assim, contribui com a formação de artistas/cidadãos que refletem e contextualizam com o corpo e/ou pensamento e permite que todas as pessoas se expressem e colaborem artisticamente. Os processos de integração, sensação, movimento e relação resultam da experiência de cada um.
Segundo Jussara Miller, pesquisadora em dança, no que tange à integração de sensibilidade e experiência:
O corpo que dança permite o sensível com toda a sua gama de possibilidades de sensações e reverberações variadas de imagens e significados. Essas percepções são incorporadas pelo artista em criação e ação cênicas, a partir de suas vivências e experiências, como tatuagens em movimento, revelando que o seu corpo é vestido de seus vestígios (MILLER, 2010, p. 96).
Em suma, os pensamentos de Jussara Miller, que aqui pontuo, retiram os dançarinos de seu lugar comum no processo de criação e composição em dança, pondo-os como elementos fundamentais para o processo, a partir do conhecimento sensível. Acredito que, para que possamos compreender esses conhecimentos a partir das sensações seja imprescindível que estejamos atentos no momento presente, observar e ouvir o meu corpo e os outros. Pensando nas sensações e singularidades de cada corpo e, ainda, na dança que é pesquisada no Pés para que seja possível acessar sensações, intenções, corporeidades, para que o corpo cênico seja repleto de sentidos, Lima (2006, p. 08), chama de desocultamento, o que significa revelar, dar luz ao que não foi percebido:
Definir a técnica como uma maneira de desocultamento significa entender a essência da técnica como verdade do relacionamento do homem com o mundo e não mais algo exterior e exclusivamente instrumental, mas a maneira como o sujeito apropria-se e aproxima-se da natureza, trata-se de um fato histórico onde cada civilização mantém sua singular maneira e propósito de desocultamento.
Assim, desocultar, desvelar e desnudar as camadas, os muitos eus e muitos nós, para que seja possível tomar para si as provocações e inquietações advindas da dança. Pause. Respire. Respire. Organize a sua coluna vertebral. Trace uma linha imaginária do seu cóccix à nuca. Perceba o ar entrando e saindo de seus pulmões. Observe os fluídos dançando em seu corpo. Ouça o espaço. Respire. Feche os olhos. Repita. Sigamos!
PÉS QUE DANÇAM NA DIVERSIDADE
No decorrer desta trajetória compreendi que a dança e acessibilidade produzida no Distrito Federal, representada aqui, a partir do estudo de caso de Elisabeth Maia, Sônia Ramalho, Carla Maia e Rafael Tursi, apesar das suas diferenças pontuadas no que se refere a metodologias e resultados estéticos, seja essa dança para, com ou por pessoa com deficiência, ela é necessária, é única para cada corpo, autoral, de acordo com cada vivência e experiência gravada nas células. Para que possamos melhor visualizar, onde cada proposta se aproxima ou se afasta, proponho o seguinte quadro:
Projeto | Criação | Público alvo | Idade | Referências | Resultados | |
Elisabeth Maia | Dança na Rede Sarah de Hospitais | 1993 | Pacientes com deficiências | Todas | Dança Contato-Improvisação | Reabilitação e pesquisa |
Sônia Ramalho | Danç’Art Especial | 2008 | Pessoas com deficiências | A partir de 01 ano | Teatro do Movimento | Inclusão, socialização e espetáculos artísticos |
Carla Maia | Street Cadeirante | 2018 | Cadeirantes | Todas | Danças Urbanas | Performances e shows |
Rafael Tursi | Pés teatro-dança com pessoas com deficiência | 2011 | Pessoas com e sem deficiências | A partir de 12 anos | Dança-Teatro | Arte, educação e pesquisa |
Os meus pensamentos têm dançado e desassociaram a concepção de corpo enquanto instrumento a serviço de uma técnica. Uma vez que, na contemporaneidade a qual vivenciamos, o corpo assume um lugar subjetivo, reflexivo e provocador, o corpo é a arte em questão. Sigo instigada pela necessidade de dançar e “sair do jogo dos pressupostos que diz: Sabemos o que é dança a partir daí, para dizer: A dança não se sabe. A dança não se sabe nunca. Voltemos sempre aí.” (ROCHA, 2009, p. 5).
Essa demanda trazida por Rocha sobre revisitar os inícios e se permitir questionar, me provoca sobre que dança/quais danças movimentam os corpos com deficiência no DF, no entanto, ao longo deste processo, entendi que é ingênuo classificar ou conceituar danças, pois seu devir artístico está em movimento constante de expansão e transformação, um fluxo permanente do vir a ser, tornar-se. A dança contemporânea, bem como a pesquisa a qual me refiro, não se revela, não se traduz e não se explica, no entanto, se questiona constantemente. Sua poética eternamente contemporânea subverte o período cronológico, ela é dança por suas características e possibilidades transdisciplinares, isto é, integra conhecimentos e transcende barreiras.
Em suma, percebo essas danças como experiências. Não se tratam de técnicas sistematizadas, ainda, com início, meio e fim, elas passam pela experiência de cada corpo no momento presente. Essas danças podem ser o ar que passa, alimenta, preenche e transforma cada corpo, o tempo e o espaço. Sigo provocada por Rocha (2009), para quem a dança não se sabe, voltar sempre ao início de que não se sabe nunca, é um fluxo constante de corpo e pensamento em movimento e transformação.
Como sugerido ao longo deste estudo, as descobertas sugerem que as danças em corpos com deficiência se mostram essenciais para atender à urgente demanda sócio-cultural de promoção da acessibilidade. Ao produzir arte inclusiva há significante contribuição em transformação social a partir de equidade, protagonismo e quebra de estereótipos de pessoas com deficiência em cena. Há, também, contribuição cultural quando se promove diversidade artística, representatividade de minorias e inovação de linguagens. Além de valorizar artistas brasilienses com deficiência, o Distrito Federal se consolida como referência nacional em dança acessível, promovendo igualdade de oportunidades e celebração da diversidade.
REFERÊNCIAS
BALATA, Ana Maria da Silva. Interações entre arte e tecnologia: relatos históricos da criação cênica no isolamento social. 2020, 50f., il. Monografia (Bacharelado em Artes Cênicas) —Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
BOURCIER, Paul. História da Dança no Ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
CASTRO, Juliana. Fragmentos da dança. Brasília, DF: Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, 2014.
FERNANDES, Ciane. Pesquisa Somático-Performativa: Sintonia, Sensibilidade, Integração. ARJ Brasil, Vol. ½, p. 76-95. jul./dez. 2014
FOUCALT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. vol. 1, tradução de Raquel Ramalhete. 37.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
GASPAR, Mônica. Processos composicionais de espetáculos com grupos misto-colaborativos. 2020. 189 f., il. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas)
—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
GITELMAN, Claudia. Dança moderna americana: um esboço. In Pro-posições. Vol. 9 N°. 2 (26), 1998.
MILLER, Jussara. Qual é o corpo que dança? Dança e educação somática para a construção de um corpo cênico. Campinas, SP: [s.n.], 2010.
PIZARRO, Diego. Contato-Improvisação no Brasil: trajetórias, diálogos e práticas. Brasília, DF: Athalaia, 2022.
RIBEIRO, Maria da Guia Carolina Rodrigues. Corpos com deficiência em cena. 2024. 110 f. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) – Instituto de Filosofia, Arte e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2024.
RODRIGUES DE SOUZA, José Fernando. As origens da Modern Dance: Uma análise sociológica. São Paulo: UCAM, 2009.ROCHA, Thereza. Por Uma (des)Ontologia Da Dança Em Sua (Eterna) Contemporaneidade. Cadernos Virtuais de Pesquisa em Artes Cênicas, v. 2009, p. 754/690, 2009.
SIQUEIRA, Denise da Costa Oliveira. Corpo, comunicação e cultura: a dança contemporânea em cena. Campinas, SP: Autores associados, 2006.
TURSI, Rafael. GASPAR, Mônica. BALATA, Ana. Projeto Pés Teatro-Dança com Pessoas com Deficiência. Brasília, DF: Pró-Consciência, 2024.
TURSI, Rafael. Meu corpo, teu corpo e es te outro: visitando os processos criativos do Projeto Pés. Braíslia, DF. Dissertação (Mestrado em Arte) – Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
ENTREVISTAS
MAIA, Carla. Entrevista concedida a Thaís Cordeiro Puccinelli. 14 fev. 2023.
RAMALHO, Sônia. Entrevista concedida a Thaís Cordeiro Puccinelli. 07 fev. 2023.
TURSI, Rafael. Entrevista concedida a Thaís Cordeiro Puccinelli. 25 nov. 2023.
[1] Thaís Cordeiro é artista da dança, professora, pesquisadora e produtora cultural. Mestranda em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília e Licenciada em Dança pelo Instituto Federal de Brasília. Dançarina, Pesquisadora e Coordenação do grupo PÉS: Teatro-Dança com Pessoas com Deficiência. Para saber mais, acesse o seguinte endereço: http://lattes.cnpq.br/7234167449647655
[2] Isadora Duncan foi uma coreógrafa e bailarina norte-americana, considerada a precursora da dança moderna.
[3] Bruce Curtis, dançarino e pesquisador, com tetraplegia, da dança Contato-Improvisação.
[4] Acesse em: https://www.youtube.com/watch?v=mSNpaaiLYmc
[5] A dança Contato-Improvisação foi desenvolvida em 1972 por um grupo de pessoas em residência artística em Nova Iorque, sob a orientação do dançarino Steve Paxton.
[6] Teatro do Movimento é um método de dança desenvolvido pelas pesquisadoras Lenora Lobo e Cássia Navas. Acesse em: https://pt.scribd.com/document/338266679/Teatro-Do-Movimento
[7] Rudolf Laban, foi um dançarino, coreógrafo, teatrólogo, musicólogo, intérprete, considerado como o maior teórico da dança do século XX e como o “pai da dança-teatro”. Acesse em: http://wikidanca.net/wiki/index.php/Rudolf_von_Laban
[8] Acesse em: https://www.youtube.com/watch?v=REYdBAMWo5E
[9] Acesse em: https://www.youtube.com/watch?v=bdw2aq1wmVQ
[10] Para saber mais sobre PÉS Teatro-Dança com Pessoas com Deficiência, acesse o seguinte endereço: https://www.projetopes.com/quem-somos
[11] Teatro-Dança: Conceito o qual se fala muito na sala de ensaio do PÉS, no entanto, ainda não há uma definição acadêmica e reconhecida pelos pares acerca do assunto. Pois, Rafael Tursi, desenvolve e aprofunda essa discussão, atualmente, em seu processo de Doutoramento no Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília.
[12] Acesse em: chrome extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://icts.unb.br/jspui/bitstream/10482/40210/1/2020_M%C3%B4nicaFerreiraGaspardeOliveira.pdf
[13] Acesse em: https://olharesceliahelena.com.br/olhares/article/view/195/140
[14]Acesse em: https://www.repositorio.ufop.br/items/324e7be4-8d5f-4a92-8624-9e96080c3c0b/full
[1] Thaís Cordeiro é artista da dança, professora, pesquisadora e produtora cultural. Mestranda em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília e Licenciada em Dança pelo Instituto Federal de Brasília. Dançarina, Pesquisadora e Coordenação do grupo PÉS: Teatro-Dança com Pessoas com Deficiência. Para saber mais, acesse o seguinte endereço: http://lattes.cnpq.br/7234167449647655
Esta pesquisa foi realizada no contexto de fomento do Decanato de Pós-Graduação da Universidade de Brasília, edital DPG Nº 0001/2022, apoio à execução de projetos de pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação de discentes de pós-graduação, sob orientação do Professor Doutor Jonas Sales, acesse em: http://lattes.cnpq.br/0807637225346047