DA IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NO ENSINO MÉDIO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10312250


Paola Nigrin1
Leandro José Muller2


RESUMO

A literatura acompanha o homem e sua evolução desde antes mesmo da invenção da escrita, sendo relevante para a humanidade em diversos quesitos. Nas últimas décadas, entretanto, algumas reformas na educação têm tendido a deixar a matéria mais distante do aluno, focando apenas em temáticas abordadas em vestibulares. Assim, faz-se deveras relevante compreender e debater a importância do estudo da literatura no ensino médio, deste modo, este trabalho propôs-se, por meio de pesquisa bibliográfica, a responder tal questionamento, estudando um histórico da literatura, seus benefícios e sua relevância específica na adolescência com seus entraves diante do novo ensino médio. Conclui-se que a matéria é extremamente relevante ao desenvolvimento cerebral do estudante, bem como de demais questões, portanto, sendo essencial que os sistemas de ensino a priorizem.

Palavras-chave: Literatura. Ensino Médio.

1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que a literatura desempenha um papel fundamental na vida humana, desfrutando de relevância em diversos aspectos, seja para expressão criativa, reflexão e crítica social, compreensão e comunicação, desenvolvimento pessoal, preservação cultural, entretenimento, educação ou o que acrescentar. Entretanto, questiona-se qual seu valor para o estudante de ensino médio que ainda experimenta desenvolvimento cerebral significativo.

Tal questionamento faz-se de extrema relevância no contexto em que se encontra o ensino médio brasileiro, principalmente depois de todas as discussões acerca da implementação do novo ensino médio. Não somente isso, mas compreender a importância da literatura para tal faixa etária faz-se importante aos bacharéis e licenciados em letras que pretendem trabalhar na área, entendendo como utilizar da matéria como aliada do aluno para desenvolver o máximo de habilidades possível, bem como para o próprio aluno e à sociedade para perceber o porquê da existência da matéria no currículo escolar.

Assim, este artigo busca identificar qual a importância da literatura durante o ensino médio, ou seja, para adolescentes, em média, entre 14 e 17 anos. Para isso, buscou-se, por meio de pesquisa documental, discorrer sobre a literatura como matéria didática escolar conforme a BNCC, verificando seu currículo comum e seus objetivos no contexto brasileiro, partindo para um debate sobre a dimensão e a valia da literatura como um todo à vida humana, tratando de seus diversos benefícios como habilidade e como hobbie, para, por fim, discutir sobre a importância da literatura especificamente ao ensino médio, bem como sobre o retrocesso e os malefícios do novo ensino médio para a matéria de literatura.

Deste modo, dividiu-se a fundamentação teórica em três capítulos, o primeiro trata da evolução histórica da literatura, desde suas origens na antiguidade até as mudanças no ensino da matéria no Brasil, demonstrando um panorama abrangente das diferentes fases da literatura em diferentes culturas e de como ela foi abordada como matéria didática. O segundo capítulo aborda os inúmeros benefícios da literatura, tanto individualmente como socialmente, destacando os impactos positivos da leitura na vida das pessoas. O terceiro e último capítulo versa sobre a relevância da literatura no desenvolvimento cerebral dos adolescentes do ensino médio, abordando ainda os desafios e obstáculos que o ensino da literatura vem enfrentando com as mudanças decorrentes da reforma do ensino médio.

Para alcançar o resultado, utilizou-se pesquisa documental por bibliotecas físicas e digitais, não encontrando qualquer limitação de recursos, tempo ou qualquer outro fator que pudesse impedir a realização deste trabalho.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 DA LITERATURA COMO MATÉRIA DIDÁTICA ESCOLAR 

Segundo Carpeaux (1959), a palavra literatura vem do latim litteris, que significa letras, traduzida, possivelmente, do grego grammatikee. Ao mesmo tempo, Pesavento (2003) conceitua a literatura como a modalidade artística que tem como matéria-prima a palavra, utilizada para construção de histórias e expressão de emoções e ideias.

Ao mesmo tempo que se discorre sobre a literatura como matéria, faz-se extremamente necessário a compreender como questão geral, uma vez que foi assim que ela se tornou didática, conforme Borges (2010). Assim, segundo Lajolo (1993), a história da literatura no mundo acompanha as infinidades culturais do oriente e do ocidente do globo. 

Carpeaux (1959) afirme que antes mesmo da história antiga já se produzia literatura através das artes rupestres. Seguindo a conceituação apresentada por Pesavento (2003), a literatura tem como primórdio a palavra, por isso discorrer-se-á seu histórico a partir de descobrimento da escrita na Idade Antiga.

As primeiras formas de escrita surgiram na Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, por volta de 3.500 a.c (MACY, 2021), incluindo textos de encantamentos, orações, inscrições reais, textos científicos, etc, de maneira cuneiforme, geralmente em placas de argila, usando estilete em forma de cunha (CARPEAUX, 1959). 

Chartier (2000) afirma que os sumérios escreviam hinos dedicados às suas divindades, como o “Hino a Inanna”, e algumas epopéias, como a “Enmerkar e o Senhor de Aratta”, que conta a história de conflitos entre cidades-estado mesopotâmicas. Entre 2.000 e 1.700 a.C., segundo Carpeaux (1959), foi escrito o Código de Hamurabi, que, embora seja um código legal, incluía diversas questões sociais e comerciais que são fonte, até hoje, de compreensão da sociedade e cultura babilônica. 

No mesmo período, cerca de 2.686 a.C., a civilização egípcia também evoluía na literatura (LICHTHEIM, 2019), com textos escritos para os faraós após suas mortes, com orações, encantamentos e instruções para a vida após a morte (DIELEMAN; MOYER, 2010) e hinos religiosos, como o “Hino de Aton” (LICHTHEIM, 2019). Para Foster (2001), os textos egípcios antigos estão geralmente relacionados à ensino éticos e práticos de sábios para jovens, explorando temas de virtude, como por exemplo em “Instruções de Ptahhotep”, “Instruções de Amenemhat”, “O conto do camponês Eloquente” e “O conto do egiptólogo Sinuhe”.

Com o domínio persa e helenístico, entre 712 e 332 a.C., os textos literários egípcios passaram a incorporar a mitologia grega e os questionamentos filosóficos (FOSTER, 2001), o que, segundo Deleman e Moyer (2010), culmina no apogeu da literatura antiga, a Biblioteca de Alexandria.

Ainda durante a antiguidade, conforme cita Müller (1847) tratando da literatura grega, afirma que ela se inicia já antes da cultura da escrita, uma vez que, inicialmente, fazia-se contação de poemas épicos de forma oral. Inclusive, segundo Plant (2004), os famosos poemas “Ilíada” e “Odisséia”, considerados os pilares da literatura grega (KONSTAN, 2006), atribuídos ao poeta Homero, eram propagados assim antes de serem propriamente escritos.

Benediktson (2000), ainda sobre a literatura grega antiga, afirma que ela é abundante em mitologia e relatos sobre a vida rural. Plant (2004) apresenta a Grécia Antiga como berço do gênero tragédia, com grandes dramaturgos como Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, em “Prometeu acorrentado” e “Édipo Rei”. Juntamente, surge a comédia, com sátiras sociais e políticas, como em “As nuvens” e “Lisístrata” (MÜLLER, 1847). Entre 323 e 30 a.C., Konstan (2006) afirma que a literatura grega passa a ser focada na filosofia, principalmente em diálogos filosóficos, no epicurismo, estoicismo e ceticismo, juntamente com poesias bucólicas. 

É inclusive nesse período, segundo Zilberman (2008), que a literatura é tida como parte fundamental da educação, por meio de estudos literários clássicos. Isso não se dava somente na Grécia, de modo que, conforme Perrone-Moisés (2006), o Império Romano também as estudava, principalmente com autores como Cícero e Sêneca.

Tratando do oriente, Knechtges e Chang (2010) destaca a literatura na China antiga, afirmando que esta existia já desde aproximadamente 1.600 a.C., com inscrições em ossos oraculares para adivinhação. Posteriormente, surge a documentação de eventos históricos e poéticos, como “Clássico dos documentos” e “Clássico da poesia”, ambos de Shijing (TSE-TSUNG, 1979). A literatura chinesa antiga, segundo Crone (2023), é repleta de filosofia, com obras de Confúcio e Laozi, que influenciam a cultura chinesa até hoje (KNECHTEGS; CHANG, 2010).

Embora a Idade Média seja conhecida como o período da escuridão e de pouca influência nos estudos (MORAIS, 2013), Araújo (2009) afirma que este período preservou e adaptou tradições literárias greco-romanas, mesmo que muito influenciada pela Igreja Católica. Entre os séculos V e VIII, a literatura era muito expressa pelas canções de trovadores e bardos entre o povo, geralmente sobre histórias heroicas e mitológicas (VELLOSO, 2018), enquanto, entre os nobres, era repleta de hagiografias, homilias e escritos teológicos, como “Confissões” e “Obras de Boécio”.

Ainda que a educação nesta época fosse centralizada nos estudos eclesiásticos, Araújo (2009) fala da rica produção literária de histórias de cavaleiros e damas corteses nos séculos XII e XIV que era ensinada em algumas escolas monásticas e universidades. Há, ainda, neste período, a produção do clássico “Divina Comédia” de Dante, que além de contar a jornada épica através do inferno, purgatório e paraíso, torna a língua italiana como veículo literário importante (MORAIS, 2013).

Após esse período, Velloso (2018) apresenta a importância da Imprensa de Gutenberg, por volta de 1440. Segundo Araújo (2009), a invenção da prensa alemã revolucionou a produção de livros e outros materiais impressos, desempenhando papel fundamental na disseminação de informação e conhecimento, bem como a padronização da linguagem e da escrita (MORAIS, 2013), impactando educação, religião, ciência e política da época (VELLOSO, 2018).

Do século XIV ao século XVII, durante o Renascimento, Duarte (2008) afirma que se vê a redescoberta e a valorização da literatura, que desempenha papel central nesse movimento. Earle (2013) fala de grandes escritores estudados nas escolas humanistas, como Petrarch, Marsilio Ficino e Boccaccio como o clássico “O Decameron”, bem como os satiristas, com “Elogio da loucura” de Erasmo de Roterdã, “Dom Quixote” de Miguel de Cervantes, e as famosas tragédias e dramas de William Shakespeare. Marnoto (2011) trata, ainda, do crescimento da ciência no período, com textos de Galileu Galilei e Johannes Kepler, e isso, segundo Videira (2011), culmina no iluminismo com Voltaire e Rousseau, com textos complexos sobre sociedade, política e economia.

É somente no século XVIII e XIX, com o surgimento da educação pública e com a expansão do sistema educacional principalmente na Europa, que a literatura começa a ser incorporada no currículo escolar de forma obrigatória e sistemática, com a leitura de clássicos e análise de textos literários (PERRONE-MOISÉS, 2006). Magalhães (2014), tratando da literatura no Brasil, afirma que essa existe desde o período colonial, mesmo que extremamente ligada à atividade missionária dos jesuítas e utilizada como instrumento de catequização, ela já era presente em algumas poucas escolas – controladas pela Igreja Católica.

Com a independência do Brasil, Trindade e Bernsts (2017) afirmam que cresce a produção literária e o interesse pela literatura nacional, surgindo os primeiros escritores brasileiros notáveis, como José de Alencar e Machado de Assis, embora o ensino da literatura ainda se manteve-se restrito a poucas instituições elitizadas (MORTATTI, 2014). É entre 1889 e 1930, durante a República Velha, que a literatura começa a ser incluída no currículo escolar, bem como na Era Vargas, com um impulso significativo através da criação da Biblioteca Nacional (MAGALHÃES, 2014).

Embora a literatura nacionalista e regionalista fosse o enfoque, como com Graciliano Ramos e Clarice Lispector, no pós-guerra, abrange-se o estudo literário para obras internacionais (MORTATTI, 2014), o que é atravancado de todas as formas durante a ditadura militar, o que, consequentemente, cria um novo gênero na literatura brasileira, muito ligada à crítica social e política mascarada para evitar a censura (TRINDADE; BERNSTS, 2017). Através da redemocratização, de 1985 em diante, amplia-se o estudo da literatura e dos gêneros literários ensinados nas escolas, incluindo literatura contemporânea e, principalmente, literatura de grupos historicamente marginalizados (MAGALHÃES, 2014).

Hoje, segundo Silva (2018), a literatura nas escolas é estabelecida conforme a BNCC, sigla para Base Nacional Comum Curricular, que desenvolve quais os conhecimentos, competências e habilidades o estudante da educação básica brasileira deve alcançar em sua formação escolar (LOPES, 2019). Sobre a BNCC, o Ministério da Educação afirma (BRASIL, 2018, p. 8): 

[…] a BNCC integra a política nacional da Educação Básica e vai contribuir para o alinhamento de outras políticas e ações, em âmbito federal, estadual e municipal, referentes à formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da educação.

Embora a BNCC não especifique um currículo escolar obrigatório, ela estabelece o mínimo necessário do aprendizado (AGUIAR; DOURADO, 2018) da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, sendo responsabilidade das redes de ensino e escolas a criação de seus próprios currículos e seleção de obras literárias (CECHINEL, 2019), geralmente levando em consideração o que os vestibulares da região ou mais disputados cobram (MENDES, 2020).

Conforme Ipiranga (2019), a literatura na educação infantil, pela BNCC, requer a promoção do contato da criança com a linguagem oral e escrita, através de histórias, contos e narrativas, a fim de incentivar o gosto pela literatura. No ensino fundamental, a BNCC, segundo Cechinel (2019), solicita o desenvolvimento da habilidade de leitura, análise e interpretação literária e produção de textos.

Para Mendes (2020) é nesse período que o aluno deve ser exposto à vasta quantidade de gêneros textuais existentes, aprendendo a compreender, analisar e apreciar obras literárias de diferentes períodos e estilos. Não somente isso, mas Ipiranga (2019) afirma que nesta estação o aluno deve entender que a literatura mais do que uma matéria curricular da escola é um meio extremamente relevante para reflexão social e crítica, desenvolvimento de empatia e também para entretenimento.

No Ensino Médio a sugestão da BNCC é para exploração das correntes literárias, movimentos culturais e estilos, incentivando, inclusive, a compreensão do contexto histórico e cultural da produção de cada obra (CECHINEL, 2019). Ademais, encoraja-se que os estudantes sejam expostos à literatura e análise crítica para debates literários, produção de texto e até o aprofundando como expressão artística e cultural (MENDES, 2020).

Entretanto, nos últimos anos, o ensino médio brasileiro passou pela conhecida reforma do ensino médio, que teve início com a aprovação da Lei nº 13.415/2017. Segundo Ferretti (2018), a reforma trouxe mudanças significativas para a estrutura de ensino e também para o currículo escolar. Uma dessas mudanças, segundo Silva (2018), foi a flexibilização do currículo do ensino médio, onde o aluno tem autonomia na escola de áreas de conhecimento e disciplinas eletivas, o que culmina na possibilidade do estudante sequer estudar literatura (HERNANDES, 2019).

Outra novidade da reforma, segundo Koepsel, Garcia e Czernisz (2020), são os itinerários formativos, que nada mais são do que conjuntos de disciplinas organizadas e integradas em torno de áreas de conhecimento específicas, retirando, por exemplo, as antigas matérias de matemática, química e física, e as englobando em “Matemática e suas Tecnologias”, gramática, línguas estrangeiras e literatura em “Linguagens e suas Tecnologias” (FERRETTI, 2018), inclusive, segundo Silva (2018), nesses itinerários, a literatura pode nem estar envolvida, simplesmente sendo retirada, tudo a depender das escolhas da instituição.

Sobre isso, Hernandes (2019, p. 5) afirma:

A lei 13.415 flexibiliza, ainda, aos sistemas de ensino a responsabilidade sobre quantas e quais áreas do conhecimento e conteúdos escolares serão oferecidas aos alunos. Os únicos conhecimentos obrigatórios para todas as escolas, segundo o parágrafo 3º do artigo 3º, são gramática e matemática, nos três anos do Ensino Médio, e, em algum momento do curso, segundo o parágrafo 4º do mesmo artigo, língua inglesa. Subentende-se que outras áreas de conhecimento serão oferecidas, ou não, segundo definição dos sistemas de ensino.

Ferretti (2018), ainda sobre a reforma, aduz que ela tentou enfatizar o desenvolvimento de competência e habilidade pelos estudantes, ao invés de apenas adquirirem conteúdo. Isso, segundo Silva (2018), caso tenha a matéria de literatura, tenta realizar exatamente o que a matéria já realizava com outro nome, qual seja o desenvolvimento de leitura crítica, interpretação e capacidade de produção textual. 

Por fim, Ferretti (2018) conclui que a reforma do ensino médio retira toda centralização da organização educacional do Estado, passando-o para escolha de cada escola, seja ela pública ou privada. Isso, além de ser preocupante em diversos quesitos, principalmente por gerar empobrecimento e esvaziamento de conteúdos escolares (HERNANDES, 2019), é extremamente perigoso para o estudo da literatura, uma vez que, se cabível, as escolas sequer o ensinarão, uma vez que assim estão habilitadas a fazer (SILVA, 2018).

2.2 DOS BENEFÍCIOS DA LITERATURA PARA A VIDA HUMANA

A literatura, para Araújo (2020), é um tesouro cultural imbuído de incontáveis benefícios para a humanidade, servindo, ainda, para inspirar, entreter, desafiar e conectar opiniões (BRITO, 2010). Segundo Almeida e Flamínio (2012), encorajar a leitura e sua apreciação é essencial para as sociedades como um todo, uma vez que não se trata de meramente uma contação de histórias, mas uma ferramenta de autoconhecimento e fonte inesgotável de conhecimento (ANTUNES; LAPOLLI, 2014).

Ratoon (1975) divide a leitura em três níveis, o sensorial, o emocional e o racional, cada um ligado exatamente ao que se prontifica significar, em ordem, aos sentidos, às emoções e ao intelecto. Independente do método, um dos grandes benefícios da literatura, segundo Brito (2010), é sua assistência para expansão do conhecimento, servindo como fonte de informação e perspectiva. Ainda sobre isso, Araújo (2020) menciona que a matéria transporta os leitores para diferentes horizontes, ao apresentar mundos, culturais e períodos variados, sejam eles reais ou fictícios (TORQUATO; MASSI; SANTANA, 2011).

A questão do conhecimento é ainda relevante para a aquisição de compreensão específica, fornecendo informações detalhadas sobre determinada temática (ALMEIDA; FLAMÍNIO, 2012), ao mesmo tempo que gera cognição sobre a complexidade humana através das vivências das personagens literárias (ARAÚJO, 2020). Ademais, trata Brito (2010, p. 11):

O vocabulário de uma pessoa que tem o hábito de ler é amplo, pois a aptidão para ler com proficiência é o mais significativo indicador de bom desempenho lingüístico, permitindo ao leitor ter uma quantidade de informações sobre quase todos os domínios do conhecimento, sabendo hierarquizá-las, estabelecendo as devidas correlações entre elas e discernindo as que se implicam das que se excluem, utilizando-as apropriadamente como recursos argumentativos para sustentar suas idéias. A capacidade de compreensão adquirida pela interpretação é fundamental. No Brasil, o número de analfabetos funcional é alarmante, trata-se daquelas pessoas que sabem ler e escrever, mas que não compreendem o que estão lendo. O hábito de leitura neste ponto é primordial, pois quanto mais se lê, mais aumenta a capacidade de compreensão do mundo de cada indivíduo, lembrando que isso vale para qualquer tipo de leitura, desde os célebres e clássicos romances como a leitura diária de uma crônica num jornal. 

Verifica-se, portanto, mais um benefício, relacionado ao aprimoramento da linguagem (ARAÚJO, 2020), que, ainda, contempla as habilidades orais e escritas do leitor (ANTUNES; LAPOLLI, 2014). Isso tudo, segundo Ratoon (1975), culmina em outro benefício, qual seja o desenvolvimento da empatia, uma vez que a leitura incentiva o leitor a colocar-se no lugar das personagens, fazendo-o entender suas motivações, emoções e escolhas (FRANÇA, 2020).

Não somente isso, o contato com obras literárias, segundo Torquato, Massi e Santana (2011), estimula a imaginação e a criatividade, principalmente tratando-se de obras ficcionais ou que simplesmente fogem da realidade social do leitor (COSTA, 2023). Ademais, Araújo (2020) trata da literatura como hobbie, para descanso e redução de estresse e ansiedade – inclusive, sobre isso, Almeida e Flamínio (2012) afirmam que a literatura cabe à humanidade como escapismo da realidade, de todas suas preocupações.

2.3 DA IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA ADOLESCÊNCIA E DO RETROCESSO DO NOVO ENSINO MÉDIO: AS CONSEQUÊNCIAS AO LICENCIADO EM LITERATURA

Segundo Andrade (2018), durante a adolescência, compreendida nos anos do ensino médio, o desenvolvimento cerebral é ainda muito significativo, sendo uma fase crítica para a maturação cerebral. Nesse período, o cérebro passa por um processo de refinamento e otimização das conexões neurais (SANTROCK, 2014), incluindo o que se chama de “poda sináptica”, em que as sinapses menos utilizadas são simplesmente descartadas, tornando as que ficam mais eficientes (MARTORELL, 2014).

Não somente isso, mas Sapienza e Pedromônico (2005) tratam do desenvolvimento do córtex pré-frontal, responsável pelo pensamento crítico e tomada de decisões, neste período, bem como a maturação do sistema límbico, que age na regulação das emoções. Há, ainda, o aprimoramento das habilidades cognitivas, como a capacidade de raciocínio abstrato e julgamento moral (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013), mudanças na percepção social, tornando-os mais sensíveis às recompensas sociais, bem como o desenvolvimento da identidade e autoconhecimento (SANTROCK, 2014).

É nesse contexto que Ferretti, Zibas e Tartuce (2004) afirmam que a literatura no ensino médio não promove apenas a apreciação à arte e cultura, mas antes disso contribui para o desenvolvimento cerebral do adolescente, principalmente tratandose de cognição e emoção (PERRONE-MOISÉS, 2006). Existe, porém, um obstáculo, segundo Silva e Boutin (2018), que vem atravancando o ensino da literatura no ensino médio e, consequentemente, atrasando o desenvolvimento cerebral dos adolescentes brasileiros, qual seja a reforma do ensino médio.

Costa e Silva (2019) alegam que a ênfase excessiva em habilidades utilitárias detém o ensino da literatura, uma vez que o foco na preparação para exames padronizados como ENEM e vestibulares e no desenvolvimento de habilidades específicas e únicas para o mercado de trabalho culmina na redução de tempo e recursos dedicados à literatura – isso porque, segundo Corrêa e Garcia (2018) a reforma não vê a literatura como matéria prática em termos de empregabilidade.

Ademais, existe a questão da diminuição da profundidade na análise literária, justamente pela necessidade de abranger uma ampla gama de disciplinas e habilidades no novo ensino médio (CÁSSIO; GOULART, 2022), o que gera a limitação de tempo disponível para o estudo da literatura, comprometendo sua compreensão, apreciação da leitura e desenvolvimento cerebral (SCHUTZ; COSSETIN, 2019).

Souza e Garcia (2020) evidenciam, ainda, a falta de enfoque na apreciação artística e cultural bem como o pouco espaço – quando há – para criatividade e interpretação pessoal. Isso tudo, segundo Corrêa e Garcia (2018), culmina na dificuldade na formação do professor de literatura, uma vez que estes aprenderam a ensinar de uma forma, tendo que se adequar à, embora novos, retrógrados métodos.

Soma-se a isso, ainda, a falta de recursos e apoio institucional exposto por Cássio e Goulart (2022), uma vez que a implementação bem sucedida do novo currículo requereria recursos substanciais aos professores, incluindo materiais didáticos atualizados, tecnologia educacional e suporte institucional – o que não ocorre (COSTA; SILVA, 2019). Schutz e Cossetin (2019) tratam ainda de o fato da reforma não desenvolver habilidades socioemocionais, o que culmina em alunos menos empáticos e prontos para atividades sociais, gerando confusão e esgotamento por parte do profissional.

3 METODOLOGIA

A metodologia de um trabalho acadêmico, segundo Casarin e Casarin (2012), depende da busca de dados qualitativos e/ou quantitativos, ou seja, da natureza do objeto da pesquisa. Assim, por meio de pesquisa documental, este trabalho buscou responder qual a importância da literatura no ensino médio.

O corpus documental trata das literaturas referenciadas, englobadas por textos científicos e bibliográficos. Para seleção dos textos, utilizou-se da aplicação Connected Papers através de termos pertinentes para cada capítulo da fundamentação teórica, bem como de pesquisa em bibliotecas físicas e na Biblioteca Virtual Pearson.

4 CONCLUSÃO

Este trabalho de pesquisa objetivava encontrar a importância da literatura no ensino médio, questionando, portanto, qual o valor da matéria ao estudante adolescente que ainda experimenta desenvolvimento cerebral. Notou-se, então, que a literatura como matéria didática desempenha um papel fundamental na educação e no desenvolvimento humano, estando ligada à linguagem, cultural e capacidade de compreensão crítica e social.

Ao longo do estudo, pode-se explorar a evolução da literatura desde suas origens antigas até culminar nas salas de aulas modernas, analisando, ainda, seus benefícios à vida das pessoas. Percebeu-se como a literatura fora historicamente utilizada para demais questões além do ensino, entretanto, culminou-se nos desafios contemporâneos da literatura, principalmente diante das mudanças estruturais do novo ensino médio brasileiro.

A flexibilização do currículo e a falta de ênfase na literatura como disciplina obrigatória representa o retrocesso que claramente compromete o desenvolvimento intelectual e emocional dos adolescentes. Chegou-se à conclusão, por fim, que a literatura para o adolescente do ensino médio não é apenas uma forma de entretenimento, mas muito além disso é uma ferramenta poderosa no desenvolvimento cerebral para expandir o conhecimento, aprimorar a linguagem, desenvolver empatia, estimular a criatividade e proporcionar alívio, formando habilidades cognitivas e emocionais essenciais.

Portanto, jamais se deve subestimar a matéria como ensino didático, sendo valiosa em diversos quesitos e essencial em outros. Desta forma, faz-se necessário que os sistemas de ensino reconheçam a importância da literatura e garanta seu lugar nas salas de aula, proporcionando a exploração deste rico bem aos alunos, uma vez que esta não se trata apenas de uma disciplina educacional, mas uma janela para o mundo e ferramenta no desenvolvimento humano.

REFERÊNCIAS

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1Acadêmica do curso de Letras Português/Espanhol da Universidade estadual do Paraná –UNESPAR, campus União da Vitória. paolangrn@gmail.com 

2Professor do curso de Letras Português/Espanhol da Universidade estadual do Paraná – UNESPAR, campus União da Vitória. leandro.muller@unespar.edu.br