FLEXIBLE PRENATAL CARE FOR PREGNANT WOMEN WITH A HISTORY OF SUBSTANCE USE: AN INTEGRATIVE REVIEW OF PERSONALIZATION AND ADAPTATION STRATEGIES
Graduação em Bacharelado em Medicina – Universidade Brasil – Fernandópolis/SP
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10371105
Ricardo Rangel de Freitas Rodrigues1
RESUMO
Este artigo realiza uma revisão integrativa sobre o impacto do uso de substâncias durante a gravidez, destacando a importância de cuidados pré-natais flexíveis. Analisando estudos recentes, abordamos os riscos associados ao consumo de álcool, cigarro e drogas ilícitas, examinando suas consequências para mães e fetos. Exploramos as políticas e legislações brasileiras relacionadas às drogas, fornecendo uma visão abrangente do contexto legal. Além disso, discutimos estratégias de personalização nos cuidados pré-natais, identificando desafios na implementação e propondo soluções. Esta revisão visa informar profissionais de saúde, pesquisadores e formuladores de políticas sobre abordagens eficazes para aprimorar a assistência a gestantes com histórico de uso de substâncias.
Palavras-chave: Gravidez, cuidados pré-natais, substâncias psicoativas, drogas ilícitas, álcool, cigarro, saúde materno-fetal, políticas de saúde.
ABSTRACT
This article conducts an integrative review on the impact of substance use during pregnancy, emphasizing the importance of flexible prenatal care. Examining recent studies, we address the risks associated with the consumption of alcohol, cigarettes, and illicit drugs, scrutinizing their consequences for mothers and fetuses. We explore Brazilian drug-related policies and legislation, providing a comprehensive overview of the legal context. Additionally, we discuss personalized strategies in prenatal care, identifying challenges in implementation and proposing solutions. This review aims to inform healthcare professionals, researchers, and policymakers about effective approaches to enhance care for pregnant women with a history of substance use.
Keywords: Pregnancy, prenatal care, psychoactive substances, illicit drugs, alcohol, cigarettes, maternal-fetal health, health policies.
1. INTRODUÇÃO
O uso de substâncias durante a gravidez representa um desafio significativo para a saúde materna e fetal, introduzindo uma complexidade adicional à prestação de cuidados pré-natais. As substâncias psicoativas, como álcool, cigarro e outras drogas ilícitas, têm o potencial de impactar adversamente o desenvolvimento embrionário e fetal, resultando em sérias complicações que reverberam ao longo da vida.
O estudo de Albuquerque (2017) destaca os riscos inerentes ao consumo dessas substâncias durante a gestação, ressaltando a necessidade premente de estratégias eficazes para mitigar tais riscos. A compreensão desses desafios e a busca por abordagens inovadoras são imperativas para a promoção da saúde materna e fetal, bem como para a prevenção de complicações que podem afetar o desenvolvimento da criança.
Nesse contexto, a necessidade de cuidados pré-natais flexíveis surge como uma resposta essencial e justificável. A rigidez das abordagens tradicionais pode não ser suficiente para atender às complexas demandas apresentadas por mulheres grávidas com histórico de uso de substâncias. O estudo de Balestra et al. (2020) destaca as consequências substanciais para a mãe e o feto, reforçando a urgência de estratégias adaptativas que reconheçam a singularidade de cada gestação.
A presente revisão integrativa busca, portanto, contextualizar o problema do uso de substâncias durante a gravidez, destacando a necessidade incontestável de uma abordagem mais flexível nos cuidados pré-natais. Ao reunir evidências de estudos significativos, pretendemos oferecer uma visão abrangente das estratégias de personalização e adaptação que têm sido propostas e exploradas na literatura, promovendo uma discussão crítica sobre suas eficácias e desafios. Por meio dessa revisão, almejamos contribuir para o avanço do conhecimento nesta área crucial da saúde materno-fetal, com implicações diretas na prática clínica e nas políticas de saúde.
2. PERSONALIZAÇÃO NOS CUIDADOS PRÉ-NATAIS
A personalização nos cuidados pré-natais emerge como uma abordagem crucial para atender às necessidades complexas de mulheres grávidas com histórico de uso de substâncias. A literatura revisada oferece insights valiosos sobre diversas estratégias de personalização e adaptação que têm sido propostas e implementadas nesse contexto específico.
2.1. Rastreamento e Avaliação Personalizada:
O rastreamento sistemático e a avaliação individualizada representam pilares essenciais nos cuidados pré-natais, desempenhando um papel fundamental na identificação precoce de fatores de risco e na personalização das estratégias de cuidado. Essas práticas não apenas contribuem para a promoção da saúde materno-fetal, mas também são particularmente cruciais ao lidar com gestantes que apresentam histórico de uso de substâncias.
Estudos, como o de Rocha et al. (2016), enfatizam a importância do rastreamento sistemático e avaliação individualizada durante os cuidados pré-natais. Protocolos de rastreamento personalizados, adaptados ao histórico de uso de substâncias da gestante, têm o potencial de identificar precocemente fatores de risco, permitindo intervenções oportunas e direcionadas.
2.1.1. Identificação Precoce de Fatores de Risco:
O rastreamento sistemático possibilita a identificação precoce de fatores de risco, incluindo o uso de substâncias psicoativas. Isso permite que os profissionais de saúde intervenham de maneira oportuna, implementando estratégias preventivas e adaptativas para mitigar potenciais complicações.
2.1.2. Adaptação dos Cuidados à Realidade Individual:
A avaliação individualizada reconhece a singularidade de cada gestação. No contexto de mulheres com histórico de uso de substâncias, essa abordagem possibilita a adaptação dos cuidados pré-natais às circunstâncias específicas da gestante, considerando não apenas as questões médicas, mas também os aspectos sociais, psicológicos e comportamentais.
2.1.3. Personalização do Plano de Cuidados:
Ao rastrear sistematicamente o histórico de uso de substâncias e avaliar individualmente as gestantes, os profissionais de saúde podem desenvolver planos de cuidados personalizados. Esses planos consideram não apenas as necessidades clínicas, mas também as preferências, circunstâncias sociais e os potenciais barreiras à adesão ao tratamento.
2.1.4. Prevenção de Complicações Futuras:
A identificação precoce de fatores de risco, incluindo o uso de substâncias, permite a implementação de estratégias preventivas. Isso não apenas reduz o impacto potencial sobre o feto, mas também previne complicações maternas e neonatais associadas ao uso contínuo de substâncias durante a gestação.
2.1.5. Abordagem Integral e Colaborativa:
O rastreamento sistemático e a avaliação individualizada promovem uma abordagem integral e colaborativa nos cuidados pré-natais. Isso incentiva a colaboração entre diferentes profissionais de saúde, facilitando uma compreensão completa das necessidades da gestante e permitindo uma abordagem multidisciplinar para fornecer suporte abrangente.
2.1.6. Promoção da Comunicação Aberta:
Ao adotar práticas de rastreamento e avaliação, os profissionais de saúde incentivam uma comunicação aberta e honesta com as gestantes. Isso cria um ambiente propício para discutir o histórico de uso de substâncias de maneira não julgadora, facilitando o estabelecimento de estratégias de cuidado que considerem as necessidades específicas da gestante.
2.2. Integração de Profissionais de Saúde Mental:
A integração de profissionais de saúde mental nos cuidados pré-natais emerge como um elemento essencial para promover o bem-estar materno-fetal, especialmente quando há um histórico de uso de substâncias. Este enfoque abrange desde a avaliação e tratamento de distúrbios de saúde mental até estratégias de enfrentamento, gerenciamento do estresse e prevenção de recaídas. Além disso, profissionais de saúde mental desempenham um papel crucial na educação sobre saúde mental perinatal, facilitando discussões abertas sobre tomada de decisões relacionadas à gestação. Sua presença não apenas visa fortalecer o vínculo mãe-bebê, mas também contribui para criar um ambiente de cuidado abrangente, promovendo uma gravidez saudável e positiva que transcende as questões puramente médicas.
A revisão da literatura, conforme apontada por Sotili e Zanini (2019), destaca a eficácia da integração de profissionais de saúde mental nos cuidados pré-natais. Intervenções psicológicas adaptadas, como a terapia cognitivo-comportamental, demonstram ser efetivas na gestão do estresse e na prevenção de recaídas, fornecendo suporte crucial a gestantes com histórico de uso de substâncias.
2.3. Abordagens Multidisciplinares:
As abordagens multidisciplinares nos cuidados pré-natais representam uma abordagem holística e colaborativa para garantir o bem-estar materno-fetal, especialmente em situações envolvendo gestantes com histórico de uso de substâncias. A integração de profissionais de diversas especialidades, como obstetras, assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais de saúde, cria uma rede de suporte abrangente que considera os diversos aspectos físicos, emocionais e sociais da gestação. Essa sinergia de especialidades permite uma compreensão mais completa das necessidades individuais da gestante, facilitando a implementação de uma abordagem personalizada e adaptada. A colaboração entre esses profissionais não apenas otimiza os cuidados pré-natais, mas também contribui para uma gestação mais saudável ao abordar de maneira eficaz as complexas interações entre os fatores que impactam a saúde materno-fetal.
Estudos, como o de Maia et al. (2015), enfatizam a importância de abordagens multidisciplinares nos cuidados pré-natais. Integrar obstetras, assistentes sociais, psicólogos e profissionais de saúde mental cria uma rede de suporte abrangente que atende às diversas necessidades das gestantes, especialmente aquelas enfrentando desafios relacionados ao uso de substâncias.
2.4. Estratégias de Redução de Danos:
As estratégias de redução de danos nos cuidados pré-natais representam uma abordagem realista e compassiva ao lidar com gestantes que apresentam histórico de uso de substâncias. Em vez de focar exclusivamente na abstinência, essa abordagem visa minimizar os riscos associados ao uso contínuo, reconhecendo que algumas gestantes podem enfrentar desafios significativos para interromper o uso de substâncias abruptamente. Essas estratégias incluem a oferta de informações sobre práticas mais seguras, monitoramento da saúde materno-fetal, promoção de escolhas menos prejudiciais e suporte contínuo para a gestante. A implementação dessas estratégias busca proteger tanto a saúde da gestante quanto a do feto, garantindo uma abordagem adaptada que considera a realidade complexa de mulheres grávidas que podem enfrentar barreiras específicas para a cessação imediata do uso de substâncias. Essa abordagem equilibrada visa minimizar danos, promovendo ao mesmo tempo uma gestação mais segura e saudável.
O estudo de Tacon et al. (2020) destaca a relevância das estratégias de redução de danos na prestação de cuidados pré-natais. Abordagens que não se concentram exclusivamente na abstinência, mas buscam reduzir os riscos associados ao uso de substâncias, têm demonstrado ser eficazes, promovendo uma abordagem mais realista e centrada na gestante.
2.5. Educação Personalizada e Apoio Contínuo:
A educação personalizada e o apoio contínuo desempenham um papel fundamental nos cuidados pré-natais, especialmente ao lidar com gestantes que têm um histórico de uso de substâncias. A personalização da educação visa fornecer informações adaptadas às necessidades específicas de cada gestante, abordando os riscos associados ao uso de substâncias durante a gravidez. Este processo educativo não apenas visa aumentar a conscientização sobre os impactos potenciais para a saúde materno-fetal, mas também promove a compreensão das opções disponíveis para a gestante. Além disso, o apoio contínuo é crucial para garantir que a gestante receba suporte emocional e prático ao longo de toda a gestação. Programas que oferecem orientação regular, recursos educacionais personalizados e estratégias para enfrentar desafios específicos do uso de substâncias contribuem para um ambiente de cuidado que incentiva mudanças de comportamento positivas, priorizando o bem-estar tanto da gestante quanto do feto.
A literatura, conforme discutido por Nunes (2020), ressalta a importância da educação personalizada e do apoio contínuo. Programas educativos adaptados, que abordam especificamente os riscos do uso de substâncias durante a gravidez, aliados a suporte contínuo, promovem a conscientização e incentivam mudanças de comportamento.
Essas estratégias exemplificam uma abordagem mais personalizada nos cuidados pré-natais, reconhecendo a singularidade de cada gestação e oferecendo intervenções adaptadas ao contexto individual de mulheres grávidas com histórico de uso de substâncias. A revisão da literatura destaca a diversidade de abordagens disponíveis, proporcionando uma base sólida para a discussão crítica sobre as eficácias e desafios dessas intervenções na promoção da saúde materno-fetal.
3. ABORDAGENS INTEGRATIVAS DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE MATERNA E FETAL
A incorporação de abordagens integrativas na assistência à saúde materna e fetal representa uma tendência crescente, visando uma visão mais holística e personalizada dos cuidados pré-natais. Diversos profissionais de saúde têm adotado estratégias como a acupuntura, massagem terapêutica, yoga, meditação e outras terapias complementares para complementar os cuidados tradicionais.
Estudos como o de Field et al. (2019) destacam que a massagem terapêutica pode reduzir significativamente os níveis de ansiedade em gestantes, promovendo um ambiente emocionalmente positivo. Além disso, intervenções como a acupuntura, conforme investigado por Smith et al. (2018), demonstram eficácia na redução de sintomas associados a condições como náuseas matinais. A análise dessas abordagens revela que podem contribuir para a redução do estresse, alívio de sintomas desconfortáveis e melhoria do sono, impactando positivamente na saúde materno-fetal.
Contudo, a eficácia dessas abordagens integrativas na promoção da saúde materna e fetal requer uma avaliação cuidadosa. Estudos como o de Field et al. (2020) indicam que intervenções como a yoga podem não apenas melhorar o bem-estar emocional, mas também reduzir a incidência de complicações obstétricas. Por outro lado, a literatura também destaca a necessidade de mais pesquisas para validar plenamente essas práticas, uma vez que a quantidade de evidências disponíveis varia entre as diferentes abordagens integrativas. A personalização dessas terapias de acordo com as necessidades e preferências individuais das gestantes também emerge como um fator crucial para otimizar a resposta positiva.
Em conclusão, as abordagens integrativas na assistência à saúde materna e fetal apresentam promissores benefícios em termos de redução do estresse, alívio de sintomas desconfortáveis e promoção do bem-estar emocional. No entanto, a eficácia dessas práticas necessita de uma validação mais robusta por meio de pesquisas adicionais. A individualização dessas abordagens, considerando o contexto único de cada gestante, destaca-se como um princípio essencial para maximizar os resultados positivos e integrar de maneira eficaz essas estratégias nos cuidados pré-natais convencionais.
4. DESAFIOS E BARREIRAS NA IMPLEMENTAÇÃO DE CUIDADOS PRÉ-NATAIS FLEXÍVEIS
Os desafios e barreiras na implementação de cuidados pré-natais flexíveis, conforme discutidos à luz dos estudos mencionados no primeiro chat, refletem uma interseção complexa de fatores que exigem atenção cuidadosa. Em concordância com as descobertas de estudos como o de Rocha et al. (2016) sobre a prevalência do uso de substâncias em gestantes, o estigma social associado ao uso de substâncias durante a gravidez emerge como um desafio proeminente. Profissionais de saúde, ao abordarem essa questão, devem estar cientes da necessidade de criar ambientes que minimizem o julgamento e promovam a confiança, conforme destacado por Albuquerque (2017) e Maia et al. (2015).
O estudo de Teixeira et al. (2017) sobre as tensões paradigmáticas nas políticas públicas sobre drogas no Brasil ressalta a falta de diretrizes claras e protocolos específicos para lidar com gestantes que usam substâncias. Esse vácuo na orientação pode contribuir para a inconsistência na implementação de cuidados pré-natais flexíveis, representando um desafio para os profissionais de saúde.
Além disso, o artigo de Sotili e Zanini (2019) destaca a importância das intervenções neuropsicológicas diante do uso de drogas, sublinhando a necessidade de profissionais de saúde estarem equipados com treinamento especializado. A escassez de profissionais de saúde treinados, conforme mencionado por Nunes (2020), é uma barreira percebida pelas gestantes que buscam cuidados adaptados às suas necessidades.
Em suma, a compreensão desses desafios e barreiras à luz dos estudos apresentados no primeiro chat enfatiza a necessidade de estratégias abrangentes, incluindo treinamento especializado, diretrizes claras, e iniciativas destinadas a reduzir o estigma social, a fim de promover a implementação eficaz de cuidados pré-natais flexíveis e melhorar os resultados materno-fetais.
5. ESTRATÉGIAS EFETIVAS E INOVAÇÕES NA PRESTAÇÃO DE CUIDADOS
A análise de alguns estudos revela diversas estratégias eficazes e inovações na prestação de cuidados pré-natais, oferecendo implicações práticas valiosas para a prática clínica. Ao considerar o estudo de Souza et al. (2010) sobre revisões integrativas, percebe-se a necessidade premente de uma abordagem baseada em evidências na prática clínica. Profissionais de saúde devem incorporar métodos de revisão sistemática para sintetizar dados e informar suas decisões clínicas, promovendo uma abordagem fundamentada e atualizada.
Os resultados destacados por Rodrigues et al. (2018) sobre os efeitos do álcool e do cigarro na gravidez ressaltam a importância de estratégias de redução de danos. Na prática clínica, isso implica em educar gestantes de maneira personalizada sobre os riscos específicos associados ao consumo dessas substâncias e fornecer estratégias realistas para minimizar os danos potenciais.
A abordagem multidisciplinar, conforme indicado por Tacon et al. (2020) em relação aos efeitos das drogas na morfologia fetal, sugere uma reconfiguração nos modelos de cuidados pré-natais. Profissionais de saúde devem colaborar entre disciplinas, integrando especialistas em saúde mental, obstetras e outros profissionais para oferecer uma gama completa de cuidados, considerando tanto a saúde física quanto mental das gestantes.
O estudo de Rocha et al. (2016) sobre a prevalência do uso de substâncias em gestantes destaca a necessidade urgente de estratégias de rastreamento sistemático e avaliação individualizada. A implementação prática envolve a incorporação de ferramentas de triagem padronizadas nos protocolos clínicos, garantindo uma abordagem sistemática e personalizada na identificação de fatores de risco.
5.1. Sugestões para Implementação na Prática Clínica:
a) Treinamento Especializado: Desenvolver programas de treinamento contínuo para profissionais de saúde, abordando as nuances do cuidado pré-natal flexível e gestão de casos complexos.
b) Desenvolvimento de Protocolos Claros: Estabelecer diretrizes e protocolos claros para a implementação de cuidados pré-natais flexíveis, garantindo uniformidade e consistência nas abordagens adotadas.
c) Integração de Profissionais de Saúde Mental: Promover a integração efetiva de profissionais de saúde mental na equipe de cuidados pré-natais, estabelecendo canais de comunicação eficazes para uma abordagem colaborativa.
d) Programas de Educação Personalizada: Desenvolver programas educacionais personalizados, adaptados ao histórico e às necessidades específicas de gestantes com histórico de uso de substâncias.
e) Abordagens Multidisciplinares: Estimular a formação de equipes multidisciplinares, incentivando a colaboração entre profissionais de diferentes especialidades para uma abordagem abrangente.
A implementação dessas sugestões não apenas aborda os desafios identificados nos estudos, mas também promove uma transformação significativa na prestação de cuidados pré-natais, elevando a qualidade e a eficácia dos serviços oferecidos. Essa abordagem mais abrangente reflete uma resposta mais completa às complexidades associadas à gravidez em mulheres com histórico de uso de substâncias, garantindo uma atenção personalizada e efetiva a essa população específica.
6. CONCLUSÃO
A revisão integrativa dos estudos sobre cuidados pré-natais em gestantes com histórico de uso de substâncias revelou uma série de conhecimentos valiosos que contribuem significativamente para a área da medicina, especialmente no contexto da obstetrícia e saúde materno-fetal.
Primeiramente, a constatação de abordagens eficazes, como a redução de danos, educação personalizada e abordagens multidisciplinares, oferece um guia prático para profissionais de saúde que lidam com essa população específica. A implementação dessas estratégias pode ser crucial para melhorar resultados materno-fetais, fornecendo uma abordagem mais adaptada às necessidades individuais de gestantes com histórico de uso de substâncias.
Além disso, a identificação de desafios, como o estigma social e a falta de treinamento especializado, destaca áreas específicas que requerem atenção e intervenções. Esses desafios não apenas impactam a prestação de cuidados, mas também influenciam a busca de assistência por parte das gestantes. Profissionais de saúde, ao compreenderem esses desafios, podem implementar estratégias para mitigar o estigma e aprimorar suas habilidades por meio de treinamento especializado.
A análise das lacunas na pesquisa ressalta oportunidades para futuras investigações. A escassez de estudos de longo prazo sobre a eficácia das estratégias de cuidado e a falta de exploração da experiência subjetiva das gestantes apontam para áreas nas quais a pesquisa futura pode se concentrar. Entender os resultados a longo prazo e as percepções das gestantes pode informar práticas clínicas mais eficazes e impactar positivamente o desenho de intervenções futuras.
Em termos de contribuições para a área da medicina, esse conjunto de conhecimentos oferece uma base sólida para aprimorar os cuidados pré-natais, especialmente para gestantes com histórico de uso de substâncias. As recomendações para pesquisas futuras fornecem um roadmap para estudos mais aprofundados, orientando a comunidade médica na direção de abordagens mais adaptadas, personalizadas e eficazes para essa população específica. Essa compreensão mais aprofundada pode influenciar políticas de saúde, práticas clínicas e intervenções, resultando em uma melhoria significativa na qualidade dos cuidados materno-fetais.
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1Graduando em Medicina pela Universidade Brasil – Fernandópolis/SP,
E-mail: defreitas19.ricardo@gmail.com