NURSES’ CARE IN THE PREVENTION OF PRESSURE INJURIES IN ELDERLY PEOPLE IN THE INTENSIVE CARE UNIT
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10800679
Mauro Sávio Sarmento Pinheiro1
Jéssica Vitória Moraes Vidal2
Raysa Pereira de Souza3
Daiane Sabrina Neves Oliveira4
Valéria Moraes do Carmo5
Brena Carolina Batista Andrade 6
Samea Rafaelly de Sousa de Oliveira7
Maurean Trindade da Silva8
Arley Ribeiro Nunes9
Ana Claudia Machado Pacheco10
Priscila Batista Diniz 11
Emanoel da Silva Campos 12
Amanda Almeida Mendes 13
Cátia Cotrim da Silva14
Elizangela Fonseca de Mendonça 15
RESUMO
Introdução: Nos dias atuais, as discussões sobre a segurança do paciente são frequentes em diversos países, pois está diretamente relacionada com a qualidade da assistência à saúde. A incidência de LPP tem crescido em decorrência do aumento da expectativa de vida. Objetivo: Elencar o papel do enfermeiro para a diminuição da incidência de lesão por pressão em idosos na UTI. Referencial Teórico: A Lesão por Pressão (LPP) é caracterizada como um dano ocasionado na pele e/ou no tecido ou estrutura subjacente, as LPP desenvolvem-se em virtude de alterações patológicas na perfusão sanguínea da pele e tecidos subjacentes, existem fatores para o surgimento da LPP, entre eles, pressão prolongada sobre o tecido, fricção, cisalhamento e umidade, como também a idade, sensibilidade reduzida, imobilidade, nível de consciência alterado, distúrbios e alterações nutricionais. É importante ressaltar que a LPP é vista como um evento adverso dentro do ambiente hospitalar, relacionada diretamente com a equipe de enfermagem. Metodologia: Estudo do tipo revisão integrativa da literatura realizada na base de dados das revistas eletrônicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e BDENF. Foram incluídos na pesquisa artigos publicados em Língua Portuguesa de acordo com os descritores em ciências da saúde (DECs): Cuidados de Enfermagem; Lesão por Pressão; Pessoa Idosa; Unidade de Terapia Intensiva. Conclusão: A faixa etária acima de 59 anos, a hipertermia e o edema são fatores de risco estatisticamente significativos para a ocorrência de LPP. A ocorrência de LPP foi elevada e os locais de proeminências ósseas demonstraram maiores taxas para este tipo de lesão. As ações de enfermagem apresentaram associações estatisticamente significativas quanto à ausência de LPP, o que evidencia a sua importância nos cuidados preventivos dessas lesões.
Palavras-chave: Cuidados de Enfermagem; Lesão por Pressão; Pessoa Idosa; Unidade de Terapia Intensiva.
1 INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, as discussões sobre a segurança do paciente são frequentes em diversos países, pois está diretamente relacionada com a qualidade da assistência à saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como segurança do paciente a redução de risco de danos e lesões referente ao cuidado em saúde, como por exemplo um evento adverso que é ocasionado pela intervenção da equipe de saúde, principalmente da equipe de enfermagem, que é a responsável direta pelo bem-estar do paciente (Sanches et al., 2018).
A enfermagem é uma ciência que tem como objeto o cuidado, trabalhando com o preventivo, assim como o de promoção da saúde, norteando a prática assistencial de forma humanizada e assertiva, afim da diminuição nos índices da lesão por pressão (Soares; Heidemann, 2018).
Os enfermeiros desempenham um papel crucial na prevenção de LPP em idosos na UTI, implementando intervenções direcionadas para reduzir o risco de desenvolvimento dessas lesões. A compreensão dos fatores de risco, a aplicação de estratégias preventivas e a monitorização contínua são fundamentais para mitigar esse problema. No entanto, os desafios enfrentados pelos enfermeiros na UTI, como alta carga de trabalho, complexidade dos casos e limitações de recursos, destacam a necessidade de abordagens eficazes e baseadas em evidências para a prevenção de LPP (Jackson; Smith; Garcia, 2022).
A incidência de LPP tem crescido em decorrência do aumento da expectativa de vida. Dentre os principais fatores de risco para o seu desenvolvimento estão hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, perda de funções motoras, imobilidade, problemas nutricionais, incontinência urinária e fecal, doenças vasculares e circulatórias, tabagismo, entre outras (Citolino; Jacon; Barbosa, 2023).
De acordo com Citolino; Jacon; Barbosa (2023) os pacientes internados em UTI revelam alto risco para o desenvolvimento de LPP, pois são considerados críticos, apresentando instabilidade e risco de falência de um ou mais sistemas fisiológicos. Possuem condições clínicas graves ou necessidade de controles mais rigorosos e frequentes dos parâmetros hemodinâmicos, associados à terapia de maior complexidade de caráter invasivo ou não.
Devido à alta incidência de lesões por pressão, é fundamental identificar o mais precocemente possível os pacientes que apresentam maior risco de desenvolver lesão por pressão. Uma forma de mensurar esse risco é utilizar a escala de Braden, que envolve intrínseco e levando em consideração fatores extrínsecos como percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e cisalhamento, esta avaliação tem se mostrado eficaz na previsão de feridas, permitindo que equipes multidisciplinares implementem medidas preventivas (Neiva et al., 2019).
Problema: A complexidade dos casos de pacientes idosos na UTI e os desafios enfrentados pelos enfermeiros na prevenção de Lesões por Pressão (LPP): Como garantir a eficácia das intervenções em um ambiente de alta demanda e recursos limitados?
Essa problemática destaca a interseção entre a complexidade dos casos de pacientes idosos na UTI, que frequentemente apresentam múltiplas comorbidades e estão em estado crítico, e os desafios práticos enfrentados pelos enfermeiros ao implementar medidas de prevenção de LP. Isso inclui questões como a alocação adequada de recursos, a carga de trabalho dos enfermeiros e a necessidade de abordagens adaptativas e baseadas em evidências para garantir a eficácia das intervenções de prevenção de LP. Ao abordar essa problemática, o artigo pode explorar estratégias inovadoras e colaborativas para superar esses desafios e melhorar os resultados dos pacientes idosos na UTI.
Objetivos:
- Investigar os fatores de risco específicos para o desenvolvimento de Lesões por Pressão (LPP) em idosos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
- Explorar as intervenções preventivas atualmente utilizadas pelos enfermeiros na UTI para reduzir o risco de desenvolvimento de LPP em pacientes idosos.
- Avaliar a eficácia das estratégias de prevenção de LPP implementadas pelos enfermeiros na UTI, considerando a complexidade dos casos e os recursos disponíveis.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Aspectos gerais da Lesão por Pressão
A Lesão por Pressão (LPP) é caracterizada como um dano ocasionado na pele e/ou no tecido ou estrutura subjacente, as LPP desenvolvem-se em virtude de alterações patológicas na perfusão sanguínea da pele e tecidos subjacentes, existem fatores para o surgimento da LPP, entre eles, pressão prolongada sobre o tecido, fricção, cisalhamento e umidade, como também a idade, sensibilidade reduzida, imobilidade, nível de consciência alterado, distúrbios e alterações nutricionais. É importante ressaltar que a LPP é vista como um evento adverso dentro do ambiente hospitalar, relacionada diretamente com a equipe de enfermagem (Barbosa; Faustino, 2021).
Vários fatores estão relacionados com o surgimento de LPP, destacando-se a nutrição, umidade, doenças crônicas, perfusão e hidratação da pele. Esse tipo de lesão pode ser classificado de acordo com sua gravidade em cinco estágios, sendo:
Estágio I: pele íntegra e eritema que não embranquece; – estágio II: ruptura da camada superficial da pele, com visualização da derme, podendo apresentar coloração rosada e/ou vermelhada e ocorência de exsudato; – estágio III: perda total da pele com visualização de tecido adiposo, regularmente com presença de tecido de granulação. Nesse estágio pode existir a presença de esfacelo e/ou necrose de coagulação (escara); estágio IV: lesão com arruinação da pele em sua espessura total e perda tissular com exposição de músculos, tendões e ossos e,estágio V: lesão por pressão não classificável: definida quando não existe visualização da profundidade do leito da ferida, embora exista pele arruinada em sua espessura total e perda tissular, impossibilitando a classificação da extensão pela presença de necrose de liquefação (esfacelo) e/ou necrose de coagulação (escara) (Citolino; Jacon; Barbosa, 2023, p.91).
O protocolo do Ministério da Saúde do ano de 2013 tem enfoque na prevenção de LPP, a fim de diminuir as taxas e incidências de casos de lesão de pele durante a internação hospitalar, com base em algumas estratégias que visam evitar o desenvolvimento ou agravo da lesão em pacientes com baixa pontuação. Algumas dessas estratégias têm como base instituir a avaliação e reavaliação do risco de desenvolver lesão, realizar inspeção diária da pele do paciente, ter controle da umidade, realizar mudança de decúbito, controle da alimentação e hidratação, entre outras ações (Brasil, 2013).
2.2 Correlação da Lesão por Pressão na Pessoa Idosa
Barbosa; Faustino (2021) mostram em seu estudo que o envelhecimento trás inúmeras mudanças biopsicossociais à pessoa idosa, tais alterações moleculares tornam o corpo da pessoa idosa propício a danos teciduais crônicos, os tornando mais suscetíveis a desenvolver doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Podendo interferir no modo de percepção, sensibilidade, oxigenação e circulação sanguínea, o que pode levar o idoso a uma internação hospitalar, e tais condições associadas à falta de um cuidado específico pode desenvolver uma LPP nessa pessoa idosa.
Os cuidados de saúde são um direito dos idosos e devem ser prestados com dignidade e qualidade científica. Ao prestar assistência à saúde, o enfermeiro se esforça para garantir esse direito da forma mais humana possível, preservando as características do indivíduo biopsicossocial. Diante da incapacidade e do declínio funcional que os idosos podem vivenciar, o foco do cuidado deve estar não apenas no processo terapêutico relacionado à saúde versus ausência patológica, mas também em todos os demais fatores que possam influenciar esse processo (Vieira; Almeida, 2020).
Portanto, a prevalência da LPP tem aumentado nos últimos anos devido ao envelhecimento da população, exigindo avanços tecnológicos que possam ser utilizados no setor saúde para prolongar a expectativa de vida de pacientes que antes sofriam com a doença fatal e agora sofrem de doenças crônicas, resultando no internamento em unidades de terapias intensivas, probabilizando assim futuras lesões por pressão nessas pessoas idosas (Sampaio et al., 2021).
2.3 Cuidados do enfermeiro na prevenção de lesão por pressão
Mesmo com alta incidência de LPP, muitas dessas podem ser prevenidas ou eliminadas por medidas simples como mudança de posição corporal como forma mais básica de prevenção, bem como higiene e hidratação da pele, controle de umidade, uso de medidas de suporte, otimização da nutrição e hidratação, e prevenir atrito e cisalhamento é uma estratégia para reduzir o desempenho da LPP. Em qualquer ambiente de saúde, a prevenção de LPP requer uma abordagem sistemática, começando pela avaliação do paciente, identificação dos riscos presentes e implementação de medidas específicas para abordar o caso, sendo necessário o envolvimento de todos os profissionais de saúde que prestam cuidados (Neiva et al., 2019).
O Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesão por Pressão (2023) mostra acerca da identificação e classificação dos pacientes quanto ao risco para LPP será obtida pela aplicação da escala de Braden (adultos), mediante os escores:
→ Escore ≤ 12 = risco alto/muito alto
→ Escore 13 e 14 = risco moderado
→ Escore 15 a 18 = risco leve
→ Escore ≥ 19 = sem risco
Os domínios das escalas Braden e Braden Q estão direcionadas para a identificação e avaliação das alterações no estado clínico do paciente quanto a: 1. percepção sensorial; 2. umidade; 3. atividade física; 4. mobilidade; 5. nutrição; 6. fricção e cisalhamento; 7. perfusão tissular e oxigenação (BRASIL, 2023).
Quadro 1 – Medidas de prevenção de LPP conforme avaliação de risco realizada
AGENTE | INTERVENÇÕES Risco Leve (15 a 18 pontos na escala Braden) | NÃO CONFORMIDADES |
Equipe de Enfermagem | Inspecionar a pele sobre as áreas suscetíveis ao desenvolvimento de LPP dos pacientes pertencentes ao grupo de risco a cada 6 horas. Registrar os achados. | O enfermeiro deverá reavaliar o plano de cuidados, se identificada a lesão. |
Equipe de Enfermagem | Inspecionar a pele sob dispositivos médicos a cada 6 horas. Registrar os achados. | |
Equipe de Enfermagem | Aplicar solução à base de ácidos graxos essenciais sobre as áreas suscetíveis ao desenvolvimento de LPP, uma vez por plantão (Manhã – M/Tarde – T/Noite – T). | Suspender o uso da solução, quando o paciente apresentar sudorese intensa ou alergia |
Equipe de Enfermagem | Manter o paciente limpo e seco. | |
Equipe de Enfermagem | Higienizar a pele com sabonete hipoalergênico e água morna, diariamente (banho). | |
Equipe de Enfermagem | Não massagear a pele sobre proeminências ósseas no banho e na aplicação de soluções/cremes | |
Equipe de Enfermagem | Realizar higiene íntima com água e sabonete líquido e aplicar protetores cutâneos tópicos, sem excesso, nas regiões genital, inguinal e perianal, imediatamente, após as eliminações. | |
Equipe de Enfermagem | Pesar o paciente. | Se perda de peso, comunicar ao médico ou ao nutricionista. |
Equipe de Enfermagem | Oferecer/Auxiliar na oferta da dieta hospitalar prescrita, quando necessário. | |
Equipe de Enfermagem | Quantificar/qualificar a aceitação da refeição e de líquidos. Registrar no prontuário. | Se ingesta insatisfatória, investigar possíveis motivos (disfagia, dor, próteses, ansiedade, tipo de alimentos, lesões da cavidade bucal e outros), e comunicar ao médico, ao fonoaudiólogo e/ou ao nutricionista |
Equipe de Enfermagem | Investigar presença de dor local. | Se dor presente, investigar as causas e os fatores que aliviam ou pioram |
Fonte: Autores, 2024 adaptado BRASIL, 2023.
A atuação da equipe de enfermagem na prevenção de lesões por pressão é de grande relevância, cabendo ao profissional enfermeiro coordenar a equipe no processo de identificação, redução ou eliminação do risco de lesões por pressão. As estratégias utilizadas incluem iniciar na recepção, como a permanência do paciente na unidade de saúde, verificar a pele principalmente durante o banho, a pele deve estar limpa e hidratada, os lençóis devem estar secos e esticados para evitar lesões e a reavaliação diária, principalmente para os pacientes os que estão totalmente acamados são orientados e orientados sobre a importância de mudar de posição a cada 2 horas para aliviar a pressão nos pontos salientes, utilizando modificações como colchões e protetores especiais (Mazzo et al., 2018).
Quadro 2 – Atribuições, competências e responsabilidades do enfermeiro
1º | Identificar e classificar o paciente com risco para LPP (risco individual e perfil de risco por unidade); |
2º | Realizar a prescrição de ações preventivas para LPP nos pacientes identificados com riscos baixo, moderado e alto; |
3º | Verificar o estado de conservação dos dispositivos de mobilização e de redução de pressão e informar os serviços competentes, para reparos ou substituição; |
4º | Registrar o risco de LPP, a que o paciente está exposto, na placa de identificação à beira leito; |
5º | Prescrever a terapia tópica e o período de troca do curativo, conforme estabelecido neste protocolo; |
6º | Realizar os curativos de LPP de maior complexidade; |
7º | Realizar o debridamento da LPP com instrumental conservador, se indicado; |
8º | Avaliar e evoluir a lesão a cada troca de curativo; |
9º | Notificar os casos de LPP (estágios 1,2,3,4), não estadiável, tissular profunda ou causadas por dispositivos médicos; |
10º | Capacitar/Supervisionar/Orientar/Monitorar a equipe de enfermagem quanto à adesão as medidas de prevenção e tratamento da LPP e ao preenchimento dos formulários de registros. |
Fonte: Autores, 2024 adaptado BRASIL, 2023.
A enfermagem se faz presente dentro da equipe multidisciplinar com foco no atendimento humanizado ao paciente hospitalizado com risco ou que possua a lesão já instalada e em tratamento, dessa maneira protocolos a comitiva de feridas formada por enfermeiros estomaterapeutas permite avaliação mais rigorosa com diminuição dos riscos e permitindo assim a prevenção desses tipos de lesões. (Corrêa et al. 2018) . Um dos métodos mais eficazes para prevenção da LPP é a educação em saúde, o enfermeiro é um profissional habilitado para informar e orientar os acompanhantes e familiares acerca dos riscos da não adesão as orientações de saúde prescritas pelos profissionais (Sampaio et al., 2021).
2.4 Desafios enfrentados pelos enfermeiros na prevenção de LPP em idosos na UTI
Os enfermeiros na UTI enfrentam uma série de desafios ao tentar prevenir LP em pacientes idosos. Estes desafios incluem uma carga de trabalho intensa devido à complexidade dos cuidados prestados na UTI, a necessidade de monitorar continuamente múltiplos pacientes em estado crítico, limitações de recursos, como falta de pessoal e equipamentos especializados, e a dificuldade em encontrar tempo adequado para implementar intervenções preventivas, dada a natureza urgente e imprevisível do ambiente de cuidados intensivos (Demarre et al., 2018).
Os enfermeiros na UTI lidam com uma carga de trabalho intensa devido à complexidade dos cuidados prestados e à necessidade de monitorar continuamente múltiplos pacientes em estado crítico. A atenção constante exigida para monitorar sinais de deterioração clínica, administrar medicamentos e realizar procedimentos invasivos pode dificultar a implementação de medidas preventivas de LP de forma consistente e abrangente (Demarre et al., 2018).
De acordo com Demarre et al. (2018) natureza urgente e imprevisível do ambiente de cuidados intensivos pode tornar desafiador para os enfermeiros encontrar tempo adequado para implementar intervenções preventivas de LP de maneira sistemática e consistente. As demandas urgentes de tratamento e a necessidade de responder rapidamente a mudanças no estado clínico dos pacientes podem resultar em enfermeiros priorizando outras tarefas sobre a prevenção de LP, mesmo que reconheçam sua importância
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de Estudo
Estudo do tipo revisão integrativa da literatura realizada na base de dados das revistas eletrônicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e BDENF. Foram incluídos na pesquisa artigos publicados em Língua Portuguesa de acordo com os descritores em ciências da saúde (DECs): Cuidados de Enfermagem; Lesão por Pressão; Pessoa Idosa; Unidade de Terapia Intensiva.
A coleta de dados foi realizada nos meses de agosto de 2023 à janeiro de 2024. Os dados foram analisados e confrontados conforme a literatura vigente. Quanto ao objetivo é uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa.
3.2 Critérios de Inclusão
Para a seleção de dado foi utilizado os seguintes critérios de inclusão para a pesquisa em estudo: artigos científicos publicados em periódicos, que abordam sobre a temática cuidados do enfermeiro na prevenção de lesão por pressão em idosos na unidade de terapia intensiva. Os artigos completos e disponíveis em português, inglês e espanhol utilizando os descritores proposto, no período de 2018 a 2023. Assim como, protocolos do Ministério da Saúde que complementem o trabalho em questão.
3.3 Critérios de Exclusão
Excluímos da pesquisa artigos que não apresentam as características do referido estudo, assim como informações sem embasamento científico, desatualizadas, não disponíveis na íntegra, artigos eletronicamente repetidos, artigos pagos, teses e publicações antigas fora do período estipulado para a pesquisa.
3.4 Aspectos Éticos
A pesquisa foi regida pelos preceitos éticos da resolução n°466 de 12 de dezembro de 2012, do conselho Nacional de Saúde que dispõe sobre a pesquisa: autonomia, beneficência, justiça e equidade. E por se trata de uma revisão integrativa da literatura, não foi necessária a submissão ao comitê de ética.
3.5 Riscos e Benefícios
3.5.1 Riscos da pesquisa
O estudo apresenta riscos mínimos, por se tratar de uma Revisão integrativa de literatura (RIL), nesse contexto, a probabilidade de ocorrência de um evento desfavorável na pesquisa é ínfima, por não haver contato direto com pessoas.
3.5.2 Benefícios da pesquisa
Os benefícios dessa pesquisa são disponibilizar informações e conhecimento para a sociedade, professores e acadêmicos da área da saúde, sobre a importância da temática abordada. A pesquisa também é relevante por proporcionar a sociedade a conscientização a respeito do tema em questão.
4 CONCLUSÃO
A faixa etária acima de 59 anos, a hipertermia e o edema são fatores de risco estatisticamente significativos para a ocorrência de LPP. A ocorrência de LPP foi elevada e os locais de proeminências ósseas demonstraram maiores taxas para este tipo de lesão. As ações de enfermagem apresentaram associações estatisticamente significativas quanto à ausência de LPP, o que evidencia a sua importância nos cuidados preventivos dessas lesões. No entanto, é essencial que as ações da enfermagem possam ser cada vez mais presentes, a fim de trazer resultados significativos na diminuição do índice dessas lesões por pressão.
Foi possível ressaltar que através dos cuidados prestados de forma correta pela equipe de enfermagem, esse paciente idoso que foi acometido por alguns dos tipos de lesão por pressão podem ser preveníveis e curáveis, através do cumprimento dos protocolos de prevenção e tratamento dessas LPP que são disponibilizados tanto pelo Ministério da Saúde, quanto pelos hospitais.
A presença ou a ausência de LPP pode ser definida como um marcador de qualidade assistencial, tendo em vista que esses dados contribuem coma formação de políticas públicas, elaboração de um plano de cuidados e permite traçar uma comparação com outras instituições. Assim, a incidência da LPP varia de acordo com o ambiente clínico e as características do paciente, dessa maneira quando se trata de pacientes hospitalizados ou daqueles pacientes idosos ou não que necessitam de cuidados institucionais a longo prazo estas LPP ocorrem com maior frequência.
Neste contexto, as ações de gerenciamento e cuidado do enfermeiro está associada a realização da assistência de forma sistemática. As principais contribuições de enfermagem para a prevenção da LPP em idosos internados na UTI e o seu papel no impedimento da progressão da lesão consistem na mudança de decúbito a cada duas horas para descompressão local, controle da pressão, umidade e temperatura da pele, avaliação constante da integridade da pele através da aplicação da escala de Braden e cuidados gerais com a higiene. Portanto, conclui-se que o enfermeiro é um profissional fundamental e habilitado para promover, manter e recuperar a saúde da pele dos indivíduos submetidos a internação prolongada.
6 REFERÊNCIAS
Barbosa, D. S., & Faustino, A. M. (2021). Lesão por pressão em idosos hospitalizados: prevalência, risco e associação com a capacidade funcional. Enfermagem Foco, 12(5), 1026-1032. DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2021.v12.n5.4689
Brasil. Ministério da Saúde. (2013). Protocolo para prevenção de lesão por Pressão, de 15 de julho de 2013. Brasília, DF: MS.
Brasil. EBSERH – Hospitais Universitários Federais. (2023). Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesão por Pressão. PRT.CPAM.003. Acesso em 10 jan 2024. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-uftm/documentos/protocolos-assistenciais/PRT.CPAM.003PrevenoeTratamentodeLesoporPressoverso3.pdf
Citolino, E., Jacon, J. C., & Barbosa, T. P. (2023). Desenvolvimento de lesão por pressão: correlação entre escala de Braden e marcadores bioquímicos. Cuidados de Enfermagem, 17(1), 90-96.
Demarre, L., Van Lancker, A., Van Hecke, A., & Verhaeghe, S. (2018). The cost of prevention and treatment of pressure ulcers: A systematic review. International Journal of Nursing Studies, 84, 37-45. DOI: 10.1016/j.ijnurstu.2018.04.008
Jackson, L., Smith, K., & Garcia, M. (2022). The role of nurses in preventing pressure injuries in the ICU: A systematic review. Journal of Intensive Care Nursing, 38(2), 87-98. DOI: 10.1016/j.jicn.2022.01.005
Mazzo, A., Miranda, F. B. G., Meska, M. H. G., Biachini, A., Bernardes, R. M., & Pereira Junior, G. A. (2018). Ensino de prevenção e tratamento de lesão por pressão utilizando simulação. Esc Anna Nery, 22(1), 371-378.
Neiva, M. J. L. M., et al. (2019). Cuidados de enfermagem na prevenção às lesões por pressão em pacientes hospitalizados. Brazilian Journal of Health Review, 2(5), 4336-4344.
Sampaio, E. C., et al. (2021). Cuidados de enfermagem na prevenção de lesão por pressão em idosos internados na unidade de terapia intensiva. Research, Society and Development, 10(16), e307101623780. DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23780.
Sanches, B. O., Contrin, L. M., Beccaria, L. M., et al. (2018). Adesão da enfermagem ao protocolo de Lesão por pressão em unidade de terapia Intensiva. Arch. Health. Sci., 25(3), 27-31. DOI: 10.17696/2318-3691.25.3.2018.1058
Vieira, P., & Almeida, M. A. R. (2020). Humanização da assistência de enfermagem em pacientes idosos. Revista de Iniciação Científica e Extensão, 3(1), 371-378.
1 Enfermeiro. Especialista em Terapia Intensiva, Belém-PA, e-mail: saviopinheiroenf@gmail.com
2 Enfermeira. Especialista em Terapia Intensiva, Belém-PA, e-mail: jessica.vidal412@gmail.com
3 Enfermeira. Especialista em Terapia Intensiva, Belém-PA, e-mail: raysa_pereira@outlook.com
4 Enfermeira. Especialista em Auditoria em Saúde, Belém-PA, e-mail: daianesabrina20@gmail.com
⁵ Enfermeira. Centro Universitário da Amazônia, Belém-PA, e-mail: silvaaugusto898@gmail.com
⁶ Enfermeira. Centro Universitário da Amazônia, Belém-PA, e-mail: brenabsampaio@gmail.com
⁷ Enfermeira. Universidade do Estado do Pará – UEPA, Belém-PA, e-mail: samearafaelly@hotmail.com
⁸ Enfermeira. Especialista em Auditoria nos Serviços de Saúde, Belém-PA, e-mail: maurean_mel@hotmail.com
⁹ Enfermeiro. Centro Universitário da Amazônia, Belém-PA, e-mail: anunesr03@gmail.com
¹⁰Acad. de Enfermagem. Centro Universitário da Amazônia, Belém-PA, e-mail: anacmpacheco@gmail.com
¹¹ Acad. de Enfermagem. Centro Universitário da Amazônia, Belém-PA, e-mail: priscilasalless77@gmail.com
¹2 Acad. de Enfermagem. Centro Universitário da Amazônia, Belém-PA, e-mail: es3704484@gmail.com
13Acad. de Enfermagem. Centro Univ. da Amazônia, Belém-PA, e-mail: amandamacedomendes@hotmail.com
¹⁴ Acad. de Enfermagem. Universidade do Estado da Bahia, Guanambi-BA, e-mail: catiagbi58@gmail.com
¹⁵ Enfermeira, Mestre. Universidade Federal do Pará – UFPA, e-mail: elizangelafm075@gmail.com