REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7310782
Diennifer Elias de Oliveira1
Ana Carolina Donda Oliveira2
RESUMO
A assistência no puerpério é fundamental para saúde materna e neonatal, deve incluir nesse cuidado o pai, a família e todos envolvidos nessa fase do ciclo vital e familiar, que devem ser realizados até 42 dias após o final da gestação. O período puerperal necessita de educação e apoio profissional para direcionar nas intercorrências, sendo que é um período marcado por medo, incertezas, falta de experiências que interferem na saúde da mulher e consequentemente, da criança. O objetivo deste estudo é conhecer os principais cuidados da saúde com a mulher o pós-parto. Uma pesquisa bibliográfica do tipo descritivo, o levantamento bibliográfico será através de sites como Scielo, Google Acadêmico, Lilacs e livros disponíveis pela biblioteca da faculdade Unibrás. Os artigos apontam que é fundamental a orientação desde o pré-natal reforçando a continuidade dos cuidados após o nascimento, tanto para a mulher quanto para o recém-nascido, visto que dificuldades e intercorrências nesse período podem comprometer a evolução e o desenvolvimento de ambos. Além disso, a enfermagem deve estar preparada com conhecimento técnico – científico e condutas para sustentar esse compromisso nesse período delicado fornecendo todo suporte de informações.
Palavra-chaves: Pós-parto. Neonato. Cuidados de Enfermagem.
ABSTRACT
Postpartum care is essential for maternal and neonatal health and must include the father, the family and everyone involved in this phase of the life and family cycle in this care, and must be carried out up to 42 days after the end of pregnancy. The puerperal period needs education and professional support to address the complications, and it is a period marked by fear, uncertainties, lack of experiences that interfere with the health of the woman and, consequently, of the child. The objective of this study is to know the main health care with postpartum women. A descriptive bibliographic research, the bibliographic survey will be through sites such as Scielo, Google Scholar, Lilacs and books available from the Unibrás college library. The articles point out that guidance from prenatal care is essential, reinforcing the continuity of care after birth, both for the woman and the newborn, since difficulties and complications in this period can compromise the evolution and development of both. In addition, nursing must be prepared with technical-scientific knowledge and conduct to support this commitment in this delicate period, providing all information support.
Keywords: Postpartum. neonate. Nursing care.
1 INTRODUÇÃO
A maternidade é uma etapa de mudanças fisiológicas, físicas e emocionais na vida da mulher que requer um preparo e atenção durante todo o processo. Logo no final desse processo inicia o período puerperal, essa assistência deve ocorrer ainda no ambiente hospitalar em que deve ser identificado e avaliado qualquer alteração com a mulher e a criança. Esse período é considerado importante para o acompanhamento e desenvolvimento da criança, como também a evolução da mulher que é sequenciado pela Equipe de Saúde da Família (ESF) através da visita domiciliar, consulta puerperal, a puericultura e o planejamento familiar (MARTINS et al., 2012).
A assistência no puerpério é fundamental para saúde materna e neonatal, deve incluir nesse cuidado o pai, a família e todos envolvidos nessa fase do ciclo vital e familiar. De modo, o puerpério inicia imediatamente após o parto e dura em média seis semanas após, vale salientar que esse tempo pode estender ou reduzir depende das alterações anatômicas e fisiológicas à maternidade, à sexualidade, à autoestima, à reorganização familiar pois esses fatores podem influenciar a passagem desse período (PERAZZOLI et al., 2020).
Segundo Santos et al. (2017) as principais alterações que podem ocorrer nesse período consistem no sistema respiratório, cardiovascular, digestivo, urinário, tegumentar, endócrino e reprodutor. Essas modificações podem ser sentidas após dois dias e provocar instabilidade onde a mulher não consegue lidar, especialmente associada ao cuidado do lar, filho e família.
O período puerperal necessita de educação e apoio profissional para direcionar nas intercorrências, sendo que é um período marcado por medo, incertezas, falta de experiências que interferem na saúde da mulher e consequentemente, da criança. Por isso, a importância da atuação do enfermeiro nas ações de educação em saúde dessa população, atentando para os aspectos culturais e a preservação da saúde das mulheres (TEIXEIRA et al., 2019). Quais os principais fatores que interferem na saúde da mulher no pós-parto e de que forma a enfermagem podem contribuir nessa situação?
O estudo tem como objetivo conhecer os principais cuidados da saúde com a mulher o pós-parto. Os objetivos específicos compreendem descrever brevemente sobre o puerpério; identificar as principais necessidades relacionadas à saúde no pós-parto; apontar fatores que interferem na saúde pós-parto e destacar a contribuição do profissional de enfermagem para educação em saúde das puérperas (pós-parto).
Portanto, a pesquisa tem como propósito de contribuir para a geração de informações às mulheres, sobre o período puerperal, os aspectos relacionados a essa nova fase, a fim de mostrar a importância do controle e da informação acerca do tema e também destacar o papel da Enfermagem frente a essa questão.
2 METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo descritivo, cuja trajetória metodológica percorrida apoiou-se nas literaturas exploratórias e seletivas do material de pesquisa, bem como em sua revisão integrativa, que contribui para o processo de síntese e análise dos resultados de vários estudos.
O levantamento bibliográfico foi através de sites como Scielo, Google Acadêmico, Lilacs e livros disponíveis pela biblioteca da faculdade Unibrás. Serão utilizados como descritores para a seleção dos materiais: enfermagem, cuidados, puerpério, saúde da mulher.
Os critérios para constituir o estudo foram selecionar artigos classificados por meio da leitura dos títulos e dos resumos, segundo o tema abordado, artigos obtidos na íntegra, redigidos em português, inglês e espanhol produzidos nos últimos 10 anos. E a exclusão deu-se aos materiais científicos que não atenderam os objetivos do estudo e o tempo.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Pós-parto
Segundo Brasil (2012), o período pós-parto, também conhecido como puerpério, caracterizado por uma fase importante na vida da mulher requerendo uma assistência específica, já que, podem surgir problemas associados com a gravidez, como infecções e hemorragias comprometendo à saúde. Desse modo, mostra -se como é essencial o acompanhamento da gestante no pré-natal a fim de reduzir danos futuros, e reforça informações e as orientações sobre todas as etapas, incluindo o controle pós-parto que devem ser feitos até 42 dias após o final da gestação.
Para fortalecer esse contexto do puerpério, o Ministério da Saúde lançou a Primeira Semana Saúde Integral (PSSI) que visa avaliar e acompanhar o período pós-parto e os cuidados com o recém-nascido fornecendo informações sobre o aleitamento materno, as vacinas, a consulta puerperal e o autocuidado. Essa assistência é realizada na Atenção Primária à Saúde (APS) com finalidade de proporcionar a prevenção, a promoção e a recuperação da saúde (LUCENA et al., 2017).
Segundo Chaveiro (2020) o Ministério da Saúde inclui outros programas que tem por objetivo qualificar as ações de cuidados em saúde com a mulher, como a Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM) em 1984 e o Programa de Humanização do Parto e Nascimento (PHPN) com atenção a gestação, parto e puerpério. O processo de humanização é fundamental em todo o ciclo que envolve a mulher desde a formação de políticas públicas até aos cuidados da equipe e para com a mulher. Cassiano et al. (2015) corrobora que no desenvolvimento da humanização são essenciais a qualidade do acolhimento e vínculo de confiança.
O período puerperal compreende três etapas, o puerpério imediato que ocorre do primeiro dia após o parto até o décimo dia; o puerpério tardio corresponde ao décimo primeiro dia até o quadragésimo quinto dia e o puerpério remoto a partir do quadragésimo quinto dia. E esse período requer atenção por ser marcado por grandes chances de agravos e necessita de orientações que garantem a compreensão dos cuidados (CHAVEIRO, 2020).
Portanto, o período pós-parto começa logo ao término do parto e, após alta, a mulher deve receber as instruções necessárias para continuar o cuidado da criança e de si mesma. Essa assistência é realizada pela equipe de saúde da Atenção Primária da Saúde (APS) por meio de visita domiciliar e o aconselhamento puerperal agendado no prazo de dez dias, preferencialmente sete dias (DISTRITO FEDERAL, 2017).
Desse modo, Distrito Federal (2017, p.24) destaca os principais objetivos da visita domiciliar à puérpera e ao RN:
Investigar as relações familiares (comunicação entre os membros familiares, papéis de cada membro, organização familiar – exemplo: mãe chefe de família, responsável pelo cuidado da criança, entre outras características); Facilitar o acesso ao serviço de saúde; Possibilitar ou fortalecer o vínculo das famílias com a equipe de saúde; Escutar e oferecer suporte emocional à família durante os atendimentos ou visitas domiciliares; Estimular o desenvolvimento da parentalidade; Orientar a família sobre os cuidados com o bebê; Identificar sinais de depressão puerperal (tristeza, choro fácil, desalento, abatimento, mudança de humor, anorexia, náuseas, distúrbios de sono, insônia inicial e pesadelo, ideias suicidas e perda do interesse sexual; a depressão puerperal apresenta, geralmente, início insidioso entre 2ª a 3ª semana do puerpério); Promover e apoiar o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida do RN; Prevenir lesões não intencionais; Identificar sinais de perigo à saúde da puérpera e da criança; Orientar sobre os métodos disponíveis para planejamento reprodutivo; Agendar a primeira consulta de puerpério e de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil na UBS (7 dias de vida do RN, após a alta da maternidade).
A consulta puerperal pode ser realizada pelo médico ou enfermeiro estabelecendo um vínculo com a mulher e o recém-nascido oferecendo suporte para as demandas identificadas. Nesse sentido, deve atentar para os fatores emocionais, psíquicas e sociais que estão inseridos, porque os primeiros momentos podem despertar sentimentos de ambivalência (medo, frustração, ansiedade e incapacidade) decorrentes das alterações depois do parto (DISTRITO FEDERAL, 2017).
Segundo Martins et al. (2012) durante a assistência puerperal deve ser avaliado alguns pontos importantes para fornecer um cuidado qualificado esclarecendo as dúvidas e inquietações, assim avaliar o estado de saúde da mulher e do recém-nascido; avaliar e apoiar o aleitamento materno; orientar o planejamento familiar e identificar situações de intercorrências. Dessa maneira, permite o profissional executante uma reflexão do atendimento prestado através de um cuidado individualizado, sistemático e de forma humanizada.
As ações do puerpério devem buscar acompanhar as alterações orgânicas da mulher, bem como, desenvolver atividades do planejamento familiar e prevenção das enfermidades, esclarecer dúvidas, escutar sentimentos e queixas e investigar condições psicoemocionais (CORREA et al., 2017).
3.2 Fatores que implicam no pós-parto
O período do pós-parto pode ser afetado por uma série de fatores que podem reduzir a qualidade de vida. Entre eles, pode haver infecção intra uterina, visto que, a placenta não foi devidamente expulsa permanecendo parte dentro do útero, resultando em contração uterina inadequada com presença e persistência de sangramento. Esse sangramento é conhecido como lóquios que torna sanguinolento evoluindo para serossanguinolento, e depois de duas a três semanas, torna -se mucoso. Também pode identificar o edema em membros inferiores; taquicardia; pressão arterial elevada (160×110 mmHg); presença de febre; infecções (cistite, pielonefrite, ferida pós-operatória); infecções de pele e mastite (PERAZZOLI et al., 2020).
Uma outra questão que pode ocorrer ao longo do prazo é associada à saúde mental. Incluem sintomas de ansiedade, tristeza que leva quadros de melancolia, depressão pós-parto, psicose pós-parto que podem ser potencializados pelo uso de álcool e drogas. A prevalência de estado depressivo na primeira semana é de 12,4% e aumenta para 13,7% após três meses do parto. Desse modo, além de avaliar questões de alimentação, ginecológica é importante identificar e avaliar alterações psicológicas de nova fase de identidade (MARTINS et al., 2012).
Segundo Perazzoli et al. (2020) o pós-parto é um período que exige cuidado devido às mudanças geradas pelo novo e pela chegada das crianças, que às vezes, a mulher desenvolve características de ansiedade e isso pode resultar sintomas depressivos, também a desorganização familiar contribui para esse problema.
Segundo Distrito Federal (2017) é o momento, mas esperado, entretanto, os sentimentos comprometem esse período. O estado depressivo ou blues puerperal acomete cerca de 70 a 90 % das mulheres, é considerado transitório e está relacionado às mudanças nessa fase. Desse modo, os profissionais devem estar capacitados para fornecer apoio e informações cabíveis reconhecendo os riscos de vulnerabilidades social, física e psíquica.
Além disso, alguns transtornos podem ser encontrados no período puerperal diante disso, a identificação dos sinais e sintomas é primordial para um diagnóstico precoce como, a tristeza puerperal com prevalência de 50 a 80% manifesta no terceiro e quarto dia de puerpério. A depressão puerperal atinge 10 a 15% e está presente na segunda e terceira semana do puerpério e o transtorno psicótico puerperal com 0,1 a 0,2% (BRASIL, 2012).
As dificuldades relacionadas com o aleitamento materno comprometem esse período, segundo estudo de Silva et al. (2017) identificaram presença de rachaduras e fissuras nos mamilos, pega inadequada e desconhecimento nutritivo sobre o leite materno. Em contrapartida no estudo de Correa et al. (2017) aponta pela carência de informação das mulheres quanto aos profissionais de saúde e também na realização dos exames e relata que, às vezes, o foco se centra somente na criança, deixando de lado suas necessidades. Ribeiro et al. (2019) complementa que nessa a maioria das mulheres têm contato insuficiente com a equipe de saúde pela falta de informação ofertada e pela ausência de comprometimento de alguns profissionais.
Segundo Silva et al., (2017) as fragilidades associadas ao conhecimento do autocuidado afetam o período puerperal, como à presença de dores nas mamas e sangramentos, cefaléia e algia na incisão cirúrgica. No entanto, Teixeira et al. (2019) aponta as principais complicações como tromboflebite; endometriose; depressão pós-parto; constipação; hipotensão; prolapso uterino; hemorragia, mastites; cefaléia; infecção de ferida operatória; atonia uterina; infecção do trato urinário e edema puerperal.
3.3 Os cuidados de enfermagem no pós-parto
O profissional enfermeiro é importante nesse processo do pós-parto pois encontra-se em contato constante com a mulher e o recém-nascido através da consulta puerperal avaliando o estado de saúde. O enfermeiro deve abordar os aspectos emocionais e físicos e realizar atividades educativas a fim de esclarecer dúvidas quanto ao cuidado e outras alterações (MARTINS et al., 2012).
No estudo de Silva et al. (2017) reforça que para minimizar ou até mesmo evitar o surgimento de complicações nesse período, deve intensificar as orientações no momento da alta hospitalar garantindo a continuidade do cuidado na unidade básica, direito esse garantido pelo Ministério da Saúde prevista nas Ações Básicas da Assistência Integral à Saúde da Mulher.
Segundo Gomes e Santos (2017) a enfermagem deve ponderar as necessidades psicossociais e físicas da puérpera fornecendo uma comunicação efetiva, transmitindo confiança e empatia. Os cuidados iniciam na unidade hospitalar onde a enfermagem deve ter uma atenção centrada que consiste desde as duas primeiras horas como verificar os sinais vitais a cada 15 ou 30 minutos e atentar para sangramento, também deve observar as contrações uterinas por meio da palpação decorrente de lacerações da vagina e do colo e hipotonia uterina.
Desse modo, o enfermeiro é o aliado nos cuidados no período puerperal, principalmente no que concerne ao aleitamento materno oferecendo promoção e defesa, por meio da orientação e apoio durante o ciclo, bem como abordando os benefícios tanto para mulher como para o recém-nascido. Assim, essas são algumas medidas que devem ser apoiadas e fortalecidas pela equipe (ANDRADE et al., 2015).
Outro ponto é incentivar o movimento no leito em parto normal após quatro horas e seis horas em casos de anestesia peridural e raquidiana, promovendo a regressão uterina com descida de lóquios e prevenindo trombose. Em contraste, destaca-se a consulta de enfermagem realizada pelo enfermeiro de forma humanizada identificando os problemas e, em seguida, planejando e recomendando intervenções (GOMES; SANTOS, 2017).
Scarton et al. (2017) ressalta em seu estudo que os cuidados com as mulheres no puerpério estão relacionados também ao contexto socioambiental. Dessa maneira, o profissional de enfermagem deve levar em consideração esse fator para o entendimento do processo saúde e doença, para posteriormente definir e implementar medidas acerca da problemática com a finalidade de alcançar as ações planejadas e minimizar os riscos futuros tanto para a mulher quanto para o recém-nascido.
Os cuidados relacionados ao puerpério refletem na higiene; alimentação; atividade física; as mamas; orientação quanto ao aleitamento materno; o planejamento familiar; os métodos contraceptivos, vacinação e os cuidados com o recém-nascido. Também deve desenvolver ações educativas e condutas das possíveis intercorrências, visto que, o período puerperal promove uma fragilidade psíquica, com alteração emocional devido às mudanças biológicas, sociais e familiares ocorridas em seu entorno (BRASIL, 2012).
O incentivo e o apoio ao aleitamento materno trazem benefícios tanto para a mulher quanto para o recém-nascido. E esse ponto deve ser abordado e avaliado desde o pré-natal até o fim do período puerperal, sendo avaliado em cada consulta porque pode identificar dificuldades na pega, sangramentos, processo inflamatório. Sendo assim, importante identificar e ensinar a técnica adequada, orientar sobre possíveis intercorrências e ingesta de líquidos (MARTINS et al., 2012).
O enfermeiro deve reforçar durante as consultas as mulheres de dar continuidade à assistência assegurando uma qualidade de vida. Desse modo, é crucial a enfermagem levar em consideração as características e particularidades de cada paciente, assim fornece um cuidado específico voltado para cada problema (SANTOS; BRITO; MAZZO, 2013).
A utilização da Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE) é fundamental no serviço de saúde, possibilitando a identificação das necessidades afetadas e permitindo uma intervenção direcionada. Diante disso, a importância de implementar a realização do agendamento da primeira consulta puerperal ainda no final do pré-natal e caso necessário realizar uma busca ativa dessa paciente assegurando a continuidade da assistência (CÓRDOVA et al., 2022).
Os diagnósticos de enfermagem identificados no estudo de Barbosa et al. (2014) foram intolerância à atividade; privação do sono; dor aguda e conforto prejudicado. Entre as intervenções de enfermagem deve-se investigar com o paciente os fatores que aliviam a dor; evitar interrupções desnecessárias; assegurar que a paciente receba cuidados precisos de analgesia e criar ambientes calmos.
Segundo Distrito Federal (2017, p.36) destaca as atribuições do enfermeiro frente à puérpera na Unidade Básica de Saúde (UBS):
Realizar atenção à saúde da gestante e da puérpera na UBS, atividades em grupo e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, creches, associações, entre outros); Realizar consulta de enfermagem de pré-natal de risco habitual utilizando a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE); Realizar os testes rápidos de gravidez, sífilis e HIV, fornecendo aconselhamento pré e pós-teste; Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou identificadas como de alto risco e encaminhá-las para consulta médica. Caso seja classificada como de alto risco e houver dificuldade para agendar a consulta médica (ou demora significativa para este atendimento), a gestante deve ser encaminhada diretamente ao serviço de referência; Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico do colo do útero; Orientar as gestantes e a equipe quanto aos fatores de risco e à vulnerabilidade; Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; Contribuir, participar e realizar atividades de educação permanente da equipe de enfermagem e de outros membros da equipe sobre a saúde da gestante e da puérpera e Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS.
Além disso, o enfermeiro deve orientar quanto a higiene perineal, em caso de episiorrafia, para prevenir infecção, também deve observar prolapso uterino, tensão muscular abdominal, risco de retenção urinária, lactação, eliminações de lóquios e diminuição da motilidade gastrointestinal (GOMES; SANTOS, 2017). O enfermeiro tem destaque nesse contexto humanizando as práticas, reforçando à prevenção, atendendo as complicações, focalizando e estimulando o autocuidado da mulher e do recém-nascido (TEIXEIRA et al., 2019)
4 CONCLUSÃO
A maternidade é uma fase de mudanças marcado por novas emoções, sensações, sentimentos e modificações físicas, que exige da mulher uma grande capacidade de adaptação. O período puerperal é um deles, em que às vezes, as mulheres encontram-se vulneráveis por carecer de informações que auxiliam nessa nova etapa.
Nesse sentido, os serviços locais têm o importante desafio de apreender, compreender e considerar não só a amplitude das necessidades de saúde manifestadas pela mulher nessa fase, mas também os carecimentos que estão sendo por ela desconsiderados e pelos próprios serviços de saúde. Desse modo, a saúde da mulher no pós-parto é afetada por distintivos da família, da comunidade onde vive, da rede de apoio social disponível, das condições de vida e qualidade dos serviços de saúde, bem como de seus modos de pensar a vida e os seus acontecimentos.
Nesse aspecto, o enfermeiro é o profissional que está presente desde o seguimento do pré-natal, sendo um momento oportuno para realização de ações educativas para as mulheres e suas famílias, e preparo para o pós-parto. O enfermeiro tem papel fundamental no acompanhamento da mulher no ciclo gravídico puerperal com planejamento na assistência com informações acerca dos hábitos de vida, crenças, aspectos culturais, conhecimento e experiências da mulher com a finalidade de contribuir na elaboração de intervenções direcionadas às necessidades da puérpera.
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1Acadêmica do 10º período do Curso de Enfermagem ao Centro Universitário do Sudoeste Goiano.
2Professora do Curso de Enfermagem ao Centro Universitário do Sudoeste Goiano, e orientadora da pesquisa.