REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8298825
Ghiovana Baruzi Weitzel1; Silvia Naraiane Oliveira de Souza Lopes2
Edjane Maria da Silva3; Juliana de Castro Santana4
Sara Maria de Oliveira Silva5; Maria Eduarda de Oliveira Viegas6
Milena Rodrigues de Oliveira dos Santos7; Lorena Ferreira da Silva8
Silvia Luana Lima Marques9; Ewerton Igor Alves de Almeida10
RESUMO
Contexto: A doença renal crônica (DRC) é uma doença que afeta a funcionalidade dos rins de forma permanente e por conta disso é um grande problema de saúde publica. Esta apresenta uma alta prevalência, principalmente por seus fatores de risco, como por exemplo a hipertensão, diabetes e obesidade. Com o surgimento da pandemia pelo vírus SARS-COV-2 (covid-19) e por conta de sua alta transmissibilidade, tem agravado ainda mais os quadros de DRC e a linha de cuidados inerentes a ela. Com a sobrecarga causada pelo vírus no sistema de saúde e o papel ativo da enfermagem nos cuidados prestados a esses pacientes, se torna necessário uma atenção redobrada aos cuidados desses pacientes. Objetivo: Refletir sobre os cuidados de enfermagem diante a pandemia da COVID-19 em pacientes com doença renal crônica. Método: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura realizada de fevereiro a março de 2022, utilizando as bases de dados da pubmed, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e scielo. Foram analisados os artigos que possuíssem o tema proposto (cuidados com a doença renal crônica durante a COVID-19) aqueles potencialmente relevantes foram selecionados para avaliação final. Resultados e discussão: O surgimento da covid-19 trouxe alguns impactos para a qualidade de vida e o acesso dessa população, onde foram identificadas uma redução de 50% no acesso a prestação de serviços de nefrologia em cerca de 4.873 pacientes. Em 7 estudos foram identificados a diminuição desses serviços, assim como a suspensão de programas de transplante. Tendo em vista a vulnerabilidade dos pacientes com doença renal crônica, cabe a equipe de enfermagem intensificar seus cuidados e suas ações de prevenção, promoção e recuperação. ConsideRações finais: Diante dos dados apresentados no estudo, é perceptível a demanda que os pacientes renais crônicos têm da enfermagem. Com o decorrer da pandemia os cuidados foram intensificados, e o papel da enfermagem se mostrou ainda mais relevante, principalmente no incentivo ao autocuidado. O estudo buscou enfantizar e sensibilizar os profissionais de enfermagem quanto ao cuidado na assistência prestada a esses pacientes diante do cenário vivido.
Palavras-chave: Insuficiência Renal Crônica Dialise Renal; COVID-19; Enfermagem
ABSTRACT
Context: Chronic kidney disease (CKD) is a disease that permanently affects the functionality of the kidneys and because of that it is a major public health problem and has a high prevalence, mainly due to its risk factors, such as hypertension. , diabetes and obesity. With the emergence of a pandemic caused by the SARS-COV-2 virus (covid-19) and due to its high transmissibility, it has further aggravated CKD and the line of care inherent to it. With the overload caused by the virus in the health system and the active role of nursing in the care provided to these patients, it is necessary to pay extra attention to the care of these patients. Objective: Reflection on nursing care in the face of the COVID-19 pandemic in patients with chronic kidney disease. Method:
This is a systematic literature review carried out from February to March 2022, using pubmed, BVS and scielo databases. Articles that had the proposed theme (care for chronic kidney disease during COVID-19) were analyzed and those potentially relevant were selected for final evaluation. Results and discussion: The emergence of covid-19 had some impacts on the quality of life and access of this population, where a 50% reduction in access to nephrology services was identified in approximately 4,873 patients. In 7 studies, the reduction of these services was identified, as well as the suspension of transplant programs. In view of the vulnerability of patients with chronic kidney disease, it is up to the nursing team to intensify their care and prevention, promotion and recovery actions. Final considerations: Given the data presented in the study, the demand that chronic kidney patients have on nursing is noticeable. As the pandemic progressed, care was intensified, and the role of nursing proved to be even more relevant, especially in encouraging self-care. The study sought to emphasize and sensitize nursing professionals regarding care in the assistance provided to these patients in the face of the scenario experienced.
Key words: Renal Insufficiency Chronic; Renal Dialysis; COVID-19.
INTRODUÇÂO:
Além de um problema de saúde pública e sua alta prevalência, a doença renal crônica (DRC) se tornou um problema de saúde mundial por ser uma doença irreversível e progressiva, principalmente no cenário vivido com a COVID-19. O número de pacientes em diálise vem sofrendo constante aumento durante os anos. Em 2018 o número de pessoas em tratamento substitutivo era de 133.464 pessoas, já em 2019 esse número passou para 139.681 o que representa um aumento de 58%. (MARINHO et al., 2017). Segundo (NERBASS et al., 2021) o censo brasileiro de diálise de 2020, em julho o número de pacientes em diálise passou para 144.779 pessoas, ocasionando um aumento de 3,6% em relação a 2019.
A doença renal crônica ocorre quando há uma perda progressiva das funções renais e os rins deixam de exercer suas funções como a regulação da água, sódio, potássio entre outros elementos do nosso organismo e a eliminação de substâncias nocivas ao nosso corpo através da sua filtragem. A DRC apresenta fatores de risco como a diabetes, hipertensão, obesidade, histórico de doença renal crônica ou do aparelho circulatório, tabagismo ou medicações nefrotóxicas (BRASIL, 2022).
O diagnóstico pode ser medido pela taxa de filtração glomerular, alterações parenquimatosas e avaliação de imagens. Os pacientes são classificados por estágios como uma forma de estruturar a linha de cuidado e para se ter controle sobre os encaminhamentos para o serviço de saúde. A classificação é feita através de 5 estágios e mediada de acordo com a taxa de filtração glomerular (TFG) que verifica a capacidade dos rins de realizar a filtragem sanguínea. Uma pessoa com função renal normalmente tem uma TFG de aproximadamente 120ml por min e quem apresenta uma função renal diminuída tem a TFG menor que 60 ml por min (BRASIL, 2022).
Ao mesmo tempo em que a doença renal crônica é um problema de saúde, há o surgimento de uma pandemia de um novo vírus, o novo coronavirus, que teve seu início em Wuhan, na china, em dezembro de 2019 e logo se espalhou por todo o mundo, afetando drasticamente diversos países. Segundo o Ministério da Saúde a COVID-19 é causada pelo vírus SARS-COV-2 e se apresenta como uma infecção respiratória aguda grave, que pode ser transmitida via contato, gotículas ou aerossol. Sua transmissibilidade pode ocorrer pelo contado direto com alguém já infectado ou através de superfícies ou objetos utilizados. Os casos de COVID-19 podem variar desde casos assintomáticos até casos graves levando ao óbito, porém, os principais sintomas registrados foram febre, tosse persistente, dificuldade para respirar e perda de paladar. Os grupos que apresentam maior vulnerabilidade para a doença são o de idosos, gestantes, pessoas com doenças pré-existentes, imunodeprimidos, pacientes com doenças crônicas e aqueles dialisados ou transplantados (BRASIL, 2021; APUZZO et al., 2020).
Além dos sintomas citados acima e apesar de ser uma doença respiratória, a COVID-19 pode refletir efeitos em órgãos vitais do nosso corpo, como por exemplo nos rins, tornando pessoas com doença renal crônica um grupo de risco para a doença. Em uma pesquisa realizada na Itália, país afetado pela COVID-19, a taxa bruta de mortalidade em pacientes com doença renal crônica com a infecção por COVID-19 foi de 44,6%, enquanto para pacientes sem a infecção foi de 4,7%. Isso nos mostra que pacientes com doença renal crônica tem mais chances de óbito pelo novo vírus, e quanto mais grave as condições da doença crônica mais possibilidade de contrair o coronavírus (GILBERTONI et al.,2021).
Devido a condições clínicas como uma resposta imune prejudicada, esses pacientes com a doença renal crônica se tornaram uma das populações alvo para a doença por conta da sua alta susceptibilidade a adquirir infecções (COLLADO et al., 2020).
O impacto dessa pandemia percorreu por toda a rede de serviços de saúde e afetou diretamente a linha de cuidado dos pacientes renais crônicos, causando limitações de suprimentos, equipamentos e de recursos humanos, como por exemplo, nos os serviços de diálise e transplante. Nesse período, em nível mundial, cerca de 28,4 milhões de procedimentos cirúrgicos foram cancelados, incluindo cirurgias para conseguir acesso para a diálise. Houve também uma baixa na prestação de serviços de nefrologia hospitalar, com redução de 50% nas consultas e internações por motivos nefrológicos devido a transferências de recursos hospitalares para atendimento da demanda da COVID-19 (DENG et al.,2021).
Com a sobrecarga do sistema diante da pandemia e a eminente vulnerabilidade do paciente renal crônico nesse cenário, a equipe de enfermagem assim como toda a equipe multidisciplinar devem redobrar sua atenção a esses pacientes e seguir recomendações para que o cuidado seja feito de forma digna, integral e humanizada (APUZZO et al., 2020).
No serviço dialítico a equipe de enfermagem serve como um apoio aos pacientes e seus familiares, propiciando um ambiente acolhedor e diminuindo fatores estressantes, promovendo o autocuidado e uma atenção individualizada, prescrevendo e implementando cuidados e assegurando o acompanhamento a prestação deles.
Assim, diante do cenário de pandemia, é observado mudanças no padrão de atendimento desses pacientes, e torna-se necessário que a equipe de enfermagem preste cuidados redobrados em relação ao aparecimento de sinais e sintomas da doença e atendimento de pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19, é necessário também que redobrem a atenção com a higienização e elaborem estratégias para diminuição de risco de infecções, entre outras medidas que se façam necessárias nesse momento. Com isso, os principais cuidados de enfermagem a esses pacientes foram baseados em medidas gerais para prevenção e proteção respiratória e da reorganização e adaptação do ambiente, além de mudanças comportamentais. (BRASIL, 2018; GAMA et al., 2020).
Diante do exposto, este presente artigo tem como objetivo a refletir sobre os cuidados de enfermagem diante a pandemia da COVID-19 em pacientes com doença renal crônica.
METODOLOGIA:
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, onde há uma investigação científica estruturada que reúne pesquisas semelhantes de diversos autores para uma posterior análise e embasamento teórico. Para iniciar as pesquisas foi elaborada a seguinte questão norteadora: quais são os cuidados de enfermagem prestados as pessoas com doença renal crônica no período da pandemia do COVID-19?
As bases de dados utilizadas foram Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos da América (PubMed), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Scientific Eletronic Library Online (Scielo).
Os descritores considerados para a pesquisa foram determinados de acordo com o DeCS (Descritores de Ciência da Saúde). Para busca dos artigos científicos empregamos as seguintes combinações de palavras-chave: insuficiência renal crônica (renal insufficiency chronic) ou dialise renal (renal dialysis); COVID-19 (COVID-19) e enfermagem (nurse).
Foi utilizada a seguinte combinação: (((“renal insufficiency chronic”) AND (“renal dialysis”)) AND (COVID-19)) AND (“nurse”))), em todas as bases de dados.
Foram encontrados 176 artigos potencialmente relevantes, dos quais 2 duplicatas foram removidas, ao selecionar os resumos dos estudos, 93 foram descartados, deixando 81 artigos para análise completa.
Desses 81 artigos, foram incluídos aqueles publicados no idioma português e inglês, que possuíssem como tema os cuidados de enfermagem com a doença renal crônica durante a COVID-19.
Foram excluídos artigos duplicados, artigos não disponíveis na íntegra gratuitamente, e aqueles não relacionados ao tema proposto.
Após posterior leitura do titulo e resumo, e avaliação dos critérios, foram descartados 77 artigos e foram considerados elegíveis 4 artigos para essa revisão. A escolha dos artigos foi ⁶realizada por dois revisores independentes, obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos. Os textos completos dos artigos potencialmente selecionados foram recuperados para avaliação final.
As buscas foram realizadas no período de Fevereiro a novembro de 2022, rastreando os artigos que continham as palavras-chaves pesquisadas no título ou nos resumos, seguidos pela leitura dos artigos selecionados na íntegra.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Estima-se que haja atualmente no mundo 850 milhões de pessoas com doença renal, decorrentes de diversas etiologia. A Doença Renal Crônica (DRC) causa pelo menos 2,4 milhões de mortes por ano, com taxa crescente de mortalidade. O surgimento da covid-19 trouxe uma realidade comprometida a essa população, desde a qualidade de vida aos serviços necessários que foram impactados . Segundo o estudo de (DENG et al.,2021) ocorreram algumas mudanças significativas no acesso a prestação de serviços de nefrologia, como a redução de 50% em cerca de 4.873 pacientes, assim como uma redução nas consultas presenciais dos pacientes com DRC. A redução se explicou por conta da realocação dos recursos hospitalares devido ao aumento de casos e cuidados necessários aos pacientes com o vírus da COVID19. Em 7 estudos foi averiguado a diminuição em serviços de diálise e suspensão de programas de transplante, visto que no mesmo estudo encontrou- se um aumento de 5% na demanda por serviços de diálise durante a pandemia.
Em 7.125 pacientes foram aplicados os serviços de telessaúde para otimizar a dinâmica das consultas, para que fosse evitadas visitas desnecessárias a serviços hospitalares evitando assim uma possível exposição ao vírus e diminuição do número de transmissão. Cerca de 87% dos serviços de saúde não faziam o uso de telessaúde antes da pandemia. A telessaúde é um serviço de saúde a distância, que utiliza de sistemas de informação para oferecer a população um atendimento de qualidade, redução de custos e tempo de deslocamento e agilidade no processo. (BRASIL, 2021); (DENG et al., 2021).
Quando se questiona o motivo da incidência de mortalidade em pacientes renais crônicos o estudo de (GILBERTONI et al.,2021) traz uma pesquisa realizada na população de residentes da área de abrangência da Autoridade de saúde local de Romagna (AUSL Romagna), que abrange as províncias de Ravenna, Forlí-Cesana e Rimini e pacientes inscritos no projeto PIRP, criado em 2004 visa captar e acompanhar pacientes com doença renal crônica com o objetivo de retardar sua progressão e prevenir a insuficiência renal. Obtiveram os seguintes resultados: paciente com (DPOC) que se caracteriza por uma doença pulmonar que obstrui as vias áreas, alcançaram o resultado de (OR= 1906). Pacientes com comorbidades cardiovasculares (OR=1822), tumores (OR=1631) e idade avançadas eram mais prováveis ter COVID-19 Aprofundando sobre o que enfatiza a alta da incidência nesses pacientes com comorbidades cardiovasculares, a insuficiência cardíaca, trás um risco elevado a essas pessoas para lidar com a infecções mais graves devido à imunidade reduzida, fragilidade geral e capacidade hemodinâmica menor. Foi relatado que em pacientes com IC, os monócitos parecem produzir mais TNF-a e menos IL-10 do que indivíduos saudáveis, que a combinação com a resposta inflamatória sistêmica generalizada associada a infecções graves por Covid-19 requer desempenho cardíaco apropriado e alto debito cardíaco, algo que os paciente com IC geralmente são incapazes (REVISTA DA SOCESP 2020). A taxa bruta de mortalidade em pacientes com DRC com COVID-19 (86/193, 44,6%) foi quase dez vezes maior do que aqueles sem COVID-19 (215/4523,4,7%).
Em (COLLADO et al., 2020) o estudo foi realizado em pacientes com DRC grau 4-5 ( TFGe< 30mL/mim) em que encontraram resultados significativos em relação ao motivo de paciente com DRC serem população alvo para o vírus, tendo em vista a idade avançada, presença de comorbidades e sistema imunológico frágil devido aos tratamentos dialíticos. Ele contava com 7 pacientes com DRC de grau 4-5 que tiveram o vírus em um período de quarenta dias, tendo como resultado a linfopenia observado em uma paciente que morreu. Os 3 principais sintomas foram febre, tosse e dispneia e 5 pacientes apresentaram pneumonia bilateral. A maioria dos pacientes recebeu uma combinação de hidroxicloroquina e azitromicina, mas não foi possível estabelecer quais os critérios terapêuticos dessa combinação. Para um urgente controle de pessoas infectas pelo vírus e diminuição dos seus sintomas segundo o estudo de (FALAVIGNA et al.,2020) ainda não há intervenções farmacológicas com segurança comprovada que justifiquem seu uso de rotina para tratamento da COVID-19 . Dois pacientes necessitaram de ventilação mecânica não invasiva. Todos os pacientes apresentaram função renal mínima a moderada durante a admissão, com declínio abaixo de 5 mL/min em 6 casos e 10 mL/min no restante, e nenhum necessitou de dialise aguda. Os pacientes com DRC tem mais facilidade em adquirir infecções sintomáticos, mas em alguns estudos foram observados que é bem maior em pacientes dialisados por haver a exposição ao vírus. A sala de hemodiálise é um local que à aglomeração de pacientes e muitas vezes não comparecem sozinhos para realizar o procedimento, realizam o procedimento com frequência ou até mesmo fixo e permanecem bastante tempo dentro do leito para a realização da sessão isso faz com que um paciente assintomático infectado por covid-19 transmita facilmente o vírus para outros pacientes e profissionais dentro do dentro do confinamento visto que, a um presente fluxo. (QUEIROZ et.al 2020).
Embasado no código de ética do enfermeiro a enfermagem é uma profissão que está comprometida com a qualidade de vida da pessoa, família e coletividade. O profissional de enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde com autonomia, consonância com os preceitos éticos legais. (CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM).
Sendo assim, tendo em vista a vulnerabilidade do paciente renal crônico a equipe de enfermagem deve desenvolver ações de cuidado e prevenção, como criar um fluxograma de atendimento, tanto para pacientes sem sintomas do COVID-19, como os pacientes suspeitos e diagnosticados com a doença; devem fornecer informações sobre as medidas de prevenção, principalmente em relação a higienização das mãos e o uso de álcool 70%; orientar quanto ao distanciamento social e estipular uma distância mínima de 1 metro entre as cadeiras; evitar o compartilhamento de objetos de uso pessoal; Recomenda-se a utilização de máscara cirúrgica para pacientes com sintomas respiratórios e seus acompanhantes durante toda a permanência na unidade; orientar pacientes e acompanhantes a evitarem circular nas áreas comuns desnecessariamente. Além dessas medidas o enfermeiro deve orientar a sua equipe a se afastar do trabalho caso apresentem sintomas sugestivos da COVID-19. Todas essas medidas buscam possibilitar a prática do cuidado seguro durante a pandemia. (VASCONCELOS, 2018; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2020).
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Diante dos estudos e dados apresentados percebemos que a doença renal crônica já era uma doença que demandava da enfermagem um papel preventivo e já apresentava seus protocolos cuidadosamente detalhados, com o surgimento do vírus da COVID-19 o tratamento dessas pessoas começou a ser mais rigoroso e a enfermagem precisou ter mais atenção nas ações realizadas, a fim de se adaptar para dar continuidade ao cuidado, na busca por manter uma assistência de qualidade e segurança.
Situações como essas podem trazer reflexos negativos ao paciente e na qualidade da assistência prestada, tornando-se necessário intensificar as medidas de prevenção e controle de casos. A equipe de enfermagem exerce um importante papel nesse cenário, tanto em sua prática clínica como no incentivo ao autocuidado do paciente. Nessa área de atuação o enfermeiro exerce papel chave sendo responsável por todo o gerenciamento e execução do cuidado.
Os profissionais de enfermagem apresentam contato direto com os pacientes e seus familiares, dessa forma, há uma necessidade de uma atenção redobrada para diminuir chances de possíveis infecções e sintomas que esses pacientes possam vir a ter. Sendo assim, a equipe de enfermagem deve estar atenta as atualizações sobre o manejo desses pacientes diante a COVID-19, devem elaborar estratégias para diminuição do risco de infecções e promover a educação permanente de sua equipe, tendo em vista que essa temática está em constante atualização.
Vale ressaltar que o estudo feito para a elaboração deste trabalho foi pautado em pesquisas disponíveis até o presente momento. As informações utilizadas estão sujeitas as atualizações de acordo com as mudanças no manejo desses pacientes e da realização de novos etudos.
O artigo busca enfatizar e sensibilizar os profissionais de enfermagem e sua equipe quanto a demanda dos pacientes com DRC principalmente no cenário do COVID-19, alertando sobre a necessidade da adoção de medidas preventivas, que visem contribuir para a qualidade da assistência prestada, para o bem-estar do paciente e para garantir a seguridade do cuidado tanto para os pacientes e seus familiares como também para os profissionais de enfermagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do ministro. Coronavírus.2021 BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Diretrizes clínicas para o cuidado ao paciente com doença renal crônica – DRC no sistema único de saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Brasília, Brasil, p. 37. 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Doença renal crônica (DRC). , 2022MARINHO, Ana. Prevalência de doença renal crônica em adultos no Brasil:
revisão sistemática da literatura. Caderno de saúde coletiva. Rio de Janeiro, Brasil, 25 (3): 379-388. 2017.
DENG, Danny. The COVID-19 pandemic and access to health care in people with chronic kidney disease: A systematic review and meta-analysis. Nephrology. v. 27, p. 410-420,2021.
GILBERTONI, Dino. COVID-19 incidence and mortality in non-dialysis chronic kidney disease patients. Plos One. California, Estados Unidos, 2021.
COLLADO, Silvia. COVID-19 in Grade 4–5 Chronic Kidney Disease Patients. Kidney & Blood Pressure Research, 2020.
PALUZZO, Luigi. SARS-CoV-2: recommendations on nursing care for dialyzed and transplanted patient. Società Italiana di Nefrologia. Rome, Italy.2020.
1Grau Graduanda em Enfermagem, Centro Universitário Estácio de Sá Juiz de fora
ORCID https://orcid.org/0009-0006-3530-062X
2Grau Graduanda em Enfermagem, Centro Universitário Estácio de Sá Juiz de fora
https://orcid.org/0009-0003-0687-3355
3 Bacharel em enfermagem, FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE OLINDA – FACHO
ORCID: https://orcid.org/0009-0002-9385-6125
4Bacharel em enfermagem, Centro Universitário Jorge Amado – UNIJORGE.
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1586-3303
5 Graduanda em Enfermagem-Centro Universitário Cesmac
ORCID: https://orcid.org/0009-0001-8094-9720
6 Bacharel em Enfermagem, Faculdade do Maranhão- FACAM
ORCID: https://orcid.org/0009-0000-3321-3289
7 Bacharel em Enfermagem, Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0907-6661
8 Bacharel em Enfermagem pela União Metropolitana de Educação e Cultura (UNIME).
ORCID: https://orcid.org/0009-0005-6858-0886
9Formação: Enfermeira graduada pela Faculdade do Maranhão-FACAM
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6875860067099366
E-mail: enfer.luanamelo@gmail.com
https://orcid.org/0009-0009-2128-873X
10 Bacharel em Enfermagem, Faculdade CESMAC do sertão
ORCID: https://orcid.org/ 0000-0002-4794-4354