REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10373043
Rafaella Karlla Araujo Santos,
Prof. Dr. Ramon Santos Carvalho
RESUMO
O espectro autista é uma temática que se encontra discutindo na contemporaneidade, devido a quantidade de casos de crianças e adolescentes acometidas, tornando o enfermeiro um dos agentes primordiais para atuar com o problema, mas tem sido um desafio para as equipes de enfermagem, pois autismo ainda é um tema que demanda muito estudo. O objetivo do trabalho foi de analisar a evolução temporal das publicações científicas sobre cuidados de enfermagem a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), identificando os principais marcos e áreas de crescimento nessa pesquisa. A metodologia utilizada para atingir os objetivos delineados foi a bibliometria, afim de mapear a produção científica relacionada a pesquisa, cuja a busca se deu através da combinação de palavras-chave: Enfermagem, Autista, Cuidados, Criança e Adolescentes, conseguindo identificar 107 resultados, através da base de busca de dados de Pubmed. Constatando-se das 107 publicações a primeira ocorreu 1999, destacando-se o ano 2019 como pico, revelando uma tendência do crescimento gradual em busca da conscientização e da importância atribuídas aos cuidados de enfermagem para criança e adolescentes com TEA identificando que há uma pouca incidência de artigos voltados para os cuidados de enfermagem à crianças e adolescentes com TEA, e que essas pesquisas não relacionam o cuidado da enfermagem com crianças e adolescentes com TEA.
Palavras-chave: Enfermagem; espectro; TEA.
ABSTRACT
The autism spectrum is a topic that is being discussed in contemporary times, due to the number of cases of children and adolescents affected, making the nurse one of the primary agents to deal with the problem, but it has been a challenge for nursing teams, as autism It is still a topic that demands a lot of study. The objective of the work was to analyze the temporal evolution of scientific publications on nursing care for children and adolescents with Autism Spectrum Disorder (ASD), identifying the main milestones and areas of growth in this research.The methodology used to achieve the outlined objectives was bibliometrics, in order to map scientific production related to research, the search for which was carried out through a combination of keywords: Nursing, Autistic, Care, Children and Adolescents, managing to identify 107 results, through the Pubmed database. Noting that of the 107 publications, the first one was in 1999, highlighting the year 2019 as a peak, revealing a trend of gradual growth in search of awareness and the importance attributed to nursing care for children and adolescents with ASD, identifying that there is a little incidence of articles focused on nursing care for children and adolescents with ASD, and that these studies do not relate nursing care to children and adolescents with ASD.
Keyword: nursing; spectrum; TEA.
Introdução
O Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno de desenvolvimento que compromete geralmente crianças antes dos três anos de idade que tem como características o comportamento repetitivo e restrito, e o comprometimento de todo o desenvolvimento motor e psiconeurológico, dificultando a cognição, linguagem, comunicação e interação social da criança (Pinto, 2016).
Nesta perspectiva, é importante enfatizar, a relevância em o enfermeiro conhecer profundamente o TEA para que assim possa atuar junto à criança com autismo e assistir o paciente adequadamente (Barbosa; Nunes, 2019)
Segundo Pinto (2016) Sua etiologia ainda é desconhecida, entretanto, alguns fatores podem estar envolvidos no seu desenvolvimento como influências genéticas, vírus, toxinas, desordens metabólicas, intolerância imunológica, ou falha no desenvolvimento de estruturas e funções cerebrais.
Estima-se que exista no mundo mais de 70 milhões de pessoas com autismo, sendo quatro vezes mais frequente em meninos. No Brasil, apesar da escassez de estudos epidemiológicos que possam melhor estimar os dados nacionais, constatou-se que existam mais de 2 milhões de brasileiros com autismo, sendo 120 a 200 mil menores de cinco anos e 400 a 600 mil com idade inferior a 20 anos. Porém, cabe ressaltar que esses dados não são precisos, pois a estimativa é que 90% das pessoas com TEA não tenham sua condição diagnosticada. No Ceará há uma controvérsia quando se fala em números, pois os dados existentes também não são precisos (Falcão, 2017).
Nesse sentido, a atuação dos profissionais de saúde é essencial para além do diagnóstico, pois contempla uma perspectiva de atuar também na assistência aos pacientes com autismo. Por ter uma visão integral do ser humano e ser fundamentado teoricamente, o enfermeiro percebe com facilidade os sinais que identificam o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e dessa forma podem acompanhar e auxiliar a família que possuí alguém diagnosticado com autismo. E assim oferecer suporte, encorajamento e tranquilidade ao focar no bem estar do paciente, além de esclarecer dúvidas e incentivar o tratamento e o acompanhamento a esse indivíduo, buscando desta forma a evolução em seu prognóstico (Melo et al., 2016)
Nesta perspectiva, é importante enfatizar, a relevância em o enfermeiro conhecer profundamente o TEA para que assim possa atuar junto à criança com autismo e assistir o paciente adequadamente (Barbosa; Nunes, 2019).
No Brasil, os dados referentes à incidência do autismo ainda são limitados e somente em 2019 foi sancionada a lei 13.861/2019 que inclui nos censos demográficos do IBGE a partir de 2020 dados referentes ao número de pessoas acometidas pelo Transtorno do Espectro do Autista no país (Vilela, 2019).
Embora o Brasil seja modelo em direitos de proteção e inclusão de pessoas com deficiência, com avanços significativos nos últimos tempos, o Poder Público ainda se mostra incapaz de implementar políticas públicas suficientemente essenciais para o atendimento mínimo indispensável para os indivíduos acometidos pelo autismo para que possam ter uma vida digna. Isso quer dizer que na maioria das vezes não são efetivadas ou são prestadas de maneira precária (Costa; Fernandes, 2018).
E como consequência a esse enfrentamento tardio, a construção da política pública brasileira voltada para os autistas na atualidade se constitui como resultado da ação de grupos distintos na busca por solucionar este problema (Oliveira et al., 2017). Embora o número de casos de autismo tenha aumentado, o assunto ainda é pouco discutido e na literatura poucos estudos contemplam protocolos eficientes para uma assistência qualificada voltada a essas pessoas (Barbosa; Nunes, 2019).
Nesse sentido, durante uma consulta de enfermagem é importante acompanhar o crescimento e o desenvolvimento da criança, levando em conta as queixas dos pais, ter um olhar clínico e saber orientar a família corretamente, considerando que dependendo do grau da doença, o diagnóstico correto, um tratamento adequado e a ajuda de uma equipe multiprofissional, o paciente poderá ter qualidade de vida melhor. Logo, o papel do enfermeiro para as famílias e para a pessoa autista é fundamental não somente por conta de um diagnóstico prévio, mas para oferecer assistência digna diante dos transtornos e das dificuldades emocionais vividas pelas famílias (Cavalcante; Alves; Alves, 2016).
Diante deste contexto questiona-se: Quais são os cuidados da enfermagem à crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista?
Assim, a atuação do profissional de enfermagem se estende para além, e contempla uma perspectiva de atuar também na assistência aos pacientes com autismo. Por ter uma visão integral do ser humano e ser fundamentado teoricamente, é importante o enfermeiro desenvolver habilidades para perceber com facilidade os sinais que identificam o TEA e assim oferecer suporte, encorajamento e tranquilidade ao focar no bem estar do paciente, além de esclarecer dúvidas e incentivar o tratamento e o acompanhamento a esse indivíduo, buscando desta forma a evolução em seu prognóstico (Melo et al., 2016).
Para isso, é necessário enfatizar a relevância do enfermeiro atuar junto à criança com autismo e assistir o paciente adequadamente, para que assim o profissional de enfermagem tenha êxito na prestação da assistência. Logo, é primordial que a criança não se sinta ansiosa, humilhada, ameaçada, rejeitada ou ignorada. Por essa razão é fundamental existir uma preparação destes profissionais para conquistar a confiança da pessoa autista e sua família (Barbosa; Nunes, 2019).
Por esse motivo, é importante estabelecer um relacionamento entre o enfermeiro e o autista, ao considerar que na maioria das vezes haverá a dificuldade de expressão oral da criança. Portanto, cabe ao profissional de enfermagem o olhar cuidadoso, a escuta e prestação de suporte diferenciado. (Anjos, 2019).
Partindo dessa premissa, o objetivo geral do trabalho é realizar uma análise bibliométrica dos estudos científicos publicados sobre cuidados de enfermagem a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), identificando as principais tendências de pesquisa nessa área, Mapeando as publicações científicas mais relevantes relacionadas aos cuidados de enfermagem a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a fim de identificar os principais autores, periódicos e instituições envolvidas nesse campo.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Definição e características do TEA
O Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno de desenvolvimento que compromete geralmente crianças antes dos três anos de idade que tem como características o comportamento repetitivo e restrito, e o comprometimento de todo o desenvolvimento motor e psiconeurológico, dificultando a cognição, linguagem, comunicação e interação social da criança (Pinto, 2016).
Nesta perspectiva, é importante enfatizar, a relevância em o enfermeiro conhecer profundamente o TEA para que assim possa atuar junto à criança com autismo e assistir o paciente adequadamente (Barbosa; Nunes, 2019).
Sua etiologia ainda é desconhecida, entretanto, alguns fatores podem estar envolvidos no seu desenvolvimento como influências genéticas, vírus, toxinas, desordens metabólicas, intolerância imunológica, ou falha no desenvolvimento de estruturas e funções cerebrais (Pinto, 2016)
Estima-se que exista no mundo mais de 70 milhões de pessoas com autismo, sendo quatro vezes mais frequente em meninos. No Brasil, apesar da escassez de estudos epidemiológicos que possam melhor estimar os dados nacionais, constatou-se que existam mais de 2 milhões de brasileiros com autismo, sendo 120 a 200 mil menores de cinco anos e 400 a 600 mil com idade inferior a 20 anos. Porém, cabe ressaltar que esses dados não são precisos, pois a estimativa é que 90% das pessoas com TEA não tenham sua condição diagnosticada. No Ceará há uma controvérsia quando se fala em números, pois os dados existentes também não são precisos. (Falcão, 2017).
Os sinais possuem expressividade variável e geralmente iniciam-se antes dos três anos de idade. A criança com TEA apresenta uma tríade singular, a qual se caracteriza pela dificuldade e prejuízos qualitativos da comunicação verbal e não verbal, na interatividade social e na restrição do seu ciclo de atividades e interesses. Neste tipo de transtorno, podem também fazer parte da sintomatologia movimentos estereotipados e maneirismos, assim como padrão de inteligência variável e temperamento extremamente lábil. (Adams c et al.,2012).
Portanto, é uma situação que desencadeia alterações na vida familiar devido às necessidades de acompanhamento da criança para seu desenvolvimento. O diagnóstico de uma doença crônica no âmbito familiar, especialmente em se tratando de crianças, constitui uma situação de impacto, podendo repercutir na mudança da rotina diária, na readaptação de papéis e ocasionando efeitos diversos no âmbito ocupacional, financeiro e das relações familiares. Frente ao momento de revelação da doença ou síndrome crônica, a exemplo do TEA, a família comumente perpassa por uma sequência de estágios, a saber: impacto, negação, luto, enfoque externo e encerramento, às quais estão associadas a sentimentos difíceis e conflituosos. (Ebert M, Lorenzini E, Silva Ef. Trajetórias percorridas por mães de crianças com transtorno autístico. Biblioteca Lascasas. 2013;9(3):1-21)
1.2 Epidemiologia e prevalência do TEA
Os levantamentos epidemiológicos de autismo começaram a ser realizados em meados dos anos 1960, na Inglaterra, com a identificação do índice de prevalência de 4,5 em 10.000 crianças de oito a 10 anos (Lotter, 1966); e com Wing, que introduziu a noção de “espectro do autismo” e encontrou uma estimativa de 22 em 10.000 em seu estudo epidemiológico com crianças em educação especial em Camberwell (Wing; Gould, 1979). Na época em que o autismo foi reconhecido pela primeira vez (“autismo infantil”) no DSM-III, parecia raro, com uma taxa de 3 em 10.000 crianças em um dos primeiros estudos (Treffert, 1970), e estimado como algo maior, mas ainda raro, 7 em 10.000 crianças, em 1999 (Fombonne, 1999). Uma diferença marcante de gênero também foi observada: homens eram muito mais prováveis (três a cinco vezes) de apresentarem a condição (Fombonne, 1999)
Desde então, dados variáveis de diferentes países tornaram-se disponíveis, indicando uma prevalência muito maior da condição do que os primeiros estudos evidenciaram (Fombonne, 2003 a 2005, 2009; Fombonne; Quirke; Hagen, 2011). Na América do Norte, por exemplo, estudo dos CDC divulgado em 2012 apontou que, nos Estados Unidos, o autismo afetava, em média, 1 em cada 88 crianças (CDC, 2008).
Em 2014, apontou-se uma taxa crescente de prevalência para 1 em cada 59 crianças, ou seja, quase 2% dos nascidos então com oito anos de idade (Baio, 2018). No ano de 2018, 1 em cada 44 crianças (Matthew, 2021). Ainda nesse país, outros estudos apontaram a prevalência de 24,7% em crianças e adolescentes (Xu et al., 2018), enquanto na Itália, em comparação, o índice foi de 11,5% em crianças de sete a nove anos de idade (Narzisi et al., 2018).
No Canadá, a Agência de Saúde Pública do Sistema Nacional de Vigilância do Transtorno do Espectro Autista (NASS) relatou uma prevalência combinada de TEA de 1,52% em crianças de cinco a 17 anos com base em dados de 2015 de seis províncias (Ofner et al., 2018).
No Irã, um estudo realizado com mais de 1,3 milhões de crianças de cinco anos apontou a prevalência média de 6,2 em cada 10.000. Esse achado é menor do que os relatados por alguns países ocidentais, o que, segundo os autores, pode ter ocorrido devido à faixa etária mais jovem incluída e eventualmente aspectos da cultura iraniana (Samadi; Mahmoodizadeh; McConkey, 2012).
No Brasil, não há estudo de prevalência do TEA que tenha avaliado uma amostra representativa da população – apenas um estudo-piloto realizado na cidade paulista de Atibaia, tendo sido encontrada uma prevalência de 0,3% (Paula et. al, 2011).
Devido à prevalência substancial do TEA na população e ao seu aparente aumento nos últimos anos, esse transtorno tem sido alvo de investigações. A literatura agrega estudos de prevalência ao redor do mundo, mas são encontradas apenas três metanálises: a primeira estimou a prevalência global de 7,1 por 10.000 em se tratando de autismo típico e de 20,0 por 10.000 quando englobadas todas as nomenclaturas do DSM-IV (Williams, 2006).
A segunda, por sua vez, estimou a prevalência combinada de autismo de 39,23 por 10.000 e a prevalência de autismo de 10,18 por 10.000 (Wang, 29 2018), e a terceira, mais recente, realizou uma revisão sistemática e metanálise na Ásia e encontrou uma prevalência de 0,36% (Qiu, 2019).
Há uma ampla variação na prevalência de TEA entre países. A prevalência estimada do autismo foi de 34 por 10.000 nos Estados Unidos (Yeargin-Allsopp, 2003), por exemplo, e de 99 por 10.000 no Reino Unido (Baron-Cohen, 2009). Uma revisão de 23 estudos descobriu que a prevalência estimada de TEA nos países da Ásia e seus territórios (China, Japão, Israel, Irã, Taiwan e Indonésia) variou de 1,1 a 21,8 por 10.000 (Sun, 2010).
1.3 Cuidados de enfermagem para crianças e adolescentes com TEA
Segundo Hopf, Madren e Santianni (2016) abordar crianças com TEA exige do profissional de saúde habilidades, conhecimento e estratégia de cuidado individualizado, visto que o manejo e as ações requerem desde uma intervenção farmacológica à atenção multiprofissional que respeite e vise a integralidade da pessoa, ajustando-se, ainda, ao grau do transtorno. Dessa maneira, no que diz respeito a equipe de Enfermagem no atendimento à criança com TEA, observa-se que as discussões acerca do autismo vêm crescendo de maneira significativa e, por isso, tanto os profissionais da enfermagem quanto os especialistas estão se familiarizando às nomenclaturas e/ou definições, permitindo assim uma assistência melhor (Oliveira, 2019).
Sena, Reinalde, Silva e Sobreira (2015) corroboram com os autores Mapelli et al.(2018) e Nascimento et al. (2018) destacando que o profissional enfermeiro pode colaborar de forma positiva para o diagnóstico e acompanhamento do TEA, através de observações comportamentais de crianças, mediante a consulta para analisar o crescimento e o desenvolvimento, como, também, podem auxiliar os progenitores dando apoio e os informando quanto aos desafios e procedimento assistenciais que os mesmos utilizarão no processo de cuidar da criança com autismo. Na assistência de enfermagem à criança com TEA, deve estar inserido no plano terapêutico, a construção de sua autonomia e autocuidado perante toda sua vida.
Oliveira (2019) relata que através da estimulação do autocuidado na criança com TEA, pode-se diminuir os problemas relacionados à interação e comunicação identificados nesse transtorno, também interferindo de forma efetiva e positiva em todo o desenvolvimento da criança com autismo.
Halpin (2016) e Bekhet (2015), destacam, ainda, que os enfermeiros, como colaboradores, são imprescindíveis no incentivo aos pais com relação à criação de estratégias de enfrentamento como a resiliência, a cognição positiva e formas de aumentar o bem-estar, de modo a que eles possam experimentar uma melhor saúde e, assim, sentirem-se mais capazes para lidar com os desafios de cuidar de uma criança com TEA.
Sobre o cuidado com a criança com autismo os autores Magalhães et al. (2019) e Halpin (2016), afirmam que é fundamental a utilização da visão holística pelo enfermeiro, de modo a garantir uma assistência singular a esses pacientes. Ainda afirmam Barbosa e Nunes (2017) que o cuidar em enfermagem deve considerar cada criança autista única nas suas mais variadas vertentes e, também, ponderar as peculiaridades da criança, sendo atribuição do enfermeiro prestar esclarecimentos à família, assim como estar atento às considerações da família quanto ao desenvolvimento do mesmo, criando, assim, vínculo e interação, a fim de atingir maior eficácia no tratamento e garantir maior segurança aos pais e à criança.
1.4 Intervenções de enfermagem no TEA
Nesse contexto, o acompanhamento especializado, dentre eles o de enfermagem, configura-se como alternativa viável para prever as necessidades básicas e para minimizar os impactos da doença. Esse acompanhamento, expressa a necessidade da formação de uma rede de apoio e suporte social, bem como de intervenções favoráveis à promoção do autocuidado, redução do estresse e manutenção do bem-estar (Mota M, 2019)
Desse modo, o enfermeiro assume um papel relevante no processo de cuidar e na execução de ações sistematizadas, integrais e individualizadas apoiadas na compreensão dos diagnósticos e das intervenções de enfermagem, para estruturação do cuidado em elementos de qualidade, segurança e efetividade. Além disso, essas condições permitem otimizar o processo de trabalho e gerar resultados otimizados em saúde (Viegas LM,2018)
Assim sendo, a utilização de teorias, como a de Dorothea Orem, pode subsidiar a assistência de enfermagem. Esta teoria é dividida em três categorias: autocuidado, déficit do autocuidado e sistemas de enfermagem. O autocuidado é a execução ou a realização de atividades práticas, por parte dos indivíduos, em benefício próprio, visando a manutenção da vida, da saúde e do bem-estar. O déficit do autocuidado ocorre quando há incapacidade ou limitação, por parte dos indivíduos, para promoção do autocuidado contínuo e eficaz, necessitando de agentes do autocuidado, como os enfermeiros. Os sistemas de enfermagem compreendem a enfermagem como uma ação humana, pois estes são sistemas de ação concebidos e produzidos por enfermeiros por meio do exercício da sua prática com pessoas que apresentam limitações de autocuidado (Hartweg DL,2018).
2. METODOLOGIA
Para construção da metodologia foram utilizados alguns procedimentos importantes para atingir o objetivo proposto. O levantamento de informações através de pesquisas bibliográficas e documentais, utilizando-se de uma abordagem quantitativa e qualitativa.
Foi adotado o método da bibliometria para mensurar a produção científica de autores que publicassem sobre o transtorno do espectro autista e a relação com a enfermagem, através da base da Pubmed, pois indexa uma vasta gama de revistas científicas de renome na área da saúde, garantindo que a pesquisa tenha acesso a publicações relevantes e de alta qualidade sobre os tópicos de interesse, como enfermagem e TEA em crianças e adolescentes.
Tabela 1 – Palavras-chave utilizadas para a busca na base da Pubmed.
Nª | PALAVRAS – CHAVE | TRADUÇÃO PARA O INGLÊS | STRING | RESULTADOS |
1 | enfermagem | nursing | Enfermagem | 13.975 |
2 | autista | autism | Enfermagem AND | 2 |
3 | cuidados | care | Autista | |
4 | crianças | children | Enfermagem AND autista OR cuidados | 8.634 |
5 | adolescentes | Enfermagem AND autista OR cuidados AND adolescentes | 107 |
Foram utilizadas a combinação das palavras-chave, “enfermagem”, “transtorno do espectro autista”, “cuidados”, “crianças” e “adolescentes e operadores booleanos “and”, “or” e “not”, para construção da string e busca de dados na base da pubmed.
Serão adotados como critérios de inclusão na busca de resultados: artigos relacionados à enfermagem e cuidados prestados a crianças e adolescentes com TEA; artigos publicados em revistas científicas indexadas na base de dados PubMed e artigos disponíveis na íntegra.
E como critérios de exclusão: artigos que não estejam relacionados aos temas de enfermagem, TEA, cuidados, crianças e adolescentes e artigos não disponíveis na íntegra.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram identificadas 107 publicações na base da Pubmed, sendo o primeiro artigo publicado no ano de 1999, com uma escala temporal até o ano de 2023, mostrando uma distribuição irregular das publicações durante o período (Figura 1).
Em 2023, observa-se um notável aumento, com 15 artigos, diminuindo um interesse contemporâneo e uma possível expansão do conhecimento na área. O ano de 2022 apresenta uma quantidade reduzida de publicações, indicando uma possível lacuna ou uma fase incipiente de investigação nesse período específico. Nos anos anteriores, de 2021 a 1999, a variação na quantidade de artigos evidencia uma consistência na produção científica, com um aumento notável a partir de 2008. Este ponto marca um período de crescente atenção aos cuidados de enfermagem relacionados ao TEA.
Figura 1 – Análise temporal das publicações em anos na base da PubMed.
O ano de 2019 destaca-se como um pico de publicações, diminuindo um possível foco intensificado nesse período. Por outro lado, anos com baixa publicação, como 2003, 2001 e 2000, sugerem áreas menos exploradas ou períodos de menor ênfase na pesquisa.
Globalmente, a tendência é de crescimento gradual, revelando uma conscientização progressiva e importância atribuída aos cuidados de enfermagem para crianças e adolescentes com TEA. Recomenda-se uma análise mais detalhada do conteúdo dos artigos, explorando temas específicos, metodologias predominantes e possíveis lacunas. Além disso, a investigação das áreas com menor produção científica pode direcionar pesquisas futuras, enquanto a exploração de colaborações entre autores e instituições pode enriquecer a compreensão das dinâmicas dessa área de estudo. Essa análise fornece uma base sólida para compreender as tendências atuais e identificar promessas promissoras para pesquisas futuras em cuidados de enfermagem a crianças e adolescentes com TEA.
Levando em consideração como critério de inclusão, artigos publicados somente no ano de 2023, foram mapeadas 15 publicações, que serviram como levantamento na extração do título do autor, objetivos e metodologia utilizada, conforme quadro 1.
Ano de publicação | Título da publicação | Autores | Objetivo do artigo | Metodologia aplicada |
2023 | Sintomas funcionais de constipação e métodos de alimentação complementar: um ensaio clínico randomizado | Renata Oliveira Neves, Leandro Meirelles Nunes, Larissa de Oliveira Silveira, Marcela Reckziegel Lima, Paula Ruffoni Moreira, Juliana Rombaldi Bernardi | O objetivo do estudo foi investigar o impacto de diferentes métodos de alimentação complementar na prevalência de sintomas de constipação funcional em lactentes aos 12 meses de idade. | Os dados foram resumidos em frequências absolutas e percentuais e comparados por meio do teste do χ. |
2023 | Reconhecer o racismo para construir cuidados abrangentes, equitativos e universais de forma eficaz | Paula Gaudenzi, Adriana Miranda de Castro, Andreia Chagas. | Este número temático parte da compreensão de que é urgente incorporar de forma vigorosa a análise sobre o racismo no campo da Saúde Coletiva – fortemente marcado pela noção de saúde como direito social, cidadania e dignidade da pessoa humana – uma vez que o racismo é um importante fator de violação de direitos e de produção de iniquidades. Pensar a subjetividade racializada e o cuidado em saúde às pessoas negras é a espinha dorsal do número temático aqui proposto, entendendo que o cuidado não se restringe às práticas formais de assistência à saúde, mas também incorpora todas as formas criativas de estar no mundo que produzem uma vida bem vivida. | Reconhecer que o racismo impacta o acesso às políticas públicas, os processos de subjetivação, de adoecimento e morte, os itinerários terapêuticos e as relações de cuidado, para citar alguns aspectos, é fundamental para melhorar a produção de saúde no Brasil, para que o ideário do SUS seja experimentado no cotidiano de seus usuários e trabalhadores, para que a Saúde Coletiva seja mais plural em suas referências, metodologias e reflexões. Reconhecer que o racismo se faz presente nas relações que se estabelecem na Saúde Coletiva e no SUS é vislumbrar a possibilidade de desconstruí-lo de maneira consistente e sustentável já que o antirracismo é um percurso a se fazer, não um lugar a alcançar. |
2022 | Cuidados com o câncer em adolescentes: o que mudou na Espanha na última década? | Carmem Garrido Colino, Maitane Andión Catalão, Antonio Molinés Honrubia, Maria José Ortega Acosta, Mirian García Abos ,Antonio Juan Ribelles, José Manuel Vagace Valero. | O objetivo deste inquérito nacional foi traçar a situação atual e avaliar se as estratégias implementadas resultaram em mudanças na prestação de cuidados. | Foi submetido a todos os hospitais da Espanha com unidade de hematologia e oncologia pediátrica. Realizamos uma análise descritiva dos resultados. |
2022 | Resultados funcionais a longo prazo de crianças após doenças críticas: um estudo de coorte | VC Dannenberg, Rovedder PME, PRA Carvalho. | Avaliar os resultados funcionais das crianças um ano após a doença crítica e identificar quais fatores influenciaram esses resultados funcionais. | O desenvolvimento de novas morbidades após cuidados intensivos pediátricos tornou-se o foco da avaliação dos resultados dos cuidados intensivos pediátricos ao longo dos anos |
2023 | Transgressões e concessões de cuidado: práticas de resistência em internações pediátricas de longa duração | Anita Silva Paez, Roberta Falcão Tanab, Elisa Maria de Brito Gomes, Marina Castinheiras Diuana, Martha Cristina Nunes Moreira. | Analisamos estas situações, que aqui denominamos como transgressões e concessões, para discutir aspectos importantes das microrrelações e cultura nas cenas de cuidado. Sobressaem-se mecanismos de resistência, em um esforço para suplantar ou reparar um ambiente muitas vezes identificado como desumanizador. | Para esta pesquisa, foram mobilizados aqueles que se organizam em torno do eixo pediátrico da atenção, tendo participado trabalhadores de diferentes categorias e inserções, inclusive aposentados. |
2023 | Confiabilidade da ultrassonografia na avaliação da espessura muscular em crianças gravemente enfermas | Jéssica Knisspell de Oliveira, Camila Wohlgemuth Schaan, Cristiano Kohler Silva, Taila Cristina Piva, Ian Teixeira E Sousa, Francisco Bruno, Janice Luisa Lukrafka | O objetivo deste estudo foi avaliar a confiabilidade da medida ultrassonográfica da espessura muscular em crianças gravemente enfermas e comparar as avaliações feitas por um especialista com aquelas feitas por ultrassonografistas inexperientes. | Avaliamos a confiabilidade intra e interavaliadores por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e da análise do gráfico de Bland-Altman. |
2023 | Toxicidade sistêmica grave após aplicação de lidocaína tópica | Piotr Z Szalaty Zachoszcza, Vanessa Arias Constanti, Carmina Guitart Pardellans, Claudia Casas Cascante, Lidia Martínez-Sánchez | Assim como ocorreu em alguns casos anteriores, o pico de concentração sérica não ultrapassou o limite superior da faixa terapêutica, o que sugere que este pode não ser um intervalo de referência adequado para administração tópica de lidocaína em crianças. Outro aspecto a levar em consideração é a variabilidade nas respostas aos medicamentos e na suscetibilidade aos medicamentos e potencial toxicidade devido, por exemplo, aos quase cinquenta polimorfismos conhecidos do citocromo CYP450 3A4, que está envolvido no metabolismo hepático dos medicamentos. Quanto à potencial toxicidade dos excipientes , os envolvidos no caso apresentado (propilenoglicol, álcool benzílico e lecitina de soja) podem causar reações cutâneas ou alérgicas, mas não explicam o quadro clínico do paciente. | Quando se trata de intoxicação por lidocaína ou outros anestésicos locais, o uso de ILE está indicado no caso de toxicidade com risco de vida que não responde aos cuidados de suporte. Por último, devem ser envidados esforços para prevenir este tipo de intoxicações. As famílias devem ser informadas sobre o risco de toxicidade sistêmica associada ao uso incorreto desses medicamentos, receber a dosagem por escrito e avisar para nunca exceder a dose máxima recomendada |
2023 | Calendário de vacinação para adolescentes. Consenso da AEV, CAV-AEP e SEMA | Francisco José Álvarez García, Ana Maria Grande Tejada, Ignácio Güemes Heras, Antônio Iofrío de Arce, Fernando Moraga Llop, Félix Notario Herreros, Jaime Jesús Pérez Martín, Pepe Serrano Marchueto, José Valdés Rodríguez. | O documento analisa o calendário dos adolescentes no contexto da política de vacinação como um todo. Contempla as vacinas a serem incluídas no calendário vacinal de adolescentes saudáveis: contra a doença meningocócica invasiva (tetravalente ACWY e B), contra o papilomavírus humano (que deve ser de gênero neutro), contra a coqueluche, contra a gripe e contra o SARS-CoV-2 (em indivíduos não vacinados e grupos de risco). | Este documento analisa o calendário vacinal para uma faixa etária específica, os adolescentes, sem nunca perder de vista a perspectiva global da vacinação que vem sendo apresentada desde 2019 no recomendado “Cronograma Compartilhado de Imunização para a Vida” do Conselho Interterritorial da Nacional. |
2022 | Transtornos do espectro do autismo: visão dos estudantes dos cursos de medicina e enfermagem de uma universidade pública | Maria das Graças Monte Mello Taveira, Divanise Suruagy Correia, Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho, Cláudio Torres de Miranda. | Este estudo descreve a visão sobre estigma em relação ao Transtorno do Espectro Autista entre estudantes dos cursos medicina e enfermagem. Estudo transversal, qualitativo, dados coletados por meio de dois grupos focais, um com estudantes de medicina, outro com enfermagem, de uma universidade pública, em Alagoas. | Trata-se de um estudo observacional, de abordagem qualitativa, realizado por meio de dois grupos focais com estudantes de medicina e enfermagem em universidade pública de Alagoas. Participaram da pesquisa 16 estudantes, sendo dez alunos do curso de medicina e seis alunos do curso de enfermagem. Foram criados nomes fictícios para apresentar as falas dos estudantes, visando o anonimato |
2022 | Análise estratégica do cuidado às malformações congênitas: proposta de abordagem e desenvolvimento de caminhos de cuidado | Luciane Binsfeld, Maria Auxiliadora de Souza Mendes Gomes, Rosana Kuschnir. | A análise estratégica mostrou-se adequada e permitiu identificar grupos de casos que demandam um conjunto homogêneo de atividades assistenciais e o cuidado em serviços de saúde com perfil assistencial similar. Tal proposta pode contribuir também para o planejamento regional e a organização da rede de atenção a outros problemas e condições complexas de saúde que demandam a articulação de serviços especializados e de alta densidade tecnológica. | Trata-se de um estudo exploratório, no campo do planejamento e organização dos serviços de saúde, que compõem uma pesquisa maior, denominada “Planejamento e programação das redes de atenção à saúde: organização da atenção às malformações congênitas”. |
2023 | O cuidado a crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental na intersecção entre gênero e raça | Luciane Régio, Sônia Barros, Caroline Ballan, Carla Aguiar, Bruna de Paula Cândido, Márcia Aparecida Ferreira de Oliveira | Caracterizar o perfil sociofamiliar de crianças e adolescentes de cor negra com problemas de saúde mental e descrever interseccionalmente quem assume a responsabilidade pelo seu cuidado | Estudo descritivo e exploratório com abordagem quantitativa, desenvolvido no Centro de Atenção Psicossocial Infantil e Adolescente da região Norte do município de São Paulo. Os dados foram coletados de 47 familiares de crianças e adolescentes de cor negra, por meio de roteiro com variáveis pré-definidas e submetidas à análise estatística |
2022 | Aspectos das avaliações cognitivas e da ressonância magnética espectroscópica em pessoas com hepatite C crônica: uma revisão sistemática | Tatyana Lins Carvalho, Alessandra Cintia Mertens Brainer de Queiroz Lima, Noemi Salazar de Araújo, Matheus Santos de Sousa Fernandes, Gabriela Barza Lira, Marcela Maria Medeiros de Melo, Luydson Richardson Silva Vasconcelos, Patrícia Muniz Mendes Freire de Moura, Carolina da Cunha Correia | O objetivo desta revisão sistemática foi analisar estudos envolvendo ressonância magnética espectroscópica em pessoas infectadas pelo HCV, que também incluíram testes cognitivos. | A pesquisa ocorreu em seis bases de dados (Directory of Open Access Journals, Lilacs, Medcaribe, Medline, Scielo e ScienceDirect) e a seleção dos estudos foi realizada em duas etapas: busca por títulos e resumos, seguida de leitura dos artigos completos, excluídos aqueles que não atendiam aos critérios de elegibilidade. Foram selecionados 12.888 títulos e resumos, mas apenas 6 artigos foram incluídos na revisão. |
2022 | Irritabilidade grave em prematuro grave: um caso de delirium na unidade de terapia intensiva neonatal | Lucas Hirano Arruda Moraes, Vanessa Lisbethe Bezerra Maropo, Ivete Zoboli, Mário Cícero Falcão, Werther Brunow de Carvalho. | Este relato de caso teve como objetivo avaliar a presença desse distúrbio nesse grupo de pacientes e identificar as dificuldades encontradas no diagnóstico e tratamento. | O recém-nascido apresentou intensa irritabilidade, tendo recebido altas doses de fentanil, dexmedetomidina, clonidina, cetamina, fenitoína e metadona, sem controle dos sintomas. Foi então feito diagnóstico de delirium e iniciado tratamento com quetiapina, com reversão completa dos sintomas. Este é o primeiro caso relatado no Brasil e o primeiro que descreve a suspensão da quetiapina. |
2022 | Tipo de parto e resposta à dor em recém-nascidos a termo após administração de vitamina K: avaliação pelas escalas COMFORT Behavior e Neonatal Facial Coding System | Ester Angélica Luiz Ferreira, Cristina Ortiz Sobrinho Valete, Damaris Souza Nassif 3, Guilherme Antonio Moreira de Barros. | Avaliar a dor em recém-nascidos é desafiador, pois eles não a verbalizam, e o uso de escalas validadas tem sido recomendado. Dentre elas, a escala Neonatal Facial Coding System (NFCS) foi desenvolvida em 1987, por Grunau et al., 2 e foi validada para recém-nascidos a termo e prematuros. A NFCS é uma das escalas unidimensionais mais estudadas nesta população. A escala multidimensional de comportamento COMFORT (COMFORT b) deriva da escala COMFORT e também foi validada para uso em recém-nascidos. | Foi realizado um estudo observacional com abordagem quantitativa por instrumentos para avaliar a dor em recém-nascidos logo após o parto vaginal ou cesariana, antes e após a administração intramuscular (IM) de vitamina K. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Botucatu. Doutor em Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) pelo CAAE 48553015.3.0000.5411. |
Dos trabalhos mapeados, pode-se identificar que a metodologias abordada neles foram: pesquisas descritiva e exploratório com abordagem quantitativa, como frequências absolutas e comparados por meio do teste do χ, utilizando os métodos biográficos, estudo observacional com abordagem quantitativa, apresentando aos pesquisados que existem diversos tipos de pesquisas, e ainda nos mostra sobre a necessidade de apreender os diversos temas abordados. Não só o conhecimento biológico, mas também as formas de como lidar no cotidiano, visando a possibilidade de diminuir os medos, dificuldades de relacionamentos e tratamentos, trabalhando em grupos.
Muitas das vezes a falta de informação potencializam atitudes discriminatórias e preconceituosas e dificulta o processo de aprendizagem voltado para saúde mental, o enfermeiro precisa de de informações sobre o tema durante a graduação, nas mais diversas formas utilizando as formas mais acessíveis a eles como: seminários, disciplinas eletivas, roda de conversa, diálogo com pais e cuidadores de pessoas com TEA, fazendo com que ele possa diferenciar e compreender o que é um transtorno e a possível ausência deste. Só com muitas formações e informações de qualidades poderemos combater o estigma pertinente à saúde da mental.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi apresentado, os profissionais de enfermagem têm um papel importante na assistência do paciente com Transtorno do Espectro Autista, que vem sucedendo, inúmeras crianças nos últimos anos. Além disto, no desenvolvimento do estudo, podemos notar que o diagnóstico precoce favorece a implantação de um plano de cuidado adequado.
O estudo provocou uma reflexão do qual o autista não é um indivíduo portador de uma doença que limita a capacidade de interagir socialmente, mas, sim, alguém que vive em seu próprio “mundo”.
Perante o que foi apresentado, a assistência e cuidado à pessoa com TEA exigem, dentre outras coisas uma reestruturação familiar, por meio de ajuda profissional.
Globalmente é possível constatar a existência de poucas publicações sobre o assunto e ainda pouco conhecimento dos profissionais de saúde em detectar o autismo.
É muito importante que durante o acolhimento e abordagem, os cuidados de enfermagem, possa acompanhar o crescimento e o desenvolvimento da criança, bem como também avaliar a evolução e comportamento do adulto com TEA, ter um olhar diferenciado, clínico, sensível, e assim sabendo orientar a família, e podendo encaminhar a criança a um profissional especializado para que possa comprovar um diagnóstico precoce.
Visto que com o diagnóstico e tratamento adequado, assim com o acompanhamento de uma equipe qualificada, a pessoa com TEA poderá ter uma qualidade de vida melhor, podendo no futuro tornar uma pessoa mais dependente.
REFERÊNCIAS
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