PRIMARY CARE FOR CHILDREN WITH TYPE 1 DIABETES, IN THE FAMILY HEALTH STRATEGY: A BIBLIOGRAPHICAL REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202408291105
Inês Cardoso dos Santos1;
Naijara Maia Duarte1;
Rosângela Machado Lima1;
Duarte da Silva Lima2
Resumo
O Diabetes Mellitus 1 é uma doença genética crônica causada pela destruição das células beta pancreáticas, através do processo de imunidade, em que o próprio organismo forma anticorpos contra esse tipo de célula, resultando em deficiência de insulina. A doença é mais comum em crianças e adolescentes, e o Brasil ocupa atualmente o terceiro lugar no mundo em prevalência. A metodologia será baseada em uma abordagem exploratória baseada na literatura de natureza qualitativa. Os resultados foram relatos inseguros, impregnados de sofrimento, desafios e anotações que revelam centralidade da doença, acesso frágil, insegurança de pequena resolutividade na urgência/emergência configurando o vínculo superficial com apoio familiar insuficiente e fragmentado. A atenção especializada contou com confiança e vínculos e esforços para evitar outros serviços de saúde. Conclui-se que a atenção básica tem como prioridade ampliar a integração do cuidado com ações intersetoriais de participação social e cooperativa de redes de atenção para potencializar o acesso e a inclusão. Portanto, devem-se haver pactos políticos que traduzem impulsos financeiros para o acesso à saúde integral, propagação de redução de vulnerabilidades.
Palavras-chave: Enfermagem. Estratégia. Saúde da Família. Diabetes Tipo 1. Infância.
1 INTRODUÇÃO
Desde a década de 1960, as mudanças demográficas e epidemiológicas têm sido evidenciadas pelo envelhecimento da população, e pelo aumento das doenças crônicas degenerativas. Assim, a Diabetes Mellitus (DM) é um problema de saúde que afeta uma grande população deste público, sendo considerada uma epidemia que se espalha pelo mundo (RESENDO; FREITAS, 2012).
Ainda pode-se dizer que o Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) não tem cura, é considerado uma doença crônica autossômica, o que significa que pode ser tratado de forma a minimizar o risco de complicações agudas e crônicas e proporcionar cuidados com estilo de vida e hábitos saudáveis. O objetivo do tratamento é manter um controle adequado da glicemia, para o qual são recomendadas atividades físicas regulares, seguimento de dieta prescrita por profissional nutricionista e monitoramento da glicemia e quando indicado pelo profissional médico, deve-se administrar a insulinoterapia (ALVES, 2019).
O DM1 é uma doença genética crônica causada pela destruição das células beta pancreáticas, através do processo de imunidade, em que o próprio organismo forma anticorpos contra esse tipo de célula, resultando em deficiência de insulina (SBD, 2019). A doença é mais comum em crianças e adolescentes, e o Brasil ocupa atualmente o terceiro lugar no mundo em prevalência, com 51,5 mil crianças e adolescentes de 0 a 14 anos vivendo com a doença (IDF, 2019).
A DM1 é a forma mais prevalente de diabetes entre crianças e adolescentes. Por sua incidência e pelos agravantes decorrentes de sua condição crônica, é considerado um grave problema de saúde pública mundial (GOMES et al., 2019).
Globalmente, mais de um milhão de crianças e adolescentes são afetados pela DM1, com uma taxa de prevalência que aumenta em cerca de 3% ao ano entre crianças em idade pré-escolar. No Brasil, cinco a 10% da população possuem DM1, com incidência em torno de 7,6 por 100 mil habitantes em indivíduos com menos de 15 anos. Além da elevada frequência, o diagnóstico tardio constitui um grave problema, com consequências na infância e na adolescência. Por esta razão, nas campanhas que visam melhorar a conscientização das próprias pessoas acometidas, familiares, cuidadores, educadores, profissionais de saúde, governantes e a sociedade em geral, a condição de crianças e adolescentes com DM1 ganha destaque (FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE DIABETE, 2017).
Assim, evidencia-se a importância de uma abordagem multiprofissional no cuidado à criança e ao adolescente com DM1 e sua família. Ademais, o conhecimento e a compreensão de como os familiares cuidam de crianças e adolescentes com DM1 no cotidiano pode nortear as intervenções em saúde e potencializar o cuidado no âmbito domiciliar (CRUZ et al., 2017).
Segundo os autores Howe et al. (2012) apontam que dessas exigências de atenção às famílias, particularmente as mães cuidadoras, precisam incluir conhecimentos técnicos e científicos para subsidiar esses cuidados, bem como a composição dos alimentos, preparo e administração de medicamentos, sinais e sintomas de hipoglicemia, etc. Como resultados, as pesquisas mostram que mães de crianças com DM1 sentem-se impotentes diante do diagnóstico e despreparadas para lidar com a situação.
As complicações agudas e crônicas do Diabetes estão intimamente relacionadas aos hábitos de vida do paciente e à eficácia do tratamento para controlar os níveis de glicose no sangue. Os efeitos dos alimentos são particularmente relevantes para os hidratos d e carbono, razão pela qual, porque alguns países contaram com carboidratos há décadas europeias, têm sido cada vez mais adotados por nós como uma ferramenta essencial no tratamento do DM1 (BRAGA, 2014).
Freitas et al., (2021) destacam ser oportuno enfatizar que a participação da equipe multiprofissional gera resultados satisfatórios e, a assistência integral deve ser estendida a todos os membros da família, proporcionando conhecimentos que diminuam as dificuldades do ambiente familiar. Os profissionais são responsáveis por planejar e implementar estratégias que promovam o cuidado para que as Famílias e incentivar as crianças nesta fase. Portanto, esperamos que todos os membros da família da criança ouçam e sejam solidários, mas também observe atentamente seu comportamento e busque estratégias para melhorar sua qualidade de vida, torne o gerenciamento dos níveis de açúcar no sangue menos assustador, incentivando constantemente o autocuidado.
Assim se faz necessário planejar as intervenções de enfermagem é essencial para organizar os planos de cuidados e atender às necessidades dos pacientes com DM1 e seus familiares ou cuidadores. Cada usuário terá seu plano de atendimento personalizado, analisando dados das fases anteriores, para priorizar as principais queixas, dificuldades e características da criança e de sua família (VIEIRA et al., 2017).
É importante lembrar que todo plano de cuidado e seus resultados dependem do cumprimento do paciente e da família e, adicionalmente, os cuidadores devem manter monitoramento contínuo por meio de consultas de enfermagem. Dessa forma, os planos de cuidados podem ser avaliados e reajustados com base nas necessidades e acessibilidade do paciente (DIAS et al., 2021).
Braga (2014) destaca que para controlar o açúcar no sangue, dispomos de vários tratamentos, entre os quais inclui atividade física regular, dieta balanceada e tratamento de acompanhamento de equipe médica interdisciplinar na rede pública de saúde, sendo considerada as Unidades Básicas de Saúde (UBS), conforme o Programa de Saúde Família (PSF), a porta de entrada para pacientes com DM1.
O PSF, como estratégia de saúde, visa reorganizar as práticas básicas de saúde, priorizando ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde de forma integrada. É por meio deste exposto que se justifica que quanto maior for o acesso à informação quanto a prevenção e cuidado, melhor será os resultados na qualidade de vida, logo o presente estudo requer responder ao seguinte questionamento: como a Estratégia Saúde da Família (ESF), pode auxiliar a população em conscientização e remediação da Diabetes Mellitus tipo 1 na infância? A fim de obter esta resposta, a pesquisa objetivou verificar a relação entre Estratégia da Saúde da Família, a enfermagem e a família na prevenção e no cuidado da Diabete tipo 1, infância.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Desafios no Diagnóstico e Aceitação da Diabetes Mellitus tipo 1
Após o diagnóstico desta patologia, as famílias, bem como as crianças e adolescentes, são afetados por um sentimento avassalador de perda que pode ser comparado com o luto. Portanto, as perspectivas futuras estão sujeitas a alterações devido às condições de saúde. À luz do que aprenderam sobre a doença, tomaram decisões sobre suas vidas e as de suas famílias.
Diante disso, os primeiros sinais e sintomas do DM1 aparecem na infância, o que exige mudanças de hábitos baseadas no diagnóstico e conhecimento da doença. Devem ser promovidas mudanças diárias, como atividade física, mudanças na dieta, controle de açúcar no sangue e injeções de insulina.
Essas mudanças alteraram adaptação e incentivo ao autocuidado, dependendo da adaptação da criança e das mudanças na rotina familiar de controle da doença. Em relação ao tratamento de DM1, à qualidade de vida é muito afetada, o controle glicêmico é fundamental para evitar complicações agudas como cetoacidose e complicações crônicas como nefropatia e retinopatia diabética, além de reduzir a probabilidade de internação e o risco de morte.
Além disso, o monitoramento e administração rotineira de insulina é um desafio para pacientes com DM1, pois essas aplicações podem produzir dor, desconforto e insatisfação, impedindo a adesão adequada à insulina. Esses fatores podem tornar as crianças mais difíceis de aceitar o tratamento e resistentes à cirurgia. Levando em consideração a necessidade de mudanças no estilo de vida durante a infância e adolescência, é importante lidar com o misto de emoções, medo das possíveis complicações da doença, a não aceitação do diagnóstico e a omissão da doença para os amigos por receio de rejeição (QUEIROZ et al., 2016).
2.2 A percepção Familiar mediante a Diabetes Mellitus tipo 1
O apoio familiar é extremamente importante quando um familiar adolescente, pois proporciona apoio emocional, educacional e no dia a dia. Vale ressaltar que o diagnóstico de doenças crônicas não afeta apenas o próprio paciente, mas também afeta o ambiente familiar. Para crianças e adolescentes, o quadro se torna mais grave (SOUZA et al., 2020).
É importante ressaltar que pode ocorrer menor adesão ao tratamento quando os pacientes com DM1 e seus sintomas patológicos são considerados prioridade principal da família. Além disso, uma vez divulgado o DM1, mesmo que todo o ambiente familiar seja afetado, geralmente a mãe é quem tem maior responsabilidade, o que gera uma grande carga emocional. Ela se tornou uma pessoa responsável por compreender os sinais e sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia, a composição dos alimentos e o preparo e administração de insulina (OKIDO et al., 2017).
Além disso, passar tempo com familiares que possuem a doença, pode ser um uma forte base de apoio, pode ter um impacto positivo no tratamento e melhorar sua qualidade de vida, o que pode ser útil em momentos de crise e estresse. Além disso, um ambiente domiciliar bem estruturado proporciona sensação de segurança, fazendo com que os pacientes com DM1 aceitem melhor sua doença, o que pode impactar no seu autocuidado (PEDRINHO et al., 2021).
É importante que os pacientes, juntamente com suas famílias e profissionais de saúde, participem na gestão de sua doença. Portanto, uma abordagem multidisciplinar é necessária para ajudar esses indivíduos. Acolher os pacientes com DM1 e seus familiares pode difundir conhecimentos sobre a doença, orientar o cuidado prestado pelos profissionais de saúde e potencializar o cuidado domiciliar. Desse modo, faz-se necessária a educação em saúde voltada para os familiares, que estimule autocuidado dessas crianças (HERMES et al., 2018).
2.3 Influência da Educação em Saúde no Autocuidado de portadores da Diabetes Mellitus tipo 1
A Atenção Primária em Saúde (APS) é o primeiro contato que o paciente e o sistema de saúde que realiza a identificação dos novos casos de DM1 antes mesmo da piora do quadro clínico, sempre realizado por intermédio de sinais e sintomas característicos da doença e através da mensuração da glicemia capilar (WOLKERS et al., 2017).
Além de fortalecer e focar na especificidade da atenção primária à saúde, é necessário o acompanhamento das crianças com DM1 nas unidades básicas de saúde para evitar sobrecarga nos serviços de emergência. Vale ressaltar que este serviço permite as seguintes ações: promoção e prevenção da saúde, visitas domiciliares, identificação de possíveis riscos e consolidação das relações profissional-paciente (CAMARGO et al., 2021).
Ao considerarmos a educação em saúde, ela tem como objetivo mudar o comportamento e ensinar o indivíduo sobre a patologia. A equipe tem papel preventivo e adaptativo, permitindo que a criança e ao adolescente melhorem o autocuidado diário além de ganhar capacidade de aprender e gerenciar sua doença. Portanto, é de suma importância que realizem uma educação em saúde baseada nas necessidades dos pacientes e estimular a participação ativa dos pacientes com DM1 por meio do diálogo e do cuidado sistemático (VARGAS et al., 2020).
Além do mais, o enfermeiro pode ser inserido no autocuidado da criança que possui DM1 por meio de jogos e brinquedos terapêuticos possibilitando que esses pacientes consigam se expressar e ter um alívio do peso que a doença pode acabar se tornando. A melhor maneira de criar um vínculo com a criança é por meio de brincadeiras, que são capazes de criar uma afinidade no contexto enfermeiro, criança e família (PEDRINHO et al., 2021).
Com isso, é possível que o profissional tenha uma perspectiva pelo olhar da criança. O brinquedo terapêutico é uma forma lúdica de educar a criança para que ela possa aprender a verificar a glicemia e realizar o controle, e assim estimular a criança a encarar a doença. Além de ser informativo, também cessam os questionamentos e curiosidades, reduzindo o medo de realizarem os procedimentos (HERMES et al., 2021).
Diante disso, fica claro que essa abordagem pode ser positiva, pois assim as crianças e os adolescentes obtêm maior conhecimento sobre seu autocuidado e bem como o manejo da doença.
3 METODOLOGIA
Este artigo foi elaborado a partir de uma revisão bibliográfica de caráter exploratório com uma abordagem qualitativa, por meio das obras que tratem da relação entre os cuidados da atenção básica para crianças com Diabete.
O recorte temporal foi de artigos publicados nos últimos dez anos, encontrados em sites de bancos de dados tais como PubMed, SciELO, Google Acadêmico, a respeito do assunto. Logo, foram tomados como critérios para o artigo as obras que incluíssem palavras chave como: enfermagem, estratégia, saúde da família, Diabetes tipo 1, infância. Foi incluído artigos, publicados nos últimos 10 anos, originais, disponibilizados gratuitamente, na íntegra, em língua portuguesa, que tratam do tema pesquisado. E excluído da pesquisa os artigos com texto incompleto, disponíveis apenas os resumos, em outros idiomas e publicados antes de 2014, que não respondem ao tema proposto.
Os benefícios são de prestar maiores conhecimento na área em que se insere a comunidade científica. Ajudando no desenvolvimento de políticas públicas, sugerindo uma atenção maior por parte dos governantes nos atendimentos das necessidades da comunidade.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram realizados uma busca na base de dados científica PubMed, SciELO, Google Acadêmico, de artigos que responderam aos objetivos do presente artigo, sendo artigos em português, publicados nos últimos 10 anos e que estavam na integra.
Quadro 1. Distribuição de artigos de acordo com os autores, título, ano de publicação, conclusão.
AUTOR | TÍTULO | ANO | DESFECHO |
WOLKERS, Paula Carolina Bejo et al. | Atenção primária à criança com diabetes mellitus tipo 1: perspectiva de cuidadores | 2017 | Grande parte dos atributos da atenção primária à saúde apresentou escores considerados insatisfatórios, inclusive os escores Geral e Essencial. Foi encontrado maior vínculo com o serviço especializado (ambulatórios de endocrinologia pediátrica). Apesar dos escores Geral e Essencial não terem alcançado valores satisfatórios, os serviços especializados apresentaram melhores resultados que os serviços de atenção primária à saúde, mostrando, na percepção dos usuários, diferenças relevantes entre os serviços. |
WOLKERS, Paula Carolina Bejo et al. | Crianças com diabetes mellitus tipo 1: vulnerabilidade, cuidado e acesso à saúde | 2019 | sofrimentos, desafios e apontamentos mostram a centralidade na doença, o acesso frágil, pouco resolutivo, a insegurança nas situações de urgência e de emergência, o vínculo superficial com insuficiente amparo à família, e a fragmentação. A atenção especializada é caracterizada pela confiança, pelo vínculo e pelos esforços para evitar a utilização de outros serviços de saúde. |
MIRANDA, Andrine Rodrigues et al. | Assistência de enfermagem a crianças com diabetes mellitus tipo 1. | 2021 | Assim, percebe-se que o enfermeiro presta assistência não só a criança, mas a sua família, com o finco de ensinar sobre a diabetes mellitus I, buscando ensinar, tranquilizar e apresentando estratégias corretas para lidar com a doença. |
MACHADO, Thamires da Rosa et al. | A criança portadora de diabetes tipo 1: Implicações para enfermagem | 2021 | É possível minimizar a dor e ansiedade referente à patologia, orientando o familiar do portador da doença ou a própria criança, que há métodos de aderir aos cuidados de formas mais dinâmicas, tais como orientações aos cuidadores sobre alimentação saudável, prática de exercício físico, auto aplicação de insulina e o rodízio de aplicação. |
CARVALHO, Ana Paula Vieira; NEIVA, Luana Caldas; SOUZA, Milena Paes Ribeiro de. | Desafios no enfrentamento da diabetes mellitus tipo 1 em crianças e adolescentes: revisão de literatura | 2022 | O diagnóstico da DM1 nem sempre é facilmente aceito, visto que as crianças e os adolescentes enfrentam diversos desafios ao longo do processo, começando desde a dificuldade de receber o diagnóstico até os estereótipos que deverão ser enfrentados, desafios estes que podem atingir também o meio familiar. |
LOPES, Mislene Marques et al. | Assistência de enfermagem a crianças e jovens com diabetes tipo 1. | 2023 | A maioria das publicações destaca que o cuidado para crianças e jovens com DM1 deve ser cada vez mais centrado nos pacientes e cuidadores e trazem estratégias como: trazendo recursos como a utilização da tecnologia suprindo as necessidades especiais de crianças e jovens, o uso do brinquedo terapêutico é estimulado a serem realizado no ambiente quanto domiciliar como hospitalar, esse recurso faz com que pacientes e cuidadores criam vínculo garantindo um cuidado de qualidade. |
SILVA, Letícia Silva da. et al. | Atuação do enfermeiro no cuidado com crianças portadoras de Diabetes mellitus tipo 1 | 2024 | A atuação do enfermeiro, em relação aos cuidados em saúde, possibilita atua com estratégias em relação ao apoio emocional para a criança e a família, tornando mais leve a criança com DM1, conviver em rotina, porém com qualidade de vida e proporcionando o bem-estar. |
Fonte: Autoria Própria, 2024.
Nota-se que os resultados apresentam a resposta ao objetivo da importância da Estratégia Saúde da Família (ESF), em poder apresentar um meio de auxiliar a população em conscientização e remediação da Diabetes Mellitus tipo 1 na infância, com o intuito de obter maior êxito no tratamento e na abordagem a criança e adolescente e a família, assim as discussões destas pesquisas, descrevem a atuação do enfermeiro no controle da DM1 em crianças, apresentadas na literatura pelos autores. Diante deste contexto, os discussão que foram levantadas pelos autores tem o objetivo de constatar as informações e garantir a relevância deste estudo.
Miranda et al., (2021) destacam que a atuação da enfermagem deve seguir a recomendação da Lei 7.498/86, lei que regulamenta a profissão do enfermeiro. Em vista disso, o profissional da saúde, deve adotar medidas de orientação à criança e seus familiares, prestando assistência e informando sobre a importância do autocuidado na saúde de crianças com DM1, com intervenções e práticas preventivas clínicas.
Machado et al., (2021) apresenta a expressão CRIANES, recebe essa denominação para um conjunto de crianças que apresentam condições crônicas e requerem a demanda dos serviços de saúde com atendimento de diversos profissionais, incluindo o profissional de enfermagem no atendimento da demanda de cuidados, que no Brasil. No entanto, em crianças com DM1, os enfermeiros estão envolvidos nos cuidados habituais e apoio à família.
Segundo Silva et al., (2024) destacam que nesse ponto, a atuação da enfermagem, entende do quanto é complexo informar a criança sobre o seu quadro de DM1, os desafios que irar acompanhar a criança até sua fase adulta. Além disso, orientar a família, com informações sobre todos os fatores que vão interferir na vida da criança com DM1, como alterações físicas do crescimento, mudanças emocionais, alteração na puberdade, alteração na vida social e o manejo adequado da DM1, ainda assim, os elementos que venham a dificultar o autocuidado.
Para Wolkers et al. (2017) apresenta O serviço especializado foi apontado como fonte regular de atenção à saúde da criança com DM1 pela maioria dos participantes. A escolha de um serviço de média complexidade e densidade tecnológica como referência revela fragilidades das ações e serviços no âmbito da Atenção Primária de Saúde. Os valores de escores dos componentes Utilização e Acessibilidade demonstraram que os serviços de saúde do município em geral não foram reconhecidos pelos cuidadores como porta de entrada para a criança com DM1. O acesso à saúde mostra-se limitações, com dificuldades para marcação de consultas, tempo de espera expandido, acolhimento frágil e instabilidade no pronto atendimento das necessidades mais urgentes.
Vale enfatizar que a forma em que os familiares lidam com o diagnóstico pode influenciar positivamente ou negativamente sobre o adoecido, especialmente se tratando de crianças e adolescentes (CARVALHO; NEIVA; SOUZA, 2022).
Wolkers et al., (2019) indicam a necessidade de ampliar a integração dos cuidados, às ações intersetoriais, a participação social e a coordenação das redes de atenção, em busca de maior acesso e inclusão. Portanto, há implicações com esforços políticos e financeiros para avanços no acesso ao cuidado integral e redução de vulnerabilidades.
Por fim, é de suma importância que os profissionais de enfermagem que lidam com crianças e adolescentes com DM1, necessitam compreender as dificuldades que os seus responsáveis dos portadores da DM1 enfrentam, com intuito de que promovam atividades que os envolvam, com o intuito de empoderar os seus filhos quanto a sua independência e o autocuidado, também sendo como uma rede de apoio psicoemocional, a fim de que promovam o bem-estar no que tange aos cuidados de seus filhos.
4 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim podemos destacar que o diagnóstico da Diabetes Mellitus tipo 1 nem sempre é considerado fácil, tendo em vista que as crianças e os adolescentes enfrentam diversos desafios ao longo deste processo, inicialmente começando pelas dificuldades ao receberem o diagnóstico até os estereótipos que deverão enfrentar, estes desafios em sua maioria também podem atingir o meio familiar e por isso é necessário o apoio e o saber lidar do enfermeiro neste processo.
Destaca-se também que as mudanças nos hábitos de vida como a terapia nutricional, atividade física e a insulinoterapia são de extrema importância quando consideramos o controle metabólico das crianças e adolescentes com DM1.
Desse modo, a família dos portadores de DM1 possui um papel de suma importância no processo de aceitação, além do manejo e controle da doença. Geralmente, dentro do ambiente familiar o principal cuidador considerado pelos autores é a mãe, com isso gera-se uma grande sobrecarga bio psico emocional. Vale enfatizar que a forma em que os familiares lidam com o diagnóstico pode influenciar positivamente ou negativamente sobre o adoecido, especialmente se tratando de crianças e adolescentes.
Conclui-se que, a prática do autocuidado vem por meio do acompanhamento do enfermeiro no processo do cuidado na Atenção Primária, sendo considerado este um fator de suma importância no manejo da doença. Sendo importante salientar que o profissional deve estar apto para lidar com o atendimento com crianças e adolescentes, e bem como saber abordar os familiares, para que assim consigam alcançar uma maior qualidade de vida e melhorar o enfrentamento da doença.
REFERÊNCIAS
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1Discente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNAMA e-mail: cardosotete28@gmailcom;
1Discente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNAMA e-mail: naijarapvh@gmail.com;
1Discente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNAMA e-mail: rosafortes08@gmail.com;
2Docente do Curso Superior de Enfermagem Especialista em Anatomia Humana e Patologia Comparada. e-mail: duartbio@gmail.com