COVID-19: SAFETY PROTOCOLS AND IMPACT OF SOCIAL ISOLATION ON THE EDUCATIONAL, INDUSTRIAL AND COMMERCIAL SECTORS
COVID-19: PROTOCOLOS DE SEGURIDAD E IMPACTO DEL AISLAMIENTO SOCIAL EN LOS SECTORES EDUCATIVOS, INDUSTRIAL Y COMERCIAL
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501231344
Tatyana Vasconcelos Rodrigues Mclean1
Wagner Barros Teixeira2
RESUMO
O artigo intitulado -Covid-19: Protocolos de Segurança e Impacto do Isolamento Social nos Setores Educacional, Industrial e Comercial – explora as ações e recomendações dos órgãos de saúde na busca da contenção da propagação da Covid-19, analisando suas repercussões nos setores-chave da sociedade. Com a rápida evolução da doença para uma pandemia global, surgiram medidas de isolamento social e protocolos de segurança — como o fechamento de escolas e o uso de máscaras — que foram amplamente implementadas para reduzir a transmissão do vírus. No setor educacional, o fechamento das escolas e a adaptação para o ensino remoto afetaram profundamente a aprendizagem, expondo desigualdades e desafios de acesso à educação. No setor industrial, a necessidade de manter apenas atividades essenciais levou a proteção de ajustes, incluindo a redução de operações e adaptação dos protocolos de segurança, acelerando o uso de tecnologia e a automação em algumas áreas. Já o setor comercial, especialmente os pequenos negócios, sofreu com o fechamento físico e a transição para o comércio digital, impactando o emprego e a economia local. O artigo também discute a eficácia das medidas de segurança, baseadas em dados científicos, e reflete sobre as mudanças de comportamento e a acessibilidade da população. A conclusão sugere que a experiência com a Covid-19 trouxe aprendizados valiosos para o desenvolvimento de políticas de saúde pública e preparativos para crises sanitárias futuras.
Palavras-chave: Pandemia, Medidas Preventivas, Distanciamento Social, Educação Remota e Economia.
ABSTRACT
The article entitled -Covid-19: Safety Protocols and Impact of Social Isolation in the Educational, Industrial and Commercial Sectors – explores the actions and recommendations of health agencies in the search to contain the spread of Covid-19, analyzing its repercussions on key sectors of society. With the rapid evolution of the disease into a global pandemic, social isolation measures and safety protocols — such as school closures and the use of masks — have emerged that have been widely implemented to reduce the transmission of the virus. In the education sector, school closures and adaptation to remote learning have profoundly affected learning, exposing inequalities and challenges in accessing education. In the industrial sector, the need to maintain only essential activities has led to the protection of adjustments, including the reduction of operations and adaptation of safety protocols, accelerating the use of technology and automation in some areas. The commercial sector, especially small businesses, suffered from the physical closure and the transition to digital commerce, impacting employment and the local economy. The article also discusses the effectiveness of safety measures, based on scientific data, and reflects on changes in behavior and accessibility of the population. The conclusion suggests that the experience with Covid-19 brought valuable lessons for the development of public health policies and preparations for future health crises.
Keywords: Pandemic, Preventive Measures, Social Distancing, Remote Education and Economy.
RESUMEN
El artículo titulado -Covid-19: Protocolos de Seguridad e Impacto del Aislamiento Social en los Sectores Educativo, industrial y comercial- explora las acciones y recomendaciones de los organismos de salud en la búsqueda de contener la propagación del Covid-19, analizando sus repercusiones en sectores clave de la sociedad. Con la rápida evolución de la enfermedad a una pandemia mundial, han surgidos medidas de aislamiento social y protocolos de seguridad, como el cierre de escuelas y el uso de mascarillas, que se han implementado ampliamente para reducir la transmisión del virus. En el sector de la educación, el cierre de escuelas y la adaptación al aprendizaje a distancia han afectado profundamente al aprendizaje, exponiendo las desigualdades y los desafíos en el acceso a la educación. En el sector industrial, la necesidad de mantener solo las actividades esenciales ha llevado a la protección de ajustes, incluida la reducción de operaciones y la adaptación de protocolos de seguridad, acelerando el uso de la tecnología y la automatización en algunas áreas. El sector comercial, especialmente las pequeñas empresas, sufrieron el cierre físico y la transición al comercio digital, impactando en el empleo y la economía local. El artículo también discute la efectividad de las medidas de seguridad, basadas en datos científicos, y reflexiona sobre los cambios en el comportamiento y la accesibilidad de la población. La conclusión sugiere que la experiencia con la Covid-19 aportó lecciones valiosas para el desarrollo de políticas de salud pública y la preparación para futuras crisis sanitarias.
Palabras clave: Pandemia, medidas preventivas, distanciamiento social, educación a distancia y economía.
1 INTRODUÇÃO
O surgimento da Covid-19 no final de 2019 trouxe uma nova e grave ameaça à saúde pública, rapidamente se transformando em uma pandemia global. Originado como uma infecção respiratória altamente transmissível, o vírus causador da Covid-19 (SARS- CoV-2) se propagou em velocidade alarmante, solicitando respostas imediatas e coordenadas para conter seu avanço. À medida que o número de casos e óbitos aumentava, os sistemas de saúde se viam sobrecarregados, e a sociedade mundial enfrentava desafios sem precedentes.
Diante dessa crise, instituições de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde brasileiro, formularam diretrizes e protocolos rigorosos de segurança. As recomendações incluiram o isolamento social, a adoção do uso obrigatório de máscaras em ambientes públicos e a implementação de medidas de higiene constantes. O isolamento social, em particular, foi amplamente adotado como uma das estratégias principais para reduzir a transmissão do vírus, resultando no fechamento temporário de escolas, comércios e estabelecimentos comerciais, bem como na adoção de práticas de distanciamento em diversas atividades cotidianas.
Este artigo tem como objetivo discutir os efeitos e a eficácia dos protocolos de segurança adotados durante a pandemia. A análise inclui a implementação do isolamento social e suas consequências para os setores educacional, industrial e comercial. Explorar esses impactos permite refletir sobre a adaptação dos diversos setores às restrições, os desafios enfrentados e as lições que podem contribuir para a construção de políticas públicas mais eficazes em crises sanitárias futuras.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A Covid-19 e as recomendações dos órgãos de saúde sobre os protocolos de segurança e a necessidade de isolamento social da população em geral, como o fechamento de escolas e diversos setores como a indústria e o comércio estão evidenciados nesta seção.
As Diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendaram a partir de março de 2020 o fechamento de escolas e outros locais de encontro para mitigar as pandemias. No entanto, os fechamentos têm consequências sociais e econômicas significativas (BAUMAN, 2020).·
Durante o fechamento prolongado de escolas, o desenvolvimento educacional é interrompido, assim como o acesso a sistemas de alimentação e apoio social. O fechamento de empresas causa desemprego e prejuízos econômicos, que podem, por sua vez, prejudicar a saúde (CHEN et al., 2020).1
Em resposta ao COVID-19, cidades e estados interromperam as operações educacionais e comerciais sob pena de citações, multas e perda de licenças. Quase todos os estados fecharam ou limitaram a operação de bares, restaurantes, teatros, academias, shoppings e outros ambientes. Mais da metade dos estados fechou todos os negócios não essenciais, com exceções para cuidados de saúde, primeiras socorros, o setor de alimentos e agricultura e outras necessidades (DAVID, 2020).2
Os estados e localidades historicamente exerceram autoridade absoluta sobre as operações comerciais para proteger a saúde pública, incluindo licenciamento, redução de incômodo. Mas de onde vem tais medidas? Vem de muito longe, das antigas pestes como a peste negra na Europa da Idade Média, onde governos fecharam todas as atividades econômicas para evitar o contágio. Mas sempre houve resistência da população mais pobre e de alguns setores que recorriam à justiça (kibbin, 2020).3
Já em 1873, a Suprema Corte dos Estados Unidos manteve uma ordem para realocar matadouros privados rio abaixo de Nova Orleans, Louisiana, para mitigar surtos de cólera. Os tribunais rotineiramente apoiam ordens para diminuir os incômodos públicos, incluindo condições insalubres que se acredita que possam espalhar o contágio. Em 1986, por exemplo, um tribunal de Nova York, também nos Estados Unidos aprovou o fechamento de balneários para evitar a transmissão do HIV (vírus da AIDS) 4 (RAMOS. 2020).5
Devido à rápida disseminação do SARS-CoV-2, as autoridades de saúde do mundo inteiro têm poderes bem estabelecidos para ordenar o fechamento dos locais onde as pessoas se reúnem. Esse poder não pode, entretanto, ser exercido de maneiras arbitrárias ou irracionais. Além disso, os tribunais podem examinar atentamente as determinações de organizações privadas, cujas operações são centrais para o exercício de direitos constitucionais específicos (por exemplo, casas de culto, casas de eventos, atividades artísticas etc.), como sendo não essenciais (CHEN et al., 2020).
1 CHEN, P.; MAO, L.; NASSIS, G. P.; HARMER, P.; AINSWORTH, B. E.; LI, F. Coronavirus disease (COVID-19): The need to maintain regular physical activity while taking precautions. J Sport Health Sci. 2020; 9:103-4.
2 DAVID, L. COVID-19 e consentimento para a atividade sexual. The Lawyer’s Daily, 2020, Disponível em https://wwwthelawyersdailyca/articles/18720/covid-19-and-consent-to-sexual-activity-lawrence- david?Category = Opinion. Acesso em 26 de set de 2021.
3 KIBBIN, W. F. R. Os impactos macroeconômicos globais do COVID-19: sete cenários. Documento de trabalho da cama, [S.L.], 19/2020. Disponível Em: http://henryjenkins.org Acesso em 25 de set de 2021.
4 Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
5 RAMOS. S. L. Como o Brasil vem lidando com o coronavírus. Artigo, 2020. Financial Times, disponível em https://www.ft.com/content/cc1f650a-91c0-4e1f-b990-ee8ceb5339ea Acesso em 25 de set de 2021.
O poder federal para fechar negócios é concorrente como o poder dos estados e municípios no Brasil a prevenir a propagação interestadual de doenças. O presidente poderia, por exemplo, ordenar às transportadoras que limitassem as viagens entre estados e municípios. As restrições federais a empresas que operam totalmente dentro de um estado seriam difíceis de justificar; o poder federal de ordenar as leis de suspensão das restrições é ainda mais limitado. No entanto, é duvidoso que os tribunais mantenham sanções econômicas punitivas contra os estados pelo exercício razoável de seus poderes de polícia (DAVID, 2020).
A proibição de grandes reuniões é a pedra angular das estratégias de distanciamento físico em planos de pandemia. À medida que a comunidade SARS-CoV- 2 aumenta, os governos reforçaram as restrições de proibições iniciais em grupos e, eventualmente, proibições em grupos de qualquer tamanho (KIBBIN, 2020).
As proibições afetam congregações religiosas, entretenimento, reuniões de negócios e até reuniões políticas. Embora a Constituição Federal de 1988 proteja a liberdade de expressão, religião e reunião, as proibições do COVID-19 não isolam nenhum grupo ou censuram qualquer ideia (RAMOS. 2020).
O Supremo Tribunal Federal – STF frequentemente mantém restrições neutras em relação ao conteúdo quando justificado por um interesse público convincente. Recentemente, o STF decidiu que, como o SARS-CoV-2 pode se espalhar rapidamente quando as pessoas se congregam, a proibição de reuniões é um limite permissível para a liberdade de reunião determinada por estados e municípios com base na competência concorrente (BAUMAN, 2020).
Vários governos locais impuseram cortes noturnos para limitar as reuniões, especialmente nos estados onde os governadores relutam em impor ordens para ficar em casa. Os estados e localidades costumam emitir toques de recolher durante desastres naturais ou períodos de agitação civil. O tribunal mantém toques de recolher por tempo limitado em circunstâncias exigentes, a menos que esses toques de recolher sejam arbitrários ou discriminatórios (DAVID, 2020).
Mesmo que os parâmetros e métodos de fiscalização variem consideravelmente, os governadores e prefeitos direcionaram ou aconselharam a maioria da população a ficar em casa, com exceções limitadas para atender às necessidades essenciais (por exemplo, comprar alimentos ou reabastecer uma receita) e atividade física ao ar livre (por exemplo, caminhar ou correr) (KIBBIN, 2020).
Estudos de modelagem para COVID-19 sugerem que o distanciamento físico intensivo pode ajudar a manter o sistema de saúde. Os pedidos de permanência em casa obrigatórios de longo prazo, aplicáveis em uma grande área geográfica, não foram testados nos tribunais (RAMOS. 2020). 6
No Brasil, partindo de fevereiro do ano de 2020, a doença se mostrou extremamente hostil, tanto que em poucos dias o número de casos subiu de forma surreal, passando a dar início, inclusive, aos óbitos no país. Com isso, foi estipulado pelo Ministério da Saúde o modo gênese, isto é, o primórdio da fase de isolamento social, ocasionando em impactos consideráveis em variados setores do país, como, por exemplo, saúde, economia e educação. Nesse sentido, de acordo com Ismael Sanz, Jorge Sáinz González e Ana Capilla:
A Organização Mundial de Saúde, no passado dia 11 de março, elevou a emergência de saúde pública ocasionada pelo CODIV-19 para pandemia internacional. Até essa altura, muitos países já tinham começado a adotar medidas para tentar travar a propagação do vírus, entre elas o encerramento dos estabelecimentos de ensino. Uma iniciativa que demostrou os seus resultados no passado. O estudo dirigido por David Earn da Universidade McMaster, e publicado pela revista Annals on Internal Medicine, analisa a epidemia de gripe de 2009 na província canadiana de Alberta, mostrando que o encerramento das escolas reduz o contágio em 50% e foi vital para a superação da crise. Trata-se, portanto, de uma das muitas medidas extraordinárias que foi necessário adotar em consequência dessa grave crise sanitária para conter a progressão da doença e, dessa forma, contribuir para evitar o colapso dos nossos sistemas de saúde. Ainda que não seja nem remotamente comparável à epidemia de 2009, é necessário reconhecer que estas circunstâncias excecionais também põem à prova os nossos sistemas educativos que enfrentam o desafio de continuar a formação de milhões de estudantes confinados nos seus domicílios. (SANZ, GONZÁLEZ, CAPILLA, 2021, p.06)7
Por isso que, no que se refere à educação, o enfrentamento dos desafios está sendo pertinente, visto que professores e alunos precisaram se adequar a um novo estilo de ensino aprendizagem, trazendo à tona conjuntos de estresse, incertezas, dúvidas e medo de um futuro incerto.
6 RAMOS. S. L. Como o Brasil vem lidando com o coronavírus. Artigo, 2020. Financial Times, disponível em https://www.ft.com/content/cc1f650a-91c0-4e1f-b990-ee8ceb5339ea. Acesso em: 25 set. 2021.
7 SENHORAS, Elói Martins. Impactos da pandemia da covid-19 na educação. Anais VII CONEDU – Edição Online… Campina Grande: Realize Editora, 2020. Disponível em: <https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/68707>. Acesso em: 19 de out. 2021.
Outrossim, as pessoas passaram a temer aquilo que até aquele momento não compreendiam, reação humana natural inclusive, ademais, o medo que pairava sobre suas cabeças era um medo real e que de fato afetou a vida de milhares de pessoas. Por este motivo, analisando a exposição feita por Elói Martins Senhoras no que tange a esses impactos:
Conforme o monitoramento da situação das escolas no mundo, promovido pela UNESCO (2020), é possível observar que a difusão da pandemia da COVID- 19 criou amplas repercussões epidemiológicas no mundo, de modo que os países adotaram em sua grande maioria políticas de isolamento social vertical e horizontal, afetando assim o próprio funcionamento da educação lato sensu. A difusão da pandemia da COVID-19 gera impactos na educação de modo complexo à medida que há o transbordamento de efeitos de modo trans escalar no mundo, embora com assimetrias identificadas, tanto, pelas distintas experiências internacionais em cada país, quanto, pelas diferenciadas respostas intranacionais geradas entre o setor público e privado, bem como entre os diferentes níveis de educação (fundamental, básica e superior) (SENHORAS, 2020, p. 02-03)
Desse modo, no tocante à educação, observa-se que esse fato é analisado exclusivamente para os membros do ensino presencial, em virtude das exigências de uma necessidade imprescindível e imprevisível de alterar o modelo de ensino para uma aula inteiramente remota, partindo para uma maneira de lecionar inédita para a maior parte daqueles que cercavam os exercícios escolares e universitários.
Concomitante a isso, apesar de ainda não haver a possibilidade de se medir os verdadeiros impactos causados pela luta contra a Covid-19, é capaz de sentir seus efeitos primários no cotidiano dos educadores, quando foi exigido uma adequação no trabalho para suplantar os problemas do cenário atual. Conforme as observações feitas por Thais Bernardes acerca da negatividade causada pelo vírus na educação, entende-se que:
Os impactos negativos causados pela pandemia de Covid-19 na educação brasileira podem ser graves e duradouros, segundo relatório do Banco Mundial. Dois a cada três alunos brasileiros podem não aprender a ler adequadamente um texto simples aos 10 anos. Esta informação é de um estudo do Banco Mundial, divulgado na última semana, que analisou o impacto da Covid-19 na educação dos países da América Latina e Caribe. Segundo o relatório, 70% das crianças brasileiras podem não aprender a ler adequadamente. (BERNARDES, 2021)
Neste caso, segundo a Sociedade Brasileira de Computação (SBC), em seus representativos de desenvolvimento de profissionais que precisam ser desenvolvidos é a competência de apreender o conteúdo de maneira autônoma e contínua acerca das novas tecnologias, além de se adaptar a novos meios e ambientes de trabalho.
No Brasil, o uso dos mecanismos tecnológicos na educação básica ganhou poder com a pandemia vigente. Poder este que poderá acarretar repercussões complicadas para os diversos cruzamentos da educação brasileira. O primeiro ponto a ser ressaltado é a reflexão quanto ao termo de isolamento social intermediado pela utilização das tecnologias digitais. Dessa forma, segundo Vivian Martins e Joelma Almeida:
Vídeos, conferências on-line, mensagens, lives, áudios, imagens e sons, tudo junto e misturado. Professores, alunos e seus responsáveis, criando em tempo recorde táticas de sobrevivência a uma demanda de ensino, muitas vezes massivo e unidirecional, o chamado ensino remoto. Esse frenesi do ensino remoto que está sendo praticado, no nosso ponto de vista, equivocadamente por muitas escolas hoje em nosso país não é um problema do COVID-19. É problema de como muitos de nós temos entendido e praticado o funcionamento das escolas há bastante tempo. Observamos como demanda primordial nessas propostas remotas o foco no conteúdo a ser transmitido, com a gravação de videoaulas e envio de apostilas. Esse fato nos oferece pistas importantes sobre mudanças necessárias na educação brasileira (MARTINS, ALMEIDA, 20208).
Logo, percebe-se que houve várias táticas de comunicação, sendo intensas a todo instante. Os áudios, as mensagens de texto, as vídeos-chamadas, reuniões, lives, vídeo aulas, defesas de teses conduzidas mediante redes sociais, dentre outros, foram uma das táticas utilizadas para se adequar e minimizar o impacto causado.
É compreendido também que não houve uma preparação ou um planejamento prévio no que diz respeito a emergências nacionais ou globais, contudo, seguindo as ideias produzidas por Vivian Martins e Joelma Almeida, têm-se a seguinte reflexão:
Se houve ou não interesse e tempo hábil para um planejamento das ações para ensino e aprendizagem remotos para os tempos de quarentena em diferentes contextos educacionais, não sabemos. Uma de nossas preocupações é aligeiramento com que as propostas foram implementadas, a inclusão súbita das iniciativas privadas, com o acesso dos ambientes virtuais de aprendizagem e das interfaces de grandes corporações das telecomunicações, em detrimento dos softwares livres, por exemplo. Precisamos refletir sobre questões como: quando os serviços dessas empresas são gratuitos, nós (nossos dados) somos o produto e muitos desdobramentos podem ocorrer. Certamente podemos afirmar que a conjuntura atual expõe as maneiras e os sentidos que cada escola dá à educação. Ou seja, as diversas maneiras como as escolas brasileiras são concebidas estão demasiadamente expostas na rede (Idem, 2020).
Ademais, nota-se que esse novo meio pelo qual os educadores tiveram que se adequar vem deixando sua marca, tanto para o bem quanto para o mal. A marca deixada pelo bem é que, em muitas das vezes, é possível o encontro afetivo e ótimas atividades curriculares emergindo em alguns espaços, o estudo diário e encontros com colegas de turma. Já a marca deixada pelo mal, é devido ao fato de haver parâmetros acentuados, diminuindo o potencial da cibercultura no âmbito educacional, ocasionando em tédio, desmotivação, exaustão mental e física dos docentes e discentes.
8 MARTINS, Vivian; ALMEIDA, Joelma. Educação em tempos de pandemia. 2020. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/re-doc/article/download/: Acesso em: 17 de out. 2021
Dessa forma, a evolução tecnológica no âmbito educacional deve ser olhada sob uma visão de um novo método de ensino, fazendo com que seja possível a interação virtual dos professores com o assunto, ou seja, o estudante passa a exercer interação diversas quanto as ferramentas que tornam possível a utilização de seus esquemas mentais, partindo do emprego racional e entreposto da informação.
Uma nova doença coronavírus em 2019 (COVID-19) eclodiu inicialmente na China e se espalhou globalmente com tal velocidade e efeitos terríveis que a Organização Mundial da Saúde – OMS declarou uma emergência de saúde pública de interesse internacional em janeiro de 2020 (BAUMAN, 2020).
A COVID-19 ataca o sistema respiratório mais agressivamente do que outros coronavírus circulantes que causam doenças semelhantes ao resfriado comum e apresenta riscos de saúde pronunciados de muitos tipos porque ainda não há imunidade pré- existente ou tratamento comprovado. Um vírus transportado pelo ar, que se espalha facilmente por meio do contato humano e desencadeou um crescimento exponencial de casos, hospitalizações e mortes em todo o mundo. A extensão real do vírus só pode ser estimada porque o afetado pode ser contagioso durante longos períodos de incubação assintomáticos, com apenas sintomas leves de gripe (SABINO-SILVA et al., 2020).9
Como o coronavírus impacta quase todas as partes da vida pública e profissional, os cientistas sociais rapidamente se voltaram para coletar dados em tempo real sobre uma vasta gama de questões pandêmicas (KIBBIN, 2020).
Os efeitos do contato humano limitado, ansiedade de contração, desemprego e conflitos domésticos intensificados são apenas alguns tópicos de interesse para psicólogos e pesquisadores de saúde pública; economistas têm interrupções sem precedentes no emprego e nas cadeias de abastecimento e implicações de mercado relacionadas para resolver; e os cientistas políticos têm uma política pandêmica em que praticamente todas as posições do governo envolvem uma troca entre proteger a saúde pública e revigorar a economia – uma realidade apenas ampliada pela mídia (BAUMAN, 2020).
Problemas sociais com tema nacional tendem a convidar descrições rápidas de fenômenos e conclusões de pesquisas rápidas para soluções de criação. Um punhado de trabalhos empíricos, por exemplo, já relatou dados iniciais sobre os tópicos de crime e justiça do COVID-19, mas semelhantes para as realidades temporais da aprovação da
9 SABINO-SILVA, R.; JARDIM, A. C. G.; SIQUEIRA, W. L. Coronavírus COVID-19 impacts to dentistry and potential salivary diagnosis. Clin Oral Investig. 2020;24(4):1619-162116.
vacina, a pesquisa aplicada de alta qualidade leva tempo e, idealmente, emprega métodos mistos, o que significa coleta e análise de dados qualitativos e quantitativos, geralmente facilitada por meio de visitas ao local que, de acordo com o vírus, são em geral suspensas em geral e totalmente na detenção instalações (CHEN et al., 2020).
Isso não quer dizer que a pesquisa inicial está errada, necessariamente carece de rigor ou consequência, mas as explorações iniciais dos fenômenos nem sempre representam as realidades com precisão e são geralmente muito limitadas para fazer generalizações de políticas sólidas (SABINO-SILVA et al., 2020).
Na medida em que a pesquisa molda as posições e práticas políticas, é prudente avançar com cautela, em vez de investir pesadamente em estudos únicos, sem resultados replicados (CHEN et al., 2020).
A propagação violenta resultou em uma pandemia global contínua que, no momento da escrita, resultou em bem mais de dez milhões de casos e mais de 1 milhã de mortos mortes em todo o mundo, com mais de dois milhões de casos e quase 500.000 mortes no Brasil que certamente será consideravelmente maior com o tempo que este problema está em impressão (BAUMAN, 2020).
A capacidade do sistema de saúde do Brasil e, especialmente do Estado do Amazonas para responder à pandemia, a extensão dos testes e a transparência dos relatórios variam consideravelmente entre (e dentro) do país, de modo que os dados são mais aproximados do que exatos (CHEN et al., 2020).
O vírus é verdadeiramente mundial e pode persistir em várias ondas, com China, Itália, Irã, Índia, Reino Unido e, mais recentemente, Coreia do Sul e Rússia se juntando à lista encabeçada pelos Estados Unidos e pelo Brasil como as nações de maior incidência (RAMOS. 2020).
Desde a Influenza de 1918, o mundo nunca experimentou uma pandemia tão disseminada, então há apenas uma base de referência experiencial mínima para orientar uma resposta informada (KIBBIN, 2020).
Desta forma, as restrições de bloqueio causadas pela pandemia COVID-19 também impactaram a administração da justiça em todo o mundo. Diante da impossibilidade de contato humano, juízes e promotores tiveram que adiar as investigações e suspender as audiências e outras atividades relacionadas à justiça durante a pandemia (SABINO-SILVA et al., 2020).
Os dois principais conceitos focais da pandemia COVID-19 são contágio e contenção. Essas ideias inter-relacionadas postulam arenas de confirmação de caso e reação em torno do objetivo de minimizar o contágio e a propagação. Abrigo no local simboliza a resposta nacional de distanciamento social – um mandato universal de separação, para que todos fiquem em casa e proibição de agregação de mais de um determinado número de pessoas (mas variam entre e até dentro dos estados) – cancelando assim de eventos de entretenimento, fechamento de restaurantes, todos não essenciais, negócios e reuniões de todos os tipos (SABINO-SILVA et al., 2020).
Políticas de estadia em casa e fechamento de importantes partes da economia aumentaram o desemprego, o isolamento social e a competição para as necessidades básicas, ao mesmo tempo em que obriga o ensino em casa e locais de trabalho virtuais (CHEN et al., 2020).
Drasticamente a vida diária alterada devido a regras de vírus e aplicação de conformidade, variando de resposta ao desafio de ordens de permanência em casa e restrições em reuniões públicas, e punição para agressão a profissionais da área médica, geralmente por meio de tosse, cuspe ou espirro. Tudo estes promoveram respostas anômalas apresentando uma ampla gama de situações e consequências globais que levantam questões de pesquisa importantes sobre o indivíduo e efeitos programáticos. As medidas de contenção, então, são estratégias implementadas como ordenanças sociais projetadas para limitar a transmissão do vírus entre os indivíduos (RAMOS. 2020).
Existe, sem surpresa, uma grande variação nas formas em que diferentes países, estados e cidades abordaram a pandemia e os tipos de medidas de contenção que eles empregaram, e, em seguida, o momento e o tipo de alívio dessas medidas, pois os impactos dos vírus vão diminuído (KIBBIN, 2020).
A falta de uma estratégia nacional unificada contribui para o considerável momento na variação nos padrões de iniciação e crescimento da gravidade do vírus e das mortes no Brasil e em variações regionais na gravidade do vírus, mas sem dúvida resultou em medidas de contenção e seu alívio que variam enormemente de estado para estado e até mesmo dentro dos estados, pois eles e seus cidadãos variam em suas trocas entre recuperação econômica e aversão (BAUMAN, 2020).
Apesar das diferenças nas medidas de contenção, a resposta de cada jurisdição envolveu alguma combinação de restrições de viagem e controles de fronteira, requisitos de quarentena, isolamento social e requisitos de distanciamento, e o fechamento em grande escala de vários serviços, negócios e instalações educacionais (RAMOS, 2020).
Embora seja a principal preocupação do governo minimizar os impactos do COVID-19 na saúde, a atenção também se voltou para outros efeitos da pandemia.
Intervenções governamentais e regulatórias incluem rigorosas restrições de viagens domésticas e internacionais e agora uma série de estadias em casa em fases e mudanças nas regulamentações de distanciamento social (CHEN et al., 2020).
A escala dessa contenção deixou os criminologistas se perguntando qual o impacto que isso terá sobre vários tipos de crimes durante o restante do vírus e além. Embora o governo federal não tenha orientado recomendações de distanciamento social por meio de briefings semirregulares do Ministério da Saúde que tornaram públicos, o Supremo Tribunal Federal – STF definiu que Estados e cidades implementassem medidas sobre quando fechar e quando abrir diferentes locais de negócios, escolas e eventos públicos (SABINO-SILVA et al., 2020).
As escolhas de políticas podem estimular ou inibir o crime e, ao fazê-lo, irá gerar consequências intencionais e não intencionais, e esses efeitos em comparação com o crime pré-vírus devem ser um dos focos do futuro. Uma vez que o vírus não está apenas em andamento, atualmente atinge um pico em todos os Estados brasileiros, agora é certo que estará por aqui por algum tempo, acentuando assim a necessidade de orientação política empiricamente informada, bem como fornecer a oportunidade de desenvolver essa orientação (KIBBIN, 2020); (RAMOS. 2020).
A pandemia do novo coronavírus (COVID-9) alterou a dinâmica das escolas, que estão tendo que realizar atividades a distância desde meados de março. Essa mudança exigiu que educadores adaptassem sua rotina doméstica à nova forma de trabalho, o que nem sempre é fácil.
Muitas escolas, para evitar que os alunos sejam prejudicados, implementaram plataformas e estratégias de ensino a distância para que todos possam continuar estudando durante o período em que não podem sair de casa.
Entre os meios que estão sendo mais utilizados estão plataformas on-line desenvolvidas pelas próprias escolas ou compradas de empresas especializadas, aulas ao vivo em redes sociais, o Google Classroom, grupos de WhatsApp e alguns outros. Os professores precisaram reinventar sua forma de dar aula e lidar com outras dificuldades, como a tecnologia e, em alguns casos, o convívio familiar durante o expediente.
Outra situação desafiadora para professores e escolas neste momento é a cobrança de alguns pais pela falta de aulas. Alguns chegam a colocar a possibilidade de não fazer o pagamento das mensalidades escolares, alegando que as unidades não estão funcionando. Além da saúde, a economia também está sendo muito afetada no período da pandemia, e muitas famílias acabam passando por problemas financeiros. No entanto, a professora destaca a tristeza de ver que muitos pais não querem pagar a escola por essa justificativa, além de temer a redução salarial, caso isso ocorra.
Nesta pesquisa, refletiremos sobre os principais impactos que o coronavírus trouxe para a educação, benefícios e malefícios que impactaram o trabalho docente, quais os caminhos tiveram que percorrer, e alternativas tomadas pelas escolas e pelos professores para que o processo de ensino – aprendizagem pudesse continuar na zona rural do município de Manaus, especialmente nas escolas mais afastadas.
Também é relevante destacar os ensinamentos trazidos pela pandemia, com relação ao que os professores tiveram que aprender para ensinar, pois a vida é um eterno processo de aprendizagem, quando todos estavam em um certo nível de conhecimento, acomodados em seu lugar de conforto, veio a pandemia e nos surpreendeu de uma tal forma que tiveram que mudar o rumo das coisas, obrigando-os a ficar em casa, refletir no que é essencial, o que realmente importa, e aprender a dominar as tecnologias e outras coisas que agregam valor ao fazer diário.
Portas fechadas e alunos longe da sala de aula. Desde a Segunda Guerra Mundial, essa situação de fechamento de milhares de escolas em vários países não se repetia, mais uma vez mostrando todo o entusiasmo que devemos ter pelo ensino, e desta vez entre a educação e o coronavírus.
A relação indireta acendeu esse entusiasmo mediante a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a agência das Nações Unidas responsável pelo monitoramento e apoio à educação, comunicação e cultura mundiais, a pandemia COVID-19 afetou mais 1,5 bilhão de discentes em 188 países / regiões – aproximadamente 91% do número total de alunos em todo o mundo. Neste panorama assustador e preocupante, não só ao nível da saúde, mas também da aprendizagem das crianças e dos jovens, o impacto na educação é múltiplo.
Até agora, no Brasil, a resposta da saúde pública se aglutinou em torno de uma combinação de recomendações e ordens relacionadas à lavagem das mãos, uso de máscaras, distanciamento físico, isolamento daqueles diagnosticados como positivos, quarentena daqueles que podem ter sido expostos, restringindo o tamanho das reuniões sociais, fechando negócios não essenciais e espaços públicos, usando equipamento de proteção individual, teste de SARS-CoV-2 e rastreamento de contato (ROSSI, 2020).10
10 ROSSI, S. Homem no PEI preso por supostamente não se isolar após o diagnóstico de COVID-19. CBC News, 2020. Disponível em https://www.cbc.ca/news/canada/prince-edward-island/pei-covid-man- jailed-brudenell-1.5657398. Acesso em 26 de set de 2021.
Embora a natureza e a aplicação dessas medidas no Brasil não tenham, até o momento, representado um desafio tão extremo aos padrões de direitos humanos como foi observado em várias outras jurisdições, certas características da resposta levantam preocupações importantes (ROSSI, 2020).
Não se tem conhecimento de nenhuma jurisdição que tenha se voltado proativamente, por questão de política, a usar ou ameaçar acusações criminais para proibir e punir condutas percebidas como arriscando a transmissão de SARS-CoV-2 (DAVID 2020).
Ainda assim, houve sugestões para fazê-lo, em analogia à criminalização da não divulgação do HIV aos parceiros sexuais e, no momento da redação, de acordo com os termos constitucionais, mas até agora não houve acusações criminais para pessoas por ameaçar ou potencialmente expor outras pessoas ao SARS-CoV-2, principalmente por cuspir ou tossir em perto de outras pessoas (DAVID 2020)
Geralmente a sociedade tem uma visão bastante equivocada de direitos humanos. Para isso basta observar o comportamento desta mesma sociedade quando aparece alguma organização ligada à defesa dos direitos humanos defendendo sua aplicação na proteção dos direitos de alguns elementos, considerados bandidos, para que todos afirmem: “só existe direitos humanos para bandidos”; “onde estão os direitos humanos para os pais de família que sofreram algum tipo de violência oriundos destes bandidos?” (SILVA, 1989).11
Essa é uma visão totalmente equivocada dos direitos humanos, já que esses são por conceito, segundo Silva (1989, p. 513) “são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição”. Neste interim, os direitos humanos contemplam o direito à vida e à liberdade geral e irrestrita, o direito ao trabalho e à educação, entre outros.
Cristo não deixou nada escrito, de sorte que o conhecimento mais imediato em torno da sua personalidade se realiza através dos escritos dos seus discípulos. Sobre Cristo se têm testemunhas pagãs, além das testemunhas cristãs; estas são extras canônicas e canônicas. 12 Estas últimas, porém, são fundamentais e mais do que suficientes para explicar a mensagem de fraternidade, intitulada de amor ao próximo (Direitos Humanos) (FREMANN, 2015).
11 SILVA, J. A. da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Revistas dos Tribunais, 1989.
12 FREMAN, G. P. Os Estados Liberais podem controlar a migração indesejada? Uma questão de direitos humanos. Anais do americano Academia de Ciências Políticas e Sociais 534: 17-30, 2015.
Esse ensinamento, Cristo dirige a todos os seus seguidores, como condição necessária para a salvação afirmando – se alguém quer vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Entretanto, aos que aspiram à santidade, à plenitude da vida cristã, à perfeita imitação dele, impõe Cristo a renúncia total aos grandes bens do mundo: renúncia à riqueza, à família, à liberdade, para abraçar a pobreza, a castidade, a obediência. É esta a chamada via comum dos preceitos (FREMANN, 2015).
E realiza-se na clássica praxe cristã dos votos religiosos, sempre idêntica e imutável na substância embora variável nas aplicações concretas. É a mensagem do amor incondicional ao próximo (fraternidade). Nasce um novo modelo de sociedade inspirada e sustentada pelos valores do Evangelho e que encontra na Igreja o seu ideal-guia e o seu instrumento de atuação, já que se afirmar como uma sociedade baseada em relações de fraternidade e de civilidade, além da igualdade, e como motor de todo o processo de renovação da vida social. Mas é somente na Revolução Francesa e na Fundação dos Estados Unidos da América que os direitos humanos são incorporados ao ordenamento jurídico destes dois países, criando desta forma uma subordinação mundial aos direitos humanos (FREMANN, 2015).
Com as atrocidades das guerras, principalmente na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), houve a necessidade de se estabelecer os mecanismos fundamentais dos direitos das pessoas, surgindo daí vários organismos internacionais de defesa dos direitos humanos como foco principal nos direitos das denominadas minorias (FREMANN, 2015).
Os direitos humanos nasceram dentro do formalismo estatal, e surgiram para delimitar o poder do soberano com a Magna Carta de 1215 na Inglaterra – a carta de liberdade civil inglesa. Para Silveira (1996, p. 22): “a Magna Carta (1215) evidenciou pela primeira vez, de modo inequívoco, que nenhuma pessoa, por mais poderosa que fosse, estaria acima da lei, ao assegurar, em seu § 39, com as alterações da Carta de 1225, com regra absoluta a ser observada, o devido processo legal (due process of Law)” (STEINER, 2000).13
13 STEINER, S. H. de F. A Convenção Americana sobre Direitos Humanos e sua integração ao processo penal brasileiro. São Paulo: RT, 2000.
Com esse documento, uma discussão logo apareceu: os direitos fundamentais previstos na Carta, reconhecendo em forma contratual e particular, têm como titulares apenas as pessoas pertencentes à determinada classe: a nobreza. Até porque os ingleses daquele tempo não tinham ideia de uma lei para todos. Outros entediam que os dispositivos deveriam alcançar a todos, pois o capítulo 60 obrigava os barões a conferirem a seus homens os costumes e as liberdades que lhes haviam sido outorgados. Além disso, é de se recordar que o baronato nada teria conseguido sem a participação do povo (STEINER, 2000).
A Carta Magna, apesar da consagração dos privilégios feudais, teve decisivo papel no desenvolvimento das liberdades públicas inglesas. Interessa aqui o capítulo 39, que assim dispunha, segundo Pontes de Miranda (1990, p. 20) APUD Steiner (2000. p. 133): “Nenhum homem livre será detido ou preso ou tirado de sua terra ou posto fora da lei ou exilado ou, de qualquer outro modo destruído (arruinado), nem lhe imporemos nossa autoridade pela força ou enviaremos contra ele nossos agentes, senão pelo julgamento legal de seus pares ou pela Lei da Terra”. O respeito à Lei da Terra impunha uma garantia de lealdade muito mais vasta ou penetrante, subordinando a validade do julgamento à lei do país. Na verdade, a referência perlegem terra e é o antecedente histórico da expressão consagrada pelo direito norte-americano (SILVA, 1989).
Ano após ano a Magna Carta foi se consolidando na Inglaterra e, com as colônias Inglesas na América do Norte, firmam-se as convicções ideológicas de Sir Edward Coke, baseadas na supremacia da common Law contra o absolutismo do rei e do parlamento, conhecida como Declaração da Virgínia (SILVA, 1989).
Para Comparato (2010, p. 91-92):14 a “magna Carta constitui, na verdade, uma convenção passada entre o monarca e os barões feudais, pela qual se lhes reconheciam certos foros, isto é, privilégios especiais. Mais do que isso, porém, a Magna Carta deixa implícito pela primeira vez, na história política medieval, que o reio se acha naturalmente vinculado pelas próprias leis que edita”.
Mas, segundo Steiner (2000) o marco para a institucionalização dos direitos humanos nasce com a Declaração Francesa de 1789 em consonância com a Constituição dos Estados Unidos da América que a antecedeu. Esses dois (02) documentos são os marcos efetivos da moderna ideia de direitos humanos. Mas o movimento de mundialização dos direitos humanos é muito mais próximo, surgindo a partir do pós- guerra, como resposta às atrocidades e aos horrores cometidos durante o nazismo (STEINER, 2000).
14 COMPARATO, F. K. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. VII edição. São Paulo: Saraiva, 2010.
A Convenção Americana de Direitos Humanos foi assinada em San José, Costa Rica, em 1969, entrando em vigor em 1978, podendo de ela fazer parte somente Estados americanos. A exemplo dos demais instrumentos internacionais, prevê mecanismos de sujeição dos Estados infratores aos procedimentos judiciais internacionais, com graves repercussões para a imagem do país, passíveis inclusive de sanções econômicas. Em 8 de dezembro de 1998, o Brasil finalmente aceitou a jurisdição obrigatória da Corte Interamericana de Direitos Humanos (COMPARATO, 2010).
Se os estados têm ou não a capacidade de controlar verdadeiramente a migração, permanece que as políticas de fronteira temporárias são acompanhadas de vários desafios aos direitos humanos (SILVA, 1989).
O primeiro diz respeito ao asilo. As medidas destinadas a impedir a migração irregular têm consequências diretas no princípio do asilo, segundo o qual todos os seres humanos têm o direito de buscar proteção contra perseguição. A falta de canais de migração legal incita alguns migrantes econômicos a se apresentarem como requerentes de asylum, que, em um processo de autocuidado, lançam dúvidas sobre todos os refugiados e levam a medidas ainda mais restritivas (STEINER, 2000).
A confusão entre requerentes de asilo e migrantes econômicos leva não apenas a procedimentos infindáveis e incontroláveis para provar a existência de perseguição, mas também a abusos dos direitos humanos e sofrimento para refugiados genuínos e falsos (SILVA, 1989).
Além disso, as tentativas de controlar os fluxos migratórios antes de chegar aos países de destino afetam a capacidade dos refugiados de buscar asilo. Na Europa, por exemplo, os Estados discutem cada vez mais a possibilidade de levar refugiados a permanecer em países próximos à sua região de origem, em vez de considerar seu caso em solo europeu (CAMPOS, 2010).15
A relutância dos Estados em abordar a migração de uma perspectiva baseada em direitos é óbvio em sua atitude em relação à Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos dos Trabalhadores Migrantes: este tratado abrangente, adotado em 1990, fornece um amplo conjunto de respostas em direitos humanos aos desafios da migração, mas menos de quarenta estados o ratificaram e nenhum país de imigração ocidental o fez nesta data (DIAS, 2019).16 Assim sendo, pode-se dizer que muitas instituições de ensino foram afetadas, sendo elas urbanas ou rurais.
15 CAMPOS, P. A. de L. Direito a saúde no Brasil. São Paulo: Summus, 2010.
3 METODOLOGIA
A pesquisa foi realizda em três ecolas, fazendo parte de um estudo macro sobre os impactos da pandemia da covid 19 na educação do campo. As três escolas pesquisadas se localizam na zona rural do Municipio de Manaus, Estado do Amazonas, Brasil.
A primeira escola 1, se localiza no ramal Água Branca 1, Km 09 no Km 32 da Rodovia Am-010 que liga Manaus ao município de Itacoatiara, Estado do Amazonas, Brasil. Já a escola 2, se localiza comunidade Vila Nova, na Br 174 Km 21 – Ramal da Cooperativa – Vicinal Três Galhos, Manaus. Estado do Amazonas. E a escola 3, se localiza na Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora, Tarumã Açu, Manaus.
As Escolas rurais se caracterizam ao entendimento geral das áreas rurais; eles possuem essa condição por conta do pelo isolamento geográfico e pequeno tamanho da população. Todas as escolas são categorizadas em quatro: localidades, tamanho, densidade populacional e localização.
As três escolas se classificam como escola rural porque atendem essa classificação. Se localizam em comunidades de população diminuta e estão localizadas fora do centro urbano do município de Manaus, Estado do Amazonas, Brasil.
As comunidades onde se localizam as três escolas não deixam, portanto, de serem comunidades geográficas, mas não corresponde forçosamente aos limites administrativos do território de Manaus, Estado do Amazonas, Brasil, constitui um todo, onde aqueles que nela vivem têm muito em comum.
As três comunidades (Água Branca 1, Km 09 no Km 32 da Rodovia Am-010; Vila Nova, na Br 174 Km 21 – Ramal da Cooperativa – Vicinal Três Galhos; e a Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora, Tarumã Açu, Manaus. Elas não se constituem de uma relação social simples e primitiva, são complexas, uma vez que associa sentimentos e atitudes heterogêneos, e somente graças a um processo de socialização que, a rigor, nunca termina, aprende-se a participar de comunidades solidárias como ocorre nas três comunidades
16 DIAS, R. S. As implicações da imigração venezuelana sobre o trabalho dos agentes comunitários de saúde do município de Pacaraima. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Profissional em Saúde) – Escola Politécnica de Saúde “Joaquim Venâncio”, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.
3.1 ENFOQUE E OS TIPOS DE PESQUISA
O enfoque utilizado foi o misto qualiquantitativo. Segundo Chizzotti (2000, p. 79) “a abordagem qualitativa, parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito […]”. Podendo introduzir nos dados, qualidade, no que está sendo coletado. Sendo que foi desenvolvido nesta pesquisa o questionário com os professores via Google Forms.
Para que a pesquisa apontasse atitudes claras e conscientes dos entrevistados fez- se necessário a abordagem quantitativa. Conforme Gerhart e Silveira (2009, p. 103), na análise quantitativa “se pode propor uma descrição das principais representações que certos atores fazem em relação a determinado problema e das práticas que elaboram”. Cujos os dados foram coletados a partir do questionário, onde os resultados foram demonstrados por meio de gráficos e tabelas.
Os tipos de pesquisa se caracterizaram em pesquisa bibliográfica, com escopo descritivo e etnográfico. A pesquisa bibliográfica deu suporte e embasamento teórico para que fosse compreendido o objeto em estudo, e diante disso, fosse descrito os entendimentos do pesquisador. Com base nos preceitos de Silva (2003, p.60) a pesquisa bibliográfica “explica e discute um tema ou problema com base em referenciais teóricos já publicados em livros, revistas, periódicos, artigos científicos etc.”
Na medida em que foram sendo coletadas as bases teóricas aplicou-se a técnica descritiva, já que ela é “uma das características mais significativas das pesquisas descritivas, pois utiliza técnicas padronizadas de coletas de dados” (BEUREN e RAUPP, 2008, p.81). Assim como, foi feito um fichamento analítico de todas as bases teóricas colidas no decorrer da pesquisa.
Como contribuição no processo, foi utilizado também o método etnográfico, por ter como finalidade desvendar a realidade através de uma perspectiva cultural (SEGOVIA HERRERA, 1988). E, assim foi feito nas três escolas rurais da cidade de Manaus.
3.2 INSTRUMENTO E TÉCNICAS DE COLETAS DE DADOS
O instrumento utilizado foi o questionário, cujo mesmo se conceitua, segundo Gil (1999, p. 128):
como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.
Desse modo, o questionário aplicado aos professores retratou sobre os impactos da pandemia da COVID-19 na educação do campo: desafios enfrentados pelos professores no ensino remoto em 3 escolas municipais da zona rural da cidade de Manaus- Amazonas-Brasil no período de 2020 e 2021.
O questionário obtinha 2 partes, sendo que a primeira havia o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). A segunda parte foram às treze perguntas, sendo que elas foram criadas com base nas perguntas específicas, nos questionamentos de pesquisa.
A População são os professores da rede municipal de ensino das três escolas rurais que totalizam em 32 professores. A amostra foi aleatória simples com a oitiva de 15 professores. Apenas estes cumpriram os critérios, sendo que correspondeu a 46,87% da população estudada, sendo 5 de cada escola com 10 mulheres e 5 homens.
Certamente, foi de suma importância para o desenvolvimento e aplicação da pesquisa, desde a primeira conversa até a exploração dos recursos tecnológicos quando executados em suas aulas remotas como ferramenta pedagógica, se de fato eram inclusos na didática, demonstrando a real atenção aos alunados. Sendo que foi visto o quanto foi impactante para os docentes o ensino remoto em tempos de pandemia da Covid-19.
Desse modo, foi possível notar que a pesquisa teve uma amostra de estimar com precisão a população definida que foram os 15 professores, dos 32 no total. Assim sendo, foi percebido que qualquer pesquisa por amostra, para a qual se afirma está sendo feita mediante a uma estimativa relativamente precisa da distribuição de uma característica dentro de uma população, deve atender à redução de todas as quatro fontes de erro (DENZIN e LINCOLN, 2011).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com o fechamento das escolas e a necessidade de migrar rapidamente para o ensino remoto, os professores se depararam com uma série de desafios. Os resultados da pesquisa, com base em questionários e entrevistas com educadores, revelam as principais dificuldades enfrentadas por eles três durante a pandemia:
A adaptação do ensino ocasionou em uma transição rápida para o ensino remoto que muitos professores, especialmente aqueles com pouca familiaridade com tecnologia, aprenderam a utilizar plataformas digitais, ferramentas de videoconferência e métodos virtuais de interação com os alunos.
Sem treinamento prévio adequado e com uma infraestrutura tecnológica muitas vezes deficiente, os professores enfrentam dificuldades em planejar e aplicar aulas online de forma eficaz. A falta de apoio técnico e de orientação específica para adaptar o conteúdo ao formato digital foi um obstáculo significativo.
A desigualdade no acesso dos alunos ao ensino, foi outra dificuldade apontada, uma vez que a desigualdade de acesso dos alunos à internet e aos dispositivos tecnológicos, muitos professores afirmaram que parte de seus alunos não tinham acesso constante à internet, especialmente nas regiões mais vulneráveis, o que dificultava o acompanhamento regular das atividades e a participação nas aulas online.
Esse cenário não apenas limitou o alcance do ensino, mas também afetou a motivação e o engajamento dos alunos, sobrecarregando os professores na tentativa de manter todos os envolvidos no processo de aprendizagem.
A carga de trabalho e saúde mental, como exigência de novas habilidades, ocasiou que o aumento na carga de trabalho e a pressão para atender tanto às demandas escolares quanto às necessidades dos alunos geraram grande impacto na saúde mental dos professores.
Com as responsabilidades familiares e o desafio de preparar e combinar atividades de forma remota, muitos professores relatam aumento no estresse, esgotamento e falta de apoio psicológico institucional. Esse cenário ressaltou a necessidade de um suporte emocional e de uma estrutura que valorize e cuide da saúde mental dos profissionais de educação.
Foi perguntando aos professores (as) se eles usavam aplicativos ou qualquer ferramenta de TI em suas aulas antes da pandemia. Sendo que o objetivo dela foi verificar se havia o uso dessas ferramentas então mencionadas. O Gráfico 1 sintetiza as respostas: Como se pode observar, 80,00% dos entrevistados disseram que não usavam aplicativos ou qualquer outra ferramenta de TI; 13,33% disseram que às vezes usavam; e, apenas 6,67% dos entrevistados disse que usava. Nas justificativas para o não uso, ficou claro a questão da resistência.
GRÁFICO 1 – Uso de aplicativos ou ferramentas de TICs antes da pandemia
Fonte: Autora (2021)
Nos tempos atuais, em que grandes mudanças ocorrem rapidamente em todos os ambientes, novas tendências e mesmo descontinuidades estão tirando o sono de alguns dirigentes das organizações, sejam públicas ou privadas. Com certeza, a resistência ao novo e ao desconhecido tem instigado as pessoas a persistirem num enfoque sistemático e cada vez mais essencial. Segundo Fenichel (2000, p 19-20-1): “A tarefa da psicologia é reconstruir, com base em certas manifestações dadas, a constelação de forças que produziu aquelas. Por trás do quadro manifesto cabiante estão seus fundamentos dinâmicos, impulsos que lutam pela descarga e contraforças inibidoras.
A resistência pode ser conceituada como a contraposição imprimida pelo paciente a qualquer manifestação que possam indicar caminhos revelatórios de um conteúdo inconsciente, levando a uma medição de força na tentativa de criar mecanismo de oposição, mantendo, dessa forma a neurose, com objetivo claro de impedir a revelação que neurose ocasiona.
No entanto, tudo mudou quando a pandemia COVID-19 ocorreu, o vírus corona que inicialmente ocorreu em Wuhan, China, em dezembro de 2019, espalhou-se para vários países do mundo para que este resultado em atividades de vida anormais, todas as atividades de trabalho e estudo realizadas em casa e isso também se aplica a cidade de Manaus, Estado do Amazonas, Brasil. O sistema de aprendizagem que era originalmente cara a cara mudou para o ensino à distância que utiliza informações e tecnologia ou é chamado de aprendizagem online.
Outra questão direcionou-se para a opinião do (a) professor (a) se a aprendizagem online é muito ou pouco eficaz, bem como citar os principais obstáculos para a implementação da educação online na escola em que trabalha. Cujo objetivo se deu em destacar essas questões de maneira que seja compreensível.
Desse modo, foi detectado que não é diretamente proporcional à eficácia da aprendizagem online quando 73,33% dos professores entrevistados em três escolas rurais da cidade de Manaus, Estado do Amazonas, Brasil consideram que a aprendizagem online não é muito eficaz para ser aplicado no processo de aprendizagem (Gráfico 2).
GRÁFICO 2 – Respostas dos professores aos impactos ou benefícios do aprendizado online
Fonte: Pesquisa de campo (2021)
Quando que a ineficácia é causada por várias coisas, incluindo as restrições do professor na implementação da aprendizagem online, enquanto as restrições são apresentadas na tabela 1.
TABELA 1 – Obstáculos dos professores na implementação da aprendizagem online
Obstáculos | % |
Pouca disponibilidade das instalações | 46,67 |
Conexão com a Internet | 26,67 |
Ausência de cultura digital | 13,33 |
Educação online exige muito | 6,67 |
Dificuldade em medir o entendimento do aluno | 6,67 |
Fonte: Pesquisa de campo (2021)
Com base na tabela, os problemas encontrados na aprendizagem online que foram feitas podem ser agrupadas em 4, nomeadamente 1) disponibilidade de instalações, 2) uso de rede e internet, 3) planejamento, implementação e avaliação; 4) cultura digital. Uma vez que a aprendizagem online deve ser apoiada por instalações adequadas. O fato de 46,67% dos professores entrevistados pensarem que nem todos os alunos têm as ferramentas de comunicação para fazer aprendizagem online. Tornando-se o principal obstáculo encontrado na implementação de aprendizagem online no ensino fundamental da escola rural, além de adequado o acesso à rede de internet também é muito influente na implementação do aprendizado online.
Esses resultados mostram que, além das barreiras técnicas, os professores enfrentam desafios de ordem emocional e estrutural. As desigualdades sociais, evidenciadas pela dificuldade de acesso de muitos estudantes ao ensino remoto, ampliaram o hiato educacional, sobrecarregando os docentes que se viram obrigados a improvisar métodos e adaptar conteúdos em tempo real. A pandemia evidenciou, ainda, a necessidade de políticas públicas que valorizem a capacitação tecnológica e o apoio psicológico para os professores, especialmente em situações de crise.
A análise desses desafios destaca a importância de investir em uma infraestrutura educacional que seja resiliente e adaptável a cenários emergenciais. Além disso, expõe a necessidade de se criar políticas educacionais que ofereçam suporte técnico, emocional e pedagógico, preparando os educadores para enfrentar tanto as demandas do ensino tradicional quanto os novos modelos de ensino híbrido ou remoto que possam surgir.
5 CONCLUSÃO
A pandemia da Covid-19 trouxe desafios profundos para o setor educacional, destacando especialmente as dificuldades enfrentadas pelos professores na adaptação ao ensino remoto e no suporte aos alunos em um cenário de crise sanitária e social. Entre os principais obstáculos, destacam-se a falta de treinamento e infraestrutura tecnológica, a desigualdade de acesso dos alunos às ferramentas digitais e o impacto da sobrecarga emocional e profissional na saúde mental dos educadores.
Essas dificuldades evidenciam a importância de um investimento mais robusto em capacitação tecnológica e suporte psicológico para professores, preparando melhor o setor educacional para futuras crises.
A necessidade de políticas públicas que reduzam as desigualdades no acesso ao ensino, proporcionando condições igualitárias de aprendizagem, ficou ainda mais clara. Para que a educação seja resiliente e inclusiva, é fundamental que escolas, instituições e governos considerem essas lições e trabalhem juntos para criar um ambiente educacional mais preparado, justo e sustentável em situações adversárias.
A falta de preparação dos professores para atuar em home office durante a pandemia da Covid-19 destacou a carência de suporte e formação específica para o ensino a distância. Essa dificuldade, especialmente em relação ao domínio das ferramentas digitais, refletiu a ausência de políticas institucionais preparatórias para situações de crise. No entanto, diante desse cenário, muitos educadores buscaram por conta própria capacitações e cursos alternativos, demonstrando resiliência e compromisso com a continuidade da educação.
Esse esforço permitiu que os professores superassem, em parte, as limitações iniciais e aprimorassem a comunicação com os alunos, utilizando aplicativos de mensagens como principal ferramenta de interação. A experiência também evidenciou a importância de um suporte contínuo e de uma formação específica em metodologias digitais, para que o ensino remoto possa ocorrer de forma mais eficaz em eventuais emergências futuras.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos à UNIDA, Universidad de la Integración de las Américas, pela oportunidade da realização do estudo, assim como a SEMED, Secretaria Municipal de Educação por intermédio das três escolas participantes da pesquisa.
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1 Mestra em Cências da Educação- Universidad de la Integración de las Américas UNIDA-PY:
Endereço: Manaus-AM-BR
2 Doutor em Letras Neolatinas pela UFRJ, professor adjunto na Universidade Federal da Integração Latino-Americana e professor e pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Amazonas
Endereço: Manaus-Amazonas- Brasil E-mail: wagbarteixeira@hotmail.com