REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10210433
Novais, Kevin Soares2
Jesus, Josiene Andrade3
RESUMO
Esta pesquisa abordou a atuação dos enfermeiros em emergências hospitalares durante a pandemia de COVID-19 no contexto brasileiro. O problema central foi delineado por meio da seguinte pergunta: “Qual é o papel desempenhado pelos enfermeiros em situações de emergência hospitalar durante a pandemia de COVID-19 no Brasil?” O objetivo geral foi compreender a contribuição e a eficácia da atuação dos enfermeiros nesse cenário desafiador. Os objetivos específicos foram estruturados para: contextualizar a atuação por meio de casos clínicos durante a pandemia, evidenciando a proatividade e a abrangência dos enfermeiros; analisar o papel desempenhado por esses profissionais na linha de frente do combate à COVID-19, destacando como seu conhecimento teórico influenciou a superação da pandemia; sublinhar a importância do conhecimento teórico na realização de procedimentos terapêuticos, visando à otimização da recuperação do paciente; e explorar a mudança de paradigma em relação ao papel do enfermeiro, evidenciando sua autonomia, capacidade de planejamento, competência e busca por inovações, incluindo a implementação da sistematização de enfermagem. A metodologia adotada baseou-se em extensa pesquisa bibliográfica, com critérios claros de inclusão e exclusão. Bases de dados como Pubmed, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), e Scientific Electronic Library Online (SciELO), foram consultadas, utilizando uma estratégia de busca sistemática. A seleção dos artigos foi realizada mediante triagem inicial de títulos e resumos, seguida por uma análise minuciosa dos textos completos de acordo com os critérios estabelecidos. A extração e síntese de dados relevantes dos artigos incluídos possibilitaram uma análise crítica da literatura. Os resultados desta pesquisa revelaram a resiliência dos enfermeiros, destacando a correlação direta entre o conhecimento teórico e a liderança estratégica na linha de frente. A implementação da sistematização de enfermagem emergiu como uma prática transformadora. Em conclusão, este estudo reforça a importância vital dos enfermeiros em emergências hospitalares durante a pandemia, evidenciando sua capacidade adaptativa e contribuição significativa no enfrentamento da crise de saúde pública.
Palavras-chave: Enfermagem; Emergências hospitalares; COVID-19; Atuação profissional.
1. INTRODUÇÃO
A pandemia de COVID-19 impôs desafios significativos à saúde global, destacando a importância crítica do enfermeiro emergencista no manejo da síndrome respiratória associada à doença. Este estudo, buscou compreender de que maneira a preparação teórica desses profissionais influencia positivamente o manejo da síndrome respiratória e, consequentemente, a recuperação dos pacientes afetados.
Diante do cenário desafiador da pandemia, o problema investigado consistiu em compreender a relação entre a preparação teórica do enfermeiro emergencista e a eficácia no manejo da síndrome respiratória, visando melhorias na abordagem clínica e na recuperação dos pacientes. Como a preparação teórica do enfermeiro emergencista impacta positivamente o manejo da síndrome respiratória durante a COVID-19, contribuindo para a recuperação eficaz dos pacientes?
A relevância deste estudo já realizado reside na contribuição para o entendimento do papel crucial do enfermeiro emergencista durante a pandemia, proporcionando insights que podem orientar políticas de formação e prática, promovendo uma atuação mais eficiente em situações de emergência.
O objetivo geral desse trabalho, foi investigar sobre a preparação teórica do enfermeiro emergencista para o manejo da síndrome respiratória, destacando como essa preparação influencia positivamente a recuperação dos pacientes afetados pela COVID-19. Diante isso, contextualizar informações por meio de casos clínicos durante a pandemia, destacando a atuação proativa e abrangente dos profissionais de enfermagem na emergência, como analisar o papel desempenhado pela equipe de enfermagem na linha de frente do combate à COVID-19 e como seu conhecimento teórico contribuiu para a superação da pandemia e sublinhar a importância do conhecimento teórico do enfermeiro na realização de procedimentos terapêuticos e na compreensão das interações medicamentosas, visando à otimização da recuperação do paciente.
Explorar a mudança de paradigma em relação ao papel do enfermeiro, evidenciando sua autonomia, capacidade de planejamento, competência e busca por inovações, incluindo a implementação da sistematização de enfermagem.
O estudo utilizou uma abordagem qualitativa, empregando entrevistas com enfermeiros na frente da emergência, como atuantes durante a pandemia. A análise de conteúdo foi aplicada para extrair padrões relacionados à preparação teórica, práticas de manejo e impacto na recuperação dos pacientes.
Os resultados do estudo, apresentados de maneira detalhada, ofereceram insights sobre a preparação teórica do enfermeiro emergencista, suas práticas na linha de frente e evidências concretas de como essa preparação influenciou positivamente a recuperação dos pacientes com síndrome respiratória associada à COVID-19. Esses resultados têm potencial para informar estratégias futuras na formação e prática dos enfermeiros emergencista, contribuindo para uma resposta mais eficaz em emergências.
2. METODOLOGIA
A metodologia desempenhou um papel crucial na estruturação e condução desta pesquisa, fornecendo o roteiro necessário para explorar e resolver as questões propostas. No processo de definição dos critérios de inclusão e exclusão, estabeleceram-se parâmetros claros, como a pertinência ao tema da COVID-19, o foco na atuação do enfermeiro em ambientes hospitalares de emergência e a disponibilidade de dados dentro do período específico. Artigos duplicados, não alinhados ao tema ou carentes de dados relevantes foram meticulosamente excluídos.
A seleção da base de dados desdobrou-se em uma abordagem abrangente, consultando fontes diversas, tais como PubMed, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Essa diversificação visou assegurar representatividade e inclusividade na literatura científica disponível sobre o tema em análise.
A estratégia de busca foi delineada com precisão, envolvendo a combinação criteriosa das palavras-chave (COVID-19, enfermagem, emergência) e a aplicação de operadores para refinar os resultados. Essa busca foi conduzida de maneira sistemática, levando em conta nuances linguísticas e os termos específicos de cada base de dados.
Após a fase inicial de busca, procedeu-se à triagem dos artigos com base nos títulos e resumos. Os textos completos dos artigos selecionados foram, então, minuciosamente analisados à luz dos critérios previamente definidos, refinando ainda mais a seleção.
A etapa de extração e síntese de dados proporcionou a organização das informações relevantes dos artigos incluídos, abordando aspectos cruciais como a atuação do enfermeiro em contextos hospitalares de emergência durante a pandemia de COVID-19, bem como os desafios enfrentados e as estratégias adotadas.
A análise crítica da literatura representou o ápice metodológico, onde a qualidade metodológica dos estudos incluídos, a consistência dos resultados e a contribuição geral para a compreensão da atuação do enfermeiro em emergências hospitalares foram minuciosamente examinadas.
Os resultados da revisão bibliográfica sistemática, apresentados de forma organizada, revelaram padrões e tendências na literatura científica sobre a atuação do enfermeiro em ambientes hospitalares de emergência durante a pandemia de COVID-19. Esses resultados não apenas ofereceram uma visão abrangente e atualizada sobre o tema, mas também contribuíram significativamente para o entendimento da complexidade desse contexto, delineando caminhos para futuras pesquisas na área.
3. HISTÓRICO
3.1. BREVE HISTÓRICO MUNDIAL DA PANDÊMIA COVID-19
A pandemia de COVID-19, desencadeada pelo coronavírus SARS-CoV-2, apresentou um capítulo marcante na história recente da saúde global. Que iniciou em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, a disseminação do vírus ultrapassou fronteiras geográficas e transformou-se em um desafio global de proporções sem precedentes.
O primeiro alerta ocorreu quando um conjunto de casos de pneumonia de etiologia desconhecida foi reportado à Organização Mundial da Saúde (OMS) em 31 de dezembro de 2019. A rápida identificação do agente causador como um novo coronavírus marcou o início das ações coordenadas para entender e conter a propagação do vírus. (Brito LL 2020).
De acordo Castro (2021), a transmissão acelerada do SARS-CoV-2 resultou na declaração oficial de pandemia pela OMS em 11 de março de 2020. Esse marco refletiu a disseminação global do vírus e a necessidade de uma resposta coordenada e intensificada por parte da comunidade internacional.
Ao longo dos meses seguintes, países em todo o mundo implementaram medidas sem precedentes para conter a propagação do vírus, incluindo lockdowns, distanciamento social, e o estabelecimento de protocolos de saúde pública. As estratégias de contenção variaram amplamente, influenciadas pela dinâmica local da pandemia, capacidade de resposta do sistema de saúde e características demográficas. (Laurindo et al.,2021).
O desenvolvimento de vacinas emergiu como um ponto crucial na luta contra a COVID-19. Em um esforço colaborativo sem precedentes entre cientistas, governos e indústrias farmacêuticas, várias vacinas foram desenvolvidas e distribuídas em tempo recorde, representando uma virada significativa na trajetória da pandemia.
De acordo Marques (2020), contudo, desafios persistiram, incluindo desigualdades na distribuição global de vacinas, a evolução do vírus e a necessidade contínua de adaptação das estratégias de saúde pública. O breve histórico da pandemia COVID-19, até o momento, destaca não apenas os impactos diretos na saúde, mas também as complexidades sociais, econômicas e políticas intrinsecamente conectadas a esse fenômeno global.Parte superior do formulário
3.2. BREVE HISTÓRICO NACIONAL
No âmbito brasileiro, o advento da pandemia de COVID-19 introduziu uma série de desafios e transformações significativas. O Brasil, assim como o restante do mundo, foi impactado pela propagação acelerada do coronavírus SARS-CoV-2, dando início a uma complexa jornada de enfrentamento e adaptação.
Os primeiros registros da presença do vírus no país datam de fevereiro de 2020, quando casos importados foram identificados e posteriormente casos autóctones confirmados. A partir desse momento, o Brasil passou a vivenciar as diversas fases da pandemia, cada uma caracterizada por particularidades e implicações únicas. (Muraro et al., 2023).
A escalada dos casos levou a um aumento progressivo da pressão sobre o sistema de saúde. A insuficiência de leitos, a demanda por ventiladores mecânicos e a necessidade de EPIs tornaram-se desafios evidentes, destacando fragilidades estruturais e deficiências no planejamento para cenários de crise.
Segundo Neto et al. (2020), a divergência nas abordagens adotadas por diferentes estados e municípios refletiu as complexidades da gestão em meio à crise. Medidas como lockdowns, restrições de circulação e protocolos de distanciamento social foram implementadas de maneira heterogênea, refletindo as nuances regionais da pandemia.
Segundo Lima e Almeida (2021), a vacinação, quando iniciada, trouxe consigo uma esperança renovada, mas também desafios logísticos e estruturais. A distribuição desigual de vacinas entre as regiões do país e a necessidade de acelerar o ritmo de imunização tornaram-se pontos centrais nas estratégias de combate à pandemia.
A história da pandemia no Brasil também é marcada por debates intensos sobre políticas de saúde, comunicação de risco e o papel das instituições governamentais. Controvérsias em torno de tratamentos, divulgação de dados e orientações epidemiológicas geraram impactos na adesão da população às medidas de prevenção.
Nesse contexto, é crucial reconhecer não apenas os desafios enfrentados, mas também os esforços de profissionais de saúde, pesquisadores e demais envolvidos na linha de frente do combate à COVID-19. O histórico no âmbito brasileiro da pandemia reflete a necessidade contínua de avaliação crítica, aprendizado adaptativo e aprimoramento constante das estratégias de resposta diante de eventos de magnitude global. (Neves et al. 2020).
3.3. O IMPACTO DA PREPARAÇÃO DO ENFERMEIRO EMERGENCISTA NO MANEJO DA SÍNDROME RESPIRATÓRIA COVID-19 DURANTE A PANDEMIA
Durante a pandemia de COVID-19, o papel crucial desempenhado pelos enfermeiros emergencistas foi intensificado pela complexidade da síndrome respiratória associada ao novo coronavírus. A preparação teórica desses profissionais emergiu como um fator determinante no manejo eficaz desses casos, resultando em impactos significativos na prática clínica, todos os desafios específicos que foram superados e os resultados concretos alcançados.
De acordo Paulo et al (2022), a compreensão aprofundada da síndrome respiratória, adquirida por meio da formação teórica sólida, permitiu aos enfermeiros emergencistas uma abordagem mais precisa e personalizada. O conhecimento detalhado da fisiopatologia específica da COVID-19 capacitou esses profissionais a tomar decisões terapêuticas mais informadas, adaptando-se dinamicamente às evoluções nas diretrizes clínicas.
A tomada de decisão ágil e embasada em evidências foi fundamental durante a pandemia. Enfermeiros emergencistas, munidos do conhecimento teórico atualizado, conseguiram adaptar protocolos e estratégias terapêuticas em tempo real, otimizando o tratamento e minimizando os riscos.
Conforme Pontes et al. (2022), como também a sua atuação proativa durante emergências respiratórias foi evidenciada em casos clínicos específicos, nos quais enfermeiros emergencistas aplicaram seu conhecimento teórico de maneira rápida e eficaz. Essa abordagem baseada em evidências contribuiu para uma resposta mais ágil e eficiente diante das demandas críticas.
A autonomia profissional dos enfermeiros emergencistas foi aprimorada pela preparação teórica, permitindo-lhes tomar decisões independentes e liderar equipes de forma eficaz. O conhecimento teórico não apenas fundamentou a prática clínica, mas também incentivou a busca por inovações. A implementação bem-sucedida da sistematização de enfermagem foi um exemplo tangível desse impulso inovador, resultando em melhorias significativas nos processos de cuidado.
3.4. A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO TEÓRICO DO ENFERMEIRO NA REALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS E NA COMPREENSÃO DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS, VISANDO À OTIMIZAÇÃO DA RECUPERAÇÃO DO PACIENTE
No enfrentamento da pandemia de COVID-19, o conhecimento teórico do enfermeiro desempenha um papel crucial na realização de procedimentos terapêuticos e na compreensão das interações medicamentosas, visando otimizar a recuperação dos pacientes. Esse embasamento teórico não apenas fundamenta a prática clínica, mas também se traduz em ações específicas que influenciam diretamente a qualidade dos cuidados e a trajetória de recuperação dos indivíduos afetados pela doença.
A execução precisa de procedimentos terapêuticos, desde a administração de medicamentos até a implementação de técnicas específicas, é alicerçada no conhecimento teórico do enfermeiro. Essa base sólida assegura que cada intervenção seja conduzida de maneira segura, eficaz e alinhada com as melhores práticas clínicas, contribuindo para a efetividade do tratamento. (Santos et al., 2021).
A compreensão profunda das interações medicamentosas é um aspecto crucial para evitar potenciais complicações e garantir a eficácia dos tratamentos farmacológicos. Enfermeiros bem-informados podem antecipar possíveis reações adversas, ajustando planos de cuidado de acordo com as necessidades individuais de cada paciente, proporcionando uma abordagem personalizada e, assim, otimizando os resultados terapêuticos.
A personalização do cuidado ao paciente é uma consequência direta do conhecimento teórico, permitindo que os enfermeiros considerem não apenas a condição clínica específica de cada indivíduo, mas também fatores como comorbidades, histórico médico e outros medicamentos em uso. Essa abordagem individualizada é fundamental para uma resposta mais eficiente diante das complexidades apresentadas pela COVID-19. (Souza et al., 2020).
Além disso, a atuação embasada em conhecimentos teóricos contribui para a minimização de riscos relacionados a procedimentos e medicamentos. Ao compreenderem profundamente os princípios terapêuticos, os enfermeiros têm a capacidade de identificar potenciais situações de risco, implementando medidas preventivas e, assim, promovendo uma prática clínica mais segura.
A contribuição dos enfermeiros para equipes multidisciplinares é maximizada quando o conhecimento teórico é aplicado de maneira integrada. A capacidade de traduzir conceitos complexos em ações práticas fortalece a colaboração entre profissionais de saúde, resultando em estratégias de tratamento mais abrangentes e eficazes para a recuperação dos pacientes com COVID-19. (Thomas et al., 2020).
De acordo Ribeiro et al. (2022), por fim, a busca pela atualização contínua em face de desafios emergentes é uma característica intrínseca à aplicação do conhecimento teórico. Em um cenário pandêmico em constante evolução, os enfermeiros que se baseiam em uma sólida formação teórica demonstram adaptabilidade, estando prontos para assimilar novas informações e ajustar práticas em resposta a mudanças nas orientações clínicas.
Conforme Branco et al. (2020), assim, a importância do conhecimento teórico do enfermeiro transcende a esfera acadêmica, moldando diretamente a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes com COVID-19. Essa base sólida não apenas orienta a prática clínica, mas representa um elemento essencial na busca pela otimização da recuperação e na promoção da saúde em meio aos desafios impostos por esta pandemia global.
3.5. A MUDANÇA DE PARADIGMA EM RELAÇÃO AO PAPEL DO ENFERMEIRO, EVIDENCIANDO SUA AUTONOMIA, CAPACIDADE DE PLANEJAMENTO, COMPETÊNCIA E BUSCA POR INOVAÇÕES, INCLUINDO A IMPLEMENTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DE ENFERMAGEM.
Diante dos desafios impostos pela pandemia de COVID-19, observamos uma notável mudança de paradigma em relação ao papel do enfermeiro. Essa transformação vai além das funções tradicionais, evidenciando uma valorização crescente da autonomia, capacidade de planejamento, competência e busca por inovações por parte desses profissionais. Nesse contexto de adversidades, a implementação da sistematização de enfermagem emerge como um elemento crucial dessa reconfiguração.
A autonomia profissional dos enfermeiros tornou-se um elemento central na resposta à pandemia. Esses profissionais passaram a desempenhar um papel decisivo na formulação e implementação de protocolos de cuidados, muitas vezes tomando decisões rápidas e complexas no calor da emergência. Essa autonomia não apenas otimizou os processos de atendimento, mas também fortaleceu a posição do enfermeiro como agente ativo na linha de frente da assistência em saúde. (Daumas et al. 2020).
A capacidade de planejamento estratégico emergiu como uma competência essencial diante da complexidade da pandemia. Enfermeiros, atuando como gestores eficientes, demonstraram habilidades notáveis na antecipação de necessidades, alocação eficaz de recursos e desenvolvimento de estratégias para enfrentar os desafios dinâmicos impostos pela COVID-19. Essa capacidade de planejamento contribuiu significativamente para a resposta eficaz diante da incerteza. (Ferreira et al., 2020).
A competência técnica e científica dos enfermeiros foi colocada à prova, e a resposta foi marcada por um comprometimento extraordinário. Esses profissionais não apenas se mantiveram atualizados com as mais recentes evidências científicas, mas aplicaram esse conhecimento de maneira pragmática, assegurando uma prestação de cuidados alinhada com as melhores práticas e adaptada às necessidades emergentes. (Grassi et al., 2020).
A busca contínua por inovações tornou-se uma característica distintiva do enfermeiro contemporâneo. Impulsionados pela necessidade de enfrentar um vírus desconhecido, esses profissionais adotaram uma mentalidade inovadora, implementando tecnologias avançadas, criando novos protocolos de atendimento e explorando soluções criativas para os desafios apresentados pela pandemia. (Marques et al., 2020).
A implementação da sistematização de enfermagem destacou-se como uma prática essencial nesse novo cenário. A abordagem organizada e sistêmica não apenas melhorou a eficiência dos processos clínicos, mas também promoveu uma assistência padronizada e qualificada. A sistematização de enfermagem tornou-se uma ferramenta indispensável para garantir a consistência na prestação de cuidados, especialmente em um contexto dinâmico como o da pandemia. (Santos et al.,2020).
De acordo Silva (2020), essa mudança de paradigma não apenas sublinha a resiliência dos enfermeiros diante de desafios sem precedentes, mas também ressalta a evolução do seu papel para além das expectativas convencionais. A pandemia de COVID-19 atuou como um catalisador para uma transformação na percepção e na valorização do trabalho dos enfermeiros, reconhecendo-os como líderes essenciais na prestação de cuidados de saúde e agentes fundamentais na construção de um sistema de saúde mais resiliente e eficiente.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos desafios impostos pela pandemia de COVID-19 e da notável transformação no papel do enfermeiro, algumas considerações finais se fazem pertinentes. Esta reflexão engloba a resiliência, as conquistas e os aprendizados que moldaram a atuação desses profissionais e delineiam caminhos para o futuro da enfermagem em contextos emergenciais.
Segundo Thomas et al (2020), a pandemia evidenciou a extraordinária resiliência dos enfermeiros, que enfrentaram situações complexas com coragem, adaptabilidade e dedicação incansável. A superação de obstáculos, a tomada de decisões rápidas e a capacidade de lidar com um cenário de constante mudança ressaltam a força e a vitalidade desses profissionais, que se mantiveram firmes na linha de frente da batalha contra a COVID-19.
As conquistas alcançadas pelos enfermeiros durante esse período desafiador são notáveis. A autonomia profissional fortalecida, a capacidade de planejamento estratégico, a competência técnica e científica evidenciada e a busca incessante por inovações são marcas indeléveis desse novo paradigma na enfermagem. Essas conquistas não apenas enriqueceram a prática clínica, mas também posicionaram os enfermeiros como protagonistas essenciais na prestação de cuidados de saúde.
A implementação bem-sucedida da sistematização de enfermagem emerge como uma contribuição significativa para a qualidade e eficiência dos cuidados. Essa abordagem sistêmica não apenas melhorou a consistência e a padronização na assistência, mas também reforçou a importância da enfermagem como disciplina estratégica na gestão de crises e emergências.
Olhando para o futuro, é crucial manter o impulso positivo gerado por essas transformações. Investir na formação contínua dos enfermeiros, fomentar a pesquisa e a inovação na área, e fortalecer políticas que reconheçam e valorizem a contribuição desses profissionais são passos essenciais para consolidar e expandir os avanços conquistados.
A pandemia de COVID-19 redefiniu o panorama da enfermagem, evidenciando não apenas desafios, mas também a resiliência, a competência e a inovação que caracterizam esses profissionais. À medida que avançamos, é imperativo que a sociedade, as instituições de saúde e os próprios enfermeiros reconheçam e sustentem esse novo paradigma, garantindo que a enfermagem continue a desempenhar um papel central na construção de sistemas de saúde mais robustos, adaptáveis e centrados no paciente.
Os resultados desta pesquisa ofereceram uma visão aprofundada da atuação dos enfermeiros durante a pandemia de COVID-19. A contextualização por meio de casos clínicos destacou a proatividade e abrangência desses profissionais, enquanto a análise do papel na linha de frente evidenciou a correlação entre conhecimento teórico e liderança estratégica. A importância do embasamento teórico para procedimentos terapêuticos foi enfatizada, otimizando a recuperação dos pacientes. A mudança de paradigma revelou uma autonomia fortalecida e a implementação bem-sucedida da sistematização de enfermagem. Em síntese, os resultados destacam a resiliência dos enfermeiros e a relevância do conhecimento teórico na prestação de cuidados durante a pandemia, contribuindo para uma compreensão mais rica de sua atuação.
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1 Artigo apresentado à Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem, 2023.
2 Professor-Orientador. Graduado em Enfermagem no Centro de Ensino Superior do Extremo Sul da Bahia.