CONTROLE E AVALIAÇÕES DE SERVIÇOS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA/ATENÇÃO BÁSICA

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th10249181034


Fernando Tanzilli Cherry Borges
Orientador: Prof. Ms. Julian Miranda Orsi Júnior


RESUMO

O planejamento das ações de Saúde Bucal na Atenção Básica a família tem como objetivo principal promover, prevenir, tratar e reabilitar a saúde bucal da população, assegurando um acesso equitativo e completo aos serviços odontológicos. Esse processo está intimamente ligado ao desenvolvimento dos sistemas de saúde e políticas públicas em diversos países, incluindo o Brasil, onde o Programa de Saúde Bucal do SUS foi estabelecido em 2004, por meio da Política Nacional de Saúde Bucal. A inclusão da odontologia na Atenção Básica foi uma evolução gradual ao longo do século XX, à medida que se reconhecia a importância da saúde bucal para a saúde geral da população. Desde então, o planejamento das ações de Saúde Bucal tem sido fortalecido com a implementação de programas, estratégias e protocolos específicos, visando ampliar o acesso aos serviços, reduzir desigualdades e melhorar os indicadores de saúde bucal. A gestão e avaliação dos serviços na Estratégia de Saúde da Família (ESF) desempenham um papel crucial na garantia da eficácia e qualidade dos cuidados de saúde prestados. Isso engloba a coordenação de recursos para oferecer cuidados de qualidade, o estabelecimento de protocolos de atendimento e o acompanhamento de indicadores de desempenho. Os profissionais de saúde bucal têm uma função fundamental na ESF, interagindo com a comunidade e promovendo mudanças em seu território. Uma gestão eficiente dos serviços odontológicos na ESF garante a qualidade dos cuidados e o funcionamento adequado das unidades de saúde bucal. Além disso, a avaliação contínua dos serviços é essencial para monitorar a qualidade do atendimento e identificar áreas que precisam de melhorias. A utilização de sistemas de informação em saúde bucal pode facilitar a coleta e análise de dados para a avaliação dos serviços odontológicos na ESF. Em resumo, o planejamento, a gestão e a avaliação das ações de Saúde Bucal na Atenção Básica são elementos fundamentais para garantir uma abordagem eficaz e abrangente da saúde bucal, promovendo qualidade de vida e bem-estar para a população atendida.

PalavrasChave: Saúde da Família, SUS, Atenção Básico, Gestão de Avaliação

ABSTRACT

The main objective of planning Oral Health actions in Primary Care is to promote, prevent, treat and rehabilitate the population’s oral health, ensuring equitable and complete access to dental services. This process is closely linked to the development of health systems and public policies in several countries, including Brazil, where the SUS Oral Health Program was established in 2004, through the National Oral Health Policy. The inclusion of dentistry in Primary Care was a gradual evolution throughout the 20th century, as the importance of oral health for the general health of the population was recognized. Since then, the planning of Oral Health actions has been strengthened with the implementation of specific programs, strategies and protocols, aiming to expand access to services, reduce inequalities and improve oral health indicators. The management and evaluation of services in the Family Health Strategy (ESF) play a crucial role in ensuring the effectiveness and quality of the health care provided. This includes coordinating resources to provide quality care, establishing care protocols and monitoring performance indicators. Oral health professionals have a fundamental role in the ESF, interacting with the community and promoting changes in their territory. Efficient management of dental services at the ESF guarantees the quality of care and the adequate functioning of oral health units. Furthermore, continuous evaluation of services is essential to monitor the quality of care and identify areas that need improvement. The use of oral health information systems can facilitate the collection and analysis of data for the evaluation of dental services in the ESF. In summary, planning, management and evaluation of Oral Health actions in Primary Care are fundamental elements to guarantee an effective and comprehensive approach to oral health, promoting quality of life and well-being for the population served.

Keywords: Family Health, SUS, Basic Care, Assessment Management

1. INTRODUÇÃO

O planejamento de ações de Saúde Bucal na Atenção Básica refere-se ao processo de elaboração, implementação e avaliação de estratégias voltadas para a promoção, prevenção, tratamento e reabilitação da saúde bucal dentro do contexto da Atenção Básica em saúde. Esse planejamento visa garantir o acesso equitativo e integral aos serviços odontológicos, bem como a melhoria da qualidade de vida e saúde bucal da população. O surgimento do planejamento de ações de Saúde Bucal na Atenção Básica está intimamente ligado ao desenvolvimento dos sistemas de saúde e das políticas públicas de saúde em diferentes países. (Salmoria, 2008)

 Em muitos lugares, a inserção da odontologia na Atenção Básica ocorreu gradualmente ao longo do século XX, à medida que a compreensão sobre a importância da saúde bucal para a saúde geral da população foi aumentando. No Brasil, por exemplo, o Programa de Saúde Bucal do Sistema Único de Saúde (SUS) foi instituído em 2004 com a Política Nacional de Saúde Bucal. Essa política estabeleceu diretrizes para a organização da assistência odontológica no âmbito da Atenção Básica, incluindo a criação de equipes de saúde bucal nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), a realização de ações de promoção e prevenção, o atendimento odontológico integral e a articulação com outros níveis de atenção à saúde. Desde então, o planejamento de ações de Saúde Bucal na Atenção Básica tem sido aprimorado e fortalecido por meio de programas, estratégias e protocolos específicos, visando ampliar o acesso aos serviços odontológicos, reduzir as desigualdades em saúde bucal e melhorar os indicadores de saúde da população. (Carvalho, 2012)

A gestão e avaliação de serviços na Estratégia de Saúde da Família (ESF), também conhecida como Atenção Básica, são fundamentais para garantir a eficácia e a qualidade dos cuidados de saúde prestados à população. A gestão na ESF envolve a coordenação e organização dos recursos disponíveis para fornecer cuidados de saúde de qualidade. Isso inclui a alocação eficiente de pessoal, equipamentos, medicamentos e outros recursos necessários para o funcionamento adequado das unidades de saúde da família.  (Silva, 2020)

Também abrange o estabelecimento de protocolos de atendimento, o acompanhamento de indicadores de desempenho e a promoção de um ambiente de trabalho saudável para os profissionais de saúde. A avaliação na ESF é crucial para monitorar e melhorar continuamente a qualidade dos serviços oferecidos. Isso pode envolver a análise de indicadores de saúde, como cobertura vacinal, adequado, controle de doenças crônicas, entre outros. (Silva, et al., 2018)

A avaliação pode incluir a satisfação dos usuários com os serviços prestados, por meio de pesquisas de satisfação e feedbacks. Também é importante avaliar a eficiência dos processos, identificando áreas de desperdício ou oportunidades de melhoria na prestação de serviços. Existem diferentes instrumentos e metodologias que podem ser utilizados para avaliar os serviços na ESF, como a aplicação de questionários, análise de prontuários médicos, observação direta dos atendimentos, entre outros. (Baena, 2012) 

Além disso, o Ministério da Saúde do Brasil, por exemplo, estabelece indicadores e metas para avaliação do desempenho das equipes de ESF, como parte do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). A gestão e avaliação de serviços na ESF devem ser vistas como processos contínuos e dinâmicos, com o objetivo de identificar áreas de oportunidade e implementar melhorias constantes.   Isso requer o envolvimento ativo de gestores, profissionais de saúde e usuários dos serviços, promovendo uma abordagem participativa e colaborativa. (Wisniewski, 2011)

A Estratégia Saúde da Família (ESF) emergiu como o principal impulsionador da reestruturação dos serviços de saúde na atenção primária nos últimos anos, sendo fundamental para a reformulação do Sistema Único de Saúde (SUS) e para a inserção do processo de trabalho dentro do contexto do SUS, com foco na vigilância à saúde por meio de ações de promoção, prevenção e recuperação. (Herbst, 2018)

A implementação da ESF pode se dar por meio de diferentes equipes, sendo responsável por um território específico com até 4.000 pessoas, composta por médico de família ou especialista em Saúde da Família, enfermeiro, técnicos de enfermagem, dentista e agentes comunitários de saúde, A equipe de saúde bucal é responsável por um território equivalente a uma ou duas equipes de saúde da família, composta por cirurgião-dentista e técnico em Saúde Bucal. (Gradella, 2019)

 Equipe Convencional da APS, são multiprofissionais que atendem às necessidades do território, composta por diversos profissionais de saúde, como enfermeiros, dentistas, nutricionistas, assistentes sociais, farmacêuticos, clínicos gerais, ginecologistas e pediatras. A territorialização, realizada por todas as Unidades Básicas de Saúde, é supervisionada e pactuada com a Diretoria Regional de Atenção Primária à Saúde, com a participação do Conselho Local ou representante da comunidade quando possível. (Carneiro, 2012) 

2. REVISÃO DE LITERATURA

O diagnóstico da situação de saúde da população é realizado para identificar fragilidades e potencialidades locais, subsidiando o planejamento das ações de saúde. O vínculo do usuário é estabelecido com a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência, que oferece não apenas tratamento curativo, mas também ações educativas e preventivas. Além disso, são considerados os trabalhadores do território, abrigos, instituições de longa permanência de idosos e outras populações em situação de vulnerabilidade que fazem parte do território.  (Vosgerau, et al., 2014) 

Quando necessário, os usuários são encaminhados para unidades de atenção especializada para exames ou tratamentos especializados, retornando posteriormente para acompanhamento na UBS. Os profissionais de saúde bucal desempenham um papel fundamental na atenção primária, convivendo com a comunidade e desencadeando mudanças significativas em seu território. Ao observarem o cotidiano das pessoas e planejarem suas ações com base nos princípios do SUS, podem promover a intersetorialidade e contribuir para a conquista da saúde como um direito legítimo de cidadania. (Torres, 2009)

A gestão e avaliação de serviços na Estratégia de Saúde da Família (ESF) na odontologia são aspectos fundamentais para assegurar a qualidade dos cuidados odontológicos oferecidos dentro do âmbito da Atenção Básica. A gestão eficaz dos serviços odontológicos na ESF abrange a organização dos recursos necessários, incluindo profissionais qualificados, equipamentos e materiais adequados, além do estabelecimento de protocolos de atendimento baseados em evidências científicas. (Portes, 2011) 

Uma gestão eficiente visa garantir a prestação de serviços odontológicos de qualidade e o funcionamento adequado das unidades de saúde bucal. Por sua vez, a avaliação dos serviços odontológicos na ESF é essencial para monitorar a qualidade do atendimento oferecido e identificar áreas que necessitam de melhorias. Isso envolve a análise de indicadores de saúde bucal, como prevalência de cárie, índices periodontais e cobertura de procedimentos preventivos e curativos. Além disso, a avaliação pode incluir a satisfação dos usuários com os serviços odontológicos, obtida por meio de pesquisas de satisfação. (Aveiro, 2020)

Participação ativa no processo de territorialização e mapeamento da área de atuação, identificando grupos, famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco, manutenção do cadastro atualizado das famílias e indivíduos, utilizando os dados disponíveis para análise da situação de saúde, considerando as características sociodemográficas e epidemiológicas do território, prestação de cuidados de saúde à população adscrita, prioritariamente na unidade de saúde, estendendo-se ao domicílio e outros espaços comunitários quando necessário, realização de ações de atenção à saúde conforme as necessidades locais e os protocolos estabelecidos pela gestão, promoção da integralidade da atenção através de ações de promoção, prevenção, recuperação da saúde e vigilância, garantindo o atendimento da demanda espontânea e programática, participação ativa no acolhimento dos usuários, realizando uma escuta qualificada, identificando necessidades de intervenção e promovendo um atendimento humanizado e continuado (Friedrich, 2018)

A Realização de busca ativa e notificação de doenças de notificação compulsória e outros agravos relevantes, coordenação do cuidado para a população adscrita, mantendo o vínculo mesmo em casos de necessidade de atenção em outros pontos do sistema de saúde, prática de cuidado familiar e direcionado a grupos sociais, propondo intervenções que influenciem os processos de saúde-doença, realização de reuniões de equipe para planejamento e avaliação das ações, embasadas na análise dos dados disponíveis, o planejamento integrado, que alia os princípios da PNAB com a utilização da epidemiologia, é essencial para garantir uma abordagem eficaz e abrangente da saúde bucal na Atenção Básica, promovendo a qualidade de vida e o bem-estar da população atendida. (Cypriano, 2013) 

É importante ressaltar que a gestão e avaliação de serviços na ESF devem ser processos contínuos e dinâmicos, com o objetivo de promover a melhoria contínua da qualidade dos cuidados odontológicos oferecidos, isso requer o envolvimento e a colaboração de gestores, profissionais de saúde bucal e usuários dos serviços, visando garantir uma atenção básica em saúde bucal eficiente e acessível para toda a população.(Cypriano, 2013)

Nos programas de Saúde da Família (ESF), as doenças odontológicas ocupam um papel significativo, pois a saúde bucal está intrinsecamente ligada à saúde geral e ao bemestar das pessoas, Incorporar a abordagem das doenças odontológicas nos programas de SF é essencial para garantir uma atenção integral à saúde da população. (Augusto, 2011)  os programas de ESF podem incluir atividades de promoção da saúde bucal, como educação em saúde, promoção de hábitos saudáveis de higiene oral, orientações sobre dieta equilibrada e uso adequado do flúor. Campanhas educativas e programas de prevenção de cárie dentária, gengivite, doença periodontal e outras condições odontológicas podem ser organizados em parceria com profissionais de odontologia, os profissionais de saúde da família podem realizar rastreamento e identificação precoce de doenças bucais durante as visitas domiciliares e consultas regulares (Duarte, 2012)

 A inclusão a observação de sinais e sintomas de doenças bucais, como cáries, doenças gengivais, lesões bucais e problemas de oclusão, além de encaminhamento adequado para avaliação odontológica quando necessário, a integração de os programas de SF podem promover a integração de equipes multidisciplinares que incluam profissionais de odontologia, como dentistas e técnicos em saúde bucal, trabalhando em conjunto com médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. (Antunes, 2018)

 A integração permite uma abordagem holística da saúde, com atenção especial à saúde bucal como parte integrante do cuidado geral da saúde, os programas de ESF podem facilitar o acesso da população a serviços odontológicos básicos, como aplicação tópica de flúor, profilaxia, restaurações simples, exodontias e encaminhamentos para tratamentos especializados quando necessário. Isso pode ser realizado por meio de parcerias com clínicas odontológicas locais, unidades de saúde bucal móveis ou encaminhamento para serviços odontológicos especializados fora da unidade de saúde da família. (Rodrigues, 2013) 

Nos programas de Saúde da Família (ESF), a cárie dentária é uma das doenças odontológicas mais abordadas devido à sua prevalência e impacto na saúde bucal da população, a prevenção primária da cárie é uma prioridade nos programas de ESF. Isso inclui educação sobre higiene oral, como escovação adequada, uso de fio dental e dieta balanceada com baixo teor de açúcar, profissionais de saúde da família fornecem orientações sobre práticas preventivas em visitas domiciliares, em consultas regulares e por meio de campanhas educativas na comunidade. Aplicação de Flúor, é uma medida preventiva importante para fortalecer o esmalte dentário e prevenir a cárie. (Alves, 2018) 

Profissionais de saúde capacitados nos programas de ESF podem administrar flúor em gel ou verniz nos dentes de crianças e adultos de alto risco, nas consultas de rotina, os profissionais de saúde da família realizam exames bucais básicos para detectar sinais precoces de cárie, eles estarão atentos a manchas brancas nos dentes, áreas de desmineralização e cavidades incipientes. Pacientes com suspeita de cárie são encaminhados para avaliação odontológica mais detalhada e tratamento em unidades de saúde bucal. (Taglietta, 2019) 

Nas unidades de saúde da família que contam com serviços odontológicos, são oferecidos tratamentos básicos para cárie, como restaurações simples. Isso permite o tratamento precoce da doença, evitando complicações futuras. Pacientes diagnosticados com cárie recebem acompanhamento regular para monitorar a progressão da doença e avaliar a eficácia do tratamento. (Soares, 2016)

 Além disso, são fornecidas orientações contínuas sobre a importância da higiene bucal, dieta saudável e visitas regulares ao dentista para prevenir a recorrência da cárie e promover a saúde bucal a longo prazo. Em resumo, nos programas de Saúde da Família, a cárie dentária é abordada por meio de estratégias abrangentes que visam à prevenção, detecção precoce e tratamento eficaz da doença. (Neves, 2022)

Nos programas de Saúde da Família (ESF), a saúde gengival é uma parte essencial da abordagem global da saúde bucal, tendo algumas maneiras pelas quais os programas de ESF lidam com a saúde gengival, educando através de promoção da Saúde Gengival, profissionais de saúde da família fornecem orientações sobre a importância da higiene bucal adequada para manter a saúde das gengivas. São promovidos hábitos como escovação regular dos dentes e uso de fio dental para prevenir a gengivite e outras doenças gengivais. (Oliveira, et al., 2015)

 Triagem e Identificação precoce nas consultas de rotina, os profissionais de saúde da família examinam a saúde das gengivas dos pacientes. Eles estão atentos a sinais de inflamação, sangramento gengival e recessão gengival, que podem indicar a presença de gengivite ou doença periodontal, os pacientes são orientados sobre técnicas adequadas de escovação e uso de fio dental para garantir a limpeza adequada das áreas ao redor das gengivas. (Valença, et., al, 2016)

São fornecidas instruções sobre o uso de enxaguatórios bucais e outros produtos para manter a saúde gengival, caso sejam identificados sinais de doenças gengivais durante a triagem, os pacientes são encaminhados para avaliação odontológica mais detalhada em unidades de saúde bucal. (Campos, 2010).

 Lá, eles podem receber tratamento adequado para gengivite ou doença periodontal, incluindo limpeza profissional, raspagem e alisamento radicular, quando necessária, os pacientes diagnosticados com doenças gengivais recebem acompanhamento regular para monitorar a resposta ao tratamento e garantir a saúde contínua das gengivas e são fornecidas orientações sobre cuidados domiciliares e medidas preventivas para evitar a recorrência das doenças gengivais. (Soares, 2016)

Participação ativa no processo de territorialização e mapeamento da área de atuação, identificando grupos, famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco;  Torna regular nas Unidades Básicas de Saúde, por meio das Unidades de Odontologia. As atribuições da equipe de saúde bucal, conforme preconizado pela PNAB, englobam:   (Souza, 2015)

  • Manutenção do cadastro atualizado das famílias e indivíduos, utilizando os dados disponíveis para análise da situação de saúde, considerando as características sociodemográficas e epidemiológicas do território; (Souza, 2015)
  • Prestação de cuidados de saúde à população adscrita, prioritariamente na unidade de saúde, estendendo-se ao domicílio e outros espaços comunitários quando necessário; Realização de ações de atenção à saúde conforme as necessidades locais e os protocolos estabelecidos pela gestão; (Souza, 2015)
  • Promoção da integralidade da atenção através de ações de promoção, prevenção, recuperação da saúde e vigilância, garantindo o atendimento da demanda espontânea e programática; (Souza, 2015)
  • Participação ativa no acolhimento dos usuários, realizando uma escuta qualificada, identificando necessidades de intervenção e promovendo um atendimento humanizado e continuado; (Souza, 2015)
  • Realização de busca ativa e notificação de doenças de notificação compulsória e outros agravos relevantes; Coordenação do cuidado para a população adscrita, mantendo o vínculo mesmo em casos de necessidade de atenção em outros pontos do sistema de saúde; (Souza, 2015)
  • Prática de cuidado familiar e direcionado a grupos sociais, propondo intervenções que influenciem os processos de saúde-doença; (Souza, 2015) 

Realização de reuniões de equipe para planejamento e avaliação das ações, embasadas na análise dos dados disponíveis. Este planejamento integrado, que alia os princípios da PNAB com a utilização da Epidemiologia, é essencial para garantir uma abordagem eficaz e abrangente da saúde bucal na Atenção Básica, promovendo a qualidade de vida e o bem-estar da população atendida. (Souza, 2015) 

Os benefícios da atenção básica familiar odontológica são significativos e contribuem para a melhoria da saúde bucal das famílias. Aqui estão alguns desses benefícios: (Fonseca, 2016)

2.1 Prevenção de doenças bucais

A atenção básica familiar odontológica enfatiza a importância da prevenção, fornecendo orientações sobre higiene oral, dieta saudável e cuidados dentários adequados. Isso ajuda a prevenir doenças bucais, como cáries, gengivite e periodontite. (Fonseca, 2016)

2.2 Detecção precoce de problemas dentários

 Os profissionais de saúde bucal na atenção básica familiar estão bem posicionados para identificar precocemente problemas dentários, como cáries, doenças gengivais e lesões orais. O diagnóstico precoce permite intervenções mais eficazes e menos invasivas. (Fonseca, 2016)

2.3 Acesso facilitado aos serviços odontológicos

 Ao integrar os cuidados odontológicos com outros serviços de saúde na atenção básica familiar, o acesso aos tratamentos dentários torna-se mais fácil e conveniente para as famílias, reduzindo as barreiras geográficas e financeiras.  (Fonseca, 2016)

2.4  Atendimento abrangente e contínuo

 A atenção básica familiar odontológica oferece um atendimento abrangente que engloba desde a educação em saúde bucal até o tratamento de problemas dentários. Além disso, o acompanhamento contínuo ajuda a garantir que as famílias recebam cuidados consistentes ao longo do tempo. (Fonseca, 2016)

2.5 Redução do sofrimento e desconforto

 Ao receberem cuidados odontológicos regulares e preventivos, as famílias experimentam menos dor, desconforto e complicações de saúde bucal. Isso melhora significativamente sua qualidade de vida e bem-estar geral. (Fonseca, 2016)

2.6 Educação em saúde bucal 

Os profissionais de saúde bucal na atenção básica familiar não apenas tratam problemas dentários, mas também educam as famílias sobre a importância da saúde bucal e práticas preventivas. Isso capacita as famílias a cuidarem melhor de seus próprios dentes e da saúde bucal de seus filhos. (Fonseca, 2016)

2.7 Integração com outros serviços de saúde

 A atenção básica familiar odontológica geralmente está integrada com outros serviços de saúde, permitindo uma abordagem holística para a saúde geral das famílias. Isso pode incluir encaminhamentos para serviços médicos, psicológicos ou sociais, conforme necessário. Esses benefícios destacam a importância da atenção básica familiar odontológica na promoção da saúde bucal e no bem-estar das famílias, oferecendo cuidados preventivos, acessíveis e abrangentes. (Fonseca, 2016)

3. DISCUSSÃO

Os profissionais de saúde bucal desempenham um papel fundamental na atenção primária, convivendo com a comunidade e desencadeando mudanças específicas no território. Observando o cotidiano das pessoas e promovendo suas ações com base nos princípios do SUS, esses profissionais podem promover a intersetorialidade e contribuir para a conquista da saúde como um direito legítimo de cidadania.

Torres (2009) destaca a importância dos profissionais de saúde bucal na atenção primária, enfatizando que sua convivência com a comunidade permite desencadear mudanças significativas. Ele argumenta que, ao observar o cotidiano das pessoas e planejar ações com base nos princípios do SUS, esses profissionais promovem a intersetorialidade e considerações para a conquista da saúde como um direito legítimo

Em contrapartida, Portes (2011) aborda a gestão e avaliação de serviços na Estratégia de Saúde da Família (ESF) na odontologia, ressaltando que esses aspectos são fundamentais para garantir a qualidade dos cuidados odontológicos na Atenção Básica. Portes argumenta que uma gestão eficaz envolve a organização de recursos necessários, como profissionais treinados, equipamentos e materiais adequados, além do estabelecimento para Aveiro (2020) complementa essa visão ao ressaltar que uma gestão eficiente visa garantir a prestação de serviços odontológicos de qualidade e o funcionamento adequado das unidades de saúde bucal.

  Ele enfatiza que a avaliação dos serviços odontológicos na ESF é essencial para monitorar a qualidade do atendimento e identificar áreas que requerem melhorias. Isso inclui a análise de indicadores de saúde bucal, como prevalência de cárie, índices periodontais e cobertura de procedimentos preventivos e curativos, além da satisfação dos usuários, obtida por meio de pesquisas. Essas abordagens mostram a importância de diferentes aspectos no atendimento odontológico dentro da ESF. Enquanto Torres (2009) foca na interação comunitária e na promoção da intersetorialidade, Portes (2011) enfatiza a necessidade de uma gestão eficaz e bem organizada, e Aveiro (2020) destaca a importância da avaliação contínua para garantir a qualidade.

Nas unidades de saúde da família que oferecem serviços odontológicos, são realizados tratamentos básicos para cárie, como restaurações simples. Essa abordagem permite o tratamento precoce da doença e ajuda a evitar complicações futuras. Pacientes informados com cárie recebem acompanhamento regular para monitorar a progressão da doença e avaliar a eficácia dos tratamentos. Além disso, são fornecidas orientações contínuas sobre a importância da higiene bucal, dieta saudável e visitas regulares ao dentista para prevenir a recorrência da cárie e promover a saúde bucal a longo prazo. Neves (2022) destaca que, nos programas de Saúde da Família, a cárie dentária é abordada através de estratégias abrangentes que focam na prevenção, detecção precoce e tratamento eficaz

Por outro lado, a saúde gengival também é uma parte essencial da abordagem global da saúde bucal nos programas de Saúde da Família. Oliveira e cols. (2015) ressaltam que a promoção da saúde gengival inclui a educação dos profissionais de saúde da família sobre a importância da higiene bucal adequada para manter a saúde das gengivas. Os hábitos recomendados incluem a escovação regular dos dentes e o uso de fio dental para prevenir gengivite e outras doenças gengivais. Durante as consultas de rotina, os profissionais examinam a saúde das gengivas dos pacientes, prestando atenção a sinais de inflamação, sangramento e recessão gengival, que podem indicar gengivite ou doença periodontal. Valença et al. (2016) acrescentam que os pacientes são orientados sobre técnicas de escovação e uso de fio dental, e instruídos sobre o uso de enxaguatórios bucais e outros produtos para manter a Campos (2010) observa que, caso sinais de doenças gengivais sejam identificados durante o rastreamento, os pacientes são encaminhados para uma avaliação odontológica mais detalhada em unidades de saúde bucal. Lá, pode-se receber tratamento adequado para gengivite ou doença periodontal, incluindo limpeza profissional, raspagem e alisamento radicular quando necessário. Soares (2016) enfatiza que pacientes com doenças gengivais são acompanhados regularmente para monitorar a resposta ao tratamento e garantir a saúde contínua das gengivas, com orientações sobre cuidados domiciliares e medidas preventivas para evitar a recorrência das doenças gengivais.

Enquanto Neves (2022) foca na abordagem abrangente da cárie dentária, Oliveira et al.(2015), Valença et al. (2016), Campos (2010) e Soares (2014) detalham a abordagem integral da saúde gengival, destacando a importância da prevenção, detecção precoce e tratamento eficaz.

4.  CONCLUSÃO

Em conclusão, o planejamento de ações de Saúde Bucal na Atenção Básica desempenha um papel crucial na promoção da saúde bucal e na melhoria da qualidade de vida da população. A evolução deste planejamento ao longo do tempo, desde a sua inserção gradual em diversos sistemas de saúde até a sua consolidação em políticas públicas específicas, demonstra o reconhecimento crescente da importância da saúde bucal para a saúde geral da população. Assim, a Saúde Bucal na Atenção Básica, aliada à Estratégia Saúde da Família, representa uma abordagem abrangente e integrada para a promoção da saúde bucal e geral da população, reforçando a importância de investir em políticas públicas eficientes e na formação de profissionais capacitados para atuar neste campo.

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