CONTRIBUTIONS OF SITUATIONAL HEALTH DIAGNOSIS TO THE PERFORMANCE OF DENTISTS IN PHC: AN EXPERIENCE REPORT
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7693627
Tânia Mara Silva Cardoso
Ayla Norma Ferreira Matos
RESUMO
O diagnóstico situacional em saúde é um método de identificação e análise de uma realidade com vistas a conhecer as necessidades da comunidade, sendo base para atuação na Estratégia Saúde da Família. Para isso, é necessário a capacitação de profissionais para atuar neste cenário. Entre as estratégias utilizadas, criaram os Programas de Residências Multiprofissionais em Saúde da Família. Objetivo: Relatar a experiência vivida por uma cirurgiã-dentista, vinculada ao Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família, na realização de diagnóstico situacional em saúde de uma Unidade Saúde da Família, e refletir sobre as contribuições deste conhecimento para sua atuação na Atenção Primária à Saúde. Metodologia:Trata- se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência sobre as vivências de uma cirurgiã-dentista, integrante de um Programa de Residência, durante a execução de diagnóstico situacional em saúde de uma Unidade de Saúde da Família, de um município mineiro, ocorrido no período de maio a agosto de 2021. Resultados: As experiências vividas pelo cirurgião-dentista na execução do diagnóstico situacional em saúde mostraram-se positivas, visto que permitiram que o residente desenvolvesse uma visão ampliada de sua atuação na Estratégia Saúde da Família. A educação permanente em saúde tem muito a contribuir para qualificar o processo de trabalho. Conclusão: A execução do diagnóstico situacional em saúde inseriu o residente em um cenário de prática de grande significado para seu processo formativo, mostrando que o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família é potente para o aprimoramento profissional do cirurgião-dentista.
PALAVRAS-CHAVE: Diagnóstico Situacional em Saúde. Atenção Primária a Saúde.Sistema Único de Saúde. Planejamento em Saúde.
ABSTRACT
The situational diagnosis in health is a method of identifying and analyzing a reality with a view to knowing the needs of the community, being the basis for action in the Family Health Strategy. For this, it is necessary to train professionals to work in this scenario. Among the strategies used, they created the Multiprofessional Residency Programs in Family Health. Objective: To report the experience lived by a dental surgeon, linked to the Multiprofessional Residency Program in Family Health, in carrying out a situational health diagnosis in a Family Health Unit, and to reflect on the contributions of this knowledge to the performance of the dental surgeon. dentist. Methodology: This is a descriptive study of the experience report type, of a dental surgeon, member of a Residency Program, during the execution of a situational diagnosis in health of a Family Health Unit, in a municipality of Minas Gerais , which occurred from May to August 2021. Results: The experiences lived by the dental surgeon in carrying out the situational health diagnosis were positive, as they allowed the resident to develop a broader view of his/her role in the Family Health Strategy. Permanent health education has a lot to contribute to qualifying the work process. Conclusion: The execution of the situational diagnosis in health inserted the resident in a practice scenario of great significance for their training process, showing that the Multiprofessional Residency Program in Family Health is potent for the professional improvement of the dental surgeon.
KEYWORDS: Situational Diagnosis in Health. Primary Health Care. Health Unic System. Health Planning.
1 INTRODUÇÃO
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado em 1990, com o objetivo de oferecer acesso aos serviços de saúde para todos os cidadãos, e possui como princípios a universalidade, integralidade, humanização, equidade, participação social e responsabilização. Sua organização foi estruturada visando o exercício pleno desses direitos (SCAGLIA E ZANOTI, 2021).
Entre os níveis de atenção à saúde que compõem o sistema de saúde, a Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada para os usuários do SUS, e é caracterizada por realizar intervenções em saúde de forma coletiva ou individual, promovendo ações de promoção, proteção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e reabilitação (MOROSINI; FONSECA; LIMA, 2018).
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é considerada a representação da APS no SUS, e visa reorganizar a atenção básica, possibilitando uma melhor orientação do processo de trabalho, de forma a desenvolver os princípios e fundamentos do SUS (ALMEIDA et al., 2018). A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) definiu as diretrizes da Atenção Primária à Saúde (APS), visando garantir o acesso à saúde e destacando entre elas a territorialização e a definição de população adscrita. Se constitui de um complexo de intervenções em saúde nos territórios, realizando a promoção e proteção da saúde de acordo com a necessidade do local (BRASIL, 2017).
A ESF é composta por uma equipe multiprofissional, que atua em um território geograficamente determinado e com população adstrita definida. É responsável por organizar e prestar atendimento longitudinal, além de criar vínculo com o usuário utilizando de seu conhecimento sobre o indivíduo, sua família e a comunidade. Com isso, se torna possível oferecer um cuidado integral, não apenas na doença ou no órgão afetado (MACINKO; MENDONÇA, 2018).
Monken et al. (2008) definiram território como um espaço marcado por disputas, relações de poder e modos de produção que não se encontram em um lugar de isolamento social, mas de produção de saúde ou vulnerabilidades. A territorialização não é apenas demarcar geograficamente até onde os serviços alcançarão; é criar vinculo, entender toda a geografia e o ambiente no qual a população adstrita vive, bem como trabalhar as situações epidemiológicas que podem provocar o adoecimento daquela comunidade, buscando sempre propostas de intervenção condizentes com a necessidade local. Dessa forma, é possível organizar melhor as ações e atender às necessidades dos residentes do território (FARIA, 2020).
Para que a equipe da APS/ESF obtenha sucesso em suas ações, deve atender às necessidades das pessoas cadastradas no território da Unidade Saúde da Família (USF). Para isso, faz-se necessário iniciar o planejamento e mapeamento da demanda de cada unidade, sendo fundamental a realização do diagnóstico situacional em saúde, visando conhecer a situação de saúde na área de abrangência das equipes de saúde da família (eSF) (FARIA; CAMPOS; SANTOS, 2018).
Segundo Pinto e Pinto (2020), o diagnóstico situacional em saúde é um recurso empregado para investigar dados que evidenciam a realidade socioeconômica, política, cultural e epidemiológica do local onde este é implementado. O resultado do processo de coleta de dados gera informações que possibilitarão a elaboração de propostas de intervenção em saúde específicas para o local do estudo referenciado.
Considerando a premissa de que as práticas dos profissionais de saúde devem responder às demandas do SUS, além das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), que indicam as diretrizes para os cursos de graduação em saúde, houveram outras iniciativas do Ministério da Saúde e da Educação com vistas à qualificação de recursos humanos comprometidos com o
SUS. Uma dessas iniciativas foi a criação de programas, onde estão incluídas as Residências Multiprofissionais em Saúde da Família (RMPSF), uma modalidade de pós-graduação latu sensu que visa inserir no SUS profissionais qualificados, orientados pelos seus princípios e diretrizes (BRASIL, 2021).
A APS é um cenário de atuação do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (PRMPSF) que oferece oportunidade para evolução do profissional para um olhar ampliado e humanizado em seus acolhimentos e atendimentos. Além disso, é um curso de pósgraduação que visa investir no trabalho cotidiano e estudos sobre a ESF, assim formando profissionais de maior competência (RODRIGUES et al. 2021).
O objetivo desse artigo é relatar a experiência vivida por uma cirurgiã-dentista, vinculada ao Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família, durante a realização do diagnóstico situacional em saúde, e refletir sobre as contribuições deste conhecimento para sua atuação na APS.
2 RELATO DE EXPERIÊNCIA
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, onde o autor da obra coloca suas descrições e impressões acerca de fenômenos observados que geram reflexões novas e ampliam o conhecimento acerca dos mesmos (LOPES, 2012).
O estudo retrata as vivências de uma residente da área de Odontologia, vinculada ao PRMSF da Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares/MG, na realização de diagnóstico situacional em saúde de uma eSF, como atividade da disciplina transversal de Planejamento e Avaliação, descrevendo as experiências vividas e suscitando reflexões acerca da importância do diagnóstico situacional em saúde como uma ferramenta que contribui para qualificar a atuação do cirurgião-dentista, um dos profissionais integrantes da equipe de atenção básica (eAB).
A Residência Multiprofissional é uma pós-graduação latu sensu que insere nos cenários do SUS profissionais residentes que desempenham atividades práticas nos diversos pontos de atenção à saúde do município de Governador Valadares, mais especificamente na USF/APS.É desenvolvida em regime de tempo integral e dedicação exclusiva, com carga horária de 60 horas semanais, dividida entre disciplinas teóricas e práticas. Tem por objetivo desenvolver competências para o trabalho realizado na APS (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, 2019).
O município de Governador Valadares conta com a Residência Médica desde 2011, e a primeira turma do PRMSF iniciou em 2020, vinculadas à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do referido município. O Projeto Pedagógico do PRMPSF consta de um elenco das disciplinas específicas para cada grande área do conhecimento, e também as disciplinas transversais, desenvolvidas com a participação de todos os residentes das oito grandes áreas, de forma conjunta, visando a interação entre profissionais de diferentes formações e buscando o desenvolvimento de ações interdisciplinares e interprofissionais, com vistas a um atendimento integral ao usuário da APS (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, 2019).
Uma das disciplinas transversais ofertadas no PRMPSF é o Diagnóstico Situacional e Planejamento Estratégico, em que foi ministrado o conteúdo de diagnóstico situacional em saúde, a fim de aprimorar o conhecimento dos profissionais sobre as estratégias a serem utilizadas para embasar a atuação na ESF, de forma a atender às necessidades de saúde da comunidade adscrita a partir do conhecimento do território. Para atender a este objetivo, a disciplina supracitada desenvolveu uma atividade prática de execução do diagnóstico situacional em saúde das USF, envolvendo todos os profissionais de oito grandes áreas que integram o PRMPSF, que são Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social, tanto do primeiro ano (R1) como os do segundo ano (R2).
O diagnóstico foi realizado em nove (9) unidades, Azteca; São Raimundo II; Mãe de Deus I e II; Ipê; São Tarcísio; Santa Rita III e IV; Turmalina III; Jardim do Trevo e Santa Terezinha no período de maio a agosto de 2021, envolvendo nove grupos com residentes das turmas de R1 e R2, contemplando a formação inter-profissional, sob a orientação dos tutores da referida disciplina e coordenados pelos preceptores dos serviços, integrantes das eSF. Além disso, foi disponibilizado um roteiro guia, construído de forma compartilhada, para orientar a realização do processo. Em agosto do mesmo ano, foi apresentado como atividade final da disciplina.
Visando subsidiar e contextualizar o relato dessa experiência, foi realizada uma revisão de literatura sobre o diagnóstico situacional em saúde como base para o planejamento das ações das eSF, buscando artigos na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), por meio da base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e do Scientific Electronic Library Online (Scielo).
Os artigos escolhidos foram publicados no período de 2008 a 2022, e selecionados no período de outubro de 2021 a dezembro de 2022, na língua portuguesa e inglesa. As palavras- chave para a busca de artigos foram, diagnóstico situacional, atenção primária à saúde, sistema único de saúde e planejamento em saúde. Por se tratar de relato de experiência, não houve necessidade de encaminhamento ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP/CONEP).
O relato de experiência se refere à execução do diagnóstico situacional em saúde na ESF Ipê, por uma equipe multiprofissional, integrada pelos profissionais da eSF Ipê e da equipe de residentes, constituída por quatro profissionais de diferentes profissões, sendo o autor desse relato da área da Odontologia e R1, bem como profissionais do Serviço Social, Educação Física e de Psicologia. Todo o trabalho foi realizado sob a coordenação de quatro preceptores, com a mesma formação das áreas supracitadas, e contou com a participação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), também. As atividades e ações decorrentes do desenvolvimento do referido diagnóstico fazem parte da dinâmica de funcionamento da ESF, ou seja, integram o processo de trabalho da equipe neste ponto de atenção da rede.
Existem algumas metodologias para a realização do diagnóstico situacional, uma delas, de acordo com Faria, Campos e Santos (2018), é o método da estimativa rápida (MER), que consiste numa abordagem rápida realizada a partir da investigação de dados secundários, observação do território no qual se deseja realizar o diagnóstico e entrevistas com a população residente. Esse método possibilita a obtenção das informações maneira rápida, com poucos gastos e com participação da comunidade, visando a produção de informações necessárias para se conhecer a situação de saúde de uma população. Com base nos estudos dos referidos autores que o diagnóstico situacional em saúde foi executado, na ESF Ipê, do município de Governador Valadares/MG, que conta das etapas de levantamento de dados e informações; observação ativa do território visando obter registros sobre sistema de esgoto, abastecimento de água, condições de pavimentação das ruas, coleta de lixo, condições de moradia, topografia e características do ambiente natural, entre outras características da comunidade e do território e, a realização de entrevistas com informantes-chave da comunidade adscrita da ESF Ipê, envolvendo a participação comunitária.
Inicialmente, houve uma reunião entre os residentes, responsáveis por desenvolver o trabalho, para discussão das estratégias a serem adotadas para alinhamento dos objetivos da atividade, leitura conjunta do roteiro e ações para buscar a sintonia entre as respectivas equipes. Em um outro momento, a reunião envolveu além dos residentes, a participação dos profissionais da eSF Ipê.
As atividades tiveram início com os residentes conhecendo a estrutura física e a equipe multiprofissional atuante na USF, bem como seu processo de trabalho. É essencial conhecer os ambientes que pertencem à unidade de saúde e os respectivos profissionais de saúde que a integram, de forma a iniciar o processo de aproximação e interação, conhecendo as condições e serviços de saúde prestados à comunidade.
Com vistas a conhecer o perfil da situação de saúde da comunidade adscrita da ESF Ipê, outra etapa importante foi o acesso a dados secundários por meio do Sistema de Informação em Saúde (SIS), em especial ao consolidado fornecido pelo Centro de Informação e Análise da Atenção à Saúde (CIAASA), referente aos relatórios de cadastro individual e domiciliar da respectiva ESF, buscando identificar as doenças mais prevalentes, principais causas de óbitos, a faixa etária, o nível de escolaridade e questões socioeconômicas. Também foram obtidos dados do sistema VIVVER, um software específico adquirido pela prefeitura do município de Governador Valadares. Este sistema permite exportar dados que abastecem o e-SUS AB/APS, com as informações solicitadas pelo Ministério da Saúde (MS).
Outra fonte de dados foi a observação ativa do território, etapa em que se percorreu o território para conhecimento das condições em que a comunidade adscrita vive e como se adaptam à realidade cotidiana. Foram observadas as condições de saneamento básico e infraestrutura urbana, o relevo do bairro, ocorrência de desmatamentos, acessibilidade ao transporte público e privado, existência de locais para atividades de lazer e os equipamentos sociais, de forma a possuir uma visão geral da comunidade. O checklist foi preenchido com anotações e registros fotográficos, contendo evidências das características do território.
A participação da comunidade adscrita da ESF foi imprescindível, pois é utilizada com o objetivo de entender a participação da vida em comunidade, ou seja, como é viver neste território. Dessa forma, em contato com a equipe da ESF e após definir alguns critérios, tais como o tempo de residência no território e participação social dentro da comunidade, elegeram-se alguns informantes-chave para um momento de conversa. Dentre os assuntos abordados, encontraram-se os problemas que eles entendem ser os mais comuns naquele local, bem como a participação daquela comunidade nas atividades da ESF, sua relação com a equipe, os principais problemas que podem contribuir para o adoecimento das pessoas e as potencialidades que contribuem para a qualidade de vida no local.
Após a coleta de dados advindos das etapas supracitadas, houveram reuniões das equipes com participação de todos os integrantes, tanto da equipe multiprofissional da Residência quanto os da eSF, juntamente com os ACS. Os dados coletados foram analisados, sistematizados e as informações foram organizadas em uma apresentação do Diagnóstico Situacional em Saúde, fruto de um olhar atento dos diferentes profissionais, e elencados os principais problemas encontrados e as potencialidades identificadas neste território. Esse momento foi mais um durante todo o processo onde foi possível evidenciar a real importância do trabalho de uma equipe multiprofissional, em que cada profissional expõe sua opinião e traz contribuições, deste modo foi delineada a realidade do território.
Após a coleta de dados, os resultados foram compilados, analisados e sistematizados, e o diagnóstico situacional em saúde finalizado. Como sequência desta etapa, seguiu-se com o planejamento de ações e projetos para enfrentamento do problema priorizado, desdobramentos próprios após a conclusão de um diagnóstico.
Além da entrega de um trabalho escrito para os tutores da disciplina, foi elaborada uma apresentação dialogada, que foi compartilhada com as duas turmas de residentes.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para Godim e Monken (2018) na APS, em especial para a eSF, o território é categoria fundamental de análise do estado de saúde de populações por meio de reconhecimento dos múltiplos fatores sociais em que vivem e trabalham, bem como os objetos e seus usos pela população. Assim, a territorialização do sistema local é o ponto de partida que auxilia as equipes na elaboração do diagnóstico de situação de saúde e condições de vida para identificar as necessidades, riscos, vulnerabilidades à saúde e agir sobre elas, reconhecendo a singularidade no modo de viver.
Frente a esta realidade, o compromisso da eSF é a responsabilidade sanitária, onde o planejamento e a organização dos serviços de saúde possuem como princípio atender às necessidades da comunidade adscrita em cada território. Assim, segundo Faria; Campos e Santos (2018), é necessário utilizar ferramentas e tecnologias que contribuam para identificar problemas e planejar intervenções eficientes e eficazes.
Das ferramentas supracitadas, vários autores indicaram a utilização do diagnóstico situacional em saúde (FARIA, CAMPOS e SANTOS, 2018; QUEIROZ, VALENTE, 2019; SILVA, KOOPMANS e DAHER, 2016) como forma de organizar o processo de trabalho da ESF. Pois de acordo com Neta e Vasconcelos (2020) o diagnóstico situacional é um instrumento de trabalho que visa identificar as características de saúde da comunidade local, as condições socioeconômicas, os equipamentos sociais, a situação epidemiológica, o estilo de vida da população e até mesmo as condições geográficas, para assim conhecer mais profundamente o território. Complementando, Faria; Campos e Santos (2018) destacam que, para conhecer, é preciso ter acesso ou produzir informação de qualidade, buscando entender os sistemas de informação, base de dados, construção de indicadores, entre outros.
A experiência vivida na execução do diagnóstico situacional em saúde evidenciou que este é uma ferramenta imprescindível, e oportuniza conhecer a realidade da comunidade adscrita, pois a ESF foi criada para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos no geral, o que inclui também a saúde bucal.
Assim, o conhecimento do território e os dados e informações advindos do diagnóstico possibilitam compreender que os fatores ambientais, econômicos, sociais e psíquicos fazem diferença no modo de viver das pessoas, com reflexos no processo saúde doença, que devem ser visto no planejamento da equipe, bem como na atuação da odontologia, uma vez que podem moldar e indicar uma maneira mais eficiente no tratamento realizado com a comunidade atendida. Considerando que a saúde bucal é parte indivisível da saúde geral. Assim, os dados coletados que geram informações sobre a situação de saúde da comunidade, devem orientar a construção de ações de promoção de saúde, que contribuirão para combater as fragilidades do território e tornar possível o enfrentamento de obstáculos que impedem o acesso da população aos serviços de forma geral.
A realização do diagnóstico permite não somente um olhar das principais doenças existentes, mas também o conhecimento de outras características da comunidade, tais como o número total de habitantes, distribuição etária, principais causas de óbitos, condições de moradia, identificação da rede social, saneamento, entre outros. Nesse sentido, a coleta de dados secundários é de suma importância e contribui para evidenciar a realidade socioeconômica e de saúde de um território.
Seguindo este raciocínio, na etapa de coleta de dados secundários, uma das fontes foram os registros internos da eSF, cuja observação possibilitou a constatação de que alguns dados se encontravam desatualizados ou inconsistentes. Entretanto, tendo como plano de fundo o cenário da pandemia, as equipes multiprofissionais estavam incompletas e em falta de ACS, ou seja, houve a saída de profissionais sem a devida reposição. Tal situação pode ser um indicativo do motivo pelo qual houveram dificuldades nos registros. Mesmo assim, foi possível a realização de pesquisas através de relatórios disponibilizados pela equipe, e os dados encontrados foram utilizados.
Ainda discutindo a importância do trabalho da eSF ser voltado para o território, autores como Cassotti e Gouvêa (2018) e Scherer et al. (2018) afirmaram que, se o trabalho na ESF exige envolvimento com o território, a participação da equipe de Saúde Bucal (eSB) também é requerida, visto que sua atuação vai além do trabalho apenas em questão de assistência individual. É preciso que participem das discussões e articulações nas ações intersetoriais com os demais trabalhadores da saúde e usuários.
Embora, ainda hoje, isto seja uma realidade para os demais profissionais da equipe, alguns trabalhadores de saúde bucal permanecem atuando de forma isolada, fora da dinâmica de organização e funcionamento das equipes de Saúde da Família. Nesse aspecto, a experiência vivida vai de encontro à colocação destes autores, pois sua atuação acontece de forma bem articulada com a equipe. Além da parte clínica, foram realizadas visitas domiciliares, práticas de promoção e prevenção de saúde, tais como ações educativas na unidade de saúde, ações no Programa Saúde na Escola (PSE), reuniões de matriciamento, mobilizações sociais, dentre outros.
Em contrapartida, Tomasi; Souza; Madureira (2018) alertaram que o diagnóstico é resultado de um trabalho em equipe, onde participam todos os membros da ESF, aproximando as partes envolvidas e buscando um olhar sobre o todo. Tal colocação reforça o previsto na PNAB, ao indicar que conhecimento do território é atribuição comum a todos os profissionais da APS e, consequentemente, da cirurgiã-dentista (BRASIL, 2017). Porém, Scherer; Scherer (2015) destacaram que muitas eSB ainda estão mais envolvidas em consultas clínicas, sem incorporar o território, a família e a comunidade de forma integrada com a ESF.
Quando se fala sobre a importância de conhecer o território, outro ponto fundamental é que a eSB, além de conhecer e se apropriar das informações sobre a situação de saúde da comunidade adscrita, possui a responsabilidade de atuar conhecendo as necessidades de saúde bucal desta comunidade, uma vez que essas necessidades devem ser os parâmetros para organização e planejamento da atenção à saúde bucal do território. Inclusive, na execução do diagnóstico, buscou-se obter dados e informações sobre a saúde bucal da população, porém os registros informados refletem a percepção da cirurgiã-dentista que atua na eSB, em função de sua observação no trabalho cotidiano desenvolvido na ESF, não tendo por base a realização de levantamento epidemiológico de saúde bucal.
Essa realidade percebida corrobora com Okuyama e Silva (2018), que retratam que a realização de diagnóstico das necessidades de saúde bucal da população é um dos desafios da atuação da eSB na eSF. Arreaza (2012) ressaltou que uma das formas da equipe assumir a responsabilidade com o cuidado em saúde bucal é utilizar a epidemiologia como ferramenta de diagnóstico situacional e instituir uma cultura valorativa da informação no trabalho em saúde, frente à dinamicidade do território da ESF. Assim, é necessário buscar alternativas para tornar o trabalho do cirurgião-dentista e equipe mais coerente com o princípio da integralidade do cuidado em saúde, visando tornar as intervenções mais assertivas.
Os dados e as informações são fundamentais para a organização do processo de trabalho na APS. Dessa forma, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), é importante considerar que as equipes devem prover espaço e tempo tanto para a demanda programada quanto para demanda espontânea, de forma que elas se complementem, dando resposta às necessidades dos usuários e aumentando a resolutividade dos serviços na APS (BRASIL, 2018).
Na prática, a grande quantidade de consultas de demanda espontânea é um problema para o bom desenvolvimento da ESF (BRASIL, 2018). Entretanto, no estudo realizado por Okuyama e Silva (2018), foi destacado um fator limitante observado no trabalho da eSB, que consiste no fato de que o cirurgião-dentista ainda tem sua agenda mais direcionada aos atendimentos em que os usuários procuram os serviços na Unidade de Saúde, e o enfoque no risco para o diagnóstico das necessidades de saúde bucal da população e suas prioridades ainda é pouco utilizado. Oliveira et al. (2022) foram mais além, e ressaltaram que a organização do processo de trabalho na odontologia não supre as necessidades dos profissionais, da população ou das gestões municipais, uma vez que as ações estão concentradas no atendimento clínico no consultório odontológico e meramente curativo.
Este fato de que muitas eSB ainda têm um processo de trabalho centrado no atendimento clínico não é a realidade vivenciada pela residente, visto que parte de suas atividades foram voltadas para o atendimento clínico e outra parte para ações conjuntas com a equipe da APS. Além disso, em relação ao uso da epidemiologia para organizar o modo de trabalho da eSB, é necessário que o processo seja repensado, definindo estratégias de direcionamento da atuação da equipe eSB, com base em dados epidemiológicos sobre a situação de saúde bucal da comunidade adscrita do território, visando orientar a elaboração da agenda e programação das atividades.
Embora os atendimentos por demanda espontânea, em um primeiro momento, atendam uma necessidade do usuário e o acolham em suas demandas, quando se pensa na necessidade de ampliar o acesso e na integralidade da atenção, a melhor forma de praticar este processo é
avaliar os usuários de acordo com o risco e com as vulnerabilidades. É necessário determinar suas prioridades, visando não somente o foco em prevenção das doenças, mas a promoção da saúde. Portanto, houve a oportunidade de trabalhar de forma a equilibrar promoção, prevenção e tratamento, não se dedicando apenas ao atendimento clínico no consultório, mas na realização e/ou ampliação das ações coletivas junto à comunidade, o que permitiu expandir sua atuação junto à equipe da APS e, por consequência, seu processo de trabalho.
Sá et al. (2015) indicaram que as práticas odontológicas no SUS se apresentam desarticuladas do processo de organização dos demais serviços de saúde da ESF, devido à ausência de planejamento em saúde. Este ponto é relatado em alguns estudos que informam uma série de problemas enfrentados pelas eSB para atuarem na perspectiva da integralidade, conforme citam Costa et al. (2012) e Peruzzo et al. (2018).
Além da pouca representatividade do profissional cirurgião-dentista em algumas práticas, sua participação acontece com intuito de se apropriar das características da comunidade e construir um olhar de forma integral, pois muitos cirurgiões-dentistas enxergam como necessidade sua integração com o trabalho da equipe multiprofissional. Machado, Souza e Noro (2018) vão mais além ao afirmarem que, independentemente do nível de atenção, a análise e o uso da informação ainda são precários e existem poucos indicadores para o monitoramento e avaliação das ações locais. Dentro deste aspecto, o diagnóstico vem como um apoio não somente para conhecer a comunidade, mas também para aproximar as equipes como um todo aos conhecedores das áreas trabalhadas, também sendo possível, através desse diagnóstico, realizar reuniões e encontros com trocas de informações e dados, possibilitando acesso aos profissionais e trocas.
No processo de conhecimento do território, outra etapa vivenciada foi a observação ativa. Alguns profissionais da Odontologia buscam conhecer os dados e informações da comunidade adscrita, mas nem sempre valorizam essas informações, e, por isso, não incorporam no seu trabalho a caminhada pelas ruas pertencentes ao território. Assim, a experiência vivida pela residente reforçou que o processo de caminhar pelas ruas possibilita o contato direto com moradores, conhecendo aspectos do território que podem fazer toda a diferença no momento da organização e planejamento das ações, tornando a atenção à saúde mais singular. Assim, é fundamental que o cirurgião-dentista vivencie esta etapa, pois, como proporcionar acesso à saúde bucal à população sem conhecê-la? Como entender os obstáculos que ela encontra para ter acesso, sem se familiarizar com as fragilidades que o território apresenta? Será que a agenda compartilhada que a eSF e eSB fazem para o atendimento às gestantes é um diferencial? Dessa forma, tão importante quanto participar da observação ativa do território é se apropriar das informações sobre este com vistas a mudar sua prática na promoção de saúde.
No contexto da observação ativa do território, uma etapa vivida de suma importância foi a participação da comunidade. Por meio de informantes-chave, houveram momentos para conversar e ouvir a comunidade. Para autores como Araújo et al. (2018) e Tomasi; Souza; Madureira (2018), ouvir a comunidade é essencial para a realização do diagnóstico, uma vez que o mesmo deve significar uma análise do território não apenas com o olhar da equipe, mas, principalmente, das pessoas da comunidade. Como reflexão desta etapa, a cirurgiã-dentista teve a oportunidade de reconhecer que esses momentos favorecem a troca de conhecimentos e contribui para a reunião de diferentes informações, uma vez que alguns informantes foram ouvidos na residência, o que possibilitou ampliar o campo de ação da equipe para atender de forma singular aos usuários da comunidade.
Outro aspecto a destacar, percebido na execução do diagnóstico, foi seu desenvolvimento ter sido realizado por uma equipe multiprofissional e de forma interdisciplinar, uma vez que oportunizou perceber como a soma de diferentes saberes e vários olhares contribuiu para que o diagnóstico refletisse a real situação de saúde da comunidade adscrita, proporcionando um planejamento constituído de ações de prevenção de doenças e promoção da saúde. Foram conhecimentos de profissionais de diferentes profissões e da comunidade, que se complementaram para essa construção.
Nesta perspectiva, foi possível perceber na prática a importância do trabalho da cirurgiã-dentista envolvido no processo de trabalho em equipe na APS, ao invés de praticar apenas o trabalho odontológico. Ela é capaz de potencializar o trabalho em prol da saúde bucal da população assistida e do trabalho desenvolvido pela equipe, obtendo melhor desempenho, engajamento e participação mais ativa por parte da comunidade. Entretanto, alguns autores, como Peruzzo et al. (2018), indicam o contrário ao ressaltarem que a integração do cirurgião- dentista no trabalho em equipe multiprofissional na ESF ainda é um desafio, em virtude do modelo hegemônico ainda prevalecente na formação.
É importante frisar que a cirurgiã-dentista vinculada ao PRMPSF foi exposta a uma realidade que o faz despertar e ampliar ainda mais os horizontes para sua função na APS, pois são dois anos de curso – especialização lato sensu, com carga horária de 60h semanais de atuação prática na APS/ESF. Assim, a residência é uma modalidade diferenciada de formação profissional em serviço, que favorece o desenvolvimento de habilidades inerentes a este ponto de atenção da rede e de seu conhecimento, oportunizando observar e desenvolver ações e serviços em prol da saúde do indivíduo e possibilitando buscar a integralidade do cuidado, tornando-se um importante e estratégico dispositivo de desenvolvimento e sendo um diferencial na formação em saúde aos profissionais que nela atuam. Mestriner et al. (2022) corrobora com este ponto, e ressalta em seu estudo sobre um programa de residência multiprofissional no município de Ribeirão Preto, que a residência é um movimento favorecedorde um processo de aprendizagem significativo, visto que sua construção é realizada de forma coletiva, com inserção junto às equipes dos serviços, e assim apresenta maior potencial transformadorno modo de funcionamento das unidades e em suas relações com a rede.
É inegável o avanço que a inclusão da eSB na ESF representou ao ampliar o acesso da população à saúde bucal e qualificar o espaço da Odontologia no SUS. No entanto, isso por si só não significou maior integração do profissional da Odontologia com os demais profissionaisda APS. Para Costa et al. (2012), os cirurgiões-dentistas não participam de forma integrada na equipe, portanto, a articulação das ações entre os membros da equipe não acontece de maneira sistemática, como parte integrante de seu processo de trabalho. Embora a residência favoreça o exercçio de práticas colaborativas , os profissionais da Odontologia carecem de uma política de educação permanente em saúde (EPS) para apoiá-los no desenvolvimento do trabalho multidisciplinar com vistas a uma atuação interprofissional.
No bojo dos vários desafios ainda presentes na atuação da ESB e com o objetivo de obter maior resolubilidade na APS/ESF, será necessário estimular a reflexão do processo de trabalho desses profissionais com o intuito de proporcionar melhorias nas relações de trabalho e, consequentemente, na qualidade da assistência oferecida à comunidade, aspecto esse fundamental, pois não se pode perder de vista a necessidade de persistir na defesa à saúde/saúde bucal como direito de cidadania.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A troca de saberes com diferentes profissionais e a vivência em realidades distintas na residência contribuiu para aprimorar condutas e desenvolver um olhar mais crítico sobre a atuação do cirurgião-dentista na APS. Ter momentos para repensar as práticas em saúde é uma oportunidade singular para transformações e aquisição de competências e habilidades, uma vez que permite confrontar e refletir a partir de vivências no cotidiano ainda não experenciadas ou vividas mais intensamente. Dessa forma, o investimento na educação permanente em saúde de forma sistematizada, deve ser estimulado.
Foi possível analisar que para obter um processo mais eficaz na execução do diagnóstico situacional em saúde é necessário que haja a participação e interação entre todos os profissionais envolvidos na equipe de Saúde da Família, inclusive do Cirurgião-dentista. Que seu processo de trabalho na ESF seja repensado e ressignificado a partir do seu envolvimento com o conhecimento do território, pois os dados e informações necessárias para conhecer a situação de saúde bucal da população adscrita deve ter por base o levantamento de dados epidemiológicos da referida população, e que este levantamento possa orientar a elaboração da agenda e programação das atividades. Portanto, é preciso definir estratégias que oportunizem tais práticas.
Conclui-se portanto que o Programa de Residência Multiprofissional Saúde da Família se mostrou potente para o aprimoramento profissional do Cirurgião-dentista, contribuindo para rever seu processo de trabalho na equipe de Saúde da Família na Atenção Primária à Saúde, pois a execução do diagnóstico situacional em saúde inseriu o residente em um cenário de prática de grande significado para seu processo formativo, ampliando dessa forma a compreensão acerca da problemática estudada.
REFERÊNCIAS
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