REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10022036
CHAGAS, Simone Félix¹
CHAGAS, Susana Félix²
Orientadora: Carla Cristina de Sousa Dimarães³
Resumo – O presente estudo pretende discorrer sobre a contribuição da psicologia para a autoestima das mulheres, compreendendo que a grande maioria delas seguem padrões de beleza atribuídos pela sociedade. Percebe-se que, diante dessa situação, ocorre grande prejuízo na formação e manutenção da autoestima das mulheres. Percebe-se que, a psicologia se coloca como sendo um importante instrumento para auxiliar na compreensão desse processo, bem como, no desenvolvimento das habilidades e competências nas mulheres, de forma que possam alterar padrões negativos estabelecidos em sua estima.
Palavras-chave: Autoestima, Mulheres, Beleza, psicologia.
Abstract- The present study intended to discuss the contribution of psychology to women’s self esteem, uniderstanding that the vast majority follow beauty standards attributed by socyety. It is clear that, givem this situation, there is great harm to the formation and maintenance of women’s self estarem. It is clear that psychology is an important instrument to help understand this processo, as well as in the development of skills and competencies in womem, so that they can change negative patterns established in their esteem.
Keywords: Self esteem, Women, Beauty, psychology.
Introdução
A contribuição da psicologia para a autoestima das mulheres é considerada um tema de bastante importância na sociedade contemporânea, pois se aborda a preocupação das mulheres com a beleza, em estar em um padrão estabelecido e imposto, com traços e nuances estereotipados da beleza feminina.
Percebe-se que, as mulheres se deixam influenciar por fatores socioculturais, e pelo modismo imposto pelas mídias, onde valorizam com grande ênfase à aparência física, estereotipada pelos padrões, e dessa forma, acabam por afetar sua autoestima, e relação consigo mesmo em busca de um corpo ou rosto perfeitos. Assim, percebe-se que há um grande impacto no comportamento dessas mulheres, podendo inclusive, afetar sua qualidade de vida e seu bem-estar físico e mental.
Diante desse cenário, o artigo tem o intuito de mostrar os fatores que elevam a autoestima das mulheres, como uma boa atividade física, o cuidado com o corpo, muitas procuram academias para cuidar do físico e da mente, também em questões financeiras, onde procuram suas dependências e se sentem mais confortáveis e livres para fazer suas compras, também em questões da estética que vem crescendo cada vez mais a procura dos procedimentos.
Além do mais, a contribuição da psicologia está ligada ao comportamento e aos fatores cognitivos, como os próprios pensamentos e sentimentos, sendo eles eficazes ou não para a autoestima de uma mulher, como a negação da realidade, intolerância em lidar com a frustração e a baixa autoestima, chegando até desencadear uma depressão ou problemas com ansiedades.
Entende-se que a contribuição da psicologia para autoestima da mulher é trazer uma reflexão de aceitação, ou seja, leva-la a fazer um autoconhecimento de si própria diante das experiências e situações que a vida lhe apresenta, dando mais importância a sua vida, tendo uma melhor compreensão e consciência de suas emoções, pensamentos, valores, aprendizagem e desejos, desta forma terá um ego sólido e saudável, tendo uma melhora em sua autoestima.
Ao decorrer da pesquisa podemos conhecer algumas vantagens da autoestima, citadas pelo autor Riso (2011), que devemos aumentar as emoções positivas, ser mais eficaz nas tarefas que empreendemos, ter um melhor relacionamento com as pessoas, amar com mais tranquilidade e ser uma pessoa mais autêntica e autônoma. E os quatro pilares como autoconceito, auto imagem, auto reforço e autoeficácia.
Podemos ter uma autoestima mais elevada, com base em nossas experiências, comportamento e nossas crenças, assim, dando mais importância para si própria, e mais segura e confiante de quem somos, tendo mais amor próprio.
Procedimentos metodológicos:
A abordagem utilizada na pesquisa será qualitativa com caráter bibliográfico. A pesquisa bibliográfica é um tipo especifica de produção científica: é feita com base em textos, como livros, artigos científicos, ensaios críticos, dicionários, enciclopédias, jornais, revistas, resenhas e resumos. (MARCONI e LAKATOS, 2017).
Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002).
A busca trata-se de uma revisão de literatura, com o recorte temporal referente aos anos de 2010 A 2023, em pesquisa realizada nas bases de dados, de Livros, Google Acadêmico e Scielo, usando as palavras-chave “autoestima, mulheres e beleza”.
O método utilizado na pesquisa para a análise de dados será o descritivo, que se iniciará com uma leitura exploratória. Para Gil (2002), esta é uma leitura do material bibliográfico que tem por objetivo verificar em que medida a obra consultada interessa à pesquisa.
Discussão
Contribuição da psicologia para a autoestima das mulheres
Levando em consideração o modelo cognitivo de Beck, é possível que a autoestima das mulheres esteja ligada diretamente a fatores cognitivos, tais como a percepção e interpretação dos eventos, impactando no fator comportamental. A autoestima é uma reflexão de como nós aceitamos, valorizando o outro fazendo uma projeção baseada em nossas expectativas. (MARINHO, 2021).
Segundo Sbicigo, Schulthelz e Aprile (2010), sua evidência se forma no modo com que respondemos às diversas situações ou acontecimentos de nossas vidas, de acordo com que pensamos e sentimos, medindo se nos comportamos positivos e negativamente. A manifestação positiva é um resultado de um sentimento de confiança, competência e valorização pessoal, enquanto a manifestação negativa traz a competência de um sentimento de fracasso ou incompetência. Assim, nosso conceito de auto estima é a medida de quanto uma pessoa gosta dela mesma. (MARINHO, 2021)
Diante de tantas informações veiculadas principalmente no marketing, na moda, em propagandas e programas televisivos (novelas, entretenimento, filmes), a todo instante, boa parte das mulheres percebe que precisa se adequar se às exigências impostas. Sendo assim, estoca certos padrões considerados esteticamente aceitos e apreciados, recupera e utiliza informações a serem observadas para alcançar e manter a tão desejada auto estima, que quase sempre passa por uma boa avaliação de sua aparência física perante uma sociedade que super valoriza a estética ideal. (MARINHO, 2021)
A mulher é constantemente influenciada por fatores socioculturais que as conduzem a apresentar um conjunto de preocupação e insatisfação com o seu corpo e com isso, diminuindo sua qualidade de vida e autoestima. cada vez mais as mulheres têm buscado a prática de exercícios físicos, musculação ou ginástica em academias, visando uma melhor qualidade de vida e autoestima. Habitualmente, um dos locais escolhidos para cuidar do corpo e mente. (TAFARELLO, NASCIMENTO e OLIVEIRA, 2015)
O domínio psicológico para autoestima não apresenta impacto significativo. Ressalta-se que o domínio psicológico apresenta a faceta espiritualidade, religião e crença pessoais, buscando avaliar o sentido que o indivíduo encontra na vida. Este domínio considera os sentimentos positivos e negativos, a autoestima, a espiritualidade, a imagem corporal e o pensar e o apreender. (TAFARELLO, NASCIMENTO e OLIVEIRA, 2015)
Para Arsenian e Korman (1967), a autoestima é frequentemente definida como a componente avaliativa e valorativa da pessoa acerca de si mesmo. Este componente, por sua vez, está diretamente relacionado com as habilidades reais da pessoa. (GUERREIRO, 2011)
O termo autoestima tem sido explorado de diversas formas. Por um lado, a autoestima global que se refere a forma como a pessoa se sente em geral consigo própria. Por outro lado, a autoestima específica, referindo-se à forma como as pessoas avaliam os seus atributos específicos e habilidades, isto é, se uma pessoa se vê como capaz em determinada área, os demais irão considerar que a pessoa tem uma grande autoestima nessa mesma área. (GUERREIRO, 2011)
A autoestima é definida como avaliação afetiva do valor, apreço ou importância que cada um faz de si próprio. Alguns autores descobriram que a autoestima está relacionada de forma significativa com o bem-estar, mas que essa relação é mais forte em países caracterizados pelo individualismo do que pelo coletivismo. (FREIRE e TAVARES, 2011)
Fatores que elevam a autoestima
De acordo com Boris e Cesídio (2007), o capitalismo trouxe a oportunidade da entrada da mulher no mercado de trabalho, pois criou a necessidade de mais mão de obra. Com isso, passou a ficar exposta ao padrão de mulher de sucesso. Com o consumo tem a função de suprir as necessidades do ser humano, quando a mulher adquire um produto da moda, ela pode se sentir mais desejada. (MARINHO, 2021)
Segundo Marinho (2021), toda mulher tem de expressar sua satisfação ou seu prazer em poder comprar produtos e serviços que a faça se sentir melhor, vitoriosa com ela mesma, mas não tendo um comportamento que seja uma resposta aos padrões de beleza impostos pela sociedade. Mesmo com todas as conquistas que aconteceram nas últimas décadas falta a ela esta conquista também significativa: entender que o padrão de beleza é aquele que a faça feliz e que seja possível de ser seguido e mantido, sem que transtornos psicológicos a afetem.
As mulheres que praticam atividades físicas regularmente apresentam alta prevalência de autoestima, mesmo com a maioria mostrando-se insatisfeita com a sua imagem corporal, principalmente pelo excesso de peso corporal. As mulheres com percepção de silhuetas reais menores e com nível socioeconômico mais elevado mostram-se melhor satisfeitas em relação a sua autoestima. (BEVILACQUA- 2010)
As mulheres que participam do grupo de ginástica tiveram sentimentos positivos em relação ao próprio corpo e níveis mais altos de autoestima gerada dentro do grupo. A autoestima tem sido desenvolvida positivamente com a interação de programas de exercícios físicos, esporte, tendo resultados na qualidade de vida e bem estar mental. (TAFARELLO, NASCIMENTO e OLIVEIRA, 2015)
Para evitar sentimentos negativos, como a insatisfação e baixa autoestima, as opções de embelezamento disponíveis no mercado compreendem cosméticos, exercícios, tratamentos estéticos, dietas e cirurgias plásticas. O padrão de beleza pode variar de acordo com o contexto histórico e cultural. Os membros de uma sociedade buscam emular a beleza ideal por meio da imitação prestigiosa, os indivíduos imitam atos, comportamentos e corpos que obtiveram êxito e que viram ser bem sucedidos. (AVELAR e VEIGA, 2013)
Autoestima pode ser concebida como uma avaliação que a pessoa faz de si mesma, a qual implica um sentimento de valor, que engloba um componente predominante afetivo, expresso numa atitude de aprovação/ desaprovação em relação a si próprio. Segundo Strehlau, Claro e Neto (2010), quanto maior o grau de vaidade da mulher, maior a relação entre sua autoestima e o corpo. (AVELAR e VEIGA, 2013)
Vantagens e pilares para uma boa autoestima
Conforme Riso (2011), a imagem que você tem de si mesmo não é herdada ou geneticamente determinada, é aprendida. Uma boa autoestima (amar a si mesmo com contundência) tem inúmeras vantagens, como:
• Aumentar as emoções positivas- você se afastará da ansiedade, da tristeza e da depressão e se aproximará da alegria e da vontade de viver bem melhor.
• Atingir níveis de maior eficácia nas tarefas que empreende– você não se dará por vencido com facilidade, vai perseverar nas metas e se sentir competente e capaz.
• Relacione-se melhor com as pessoas– tirará de suas costas o desagradável medo do ridículo e a necessidade de aprovação, porque você será o principal juiz de sua conduta.
• Amar seu parceiro e gostar de seus amigos mais tranquilamente– você dependerá menos deles e estabelecerá um vínculo mais equilibrado e inteligente, sem o terrível medo de perder os outros.
• Ser uma pessoa mais independente e autônoma– você se sentirá mais livre e seguro para tomar decisões e dirigir sua vida.
O autor também aponta os quatro pilares, que ao seu ver, são mais importantes para configurar a autoestima em geral. Embora na prática eles estejam mesclados, Riso (2011) destaca alguns conceitos:
• Autoconceito– o que você pensa de si mesmo;
• Autoimagem– que opinião tem de sua aparência; • Auto Reforço– em que medida você se premia e se gratifica;
• Autoeficácia– quanta confiança você tem em si mesmo.
Se estiver bem estruturado, serão os quatro suportes de um ego sólido e saudável, sendo assim, um amor próprio, saudável e bem constituído partirá de um princípio fundamental. (RISO, 2011)
Considerações finais
O interesse pelo assunto, por parte das pesquisadoras, surgiu a partir de uma pesquisa relacionado a autoestimas das mulheres, pelos cuidados com sua beleza, e qual a contribuição da psicologia para este conteúdo, mostrando a capacidade da pessoa se sentir bem consigo mesma, também para saber a reconhecer seus pontos fortes e fracos, através de seus comportamentos e pensamentos.
Sendo assim, podemos observar que as mulheres correm através de uma desejada autoestima, como os cuidados com sua beleza, tendo assim, uma percepção de uma nova identidade, através do auto cuidado com seu corpo e mente. Muitas mulheres se preocupam com sua aparência física, e com o que a sociedade vai achar delas.
Foi possível observar que as mulheres que possuem um emprego e tem uma renda sem dependência financeira, tem sua autoestima é mais elevada, onde se sentem independentes e livres para fazer suas compras e cuidados pessoais, priorizando sempre sua beleza, imposto pela sociedade e pelo meio de comunicação, como a mídia e redes sociais, desta forma as mulheres se sentem mais confortável.
Desta forma, podemos perceber que a autoestima engloba um padrão de comportamento, onde as mulheres se deixam levar pelos seus sentimentos e pensamentos, ou seja, a autoestima é formada pela avaliação que cada indivíduo faz de si próprio, de como se sente, como se ver e pelo que pensa sobre si mesmo.
Referências
AVELA, Cátia Fabíola Parreira; VEIGA, Ricardo Teixeira- Como entender a vaidade feminina utilizando a autoestima e personalidade; Universidade de Minas Gerais- BH, agosto- 2013. (Scielo)
BEVILACQUA, Lidiane Amanda- Fatores associados à insatisfação corporal e autoestima em mulheres ativas; Universidade Federal de Santa Maria RS/ outubro-2010.
FONSECA, João José Saraiva- Metodologia da pesquisa científica; Universidade do Ceará, 2002.
FREIRE, Teresa; TAVARES, Dionísia- Influência da autoestima, da regulação emocional e do gênero no bem-estar subjetivo e psicológico de adolescente– Universidade do ninho/ Portugal- 2011.
GIL, Antônio Carlos- Como elaborar projetos de pesquisa- 4.ed. São Paulo, editora: Atlas, 2022.
GUERREIRO, Dina Patrícia das Neves- Necessidades Psicológicas de autoestima e auto critica: Relação com bem estar e distress psicológico; Universidade de Lisbioa- 2011.
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria- Fundamentos de metodologia científica; 8°edição- São Paulo: Atlas, 2017.
MARINHO, Daisy Santana- A influência dos padrões de beleza socialmente impostos na autoestima das mulheres: contribuições da psicologia cognitivo comportamental; Universidade Cambury- Goiânia/ junho- 2021.
RISO, Walter; Apaixone-se por si mesmo- o valor imprescindível da auto estima; editora planeta, São Paulo/SP- 2011.
TAFARELLO, Rômulo; NASCIMENTO, José Roberto; OLIVEIRA, Daniel Vicentini- Qualidades de vida e autoestima de mulheres praticantes de musculação e ginásticas em academia; Faculdade metropolitana de Maringá- PR/ outubro de 2015.
1,2Centro Universitário Fametro, Manaus- AM, Brasil