REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11033331
Autor: Hugo Santos
Co-Autor: Eliomar Gotardi Pessoa
A conexão entre inovação e crescimento econômico é amplamente reconhecida e pode ser evidenciada através de métricas que buscam avaliar o nível de inovação dos países. Uma dessas métricas de destaque é o Índice Global de Inovação (GII), que é calculado com base em uma variedade de indicadores relacionados ao desenvolvimento econômico de um país, como a qualidade das instituições, estabilidade política, capital humano, infraestrutura e níveis tecnológicos nos mercados e negócios. Uma análise dos países mais bem posicionados no GII 2020 revela que a maioria está entre os 22 países de maior renda per capita do mundo, com exceção da China e Coréia do Sul, que não estão incluídos nesse grupo.
O Brasil demonstrou avanços significativos no Índice Global de Inovação, elaborado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), uma agência especializada da ONU. Esse progresso reflete as medidas positivas adotadas pelo país para promover um ambiente propício à inovação. O estudo “Índice Global de Inovação 2022” (IGI 2022), conduzido pela OMPI desde 2007, avaliou o ecossistema de inovação de 132 países, identificando suas tendências globais mais recentes.
Os países com os maiores índices de inovação em 2022, do primeiro ao quinto lugar, incluem Suíça, Estados Unidos, Suécia, Reino Unido e Holanda. O Brasil ocupa a 54ª posição, três lugares acima do ano anterior, figurando entre os 60 países mais inovadores. Na América Latina, o Brasil é o segundo colocado, ficando atrás apenas do Chile. Além disso, entre os 36 países considerados como economias de “rendimento médio superior”, o Brasil está em 9º lugar, superando a média desse grupo em seis pilares: capital e pesquisa, infraestrutura, sofisticação de mercado, sofisticação de negócio, conhecimento e produção criativa.
Dada a forte correlação entre inovação e crescimento econômico, é fundamental que a inovação seja uma prioridade nas estratégias de gestão governamental. Reconhecendo a importância da inovação no impulso do crescimento econômico e a capacidade dos governos de influenciar esse processo, torna-se cada vez mais crucial aprimorar os instrumentos que auxiliam os gestores na tomada de decisões estratégicas.
A Inteligência Artificial (IA) está desempenhando um papel fundamental na redefinição das interações sociais, moldando profundamente como as pessoas se comunicam, interagem e compartilham informações. Funcionando como uma solução impulsionada pela análise de dados, a IA é capaz de emular o raciocínio humano para executar uma variedade de tarefas, fornecer insights valiosos e até mesmo tomar decisões. Essa capacidade é habilitada por meio de softwares altamente personalizáveis, que se adaptam às necessidades específicas de diferentes contextos.
A IA estar revolucionando a forma como empresas e indivíduos lidam com as constantes mudanças em seus ambientes. Oferecendo uma gama diversificada de benefícios, a IA tem um potencial significativo para gerar soluções ainda mais poderosas e eficazes quando combinada com outras tecnologias avançadas. No entanto, para aproveitar ao máximo esses benefícios, é importante superar os desafios enfrentados pela IA e investir em recursos e capacitação para sua implementação bem-sucedida.
Os avanços tecnológicos já é uma realidade em muitos aspectos, demandando que a administração pública se apoie cada vez mais nessas inovações para garantir o bem-estar dos cidadãos e, ao mesmo tempo, assegurar o uso racional dos recursos públicos. A inteligência artificial emergiu como um ativo essencial para a gestão pública, impulsionando a busca contínua por inovação para melhorar a eficiência na gestão do dinheiro público e promover a agilidade nos processos.
Um setor onde a IA estar sendo amplamente aplicada é no controle das contas da administração pública, uma responsabilidade atribuída aos Tribunais de Contas Brasileiros. Esse processo de fiscalização conduzido pelos tribunais é extenso e complexo, desempenhando um papel fundamental no combate à corrupção e na garantia do uso adequado dos recursos públicos.
Além disso, os Tribunais de Contas Municipais e Estaduais também adotaram soluções baseadas em IA em suas operações diárias. Por exemplo, o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) desenvolveu o robô Iris (Indicador de Risco em Contratações), que utiliza uma variedade de tipologias e técnicas de análise de dados para identificar possíveis irregularidades, como a precariedade das instalações de fornecedores da administração pública. No entanto, é importante ressaltar que o uso da IA deve ser complementado pela investigação humana para garantir a tomada de medidas adequadas em caso de suspeitas de fraude.
A inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente nos órgãos de controle das contas públicas brasileiras, desempenhando papéis cruciais, como funções preditivas, de auxílio e de qualificação da tomada de decisão humana. Esse avanço ressalta a importância da transparência por parte dos tribunais, que precisam compreender e monitorar de forma transparente como a IA estar sendo utilizada nesse contexto. É fundamental que o uso da inteligência artificial seja fundamentado em princípios como transparência e rastreabilidade, garantindo uma abordagem assertiva e ética em relação aos benefícios proporcionados por essa tecnologia.
Os benefícios do uso de ferramentas baseadas em inteligência artificial se estendem por diversas áreas da gestão pública, contribuindo para oferecer um serviço de melhor qualidade aos cidadãos. Por exemplo, na área da saúde, a IA pode auxiliar na tomada de decisões complexas, como decidir entre a construção de um novo hospital ou a ampliação de uma unidade existente, ao permitir o cruzamento e análise de dados sobre a oferta de unidades já existentes e suas capacidades de atendimento.
O avanço tecnológico dos últimos anos tem desafiado o Estado não apenas a cumprir sua função regulatória, mas também a incorporar a eficiência proporcionada pelas inovações tecnológicas em suas entregas à sociedade. Um exemplo disso é a implementação da inteligência artificial no processo de compras públicas no Brasil, que tem levado gestores tanto na iniciativa privada quanto no setor público a refletir sobre oportunidades significativas para aprimorar a eficiência dos processos licitatórios e a implementação de políticas públicas, além de promover a transparência nesses ambientes.
Nesse cenário, as empresas de tecnologia desempenham um papel fundamental, não apenas no desenvolvimento de soluções inovadoras para a gestão pública, mas também na capacitação e adaptação dos órgãos públicos a essa nova era digital. A inteligência artificial oferece diversas possibilidades para habilitar ambientes específicos, como a promoção da transparência e segurança, aumento da eficiência e agilidade, temas centrados em recursos humanos, capacitação e treinamento, bem como o desenvolvimento de soluções específicas para desafios particulares.
A aplicação da inteligência artificial nas empresas privadas tem sido cada vez mais comum, proporcionando uma série de benefícios significativos. A IA não apenas elimina obstáculos, mas também impulsiona a produtividade e reduz os custos operacionais, o que, por sua vez, aumenta a lucratividade das empresas. Com a implementação da IA, as empresas podem alcançar recordes de produção em menos tempo, reduzindo esforços para alcançar metas e melhorando a eficiência global dos processos.
Além disso, a IA traz uma melhoria substancial na experiência dos clientes, permitindo que as empresas otimizem a apresentação e a comunicação de seus produtos e serviços. Isso possibilita um atendimento mais personalizado, alinhado com as expectativas dos consumidores e aumentando a satisfação do cliente.
É essencial destacar que antes de adotar recursos de IA, as empresas devem identificar claramente os objetivos das novas ferramentas. A IA pode ser utilizada para diversos fins, incluindo o aumento das vendas, a melhoria da produtividade do negócio, a redução dos custos com pessoal e a otimização do tempo. Entre as vantagens da IA adaptável, destacam-se a sua capacidade de se adaptar às mudanças no ambiente, o aprendizado contínuo, a precisão nas análises e tomadas de decisão, a eficiência operacional e a versatilidade em diferentes contextos empresariais.
Além de poupar tempo, a identificação clara dos objetivos ao adotar novas tecnologias evita que a empresa invista em ferramentas que não serão utilizadas de forma efetiva. Dessa forma, a implementação de soluções tecnológicas, incluindo a IA, tornou-se essencial para as organizações em todos os setores, incluindo o de Recursos Humanos.
A aplicação da IA no RH tem crescido significativamente nos últimos anos, impulsionando a automação de processos e potencializando os resultados das empresas. No entanto, essa transformação também traz consigo novas demandas, especialmente no que diz respeito à otimização das tarefas e à eficiência do processo de contratação, tornando-o mais ágil e eficiente.
A implementação da inteligência artificial, tanto nos setores públicos quanto nos privados, emerge como uma estratégia essencial para impulsionar a eficiência operacional, aprimorar a tomada de decisões e fomentar a inovação. A IA tem se revelado como um verdadeiro catalisador, capaz de elevar a produtividade, reduzir custos e otimizar processos, evidenciando um potencial transformador na forma como as organizações operam e se relacionam com seus públicos. Dessa forma, a adoção inteligente da IA tem sido fundamental tanto no setor público quanto no privado, impulsionando o progresso e alcançando resultados cada vez mais eficazes e satisfatórios.
1Com uma carreira sólida na Tecnologia da Informação, atuei como Diretor em empresas de destaque, liderando estratégias desde o e-commerce até o desenvolvimento de sistemas complexos. Na Hpex Varejo LTDA, destaquei-me na gestão de operações de e-commerce e vendas para o governo. Na Hpex Apoio Administrativo, conduzi estratégias de recrutamento e terceirização. Já na Hpex Consultoria em Informática, liderei projetos inovadores em TI. Anteriormente, no Colégio Integrado Polivalente, contribuí para melhorias acadêmicas e administrativas como Consultor de TI. Com formação em Engenharia de Software e Tecnologia em Processamento de Dados, busco desafios e inovação constante;
2Fonte: IMF (2019). World Economic Outlook Database, October 2019;
3Fonte: WIPO word intelectual property organization. Organização Mundial da Propriedade Intelectual 34, chemin des Colombettes Case postale 18 CH-1211 Genebra 20 Suíça. Diposnivel em: [https://www.wipo.int/edocs/pubdocs/pt/wipo-pub-2000-2022-exec-pt-global-innovation-index-2022-15th-edition.pdf];
4Fonte: Moreira, A. F., Câmara, S. F., & Tahim, E. F. (2022). Análise acadêmica dos indicadores do global innovation index. Research, Society and Development, 11(3), e19911326092-e19911326092;
5Fonte: Instituto Rui Barbosa. (10 de julho de 2020). Uso de robôs pelos Tribunais de Contas. Disponivel em [https://irbcontas.org.br/uso-de-robos-pelos-tribunais-de-contas/]