INDISCRIMINATE CONSUMPTION OF PSYCHOSTIMULANTS AMONG UNIVERSITY STUDENTS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12639543
Caroline Santos Borges
Elisa Inglez Gomes
Orientadora: Prof. Ligia dos Santos Mendes Lemes Soares
RESUMO
Os estimulantes do sistema nervoso central (SNC) são substâncias que aumentam o estado de alerta e a motivação e que vêm sendo cada vez mais utilizadas por acadêmicos. Devido ao fato de serem considerados inibidores do transportador de dopamina (DAT) e do transportador de noradrenalina (NAT), os psicoestimulantes exercem um papel essencial na parte cognitiva dos usuários, proporcionando uma maior atenção e motivação, diminuindo a sonolência e o cansaço e aumentando a concentração, o que justifica o aumento do uso dessas substâncias por acadêmicos, em especial, os da área da saúde. No entanto, o uso inapropriado sem orientação médica, visto que, muitas vezes, tais substâncias são utilizadas por pessoas que não são portadoras do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou de outras doenças que conferem o uso, pode causar efeitos indesejáveis e maléficos às pessoas saudáveis. Sendo assim, o presente estudo teve como principal objetivo a realização de uma revisão de literatura sobre o uso de psicoestimulantes entre a população, em especial universitários, analisando o consumo destes medicamentos por aqueles que buscam aprimoramento cognitivo e estado de vigília. A partir disso, verificou-se quais os grupos que estão consumindo em maior quantidade essa medicação, constatando, os fatores que contribuem com o uso dos medicamentos, para assim alertar sobre as consequências que o uso indevido pode causar entre os seus usuários.
Palavras-chave: estudantes; psicoestimulantes; aprimoramento cognitivo.
ABSTRACT
Central nervous system (CNS) stimulants are substances that increase alertness and motivation and they have been increasingly used by academics. Due to the fact that they are inhibitors of the dopamine transporter (DAT) and the norepinephrine transporter (NAT), psychostimulants play an essential role in the cognitive part of users, providing greater attention and motivation, decreasing the drowsiness and tiredness, and increasing concentration, which justifies the increased use of these substances by academics, especially those in the health area. However, inappropriate use without medical guidance, since such substances are often used by people who do not have Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) or other diseases that demand their use, can cause undesirable, harmful side effects to healthy people. Thus, the main objective of the present study was to carry out a literature review on the use of psychostimulants among the population, especially students, analyzing drug consumption by those who seek cognitive enhancement and state of vigilance. Based on this, it is determined which groups are consuming this medication in greater quantities, identifying the factors that contribute to its use, in order to warn about the consequences that misuse can cause among its users.
Keywords: students; psychostimulants; cognitive enhancement.
1. INTRODUÇÃO
Substâncias químicas consumidas com o objetivo de aumentar o desempenho cognitivo, melhorar o humor e aumentar o estado de alerta e motivação são chamadas de psicoestimulantes (NASÁRIO e MATOS, 2022). Existem diferentes tipos de psicoestimulantes e apesar de terem mecanismos diferentes de ação, basicamente atuam por meio do sistema de catecolaminas (NETO, 2018). Alguns exemplos desses estimulantes são o Metilfenidato, o Lisdexanfetamina, o Modafinil é o Piracetam (PAIVA et al., 2022).
O metilfenidato é a droga psicoestimulante mais utilizada indiscriminadamente pelos estudantes, conhecido comercialmente como Ritalina®. Seu mecanismo consiste no impedimento da recaptação de dopamina e noradrenalina, aumentando sua disponibilidade nas fendas sinápticas, semelhante às anfetaminas. Atua nas seguintes regiões do cérebro: córtex cerebral, receptores adrenérgicos em regiões do sistema nervoso central (SNC), no cíngulo posterior / córtex frontal, responsável pela atenção (NASÁRIO e MATOS, 2022; SILVA e CALDEIRA, 2020; STAHL, 2014).
Seu efeito consiste em aumentar a atividade central da dopamina e da noradrenalina. A dopamina é responsável por levar informações do cérebro, encarregando-se do planejamento e começo de respostas motoras. Já a noradrenalina atua no processo de ajuste de atenção. Assim o medicamento faz uma regulação da função executiva e da concentração (FARAONE, 2018).
No início dos anos de 1960, o metilfenidato começou a ser utilizado para tratamento do Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), com intuito de amenizar seus sintomas que podem se diferir em diferentes graus: leve, moderado e grave. Com ele vieram outros medicamentos como o Venvanse® (Lisdexanfetamina), como é mais conhecido. Porém com a popularização do medicamento, estão sendo usados para outros fins de forma indiscriminada, que não o tratamento do transtorno (TOMAZ e JÚNIOR, 2018).
Estes estimulantes do SNC, como o metilfenidato, embora possuam mecanismos de ação levemente diversos, são substâncias capazes de causar uma liberação desnecessária de dopamina. Como consequência à liberação excessiva de dopamina, temos um aumento no potencial de abuso dos estimulantes, sendo necessário o cuidado dos usuários no momento da automedicação, pois pode desencadear além da dependência, outros riscos graves à saúde, principalmente se usado em dosagens altas e sem respeitar o período de duração. Por esses motivos, o uso desses medicamentos são restritos, necessitando de acompanhamento médico. (NASÁRIO e MATOS, 2022; SILVA e CALDEIRA, 2020; STAHL, 2014).
O principal motivo que leva os acadêmicos da área da saúde a fazerem o uso dessas substâncias, é garantir um melhor rendimento durante suas tarefas, mantendo o foco durante um maior período de tempo (PAIVA et al., 2022). Embora apresentem grandes vantagens aos olhos dos acadêmicos, os malefícios do seu uso indevido são inúmeros, causando muitos efeitos adversos. Ainda, de acordo com o estudo, a droga pode acarretar mudanças morfológicas e funcionais na atividade cerebral (KORN et al., 2019).
Atualmente, percebe-se que o uso indiscriminado dos psicoestimulantes vem aumentando, principalmente entre os estudantes universitários. Os acadêmicos, especialmente alunos das áreas da saúde, são submetidos a cargas horárias exaustivas, com necessidade de maior atenção e concentração e, muitas vezes, por desejarem um bom rendimento acabam se automedicando (NASÁRIO e MATOS, 2022).
Diante disso, o objetivo deste trabalho foi identificar e compreender o uso indiscriminado destes fármacos em estudantes, a fim de que se possa alertar sobre as inúmeras consequências do seu uso sem fins terapêuticos, sendo importante ressaltar a respeito da automedicação, muitas vezes estimulada pela facilidade de obter qualquer tipo de substâncias psicoestimulantes.
2. METODOLOGIA
Realizou-se no presente estudo uma revisão literária sobre a relação da ansiedade com a modulação da memória através de trabalhos publicados nos últimos 10 anos (2013 a 2023), que abordam de forma central, a temática escolhida. A investigação exploratória foi feita por meio de consultas em bases de dados relevantes, como: PubMed, Science Direct, Scielo, Google acadêmico (SCHOLAR), utilizando os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): psicoestimulantes, metilfenidato, estudantes, uso indiscriminado, acadêmicos e psicoestimulantes.
Após a seleção e caracterização da revisão de literatura, o estudo foi norteado por seções: título do artigo, ano de publicação, objetivo, principais resultados, discussão e conclusões. Assim, os resumos lidos na íntegra passaram por uma leitura flutuante de todo o corpo do estudo visando identificar quais abordavam a temática pesquisada e, desta forma, atendiam aos critérios de inclusão estabelecidos. Ao final desta etapa, os artigos previamente selecionados foram mantidos no estudo e desta forma, foram julgados coerentes com a proposta da revisão.
Procedeu-se com a caracterização e o fichamento dos mesmos, de modo a compilar, dentre outras variáveis, o enquadramento dos artigos na modalidade de reflexão, teses de doutorado, dissertações de mestrado, capítulos de livros e monografias. Ao final, realizou-se a avaliação e interpretação dos resultados, os quais foram sintetizados e organizados, orientando a discussão e elaborando o artigo final vigente.
3. DESENVOLVIMENTO
1. Drogas Psicoestimulantes.
Os principais psicoestimulantes utilizados atualmente são: metilfenidato, lisdexanfetamina, modafinila e piracetam (tabela 1) (SANTANA, 2020).
Tabela 1: Tipos de psicoestimulantes e seus respectivos nomes comerciais
Fonte: Produzida pelos autores,2023.
1.2 Metilfenidato
O psicoestimulante metilfenidato atualmente é usado para vários tratamentos psicológicos, porém sua maior indicação é para o tratamento de TDAH, ele é um fármaco estimulante do sistema nervoso central que provoca a aceleração do funcionamento mental. O metilfenidato pertence ao grupo dos fármacos anfetamínicos e é conhecido comercialmente como Ritalina® (MONTEIRO, 2017).
O principal motivo pelo qual o metilfenidato é utilizado por estudantes universitários é devido a alteração da ação de neurotransmissores cerebrais que modificam a atividade motora, eleva o estado de vigília aumentando o estímulo e desempenho cognitivo (ARAUJO, 2019).
Segundo Verghese & Abdijadid (2021) o metilfenidato tem como mecanismo de ação:
Bloquear a recaptação de dois neurotransmissores, norepinefrina (NE) e dopamina,pelos neurônios pré-sinápticos. Mais especificamente, inibe os transportadores desses neurotransmissores, aumentando a concentração de dopamina e norepinefrina na fenda sináptica. Em geral, isso cria seu efeito estimulante clássico no sistemanervoso central (SNC), principalmente no córtex pré-frontal. É químicamentederivado da fenetilamina e da benzilpiperazina. É metabolizado pelo fígado emácido ritalínico por meio de um processo denominado desesterificação viacarboxilesterase CES1A1. Comparado a outros medicamentos (ou seja, anfetaminas)derivados da fenetilamina, o metilfenidato parece aumentar a taxa de ativação dos neurônios.
Os principais efeitos adversos do metilfenidato são síndrome de abstinência, insônia, sonolência, piora na atenção e na cognição, surtos psicóticos, alucinações ou em casos mais graves, suicídio (ANDRADE, 2018).
Sendo o metilfenidato um medicamento de prescrição frequentemente usado para tratar o TDAH e pode ter várias interações e reações adversas. No que diz respeito às interações, é importante observar que o uso concomitante do metilfenidato com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) é estritamente contra indicado, pois pode levar a um aumento da pressão arterial, o que pode ser perigoso (Nunes, 2020).
Além disso, o metilfenidato pode interagir com certos antidepressivos e pode aumentar os efeitos do álcool. Quanto aos efeitos adversos, o metilfenidato pode causar efeitos cardiovasculares, como aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, bem como efeitos psicológicos, como nervosismo e ansiedade. Problemas gastrointestinais, como supressão do apetite e náusea, também são efeitos colaterais comuns (Paiva; Galheira; Borges, 2020).
De acordo com Cruz (2021), houve vários estudos e pesquisas que analisaram a incidência desses efeitos adversos e as interações com outras substâncias. Esses estudos foram direcionados a diferentes populações, como crianças e adultos com TDAH, e variaram em termos de metodologia e tamanho da amostra. Para obter informações específicas sobre a incidência dessas reações adversas, recomenda-se consultar a literatura médica relevante, as revisões sistemáticas e as diretrizes de saúde, e buscar orientação médica adequada antes de iniciar ou ajustar a terapia com metilfenidato.
Outro estudo mostra o uso de metilfenidato elucidando as motivações e influência pessoal, destacando-se a busca por um aumento da concentração nas atividades, evidenciando a expansão gradativa pela obtenção por outros psicofármacos sem prescrição médica com a finalidade de melhora no desempenho; podendo se transformar em um problema de saúde pública, visto que, há uma alta prevalência do uso de psicoestimulantes durante a vida acadêmica. Logo, é fundamental o investimento e intensificação por medidas preventivas em educação, por meio de campanhas e palestras que ressaltam as consequências do uso indiscriminado e seu controle de aquisição (MOREIRA, 2022).
1.3 Lisdexanfetamina
O psicoestimulante lisdexanfetamina, conhecido comercialmente como Venvanse®, também é utilizado por estudantes universitários, mas com menos frequência do que o metilfenidato devido ao custo financeiro superior. O mecanismo de ação da lisdexanfetamina assemelha-se ao visto pelo metilfenidato com ação de bloqueio da dopamina, além disso, este medicamento também é muito utilizado para pessoas que sofrem com TDAH (NETA, 2020).
Segundo Okamura (2019, p. 24) a lisdexanfetamina tem como mecanismo de ação:
A liberação de catecolaminas e a inibição da captura das mesmas. Desta maneira, acredita-se que após sua administração e hidrólise, ad-anfetamina liberada pelalisdexanfetamina (LDX), atue na liberação de norepinefrina e dopamina, na inibiçãoda monoamina oxigenasse (MAO), dos transportadores de norepinefrina (NET),resultando assim numa ação estimulante do sistema nervoso central (SNC).
O uso da lisdexanfetamina pode ter efeitos adversos como distúrbios do sono, perda de apetite e irritabilidade (NETA, 2020). Além disso, o uso abusivo da lisdexanfetamina pode trazer grandes riscos à saúde das pessoas que fazem uso, podendo levar a dependência psicológica em diferentes graus (TAKEDA, 2021).
Apesar da lisdexanfetamina ser utilizada, ainda o metilfenidato é geralmente a principal escolha entre os estudantes pois estudos mostram que é eficaz e bem tolerado pelos pacientes, além de, na grande maioria das vezes, ser recomendado como medicamento de primeira escolha para tratar o TDAH (OLIVEIRA, 2023).
Nesse estudo foi realizada uma pesquisa entre os psicoestimulantes mais utilizados pelos estudantes: Ritalina® (48%), Venvanse® (14%) e a Ritalina LA® (longa duração) (4%), 32% mencionaram outros estimulantes; 54% fizeram uso sem prescrição, 42% com prescrição, e 5% dos estudantes preferiram não informar (CERQUEIRA, 2021).
A Venvanse® (lisdexanfetamina) e a Ritalina® (metilfenidato) são comumente usadas no tratamento do TDAH, mas são bem diferentes; a lisdexamfetamine é uma droga facilitadora que é convertida em dextroanfetamina no organismo, enquanto a Ritalina® aumenta os níveis de dopamina e norepinefrina. Uma diferença importante entre os dois é a duração da ação: o Venvanse tem um tempo de liberação muito mais longo e, em geral, é tomado apenas uma vez ao dia, enquanto a Ritalina® vem em várias formulações com durações de ação variadas (Paiva; Galheira; Borges, 2020).
Com relação ao potencial de abuso, ambos os medicamentos apresentam riscos, mas como a Ritalina® é de liberação controlada, geralmente é considerada menos suscetível ao abuso. No entanto, qualquer pessoa que pretenda usar qualquer um dos medicamentos deve fazê-lo sob a orientação de um profissional de saúde, que avaliará as necessidades do indivíduo, seu histórico médico e outros medicamentos que estejam sendo usados para garantir a segurança (Carneiro et al., 2021).
Com relação aos estudos de efeitos adversos, há um grande conjunto de informações de pesquisa sobre ambos os medicamentos. Estudos clínicos e revisões sistemáticas examinaram os efeitos colaterais e a eficácia de ambos os medicamentos em diferentes populações. No entanto, os efeitos colaterais podem variar de pessoa para pessoa e é importante que os pacientes relatem quaisquer preocupações ou reações adversas ao médico para que o regime de tratamento possa ser ajustado, se necessário (Nunes, 2020).
1.4 Modafinila
Outro psicoestimulante é a modafinila, que é uma substância utilizada para tratar a sonolência diurna excessiva relacionada à narcolepsia, tem como seus nomes comerciais Stavigile® e Provigil®. O seu uso indiscriminado é utilizado por estudantes também porque aumenta o estado de alerta, amplia o poder de concentração e reduz a fadiga. Estudos demonstram que o modafinil melhora atividades cognitivas, a atenção, memória e facilita a aprendizagem (CORDEIRO, 2017).
A modafinila é muito consumida por caminhoneiros, devido ao seu efeito de vigília. A sonolência é um grande problema em profissões que exigem que funcionários fiquem acordados por grandes períodos. Motoristas comerciais de longa distância são um dos grupos de risco para a condução sonolenta. Estudos mostram que em 14% deles, dormem em média menos de cinco horas por dia, em contraste, não existem estudos que aprovem o uso do modafinil por esse grupo (GURUBHAGAVATULA, 2023).
Seu mecanismo de ação ainda é incerto, acredita-se que ela atue aumentando a liberação de dopamina e noradrenalina em diversas regiões cerebrais. As reações adversas observadas para o modafinil são principalmente dor de cabeça, ansiedade, nervosismo, tontura, sonolência e insônia (FREITAS, 2017).
1.5 Piracetam
O piracetam, que tem como nome comercial de Nootropil®, é indicado para tratamento sintomático da síndrome psico-orgânica, A síndrome psico-orgânica é uma condição caracterizada pelo desamparo mental com uma acentuada diminuição do raciocínio rápido, da memória, do enfraquecimento da vontade, da estabilidade afetiva, assim como da diminuição da capacidade de adaptação e de trabalho. Sendo assim, ela ajuda a melhorar a perda de memória e alterações da falta de direção. Como tem ação estimulante, ele aumenta a memorização e a capacidade de aprendizagem (MARTELLO, 2020).
Psico-orgânica é uma abordagem de pesquisa em psicologia que se concentra nas interações complexas entre fatores psicológicos e orgânicos no funcionamento do organismo humano. Ela reconhece que o estado mental e emocional de uma pessoa pode ser influenciado por fatores biológicos, como a função cerebral, desequilíbrios químicos e condições médicas (Carneiro et al., 2021). Essa abordagem visa a entender como os aspectos físicos e psicológicos se cruzam e influenciam a saúde mental e o bem-estar, reconhecendo a importância de considerar os aspectos psicológicos e físicos ao avaliar e tratar problemas de saúde mental e emocional (Paiva; Galheira; Borges, 2020).
De acordo com Gomes et al. (2019), o piracetam é um estimulante, também conhecido como “droga inteligente”, pertencente a uma classe de substâncias sintéticas projetadas para melhorar a cognição e a função cerebral. Foi desenvolvido como protótipo de droga na década de 1960 pelo cientista romeno Corneliu Giurgea, que o desenvolveu na década de 1960, e é um representante típico dessa classe de compostos.
Embora seus efeitos exatos e seu mecanismo de ação não sejam totalmente compreendidos, acredita-se que o piracetam possa aumentar a plasticidade neuronal, melhorar a circulação sanguínea no cérebro e aumentar a atividade dos neurotransmissores, melhorando assim a memória, a concentração e o aprendizado em alguns indivíduos (Carneiro et al., 2021).
O piracetam é comumente usado como suplemento para promover o desempenho cognitivo em condições normais de saúde mental ou para ajudar a aliviar os sintomas do declínio cognitivo associado ao envelhecimento. Entretanto, deve-se enfatizar que sua eficácia varia de pessoa para pessoa e não tem um efeito consistente em todos. Além disso, a segurança do uso prolongado do piracetam não foi totalmente estabelecida e seu status legal varia de país para país. Portanto, qualquer pessoa que esteja pensando em usar o piracetam deve consultar um profissional de saúde e cumprir as regulamentações locais (Cruz, 2021).
1.6 Comparação entre as drogas psicoestimulantes
Fonte: ANDRADE, 2018; MONTEIRO, 2017; Verghese & Abdijadid (2021); NETA, 2020; Okamura 2019; PEREIRA, 2022; Steinbuchel & Greenhill (2022); Hashemiano & Farhadi (2020); MARTELLO, 2020; FREITAS, 2017.
2. Padrão de consumo dos Psicoestimulantes
2.1 Crianças X TDAH
O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um quadro clínico prevalente na infância e na adolescência. Caracteriza-se por déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade. Com a descoberta do metilfenidato um psicoestimulante da classe farmacológica das anfetaminas popularmente conhecida como Ritalina entre os anos 60 e 70 começou a ser prescrito para o tratamento de distúrbios de aprendizagem em crianças, que muitas vezes não conseguem adaptar-se adequadamente ao meio em que vivem e nem retribuir às expectativas dos adultos. Desta forma o uso deste fármaco pode resultar na concentração de diversas atividades relacionadas ao cotidiano, pois muitos pais e professores se queixavam da dificuldade de aprendizagem associada a um comportamento hiperativo nas unidades escolares (GONÇALVES, 2021).
No Brasil, o início da comercialização da Ritalina se deu no ano de 1998. Tal cenário proporcionou uma ajuda significativa à indústria farmacêutica, fazendo com que o metilfenidato fosse o remédio mais vendido. Nos últimos anos observou-se um aumento no consumo desse medicamento, o Brasil é o segundo maior consumidor de Ritalina do mundo, pois o uso deste medicamento gera um efeito tranquilizante, ajudando no desempenho de tarefas escolares e proporcionando mudanças no seu ambiente social para melhor (ALVES, 2017).
Embora muitas crianças com TDAH apresentam melhora significativa em seus sintomas com intervenções precoces, como terapia comportamental, apoio educacional e, em alguns casos, medicação, é importante entender que o TDAH persiste na idade adulta em muitos casos (Cruz, 2021). Portanto, é essencial um monitoramento contínuo e aleatório durante vários anos. Isso inclui a avaliação regular dos sintomas, o ajuste das estratégias de tratamento conforme necessário e o apoio contínuo para ajudar as crianças a desenvolver habilidades de autorregulação e enfrentar os desafios associados ao TDAH durante todo o seu crescimento e desenvolvimento. O gerenciamento eficaz de longo prazo do TDAH ajuda as crianças a funcionarem melhor socialmente, academicamente e profissionalmente quando adultas (Gomes et al., 2019).
No caso do TDAH, transtorno que já afeta entre 5 a 10% das crianças e adolescentes em diversos países, o diagnóstico é clínico. As manifestações clínicas podem se apresentar na forma combinada dos sintomas, na forma em que predomina o déficit de atenção, ou na qual predomina a hiperatividade-impulsividade. Trata-se de uma disfunção neurobiológica, que se manifesta em consequência de fatores genéticos, mas com importantes influências ambientais.
Sabe-se que exigências por bons resultados e competitividade que, articuladas ao individualismo, põem sobre as crianças, sobre os pais, a responsabilidade por gerir essas crianças mais produtivas (GONÇALVES, 2021).
No campo da neuropsiquiatria TDAH é um dos diagnósticos mais estudados e também considerado um dos mais controversos da atualidade. Se verificar a tríade sintomatológica – déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade que está mencionada em boa parte dos encaminhamentos realizados para psiquiatras e neuropsiquiatras a fim de diagnosticar crianças, feito pelas escolas, percebe-se com isso uma produção massiva de crianças psicopatologizadas (CRUZ, 2016).
As manifestações do sofrimento são tratadas cientificamente como transtornos, classificadas segundo os manuais de diagnósticos. Nomeadas por códigos reconhecidos internacionalmente, o seu portador torna-se membro de uma “comunidade”. Sendo assim neuropsiquiatras diagnosticam o que é chamado de TDAH no DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) classificado, na CID 10, como “transtorno hipercinético”, identificado pelos códigos iniciados com F90 (OMS, 2011). Avalia-se a evolução dos sintomas por um período de, pelo menos, seis meses para apurar sinais e sintomas clínicos. Na maioria das vezes, a “triagem da doença” inicia-se em instituições não médicas, como escola, trabalho e família. A administração de metilfenidato foi capaz de, a curto prazo melhorar, diversos aspectos da atenção dos pacientes (CARVALHO, 2014).
Contudo, sabe-se o quanto a prescrição medicamentosa parece ser alternativa para garantir, sobretudo, o sucesso escolar do indivíduo com TDAH, a criança é facilmente diagnosticada e com isso estigmatizada, o que causa um grande impacto na sua vida, dos responsáveis e da própria escola, sabe-se que o desempenho aquém da capacidade intelectual da criança é uma questão extremamente importante, pois promove grande sofrimento emocional, comprometendo a autoestima e a autoimagem sendo assim a Ritalina® é um psicoestimulante, prescrito para tratamento destas crianças, o metilfenidato melhora a concentração, e consumido em doses corretas, pode ajudar no tratamento (VIANA, 2020).
A presença de crianças com dificuldade de aprendizagem, principalmente o TDAH, tem sido recorrente nos dias de hoje. Acomete indivíduos de ambos os sexos, investigados inicialmente na infância, com idade entre 3 e 5 anos. A fase escolar é a que melhor apresenta os sinais dos alunos com TDAH, pois normalmente se verificam crianças agitadas, isoladas, desatentas, com dificuldades de socialização e que não são capazes de finalizar tarefas comuns a crianças da mesma idade. Sendo assim, o metilfenidato prescrito em doses certas e com a atenção redobrada resulta em efeitos benéficos ao paciente, o seu uso pode inibir estímulos que distraem e melhoram a atenção, desta forma acaba sendo um meio de responder a essas exigências. No entanto, o uso exacerbado do metilfenidato poderá trazer à tona seus efeitos colaterais, podendo gerar transtornos para o SNC, e possíveis efeitos adversos indesejáveis para o paciente (ALVES, 2017). Considerado inicialmente uma desordem infantil e transitória, que raramente chegava à adolescência, atualmente é descrito como um transtorno psiquiátrico que pode perdurar por toda a vida (GONÇALVES, 2021).
O metilfenidato é um estimulante do sistema nervoso central que é usado para tratar diferentes transtornos mentais é utilizado também no tratamento do TDAH, só pode ser vendido sob prescrição médica e é classificado segundo a portaria SVS/ MS nº344, de 12/52001, como substância psicotrópica contida na lista A3 de medicamentos, mas sujeito a notificação de receita (ARAUJO, 2017). Assim surge a demanda pelo cloridrato de metilfenidato (Ritalina®) devido à ampliação da categoria diagnóstica de TDAH, no entanto observa-se também o uso para melhorar a performance acadêmica pelos universitários, que não possuem um diagnóstico de TDAH, e que procuram melhorar o desempenho em provas e situações afins, se automedicando (ANTUNES, 2021).
O metilfenidato é o psicoestimulante sintético mais consumido no Brasil, seu uso excessivo tem crescido nos dias de hoje, também consumido em escala crescente nas sociedades ocidentais. Apesar de reduzir sinais neurológicos suaves, hiperatividade e impulsividade. A longo prazo o tratamento mostrou-se como fator protetor para desenvolvimento de depressão e tentativas de suicídio (CRUZADO, 2022). Durante o seu uso o indivíduo poderá desenvolver dependência química, ou poderá afetar o sistema cardiovascular tendo hipertensão, taquicardia, arritmia e parada cardíaca. Assim como no sistema gastrointestinal, poderá ter reação de boca seca, falta de apetite e dores estomacais. Os efeitos mais frequentes são: nervosismo, dores de cabeça, tontura, falta de apetite, insônia, redução de peso (ARAUJO, 2017).
Os efeitos adversos normalmente são leves de curta duração e reversíveis quando as doses são acertadas. Entre os sintomas foi analisada a diminuição de apetite, que em crianças pode cursar com o baixo crescimento, nervosismo, instabilidade emocional e problemas no sono (KRULL, 2023).
2.2 O uso indiscriminado de psicoestimulante
Os psicoestimulantes compreendem um grupo de drogas de várias estruturas, que propicia inicialmente, aumento da concentração, melhora do rendimento e da produtividade, euforia e ausência de sono; diminuindo a fadiga e apresentando efeitos simpaticomiméticos, ou seja, aumentando as ações do sistema nervoso simpático. Ao estimular o SNC, as anfetaminas levam o cérebro a trabalhar mais depressa, ocasionando uma redução do sono e deixando o indivíduo realizar atividades por um tempo maior, com a sensação de menor cansaço, pois nas primeiras horas a sensação de bem-estar é grande, sendo chamada de “rebite” pelos caminhoneiros (BELAN, 2017).
Os psicoestimulantes, quando consumidos em excesso ou em associação com outras substâncias, podem apresentar um enorme risco à saúde, além de levar a privação do sono de maneira muito desregulada, acarretando sobrepeso, queda de cabelo, problemas comportamentais e cognitivos, interferindo de forma direta na qualidade de vida do indivíduo (EVANGELISTA, 2018).
Em estudo da universidade do sul de Santa Catarina, sobre a qualidade e a privação do sono realizado com 243 alunos do curso de medicina foi observado que os acadêmicos têm uma grande sobrecarga com relação às atividades curriculares, alta demanda pela memorização de conteúdo justificando sua procura por psicoestimulantes. Esta prática acontece devido a quantidade de horas que são dedicadas para estudos, aproximadamente 15 horas diárias ,tendo um grande impacto físico e emocional dos estudantes (NASÁRIO, 2022).
Demonstrando que a ilegalidade e a obtenção de produtos no âmbito do uso irracional ainda se mostram presente no cenário descrito pelo cotidiano desta categoria profissional, a Portaria 116 do Ministério do Trabalho de 2015 visa a exigência de exames toxicológicos para esses profissionais com o intuído de desencorajar o abuso de substâncias lícitas e ilícitas que afetam a dirigibilidade (BELAN, 2017).
4. APRESENTAÇÃO DOS DADOS (RESULTADOS)
Psicoestimulantes vs. População universitária
Numa sociedade marcada por uma elevada exigência de produtividade em atividades complexas a curto prazo, o sofrimento e o fracasso no trabalho ou na escola são vistos como sinais de doença, transtorno ou déficit (CARVALHO, 2014). Neste cenário surge a demanda pelo cloridrato de metilfenidato (Ritalina®) devido à ampliação da categoria diagnóstica de TDAH, no entanto observa-se também o uso para a melhora da performance acadêmica, os universitários procuram melhorar o desempenho em provas e situações afins, estudantes universitários que não possuem um diagnóstico de TDAH, mas que se automedicam buscando um rendimento cognitivo nos estudos, os estudantes afirmam ter um melhor rendimento quando estão sob o efeito do medicamento, relatando melhoramento do rendimento acadêmico, maior facilidade para se manter focado nos estudos e falta de sono, aumentando assim o estado de alerta e garantindo horas a mais de estudo, aumentando o rendimento nos estudos (ANTUNES, 2021).
Estudos mostraram que o uso de psicoestimulantes dentro do meio acadêmico sem prescrição médica é muito elevado. O uso não médico de medicamentos estimulantes prescritos, como o metilfenidato, aumentou entre os estudantes universitários nos últimos anos. Motivações comuns para uso incluem aprimoramentos na cognição e excitação subjetiva. Vários estudos de pesquisa observaram que o NPS provavelmente não confere uma vantagem acadêmica e está associado ao consumo excessivo de álcool e outras drogas. Por isso, torna-se imprescindível a necessidade de intervenções que corrijam simultaneamente (REGO, 2023).
É notório que o uso da Ritalina® por estudantes na faixa etária de 22 a 25, tem aumentado no decorrer dos anos, esse aumento se dá devido aos efeitos “benéficos” que a Ritalina® pode proporcionar aos estudantes mesmo sabendo que o medicamento não é prescrito para essa finalidade, no entanto com o uso é possível manter um bom aprendizado diante das exigências da vida acadêmica, os universitários tem um ótimo rendimento acadêmico aumentando sua concentração nos estudos (MADRIAGA, 2021).
Em um estudo realizado no Brasil com estudantes de medicina demonstrou que a grande maioria começou a utilizar metilfenidato após o ingresso na Universidade, sendo que 64% dos alunos com histórico de uso afirmaram que iniciaram o uso dessa substância durante o curso de medicina (AMARAL,2022). Em concordância com o estudo anterior, Barbosa (2021) analisou a prevalência e as características do uso não prescrito das anfetaminas com o objetivo de neuroaprimoramento cognitivo por estudantes de Medicina de Salvador-BA. O estudo foi realizado com 301 estudantes, dos quais 76,9% iniciaram o uso com a vigência do curso e 94,9% relataram melhora no desempenho acadêmico e as motivações apresentadas pelos estudantes sugerem elevada carga de autocobrança por resultado nas provas.
Essa demanda pelos psicoestimulantes estaria relacionada tanto ao fato de manter sempre uma alta performance, quanto a um excesso de individualismo. Atualmente, vivemos em uma sociedade em que parece que está todo mundo competindo para ver quem chega na frente. Percebe-se este cenário no mundo corporativo, onde executivos que fazem uso dessas substâncias para trabalhar por mais horas e “bater suas metas”, no mundo empresarial, no mundo acadêmico, o consumo para fins de aprimoramento da performance cognitiva, vivemos em um ambiente cada vez mais competitivo. Na plataforma Netflix tem um documentário chamado “Take your pills” no qual é abordado o consumo não apenas da Ritalina, mas de outros medicamentos por jovens estudantes e empresários visando o aprimoramento da performance cognitiva (GONÇALVES,2021).
O uso de psicoestimulantes por estudantes universitários tem sido objeto de estudos experimentais e pesquisas, refletindo a crescente preocupação com o problema em muitos países. Vários estudos exploraram a prevalência desse uso de drogas sem prescrição médica e descobriram um aumento acentuado nos relatos de estudantes que tomam drogas como o metilfenidato. Esses estudantes geralmente justificavam o uso desses medicamentos como uma forma de melhorar a concentração, o foco e o desempenho acadêmico, especialmente durante períodos de intenso estresse acadêmico (Nunes, 2020). Esses estudos também investigaram os fatores motivacionais por trás do uso de psicoestimulantes entre estudantes universitários. O estresse acadêmico, a busca de uma vantagem competitiva em um ambiente altamente competitivo, as expectativas de alto desempenho e a crença de que essas drogas melhoram o desempenho acadêmico foram frequentemente citados como motivos (Gomes et al., 2019).
No entanto, a pesquisa também destacou os riscos associados ao consumo desses medicamentos sem prescrição médica, incluindo efeitos colaterais adversos, potencial de dependência, impacto na saúde mental e questões éticas associadas ao uso de medicamentos não específicos. Além disso, a pressão para manter altos níveis de desempenho acadêmico pode ter consequências graves para o bem-estar emocional e psicológico dos estudantes universitários, portanto, é fundamental que essas questões sejam analisadas com cuidado (Cruz, 2021).
O estudo sobre o consumo de psicoestimulantes, por estudantes universitários de uma instituição de ensino superior especializada em saúde do nordeste brasileiro, 641 estudantes dos cursos de enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição e medicina demonstrou que o metilfenidato foi usado ao menos uma vez, por 55,9% dos entrevistados e que estes alunos são do curso de medicina, eles fazem regular uso de substâncias psicoativas, mesmo sem acompanhamento profissional. Em geral o uso foi associado a motivação para melhorar o desempenho nos estudos ou manter-se acordado (SA et al., 2019). De acordo, Candido et al. (2020) demonstraram que de uma amostra de 378 estudantes com idade entre 22 e 25 anos, 37 estudantes tomaram metilfenidato, que adquiriram sem prescrição médica e com o incentivo de outros estudantes que já haviam utilizado a medicação, o que só pode ser justificado como um tratamento para medicação para a TDAH.
O ambiente acadêmico impõe uma grande pressão pelo alto rendimento nos processos de avaliação para os mais variados processos seletivos, o que torna os estudantes os principais usuários do uso indiscriminado do cloridrato de metilfenidato. Como justificativa para o consumo, os usuários alegam obter melhoras nos níveis de concentração e não levam em consideração os possíveis efeitos adversos que podem aparecer a longo prazo (ANTUNES, 2021).
O mais preocupante em relação ao consumo de medicamentos para o aprimoramento da performance cognitiva não são somente os efeitos colaterais, mas o consumo não respaldado pelo profissional médico, os universitários encontram o medicamento de forma ilegal, especialmente pela internet, assim eles próprios definem o modo de uso, tornando-o perigoso. Sendo difícil, neste sentido, definir a linha que separa o tratamento do aprimoramento quando a questão é o TDAH, que é um diagnóstico considerado controverso por muitos/as estudiosos/as (GONÇALVES, 2021). Nas universidades encontram-se estudantes seduzidos pela expansão cognitiva e pelo aumento da resistência física que seriam proporcionados pelo consumo do medicamento que também é conhecido como “pílula da inteligência” (CARVALHO, 2014).
De forma a compreender as alterações provocadas pelo metilfenidato a longo prazo, percebe-se a alteração das vias dopaminérgicas e noradrenérgicas predispondo os indivíduos a transtornos de ansiedade. Em contrapartida, se usar metilfenidato em crianças e adolescentes que não tenham TDAH, apesar de parecerem tratadas com sucesso, incorre em déficits sutis que podem causar prejuízo em suas vidas futuras. Aumentando a probabilidade de transtornos obsessivos compulsivos e aditivos (PAIVA, 2020).
Em um estudo onde foi feito a investigação dos efeitos do metilfenidato a longo prazo, durante o desenvolvimento do SNC, foi administrado em ratos do 15º ao 45º dia de vida a droga e foi dividido em dois grupos, o grupo caso-controle onde foi administrado solução salina e no outro metilfenidato (2,0mg/kg). O período de administração do fármaco foi escolhido para simular o tempo de uso de droga em um ser humano sem TDAH, desde a infância, antes dos 10 anos, e mantivesse o tratamento até a vida adulta. Percebeu-se que quando os ratos entravam na vida adulta possuíam algumas alterações neuroquímicas, o tratamento crônico afetaria o número de neurônios no hipocampo dos animais, sugerindo que poderia afetar a sobrevivência celular, e dessa maneira comprometeria tarefas comportamentais, como o prejuízo de memória a longo prazo, animais com menos interesse ao explorar o ambiente. Sendo assim, notou-se que houve comprometimento na motivação, atenção e função sensório-motora (SHIMITZ, 2018).
Sendo assim o uso sem prescrição médica de metilfenidato, deve ser evitado, uma vez que não foram encontradas evidências científicas que mostrem a eficácia dessa substância para o aprimoramento cognitivo em não portadores de TDAH. Outro fator que justifica a não utilização desse fármaco de maneira precipitada são aumento de pacientes com insônia e problemas de sono, transtorno psicótico e outros pontos negativos (OLIVEIRA, 2023).
Estudos sobre os danos causados pelo uso de psicoestimulantes sem prescrição médica na população, especialmente entre estudantes universitários, identificaram vários problemas significativos. Uma das principais conclusões desses estudos são os efeitos colaterais adversos que podem resultar do uso desses medicamentos. Sintomas como insônia, nervosismo, ansiedade, elevação da pressão arterial e aumento da frequência cardíaca são comuns entre os usuários, afetando a saúde física e mental. Além disso, em casos raros, foram relatados sintomas psiquiátricos, destacando a complexidade dos efeitos dessas drogas no cérebro e no corpo (Carneiro et al., 2021).
Outra questão importante que foi identificada é o potencial de dependência e abuso dessas drogas. A tolerância aos efeitos dos psicoestimulantes pode levar os usuários a aumentar a dosagem, aumentando assim o risco de dependência. O uso recreativo ou sem prescrição médica também gera sérias preocupações, pois pode contribuir para o abuso dessas substâncias. Além disso, muitos estudos não encontraram evidências consistentes de progresso acadêmico significativo associado ao uso de psicoestimulantes, sugerindo que a prática pode não ser tão benéfica quanto muitos acreditam (Nunes, 2020).
Por último, mas não menos importante, o uso de psicoestimulantes sem receita médica também levanta questões éticas e legais. A obtenção desses medicamentos sem receita médica geralmente é ilegal e contribui para a existência de um mercado negro de drogas, com efeitos prejudiciais para a sociedade como um todo. Portanto, o estudo destaca a importância de educar os alunos sobre os riscos associados ao abuso de psicoestimulantes e de promover formas mais saudáveis e éticas de lidar com as pressões acadêmicas e sociais (Paiva; Galheira; Borges, 2020).
Conforme observado por Maciel e Ramos (2017), observou-se um aumento no uso da droga nas universidades, alegando que a substância traz bons benefícios diretos e tem um efeito favorável, mas sem informar ou saber exatamente seus efeitos adversos, bem como sua ação no organismo e interações com outras drogas. Contudo, os autores (Paiva; Galheira; Borges, 2020) trazem também uma variável que diferencia melhor os alunos que usam metilfenidato, dando preferência aos que moram longe dos pais, moram na República e moram com amigos, pois usam metilfenidato em uma proporção de até 90% dos outros universitários. Foi relatado que 21 estudantes universitários se inscreveram para saber se estavam usando um medicamento para melhorar a neurologia, e 90% desses usuários disseram ter obtido os efeitos desejados, mas também relataram efeitos colaterais descritos em outros estudos, como taquicardia, insônia e irritabilidade.
Segundo Calazans e Belo (2017), dos 248 alunos dos diferentes programas, apenas 136 responderam ao questionário e vemos que a automedicação é predominante entre os jovens de 19 a 29 anos, considerando que em algum momento, 15, 65% dos alunos se automedicam. Eles também relataram efeitos adversos prolongados dos medicamentos.
Esher e Coutinho (2017) relataram que há a necessidade de desenvolver políticas públicas nas universidades como forma de interagir com os alunos, gerando programas de prevenção eficazes para protegê-los dos perigos do uso abusivo de drogas e anfetaminas, bem como campanhas de conscientização para os alunos para que sejam informados os possíveis efeitos adversos das drogas psicoativas. Segundo Schwamback et al. (2020) em seu trabalho, relata um projeto organizado por alunos do Centro Universitário São Lucas em Porto Velho Rondônia, no qual foi promovida uma atividade online com a participação de profissionais da área da saúde, em modelo de palestra, que teve como objetivo conscientizar os alunos sobre as complicações do abuso de substâncias, a fim de interagir e responder a perguntas específicas.
Devido ao baixo conhecimento e às consequências da automedicação com Ritalina para o reforço cognitivo, recomenda-se que sejam selecionados materiais didáticos e artigos da literatura para proporcionar aos estudantes uma melhor introdução e compreensão, e que sejam também acrescentados temas de ensaio nas aulas, para que possam ser o início de uma abordagem preventiva e de sensibilização (Walylo et al., 2016).
Quadro 2 – Descrição dos estudos apresentados na revisão.
5. CONCLUSÃO
No presente estudo, avaliamos o uso não prescrito de psicoestimulantes, que são principalmente utilizados pela população universitária exposta muito frequentemente a vários contextos e diversas situações de estresse e competitividade, buscando nesses medicamentos mais horas de estudos e um maior efeito de vigília fazendo com que haja uma grande procura principalmente nesse meio, sem se importar com os seus efeitos adversos.
Outro dado verificado no estudo confirma que a busca pelos estudantes incluem a dificuldade em lidar com os desafios dos cursos e dessa maneira foi observado que existe uma grande automedicação, principalmente entre os jovens. Observamos que existem diversos efeitos a longo e curto prazo e os usuários que não possuem indicação para uso podem gerar dependência psicológica e/ ou fisiológica.
Assim, fica evidente que há uma necessidade de orientação dentro das instituições de ensino, pois esse uso indiscriminado de psicoestimulantes pode levar a problemas de saúde. Conseguinte, devemos considerar esse um problema de saúde pública, necessitando analisar os impactos do uso de psicoestimulantes, a fim de minimizar o seu uso indiscriminado e indevido.
REFERÊNCIAS
S.A.M.S. ALVES et al.Abordagem sobre o tdah: classificação, falso diagnóstico e impactos do tratamento medicamentoso em crianças.Anais do 5º Encontro Brasileiro para Inovação Terapêutica, In: 2017, Recife. Anais eletrônicos… Campinas, Galoá, 2017. Disponível em: <https://proceedings.science/ebit/ebit-2017/trabalhos/abordagem-sobre-o-tdah-classificacao-f also-diagnostico-e-impactos-do-tratamento?lang=pt-br>. Acesso em: 04 out. 2023.
Amaral, N. A., et al. We need to talk about the use of methylphenidate by medical students – review of the literature. Revista Brasileira De Educação Médica, 2022.
ANDRADE, Luana da Silva et al. Ritalina uma droga que ameaça a inteligência. Revista de Medicina e Saúde de Brasília, Brasília, v. 1, n. 7, p. 99-112, maio de 2018.
ANTUNES S, J. de O. S., et al. O uso inadequado de cloridrato de metilfenidato por estudantes com intuito de aumentar o desempenho cognitivo. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 7(11), 431–443. 2021.
ARAUJO, Aída Felisbela Leite Lessa. Investigação sobre o uso de psicofármacos entre estudantes universitários. Monografia (Especialização) – Curso de Medicina, Centro Universitário Cesmac Pró Reitoria Adjunta de Pesquisa e Pós-Graduação Programa de Pós-Graduação Pesquisa em Saúde, Maceió, 2019.
ARAÚJO, C.Z.L.A., et al. O TDAH e as produções subjetivas da criança: problematizando o diagnóstico com pais e professores. UniCEUB, 2017.
BARBOSA, L. A, et al. Prevalence of use of psychostimulant drugs for cognitive neuro-enhancement purposes among Medical students. Journal of Multiprofessional Health Research, [S. l.], v. 2, n. 1, p. e02.85-e02.97, 2021. Disponível em: https://journalmhr.com/index.php/jmhr/article/view/22. Acesso em: 10 sep. 2023.
BELAN, T.F., et al. Prevalência do uso de anfetaminas por caminhoneiros. Universidade Iguaçu, Campus V. Itaperuna, Rio de Janeiro, Brasil. Acta Biomédica Brasiliensia, v. 8, n. 2. Dezembro de 2017.
CALAZANS, Ana Gabriele Celestino, et al. Prevalência do uso de metilfenidato por estudantes ingressantes nas universidades do município de sete lagoas/mg. Revista brasileira de ciências da vida, v. 5, n. 1, 2017.
CÂNDIDO, R. et al. Prevalência e fatores associados ao uso de metilfenidato para neuroaprimoramento farmacológico entre estudantes universitários. Einstein (São Paulo), v. 18, n. 1, p. 1–7, 2020.
CARNEIRO, Nathalia Bufaiçal, et al. Perfil de uso de metilfenidato e correlatos entre estudantes de medicina. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, n. 2, p. 5419- 5419, 2021.
CARVALHO, T. R. F., et al. Exigências de produtividade na escola e no trabalho e o consumo de metilfenidato. Educação & Sociedade, 35(127), 587–604. 2014.
CERQUEIRA, N. S. V. B., et al. Uso indiscriminado de metilfenidato e lisdexanfetamina por estudantes universitários para aperfeiçoamento cognitivo. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, [S. l.], v. 7, n. 10, p. 3085–3095, 2021. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/3014. Acesso em: 9 set. 2022.
CORDEIRO N, Pinto RMC. Consumo de estimulantes cerebrais em acadêmicos da área da saúde na cidade de Ponta Grossa-PR. Revisão Acadêmica. 18(2): 23-45. 2017.
CRUZ, B.A., et al. Uma crítica à produção do TDAH e a administração de drogas para crianças. Estudos De Psicologia (natal), 21(3), 282–292. 2016.
CRUZ T. C. Uso não-prescrito de metilfenidato entre estudantes de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Gazeta Médica da Bahia, v. 81, n.1, p. 3-6, 2021.
CRUZADO, Daniel Secundino Altamirano. Efeitos de psicoestimulantes usados no tratamento de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. 2022.
ESHER, M., et al. Transtorno de défict de atenção/hiperatividade e metilfenidato: uso necessário ou induzido. Revista Eletrônica Gestão e Saúde, n. 1, p. 142-155, 2017.
EVANGELISTA, L.N. As consequências da privação do sono e os efeitos do uso indiscriminado de psicoestimulantes. Brasília- DF 2018. Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Ciências da Saúde – FS Curso de Farmácia
FARAONE, Stephen V. The pharmacology of amphetamine and methylphenidate: relevance to the neurobiology of attention-deficit/hyperactivity disorder and other psychiatric comorbidities. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, [S.L.], v. 87, p. 255-270, abr. 2018.
FREITAS AFS, Santos KLM, et al. Análise do uso de nootrópicos relacionando-se seus principais mecanismos de ação. Faculdade Mauricio de Nassau-FMN. II Congresso Brasileiro de Ciências da Saúde, 2017.
GOMES, Rafaela Silva; GONÇALVES, Luciene Resende; DOS SANTOS, Vitória Régia Lopes. Vendas de metilfenidato: uma análise empírica no Brasil no período de 2007 a 2014. Sigmae, v. 8, n. 2, p. 663-681, 2019.
GONÇALVES, et al. Entre o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade e o aprimoramento cognitivo: Reflexões sobre a medicalização do mau desempenho. Educação, Sociedade & Culturas, nº 60, 2021, 33-49.
GURUBHAGAVATULA, Indira, et al. Drowsy driving: Risks, evaluation, and management. 2022. https://www.uptodate.com/contents/drowsy-driving-risks-evaluation-and-management?search =modafinila%20caminhoneiros&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=de fault&display_rank=1#H877976961. Accessed August 30, 2023.
HASHEMIAN, Seyed Mohammadreza; et al. A review on modafinil: the characteristics, function, and use in critical care. Journal Of Drug Assessment, [S.L.], v. 9, n. 1, p. 82-86, 1 jan. 2020. Informa UK Limited.
KORN, H.K, et al. Non‐Medical Use of Prescription Stimulants for Treatment of Attention Disorders by University Students: Characteristics and Associations. Med Sci Monit. 2019;25: 3778–3787.
Krull, K.R. Pharmacology of drugs used to treat attention deficit hyperactivity disorder in children and adolescents.2023. www.uptodate.com/contents/pharmacology-of-drugs-used-to-treat-attention-deficit-hyperactivitydisorder-in-children-and-a dolescents?source=see_link. Accessed December 15, 2022.
MACIEL, J. M., et al. Uso não prescrito de cloridrato de metilfenidato entre estudantes universitários. Revista de Pesquisa Interdisciplinar, v. 2, n. 2, 2017.
MARTELLO, A.T, et al. O uso de metilfenidato, piracetam e ginkgo biloba – estimulantes cerebrais – por estudantes. 12 Revista Interdisciplinar em Ciências da Saúde e Biológicas, 2021; 5(1)3-13.
MADRIAGA, A.G., et al. Perspectiva do farmacêutico no uso da ritalina por acadêmicos Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação-REASE Revista Ibero-Americana de Humanidades. v.7.n.10. out. 2021.ISSN-2675 –3375.
MILHOMEM, T. A., et al. O uso de substâncias psicoestimulantes entre acadêmicos: uma revisão integrativa. Scire Salutis, v.12, n.1, p.62-73, 2022.
MONTEIRO, Brisa Marina de Meireles, et al. Metilfenidato e melhoramento cognitivo em universitários: um estudo de revisão sistemática. 2017. 11 f. TCC (Graduação) – Curso de Medicina, Universidade Federal de São João del Re, Divinopolis, 2017.
MOREIRA, S.C. et al. O uso do cloridrato de metilfenidato e seus fatores influenciadores na vida de jovens estudantes do curso de Medicina. Research, Society and Development, v. 11, n. 7, e9911729715, 2022.
NASÁRIO, Bruna Rodrigues, et al. Uso Não Prescrito de Metilfenidato e Desempenho Acadêmico de Estudantes de Medicina. Psicologia: Ciência e Profissão, [S.L.], v. 42, n. -, p. 1-13, 16 fev. 2022. FapUNIFESP (SciELO).
NETA, B. R. B., et al. Histórico de desenvolvimento e indicação terapêutica do Venvanse. FacUnicamps, [S.l], p. 1- 18, ago./2020.
NETO, F. D. C. C. D. V., et al. O uso não prescrito de metilfenidato entre acadêmicos de medicina: uma revisão de literatura. Revista Interdisciplinar em Saúde, Cajazeiras, v. 5, n. 4, p. 759-773, set./2018. Disponível em: https://www.interdisciplinaremsaude.com.br/Volume_20/Trabalho_10.pdf. Acesso em: 30 de ago. 2023.
NUNES, Solange Silva. Uso da Ritalina por acadêmicos: Desenvolvimento Acadêmico sob o efeito da Ritalina. 2020. Acesso em: 30 ago. 2023.
OKAMURA, A. M. N. C. Análise comportamental e neuroquímica de ratos tratados com doses repetidas de lisdexanfetamina na infância e periadolescência. PPGF, Fortaleza, v. 165, p. 16-100, fev./2019.
OLIVEIRA, M.P.R. Pereira, S.V.S. Nery, M.S.Guedes, V.R. Siqueira, I.B. Segurança e eficácia dos medicamentos metilfenidato e lisdexanfetamina no tratamento do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade: uma revisão. Ciências Biológicas e de Saúde Unit | Aracaju | v. 8 | n. 1 | p. 90-103 | Maio de 2023.
PAIVA, G. P., et al. Psicoestimulantes na vida acadêmica: efeitos adversos do uso indiscriminado. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, [S. l.], v. 8, n. 11, 2020. DOI: 10.21270/archi.v8i11.4660. Disponível em: https://archhealthinvestigation.emnuvens.com.br/ArcHI/article/view/4660. Acesso em: 9 set. 2023.
PEREIRA, A.E. Franco, D.C.Z. Elevada prevalência de consumo inadequado de psicoestimulantes por universitários da área da saúde. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.4, p.26623-26639, apr., 2022.
REGO, R.A.M. Mendes, M.E. Machado, Y.C. O uso indiscriminado de psicoestimulantes para melhora do desempenho acadêmico por estudantes saudáveis. Society and Development, v. 12, n. 2, e10512239958, 2023.
ROCHA, D.B.M., et al. Metilfenidato: uso prescrito versus uso indiscriminado por acadêmicos de medicina. Rev Méd de Minas Gerais. 2020; 30 (e-30119): 1-6.
SANTANA, L. C.; et al. Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes em Instituições de Ensino de Montes Claros/MG. Revista Brasileira de Educação Médica, v.44, n.1, 2020.
SÁ, Ruan Silva; CALADO, Maria Eduarda Giovaninni; et al. Uso de substâncias psicoestimulantes por estudantes universitários. 2019.
SCHMITZ, Felipe. Efeito do metilfenidato: uma abordagem experimental. 2018. 148 f. Tese (Doutorado) – Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Bioquímica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.
SCHWAMBACK, Gabriel Irismar Rodrigues et al. A utilização de ferramentas digitais como instrumento de alerta para o uso indiscriminado de neuroestimulantes entre universitários. Mostra de Inovação e Tecnologia São Lucas, v. 1, n. 2, 2020.
SILVA, L.S.; CALDEIRA, T.B. O uso de psicoestimulantes do tipo metilfenidato entre acadêmicos de uma instituição superior de ensino de Minas Gerais. Revista de Medicina e Saúde de Brasília, [S. L.], v. 9, n. 2, p. 235- 261, abr. 2020.
STAHL, Stephen M. Psicofarmacologia: Bases Neurocientíficas e Aplicações Práticas. 4. ed. rev. [S. l.]: Guanabara Koogan, 2014. 568 p. v. [ ]. ISBN 978-8527725866.
STEINBUCHEL P., et al. Estimulantes: Definição, Farmacologia, Indicações, Efeitos Colaterais e Estratégias de Tratamento. In: Riederer, P., Laux, G., Nagatsu, T., Le, W., Riederer, C. (eds) NeuroPsicofarmacoterapia. Springer, Cham. 2022.
TAKEDA. Venvanse: Dimesilato de lisdexanfetamina. Takeda, [S.l], v. 55, n. 55, p. 1-17, mar./2021.
VERGHESE, C, et al. Methylphenidate. PubMed, [S.l], v. 55, n. 55, p. 1-10, mai./2021.
VIANA, E. Desenvolvimento da atenção voluntária e a crítica medicalização da educação: TDAH à luz da psicologia histórico-cultura; J. of Develop.Curitiba, v. 6, n. 3,p. 14278-14287. Mar. 2020.
Tomaz, A., & Júnior, T. (2018). Perfil dos universitários da área da saúde quanto ao uso de substâncias psicoativas na cidade de Ariquemes – RO Perfil dos universitários da área da saúde quanto ao uso de substâncias psicoativas na cidade d Ariquemes – RO. [S.l.]. WALYLO, A et al. Avaliação das prescrições médicas de Ritalina®(metilfenidato) 10mg, disponibilizadas no serviço público de saúde no Município de Ponta Grossa, durante o período de janeiro a junho de 2016. Universidade de São Paulo. 2016.