CONSUMO ALIMENTAR E ACEITABILIDADE DE UMA PREPARAÇÃO CONTENDO HORTALIÇAS ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) 

FOOD CONSUMPTION AND ACCEPTABILITY OF A PREPARATION CONTAINING VEGETABLES AMONG CHILDREN AND  ADOLESCENTS WITH AUTISM SPECTRUM DISORDER (ASD) 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10699402


Bianca Maria Brizola1; Daniele Gonçalves Vieira2;  Joseane Carla Schabarum3; Luane Aparecida do Amaral4; Maria Sabrina Simion Soares5; Marcela Komechen Brecailo6; Thais Biasuz7; Yasmin Kauany Gralak Hipólito8


Resumo 

O Transtorno do Espectro autista (TEA) é caracterizado por diferenças no desenvolvimento  neurológico, frequentemente associado a comportamentos alimentares atípicos. Estes comportamentos  incluem seletividade alimentar e uma preferência por alimentos ultraprocessados. Essa preferência pode  aumentar o risco de deficiências nutricionais e complicações de saúde entre os indivíduos com TEA. É  evidente a necessidade de estratégias educacionais que visem a introdução de alimentos saudáveis, a fim  de melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. Neste contexto, um estudo transversal descritivo foi prolongado para investigar o consumo alimentar de  crianças e adolescentes com TEA na APAE de Guarapuava-PR. Utilizando o formulário de marcadores  do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), foi avaliado a aceitabilidade de uma  preparação contendo hortaliças, especificamente um muffin com berinjela e espinafre. Esta preparação  foi selecionada com base em pesquisa prévia. A avaliação da aceitabilidade foi realizada através da  escala hedônica facial do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Os dados foram  analisados utilizando o teste qui-quadrado da Pearson no software IBM SPSS Statistics. Os resultados  revelaram que a amostra consistia predominantemente em indivíduos do sexo masculino (84,6%), com  a maioria significativa com nível 2 de autismo (53,8%). Houve uma tendência de menor aceitabilidade de preparação com hortaliças à medida que o diagnóstico se tornasse mais severo. Além disso, foi  observada uma preferência geral por alimentos ultraprocessados entre os participantes, indicando uma  relação entre o diagnóstico de autismo e as preferências alimentares. Diante desses resultados, destaca-se a importância de disciplinas nutricionais personalizadas para promover uma alimentação saudável e  adequada nessa população com TEA. Tais intervenções têm o potencial de melhorar a qualidade de vida  e prevenir complicações relacionadas à alimentação entre os indivíduos com TEA. 

Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista. Seletividade Alimentar. Consumo de Alimentos. Qualidade de vida. 

ABSTRACT 

Autism Spectrum Disorder (ASD) is characterized by differences in neurological development, often  associated with atypical eating behaviors. These behaviors include food selectivity and a preference for  ultra-processed foods. This preference can increase the risk of nutritional deficiencies and health  complications among individuals with ASD. There is an evident need for educational strategies aimed  at introducing healthy foods to improve the quality of life for these individuals. In this context, a  descriptive cross-sectional study was conducted to investigate the dietary intake of children and  adolescents with ASD at the APAE of Guarapuava-PR. Using the markers form of the Food and  Nutritional Surveillance System (SISVAN), the acceptability of a preparation containing vegetables,  specifically an eggplant and spinach muffin, was evaluated. This preparation was selected based on  previous research. Acceptability assessment was conducted using the facial hedonic scale of the National  School Feeding Program (PNAE). Data were analyzed using Pearson’s chi-square test in IBM SPSS  Statistics software. The results revealed that the sample consisted predominantly of males (84.6%), with  the majority diagnosed at level 2 of autism (53.8%). There was a trend of lower acceptability of  vegetable preparation as the diagnosis became more severe. Additionally, a general preference for ultra processed foods was observed among participants, indicating a relationship between autism diagnosis  and food preferences. In light of these results, the importance of personalized nutritional interventions  to promote healthy and adequate nutrition in this ASD population is emphasized. Such interventions  have the potential to improve quality of life and prevent food-related complications among individuals  with ASD. 

Keywords: Autism Spectrum Disorder. Food Fussiness. Food consumption. Quality of Life. 

1. INTRODUÇÃO 

O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma  condição caracterizada por diferenças no desenvolvimento neurológico que afetam a cognição,  linguagem, interação social e comportamento. Essas diferenças podem influenciar o  desenvolvimento motor e psicológico da criança, resultando em desafios no funcionamento  diário e na comunicação (Lopez et al., 2013). De acordo com Mapelli et al. (2018), o autismo afeta aproximadamente 10 em cada 10.000 crianças em todo o mundo, sendo mais comum em  meninos do que em meninas. 

A etiologia do autismo ainda é desconhecida, mas a tendência atual é considerá-la como  uma condição de origem multifatorial, envolvendo uma combinação complexa de fatores  genéticos, neurológicos e ambientais na criança (Volkmar & McPartland., 2014). O que pode  resultar em manifestações gastrointestinais, além da presença de seletividade alimentar. Essas  características particulares do transtorno variam em seu nível de gravidade (Monteiro, Gomes  & Rito, 2020). 

Indivíduos com TEA frequentemente demonstram comportamentos alimentares atípicos,  tais como seletividade alimentar, postura perturbadora durante as refeições, repertório alimentar  limitado, ingestão restrita ou excessiva de alimentos, além de dificuldade em permanecer à  mesa durante as refeições, entre outros desafios (Cupertino et al., 2019; Leader et al., 2020). 

Um fator preocupante relacionado à alimentação no TEA está associado ao hábito  frequente de consumir alimentos processados e ultraprocessados. Um estudo realizado por Silva  et al., (2020) mostrou que esse hábito está presente entre as crianças com TEA de preferir o  consumo de alimentos ricos em amidos, processados e ultraprocessados, enquanto tendem a  rejeitar frutas, legumes e proteínas. Essas preferências alimentares específicas podem contribuir  não apenas para o ganho de peso, mas também aumentar o risco de desenvolver doenças  cardiovasculares e metabólicas, assim como causar sintomas gastrointestinais (Silva, Santos &  Silva., 2020). Esses produtos, que são industrializados e prontos para o consumo, passam por  diversas modificações, incluindo adição de ingredientes e substâncias alimentares,  diferentemente dos alimentos in natura (Louzada et al., 2015).  

Crianças e adolescentes com TEA que apresentam seletividade alimentar geralmente  demonstram desinteresse pelos alimentos e preparações culinárias, inapetência, além de  enfrentarem disfunções sensoriais em vários níveis, podendo ter dificuldades motoras orais que  afetam processos como mastigação e deglutição, devido às limitações no paladar, olfato,  audição, visão e na absorção de nutrientes. Essas condições impactam significativamente a  qualidade de vida desses indivíduos (Pereira et al., 2021). 

Considerando a seletividade alimentar presente nesses indivíduos, alterações no padrão  alimentar podem ser observadas, caracterizadas pelo baixo consumo de frutas e hortaliças, e  preferência por alimentos ultraprocessados, assim como demonstrado no estudo conduzido por  Siddiqi et al., (2019) envolvendo crianças com TEA, os resultados indicaram um consumo  reduzido de frutas e vegetais. Essa redução na ingestão desses alimentos tem um impacto  significativo nas deficiências de micronutrientes, especialmente nas vitaminas do complexo B, cálcio e ferro (Siddigi, Urooj & D’Souza., 2019). Como resultado, pessoas com TEA estão mais  suscetíveis a desenvolver sobrepeso, obesidade e deficiências nutricionais quando comparadas  aquelas que não apresentam condições relacionadas ao desenvolvimento (Caetano et al., 2018). 

O consumo diário de frutas e vegetais por crianças em idade escolar está significativamente  abaixo (283 g) (Murillo et al., 2020) da recomendação diária de 400 g (OMS, 2003), em grande  parte devido à presença de compostos como antocianinas e ácidos fenólicos hidroxicinâmicos,  como o ácido clorogênico. Estes compostos conferem um sabor amargo aos alimentos,  reduzindo assim sua aceitabilidade sensorial (Mbondo et al., 2018). A berinjela é caracterizada  pelo seu sabor amargo, que é atribuído à presença de substâncias como alcaloides nicotinoides  (Gurbuz et al., 2018). Assim como a berinjela, o gosto amargo do espinafre também tem sido  um fator importante na hesitação em incorporá-lo nas preferências alimentares sensoriais  (Azevedo et al.,2012). Portanto, pode diminuir sua aceitabilidade, especialmente entre crianças  (Chung et al., 2018). 

Questões como características dos alimentos, incluindo sabor, formato, temperatura,  coloração, embalagem, aparência no prato e utensílios utilizados, desempenham um papel  significativo na alimentação de indivíduos com TEA. Portanto, é essencial implementar terapias  que visem a introdução e aceitação de alimentos in natura e minimamente processados. Essas  abordagens podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida desses indivíduos,  prevenindo complicações relacionadas à alimentação e promovendo a saúde geral (Oliveira &  Frurtuso., 2021). 

Diante do exposto, considerando a importância de estudos que abordem melhoria na  alimentação e qualidade de vida de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o  presente estudo tem como objetivo de avaliar o consumo alimentar e verificar a aceitabilidade  de uma preparação contendo hortaliças entre crianças e adolescentes diagnosticadas com TEA.  

2. METODOLOGIA  

Estudo transversal descritivo, realizado com crianças e adolescentes, de ambos os sexos,  diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), frequentadores da Associação de  Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do município de Guarapuava-PR. O estudo foi  aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos, da UNICENTRO, sob o  parecer número 6.312.117. Participaram do estudo crianças e adolescentes com diagnóstico  confirmado de TEA que aceitaram participar da pesquisa e que tinham a autorização dos pais ou responsáveis por meio da assinatura do Termo de Assentimento Livre Esclarecido (TALE)  e do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 

Para avaliar o consumo alimentar dos participantes, foi utilizado o formulário de  marcadores de consumo alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional  (SISVAN), destinado a crianças com 2 anos ou mais, adolescentes, adultos, gestantes e idosos  (Brasil, 2015). 

O formulário utilizado nesta pesquisa foi desenvolvido em seu formato atual em 2015 e  consiste em nove questões. Foi distribuído aos pais ou responsáveis das crianças ou  adolescentes participantes, para ser preenchido em casa. As duas primeiras referem-se ao hábito  de realizar refeições assistindo à televisão e/ou usando computador e/ou celular (sim, não e não  sabe), bem como às refeições realizadas ao longo do dia (café da manhã, lanche da manhã,  almoço, lanche da tarde, jantar e ceia). Na sequência, apura-se o consumo dos seguintes  alimentos ou grupos de alimentos no dia anterior: feijão; frutas frescas (sem considerar suco de  frutas); verduras e/ou legumes (sem considerar batata, mandioca, aipim, macaxeira, cará e  inhame); hambúrguer e/ou embutidos (presunto, mortadela, salame, linguiça, salsicha); bebidas  adoçadas (refrigerante, suco de caixinha, suco em pó, água de coco de caixinha, xaropes de  guaraná/groselha, suco de fruta com adição de açúcar); macarrão instantâneo, salgadinhos de  pacote ou biscoitos salgados; e biscoito recheado, doces ou guloseimas (balas, pirulitos,  chiclete, caramelo, gelatina), com opções de resposta “sim”, “não” e “não sabe” (Lourenço et  al., 2023). Para este estudo, foram considerados os sete marcadores relacionados a alimentos  ou grupos de alimentos. 

A preparação contendo hortaliças utilizada neste estudo foi elaborada com base em uma  pesquisa realizada no mesmo município envolvendo 1.080 crianças típicas da rede pública de  ensino que constatou baixa aceitação de alimentos de origem vegetal, especialmente hortaliças.  Dentre esses alimentos, a berinjela e o espinafre registraram taxa de rejeição significativa,  atingindo 81,6% e 71,2% respectivamente (Gomes et al., 2023). A preparação oferecida aos  participantes da pesquisa foi apresentada na forma de muffin contendo berinjela e espinafre. A  receita inclui 1 xícara de chá de folhas de espinafre: (4.46%), 1 xícara de chá de berinjela  picada em cubos: (22.32%), 1 ½ xícara de chá de farinha de trigo integral: (26.76%), 2 ovos:  (14.87%), (7.44%) de manteiga derretida, ¼ xícara de chá de queijo muçarela cortado em cubos:  (3.72%), 1 colher de sopa de açúcar: (1.86%), 1 colher de chá de sal (0.74%), ½ xícara de chá  de água: (17.85%), rendendo 6 porções. A aceitabilidade da preparação foi avaliada por meio  da escala hedônica facial utilizada no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Os  critérios utilizados para aceitabilidade variam de 1 a 5: 1 (Detestei), 2 (Não gostei), 3 (Indiferente), 4 (Gostei) e 5 (Adorei) (PNAE, 2010). Essa escala, considerada de fácil  compreensão, foi aplicada presencialmente pela pesquisadora na sede da APAE de  Guarapuava-PR individualmente com cada criança e adolescente participante da pesquisa. 

Os dados coletados foram tabulados em planilhas do Excel® e analisados utilizando o Teste  qui-quadrado de Pearson com auxílio do software IBM SPSS® Statistics (versão 25.0). 

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES  

A população deste estudo inicialmente era composta por 32 crianças e adolescentes matriculadas na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do município de  Guarapuava-PR que preenchiam os critérios de inclusão estabelecidos e foram convidados a  participar da pesquisa. Entretanto, foi preciso excluir 6 participantes devido à presença de  fatores cognitivos e comportamentais que impediram a aplicação do teste de aceitabilidade.  Estes fatores incluíram agitação, irritabilidade, movimentos repetitivos e dificuldades de  compreensão por parte dos participantes. As capacidades motoras, que abrangem tanto as  habilidades perceptivo-motoras quanto as sensório-motoras, envolvem a interação entre os  sistemas de movimento e o sistema cognitivo (Diamond, 2012).  

Entretanto, a amostra do estudo resultou na participação de 26 crianças (menores de 10  anos de idades) e adolescentes (maiores de 10 anos idade) que aceitaram experimentar a  preparação oferecida e responderam integralmente os instrumentos utilizados na pesquisa. A  idade média da amostra do estudo foi de 8,27±3,23 anos, com idade mínima de 03 e máxima  de 13 anos, sendo que o sexo masculino representou 84,6% (n=22) da amostra (Tabela 1). 

Estima-se que, para cada cinco meninos autistas, haja apenas uma menina (Mapelli et al,  2018). Essa disparidade de gênero sugere uma possível predisposição genética recessiva ligada  ao cromossomo X, o que aumenta a suscetibilidade em meninos (Klin, 2006). Esses dados  contribuem para a abrangência e representatividade da amostra no contexto da pesquisa. 

Tabela 1. Caracterização de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)  frequentadores da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Guarapuava -PR.

Legenda: n: Número de participantes; %: Frequência da ocorrência; p: Qui-quadrado de Pearson.

Os resultados relacionados aos níveis de diagnóstico no TEA conforme a (Tabela 1)  sugere uma variação nas manifestações e no impacto do transtorno, permitindo uma  compreensão mais diferenciada das características e necessidades específicas dos indivíduos  dentro do espectro autista. O DSM-5 classifica o autismo em três níveis de gravidade: Nível I  apresenta notável prejuízo social e certa inflexibilidade comportamental; Nível II demanda  suporte substancial, com prejuízos sociais evidentes e dificuldade em lidar com mudanças;  Nível III exige suporte muito substancial, com déficits graves na comunicação social e extrema  inflexibilidade. O prognóstico do paciente tende a ser melhor quanto menor for o nível de  comprometimento (American Psychiatric Association DSM-5, 2014). 

Como observado na Tabela 1, esse estudo identificou predominância de participantes diagnosticados com nível 2 de autismo (53,8%), Porém contradiz com a literatura na área que  indica que a maioria dos estudos voltados para a população adolescente e adulta inclui  participantes com TEA no nível 1, caracterizado por exigir menos suporte e apresentar  habilidades comportamentais menos comprometidas (Bonete & Molinero, 2017; Levy & Perry,  2011; Howlin et al., 2004). Segundo Levy e Perry (2011), os níveis 2 e 3 do TEA podem estar  associados a uma maior probabilidade de manifestação de respostas estereotipadas, bem como  comportamentos auto e/ou heterolesivos. Além disso, esses níveis demandam um maior suporte  e apoio tanto da família quanto de profissionais. 

Em relação ao desenvolvimento, os participantes foram classificados em  desenvolvimento Verbal e Não Verbal. Conforme evidenciado na tabela 1, a maioria da amostra  (73,1%) foram classificados em desenvolvimento Verbal, sendo que esses indivíduos podem  apresentar um progresso mais significativo em seu desenvolvimento. A comunicação no  espectro autista apresenta diversas peculiaridades, diferindo do percurso típico observado em  crianças neurotípicas. No que diz respeito à utilização dos meios comunicativos por parte das  crianças autistas, destaca-se que tanto aquelas não verbais quanto as verbais frequentemente recorrem significativamente aos gestos como uma forma expressiva de comunicação (Amato,  2010). 

Quanto aos resultados sobre o consumo alimentar no dia anterior (Tabela 2), foi  observado que todos os participantes, sem exceção, realizaram tanto o almoço quanto o jantar,  enquanto nenhum deles fazia a ceia. No entanto, ao comparar com as demais refeições, nota-se  que a maioria dos participantes as realizava. No estudo de Amorim et al. (2018), que envolveu  9 crianças com TEA, verificou-se que elas realizavam um total de cinco refeições por dia,  incluindo café da manhã, almoço, jantar e dois lanches intermediários. Observou-se no mesmo  estudo que em 78,4% dos casos, as mães são responsáveis pela compra das refeições, e 54%  delas compartilham as refeições com seus filhos.  

Tabela 2. Consumo alimentar de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)  frequentadores da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Guarapuava -PR.  

Fonte: Autores. 
Legenda: n: Número de participantes; %: Frequência Consumo alimentar; p: Significativa Qui-quadrado de Pearson. 

A tabela 2 evidencia que a maioria das crianças e adolescentes com Transtorno do Espec tro Autista (TEA) tende a preferir alimentos industrializados em vez de alimentos in natura ou  minimamente processados. Apesar de uma parcela significativa consumir frutas (57%), verduras/legumes (57%), e feijão (50%), os resultados indicam uma preferência por alimentos ultraprocessados. Esses achados corroboram a pesquisa conduzida por Almeida et al. (2018), que  examinou os hábitos alimentares de crianças autistas, revelando que uma porção substancial  das calorias consumidas provinha de alimentos ultraprocessados. Essa preferência por alimentos industrializados pode estar associada a fatores como textura, sabor e facilidade de preparo, mas pode contribuir para deficiências nutricionais e complicações de saúde.  Por outro lado, apesar da preferência por alimentos ultraprocessados, uma parcela dos  participantes consome alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas (57%),  verduras/legumes (57%), e feijão (50%). Esses alimentos constituem a base de uma alimentação  saudável e são essenciais para garantir a ingestão adequada de nutrientes. No entanto, a ingestão  de frutas ainda é relativamente baixa, representando apenas 4,3% do total calórico da dieta,  conforme revelado pela pesquisa de Almeida et al. (2018). A promoção do consumo desses  alimentos pode contribuir para melhorar a qualidade da dieta e prevenir deficiências  nutricionais entre crianças e adolescentes com TEA. (Almeida et al., 2018). De acordo com o  Ministério da Saúde (Brasil, 2022), no relatório Vigitel Brasil 2006-2021 mostra que esses  resultados são uma tendência da população em geral. 

Foi constatado que as bebidas adoçadas alcançaram uma taxa de consumo de 100%. O  consumo de macarrão instantâneo foi de 92,3%, enquanto os biscoitos recheados foram  consumidos por 88,5% dos participantes. No que diz respeito aos alimentos ultraprocessados,  como hambúrgueres/embutidos, foi observado que a maioria dos participantes consumiu em  torno de 65,4%. Esses resultados indicam variações significativas entre os participantes em  termos de padrão de consumo de refeições e alimentos.

Cada vez mais, têm evidenciado que uma dieta caracterizada pelo elevado consumo de  alimentos ultraprocessados resulta significativamente na diminuição da ingestão de frutas e  vegetais por parte de crianças e adolescentes com TEA. Essa tendência pode favorecer a adoção  de escolhas alimentares inadequadas que podem persistir ao longo da vida adulta (Liu, 2016).  

Além disso, é importante considerar que crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)  também exibem uma sensibilidade oral atípica, recusando mais alimentos e incorporando uma  quantidade menor de vegetais em comparação a outras crianças. Portanto, a hipersensibilidade  sensorial relacionada ao paladar e ao olfato está associada a taxas mais elevadas de recusa  alimentar (Chistol et al., 2018). Contudo, a intensidade da recusa e a persistência em relação a  determinados alimentos estão predominantemente associadas à ativação de padrões específicos  de sensibilidade gustativa e características neuropsicológicas típicas desse transtorno. Entre  essas características, destaca-se a rigidez comportamental como um fator determinante nesse  padrão alimentar específico (Riccio et al., 2018). 

Também é frequente observar a exaustão de alguns pais ao tentarem oferecer alimentos,  pois enfrentam a recusa constante de seus filhos, o que os faz sentir impotentes em relação às  suas tentativas diárias de uma alimentação saudável. No contexto familiar, é crucial destacar  que os desafios alimentares enfrentados por crianças com Transtorno do Espectro Autista  (TEA) podem agravar os esforços dos pais para lidar com outros comportamentos desafiadores  associados ao transtorno (Allen et al., 2015). 

Foi observado que (11,5%) dos participantes do estudo detestaram, (46,2%) não gostaram,  (26,9%) foram indiferentes, (11,5%) gostaram e (3,8%) adoraram a preparação contendo  hortaliças oferecida durante a pesquisa. Para melhor análise dos resultados, os autores  escolheram agrupar os critérios utilizados para a classificação da aceitabilidade, assim como  mostra a Tabela 3. 

Tabela 3. Teste aceitabilidade e Idade de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista  (TEA) frequentadores da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Guarapuava -PR. 

Fonte: Autores.
Legenda: n: Número de participantes; %: Frequência teste de aceitabilidade para idade; p: Significativa Qui-quadrado de Pearson. 

Segundo a metodologia proposta por Kemp et al. (2018), o Índice de Aceitabilidade (IA)  das receitas elaboradas foi calculado usando a fórmula: IA (%) = A x 100/B (A = nota média  obtida para o produto; B = nota máxima dada ao produto) (Kemp et al. 2018) sendo que a média  da nota foi 2,5 e a nota máxima 5. No caso da preparação do muffin de berinjela e espinafre, a  avaliação revelou que o valor do Índice de Aceitabilidade (IA) <70%, indicando uma baixa  aceitação por parte das crianças. 

Conforme apresentado na tabela 3 destaca se que (30,8%) de crianças e (26,9%) dos  adolescentes detestaram ou não gostaram da preparação. No estudo conduzido por Rodrigues et al. (2020) com 30 crianças com idades entre 3 e 10 anos, diagnosticadas com Transtorno do  Espectro Autista, revelou que o grupo composto por vegetais, frutas, leguminosas, carnes e  ovos foi preferido pelas crianças com idade superior > 6 anos. Por outro lado, as crianças com  idade ≤ 6 anos mostraram preferência pelo grupo de alimentos não saudáveis, com maior  consumo de doces, salgadinhos e guloseimas, sem diferenças significativas entre as faixas  etárias (Rodrigues et al., 2020).  

Esta pesquisa revela um aspecto positivo no percentual de consumo de alimentos in  natura ou minimamente processados, destacando-se que a maioria das crianças (11,5%) que  demonstraram gostar e apreciar esses alimentos consumiram verduras e legumes no dia anterior. Além disso, observou-se que as crianças incentivadas pela família a consumir hortaliças  demonstraram maior interesse na preparação desses alimentos, embora essa diferença não tenha  alcançado significância estatística (Amorim et al., 2018). Entretanto, é preocupante constatar  que apenas uma pequena parcela desse consumo provém de frutas, legumes e verduras. O  comportamento alimentar dos pais exerce uma influência significativa sobre as crianças e pode  impactar diretamente na maneira como elas abordam a própria alimentação (Amorim et al., 2018). 

Uma pesquisa conduzida entre crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e  crianças com desenvolvimento típico, com idades entre 7 e 10 anos, evidenciou que 63% das  crianças com TEA apresentam seletividade em relação à textura dos alimentos. Essas  crianças demonstraram preferência por alimentos crocantes, como pizza, biscoitos e doces  (Schmitt, Heiss & Campbell., 2008). Em um estudo envolvendo 30 participantes, dos quais 21  tinham autismo e 9 apresentavam transtorno invasivo do desenvolvimento, com idades entre 3  e 14 anos, dezessete demonstraram seletividade em relação à textura dos alimentos. Destes, oito  crianças exibiram uma aceitação excessivamente seletiva, três foram classificadas como moderadamente seletivas, cinco apresentaram seletividade leve e uma mostrou seletividade  exclusivamente em relação à textura. Esses resultados sugerem a possibilidade de diferenças no  cérebro de crianças com sensibilidade sensorial, o que pode impactar sua capacidade de  perceber o sabor e identificar diferentes texturas (Bennette & Heaton., 2012). 

Conforme mostrado na Tabela 4, que aborda a relação entre a aceitabilidade alimentar e o  nível de autismo, destaca-se que a categoria “Detestei/Não Gostei” apresenta uma prevalência  significativamente maior em comparação com as outras categorias. Esta tendência  predominante de não gostar da preparação avaliada é observada especialmente no nível 2 de  autismo. A análise do teste de idade em relação à aceitabilidade da preparação alimentar revelou  que a maioria dos participantes, um total de 15 (57,7%) evidenciado na Tabela 3 relatou sentir  aversão ou desagrado em relação ao alimento avaliado, categorizado como  “Detestei/Não Gostei”. Em contrapartida, as respostas na categoria “Gostei/Adorei” foram  menos frequentes 4 (15,3%), mas ainda distribuídas entre diferentes faixas etárias.  

Quanto à categoria “Indiferente” 7 (26,9%), observou-se que as respostas foram menos  comuns e predominantemente associadas a participantes de idades mais avançadas. Esses  resultados sugerem que a aceitabilidade da preparação alimentar pode variar de acordo com a  faixa etária dos participantes, indicando uma tendência de algumas faixas etárias expressarem  mais aversão ou indiferença em relação ao alimento avaliado, corroborando com o estudo de  Rodrigues et al., 2020 onde diz que crianças com idades mais avançadas têm maior preferência  a alimentos saudáveis 

Tabela 4. Aceitabilidade de uma preparação contendo hortaliças em relação ao nível de diagnóstico de  crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentadores da Associação de  Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Guarapuava -PR.

Fonte: Autores. 
Legenda: n: Número de participantes; %: Frequência teste de aceitabilidade para diagnóstico; p: Significativa  Qui-quadrado de Pearson.

Em análise da relação entre o diagnóstico e a aceitabilidade da preparação, observou-se  que há uma tendência de menor aceitação do alimento à medida que o diagnóstico se torna mais  severo. Isso pode ser atribuído à crescente necessidade de apoio substancial associada a diagnósticos mais complexos, conforme indicado na literatura (Fernandes, 2020). Entretanto, nesta  pesquisa identificou-se uma tendência predominante entre os participantes diagnosticados com  nível 2 de autismo, essa observação sugere uma possível correlação entre o nível de autismo e  as preferências alimentares, alinhando-se com as descobertas do estudo conduzido por Fernandes et. al. (2020), onde diz respeito que essa condição demanda um suporte substancial, manifestando-se por prejuízos sociais evidentes, desafios na iniciação e manutenção de interações,  inflexibilidade comportamental e dificuldades em lidar com mudanças (Fernandes, 2020). A  alteração de textura que a berinjela e o espinafre trazem ao produto, como o aumento da dureza  da massa devido à presença de fibra alimentar (Menik et al.,2023). Entretanto, pode não agradar tanto as crianças típicas quanto as crianças autistas, que podem ser ainda mais sensíveis devido ao  seu sabor e odor característico. 

Conforme apontado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (WEFORT et al., 2012), o  ambiente familiar desempenha um papel fundamental como um amplo campo de aprendizagem  para crianças típicas. Ele exerce uma influência significativa no desenvolvimento de bons hábitos  alimentares e na formação da cultura alimentar. Além disso, outros fatores como condições  socioeconômicas, aspectos culturais e redes sociais também podem influenciar os padrões ali mentares da criança e, por conseguinte, do adulto (Wefort et al, 2012). Porém, o estado cognitivo  de crianças e adolescentes com TEA pode influenciar nessa questão. 

Os resultados que indicam uma menor aceitação dos alimentos à medida que o diagnóstico  de autismo se torna mais severo sugerem uma necessidade de abordagens individualizadas no  manejo das questões relacionadas à alimentação para este grupo. Essas descobertas podem informar estratégias mais eficazes para promover hábitos alimentares saudáveis e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos com autismo. Portanto, as evidências fornecidas por este estudo  possibilitam uma compreensão mais aprofundada das necessidades específicas de alimentação  de crianças e adolescentes com TEA, permitindo a implementação de intervenções personalizadas e direcionadas para atender a essas necessidades de maneira mais eficaz.

4. CONCLUSÃO 

O presente estudo fornece percepções importantes sobre os padrões de consumo  alimentar e as preferências alimentares de crianças e adolescentes com TEA. As descobertas  destacam a necessidade de intervenções nutricionais personalizadas e direcionadas, visando  promover uma alimentação saudável e adequada para essa população. Essas intervenções  podem contribuir significativamente para melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações  relacionadas à alimentação em indivíduos com TEA. É essencial continuar pesquisando e  desenvolvendo abordagens eficazes para lidar com os desafios alimentares enfrentados por  indivíduos com TEA, visando melhorar sua saúde e bem-estar geral. Além disso, é notável  mencionar que a análise sensorial em autistas é um campo pouco explorado na literatura  científica. Este estudo destaca a falta de pesquisa específica sobre esse tópico e ressalta a  necessidade de mais estudos nessa área. 

REFERÊNCIAS 

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1Discente do Curso Superior de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). e-mail:  Bianca_brizola10@icloud.com 
2Docente do Curso Superior de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). Doutora  em Química (PPGQ/UNICENTRO). e-mail: dgvieira@unicentro.br  
3Docente do Curso Superior em Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). Mestre em  Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável (PPGADR/UFFS). e-mail: joseanecarla@unicentro.br
4Docente do Curso Superior de Nutrição da Universidade Estadual do Centro Oeste – (UNICENTRO). Doutora  em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro Oeste. e-mail: luaneapamaral@gmail.com
5Discente do Curso Superior de Nutrição da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO). Mestre em  Nutrição (PPGN/UFSC) e Doutora em Sociologia (PPGS/UFPR). mariasabrinasimion888@gmail.com
6Docente do Curso Superior de Nutrição da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO). Mestre em  Nutrição (PPGN/UFSC) e Doutora em Sociologia (PPGS/UFPR). e-mail: marcelak@unicentro.br
7Docente do Curso Superior de Nutrição da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO) Mestre em  Tecnologia de alimentos (PPGTA/UTFPR) e-mail: thais.biasuz@gmail.com 
8Discente do Curso Superior de Nutrição da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO). e-mail:  yasmingralak0@gmail.com