CONSIDERAÇÕES GERAIS DO CENÁRIO DA INFLUENZA AVIÁRIA

GENERAL CONSIDERATIONS OF THE AVIAN INFLUENZA SCENARIO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10145992


Bruna Crescenti Tukasan1
Ana Carolina Leal da Cruz Lisboa2
Caio Ferreira Repik3
Raquel Richter Nazari4
Raul José Silva Girio5


RESUMO- A influenza aviária (IA) é uma das principais doenças transfronteiriças, que se encontra como uma epidemia ativa, causando uma taxa alarmante de óbitos em aves e mamíferos. A etiologia dessa doença está relacionada com um vírus RNA da família Orthomyxoviridae, o qual apresenta transmissão entre aves, interespécies e zoonótica; por via oral fecal, aerossóis, secreções e fluidos corporais. Os vírus causadores de IA classificam-se em: baixa e alta patogenicidade; sendo o primeiro causador de pouca ou nenhuma doença em aves e o segundo associado à alta mortalidade. A sintomatologia da enfermidade varia de sinais respiratórios, neurológicos e digestivos, podendo ainda se apresentar na forma de morte súbita sem manifestações clínicas. Essa é uma doença de notificação obrigatória, sendo a sua principal forma de detecção swabs orofaríngeos, traqueais e/ou cloacais; ou por exame necroscópico. Desde o ano de 2005 a IA de alta patogenicidade vem ocasionando surtos em aves ao redor do mundo, sendo que no mês de maio de 2023 foram informados os primeiros casos no Brasil em três aves silvestres, determinando um estado de emergência zoosanitária em todo o território nacional. Apesar da situação desafiadora e incerta, o Brasil ainda figura em posição de destaque na exportação de carne de frango e de ovos, devido ao fato de ainda ser considerado território livre de IA na criação comercial. Perante esse cenário, a biosseguridade assume papel importante no que tange o controle da enfermidade. O agente etiológico dessa doença está em constante evolução, o que torna imprescindível a constante vigilância, uma vez que uma potencial infecção de granjas comerciais geraria um cenário de insegurança alimentar. 

Palavras-Chave: aves;influenza aviária; epidemia; mercado avícola; avicultura.

ABSTRACT: The avian influenza (AI) is one of the main transboundary diseases, currently manifesting as an active epidemic, causing an alarming rate of fatalities in birds and mammals. The etiology of this disease is related to an RNA virus from the Orthomyxoviridae family, which can be transmitted among birds, between different species, and zoonotically through oral-fecal, aerosol, secretions, and bodily fluids. AI-causing viruses are classified into low and high pathogenicity, with the former causing little to no disease in birds and the latter associated with high mortality. The clinical symptoms of the disease range from respiratory, neurological, and digestive signs to sudden death without clinical manifestations. This is a notifiable disease, with the primary method of detection being oropharyngeal, tracheal, and/or cloacal swabs, or through necropsy. Since 2005, highly pathogenic AI has been causing outbreaks in birds worldwide. In May 2023, the first cases in Brazil were reported in three wild birds, prompting a state of zoosanitary emergency across the entire national territory. Despite the challenging and uncertain situation, Brazil still maintains a prominent position in the export of poultry meat and eggs, as it is still considered free from AI in commercial poultry farming. Given this scenario, biosecurity plays a crucial role in disease control. The etiological agent of this disease is constantly evolving, making constant surveillance essential, as an infection in commercial poultry farms could lead to a scenario of food insecurity.

Keywords: birds; avian influenza; epidemic; poultry market; poultry farming.

INTRODUÇÃO

A influenza aviária (IA), conhecida também como gripe do frango ou gripe aviária na linguagem popular, é uma doença altamente contagiosa de notificação obrigatória que compreende desde uma infecção subclínica até doença hiperaguda ocasionada por uma  variedade de vírus influenza (MARTINS et al., 2015; MELO et al., 2018). Essa enfermidade é considerada uma das principais doenças transfronteiriças dos animais, apresentando impacto e distribuição geográfica global. O vírus acomete principalmente aves nas suas diferentes interfaces, isto é, aves silvestres, domésticas e comerciais, mas também pode afetar mamíferos, incluindo humanos, gerando grande preocupação quanto ao seu potencial zoonótico (PANAFTOSA, 2022).

Acredita-se que as viroses ocasionadas pelos vírus influenza ocorram desde os tempos antigos (SONNBERG, WEBBY  & WEBSTER, 2013).  Na década de 1870, na Itália, foram registrados os primeiros casos do que parecia ser a IA de alta patogenicidade em aves, com a infecção de aves domésticas sendo reconhecida durante a era moderna da produção avícola (SPACKMAN, 2020). Estes vírus são patógenos importantes que continuamente desafiam a saúde animal e humana. Esses, já causaram numerosos surtos da enfermidade em aves selvagens e domésticas, contabilizando três ondas de surto da IA por múltiplos continentes, sendo que a última onda teve início no ano de 2020 e ainda se encontra em andamento (SHI et al., 2023).

A epidemia de gripe aviária está atualmente ocorrendo com surtos em aves domésticas, selvagens e mamíferos, majoritariamente na Europa, América e Ásia. E, nesse cenário epidêmico, predomina o subtipo A (H5N1), que vem causando uma taxa alarmante de óbitos de animais, trazendo consigo preocupações quanto à saúde dos animais, à biodiversidade e à saúde pública (PAHO, 2023).

O AGENTE ETIOLÓGICO

O vírus da influenza é um vírus de RNA que faz parte da família Orthomyxoviridae, com sete gêneros: Influenzavirus A, Influenzavirus B, Influenzavirus C, Influenzavirus D, Thogotovirus e Isavirus e Quarajavirus (NUÑES & ROSS, 2019). O Influenzavirus A tem sido identificado em uma ampla variedade de hospedeiros e é o único capaz de infectar aves (ALEXANDER, 2007). Além disso, devido à natureza segmentada do genoma viral, novas cepas podem surgir por meio do rearranjo genético, aumentando ainda mais a dificuldade no seu controle e prevenção (PARVIN et al., 2022).

Os subtipos do vírus da IA dependem do antígeno presente na superfície do vírus da influenza A; existem 16 subtipos de hemaglutinina e 9 subtipos de neuraminidase (SENDOR et al, 2022). No entanto, estudos científicos recentes relataram 18 novos subtipos de hemaglutinina transmembrana e 11 de neuraminidase, que foram isolados em morcegos (TONG et al, 2012). Ademais, existem duas linhagens específicas do subtipo hemaglutinina transmembrana que se dividem filogeneticamente nas linhagens euroasiática e norte-americana; essas linhagens evoluíram progressivamente de forma independente devido ao contato intercontinental limitado entre as populações de aves (SUTTON, 2018; SIMANCAS-RACINES, 2023).

TRANSMISSÃO

TRANSMISSÃO ENTRE AVES

As aves aquáticas selvagens são reservatórios naturais do vírus da IA e desempenham um papel na disseminação através de suas rotas migratórias de longa distância (SU et al., 2015), infectando aves terrestres e aves aquáticas domesticadas por meio de fontes de água ou alimentos contaminados (YAMAJI et al., 2020). No entanto, a via oral-fecal é a principal rota de transmissão entre as aves devido aos altos níveis virais nas fezes das aves infectadas, podendo ser transmissível por aproximadamente 21 dias (BUI et al., 2016). A proximidade com a água é descrita como um fator de risco significativo para a transmissão do vírus, pois pode haver uma interação próxima entre aves migratórias e de atividades avícolas comerciais, aumentando a transmissão da doença (SIMANCAS-RACINES, 2023).

O vírus da IA também pode ser transmitido por meio de secreções e fluidos corporais, como saliva, muco e urina (SWAYNE, 2008). Nos sistemas de produção, esses fluidos e fezes contaminam as roupas e calçados dos operadores, gaiolas, implementos e equipamentos mecânicos para coleta de ovos, entre outros. Essa rota tem sido considerada o principal veículo para a disseminação da doença dentro dos plantéis (CARÍA, FERRER & CHUARD, 2017), tornando a avicultura comercial responsável por epidemias registradas em todo o mundo (HORIMOTO & KAWAOKA, 2001.).

TRANSMISSÃO INTERESPÉCIE

 Transmissão para mamíferos

O contato direto é a principal rota de transmissão, pois não foi demonstrado que o vírus possa infectar efetivamente os mamíferos por meio de aerossóis (HERFST et al., 2018). A transmissão para outras espécies geralmente ocorre após a circulação do vírus em espécies aviárias infectadas densamente populosas, indicando que o vírus pode se adaptar para promover sua disseminação (YAMAJI et al., 2020).  Para a transmissão e replicação efetiva em mamíferos, o vírus deve evoluir e sofrer mutações até alcançar compatibilidade com o novo ambiente do hospedeiro; esse mecanismo é conhecido como rearranjo viral, o que tem sido responsável pelo surgimento de quase todas as pandemias virais no passado (CÁCERES et al., 2021).

Infecções com o vírus da IA foram relatadas em felinos domésticos, camundongos e suínos com o subtipo H5N6, em cães com o subtipo H3N8, e em tigres e leopardos com o subtipo H1N1 (SIMANCAS-RACINES, 2023).

Transmissão zoonótica

Os vírus da IA demonstraram capacidade de cruzar a barreira entre espécies por razões multifatoriais que favoreceram a transmissão. Certos mamíferos, como morcegos, suínos, felinos, cães, equinos, furões, leões marinhos e morcegos, podem atuar como reservatórios, permitindo a mistura genética entre vírus que pretendem infectar seres humanos e aves (SIMANCAS-RACINES, 2023). Além disso, a suscetibilidade do hospedeiro, nível de exposição a aves infectadas, mutações virais e condições ambientais favoráveis formam um cenário ideal para a transmissão zoonótica do vírus da IA (CHAN et a, 2013).

A principal rota de transmissão entre aves e seres humanos é o contato direto com as fezes ou secreções de animais infectados e a exposição a ambientes pelo vírus (OIE, 2018). Não há evidências de infecção de humano para humano (YAMAJI et al., 2020). As pessoas envolvidas na cadeia de produção avícola têm maior risco de infecção do que a população em geral devido à exposição prolongada ao agente infeccioso (OPAS, 2023).

     FISIOPATOLOGIA

O vírus da IA geralmente causa distúrbios gastrointestinais em aves com sinais clínicos mínimos e é classificado como um vírus de baixa patogenicidade. Os subtipos de vírus de baixa patogenicidade H5 e H7 circulam naturalmente em aves domésticas, mas podem evoluir e se tornar altamente patogênicos (SWAYNE & PANTIN-JACKWOOD, 2008).

A patogenicidade resulta do acúmulo de múltiplos aminoácidos básicos no local de clivagem da hemaglutinina transmembrana (chamado de local de clivagem polibásico ou motivo polibásico), permitindo que a molécula de hemaglutinina transmembrana se desenvolva fora do trato gastrointestinal e estabeleça uma infecção sistêmica, causando um surto de vírus altamente patogênico da IA, que é caracterizado por  início e progressão rápidos da doença, associado a altas taxas de mortalidade (LEE et al., 2017; SUTTON, 2018). Além disso, alguns vírus H5 e H7 de baixa e alta patogenicidade demonstram virulência em mamíferos, e os vírus altamente patogênicos podem causar infecção sistêmica em animais de experimentação (SUTTON, 2018).

Influenza Aviária de Baixa Patogenicidade (IABP)

O vírus da IABP apresenta baixa taxa de mortalidade e capacidade de infecção, causando pouca ou nenhuma doença em aves, porque só pode se replicar nos tecidos traqueais e no intestino delgado (NUÑES & ROSS, 2019). No entanto, os subtipos H5 e H7 de baixa patogenicidade, comuns em aves de criação e aves aquáticas selvagens, podem sofrer mutações por meio de processos de inserção e recombinação no local de clivagem proteolítica da hemaglutinina transmembrana até se tornarem vírus de alta patogenicidade (IAAP) (SIMANCAS-RACINES, 2023).

Influenza Aviária Altamente Patogênica (IAAP)

O vírus da IAAP pode atravessar as barreiras respiratórias e intestinais, se difundir para o sangue e danificar todos os tecidos da ave (SIMANCAS-RACINES, 2023). IAAP refere-se a cepas com um “índice de patogenicidade intravenosa” maior que 1,2 ou uma taxa de mortalidade igual ou superior a 75% do número total de aves durante um período de 10 dias. As cepas patogênicas da IAAP pertencem aos subtipos H5 e H7, com mortalidade de aves que excede 90-100% nas 48 horas após o início da doença (CHAN et al., 2013).

Até o momento, os subtipos H5 e H7 têm sido reconhecidos como vírus altamente patogênicos capazes de causar doenças agudas e consideráveis em frangos, perus e outras aves de significado econômico. Além disso, o subtipo H9 foi incluído como outro subtipo com risco pandêmico, pois sua alta mutabilidade poderia favorecer a evolução de vírus que permitem a transmissão sustentada na espécie humana, e o H9 pode causar infecções no homem (OIE, 2021).

SINTOMATOLOGIA

As manifestações clínicas da IA dependem da espécie, idade e tipo de ave, além das características específicas da cepa viral envolvida e de fatores ambientais. Em aves suscetíveis, a enfermidade pode variar de morte súbita sem sinais clínicos evidentes a uma forma mais característica da doença. Nesta, há manifestações clínicas que incluem sinais respiratórios como descargas nasal e ocular, tosse, dispneia, edema do sinus, apatia, vocalização reduzida, cianose em áreas de pele sem penas, barbela e crista; sinais neurológicos, como incoordenação; alterações do trato digestivo, como diarreia e desidratação; entre outros, como acentuada redução no consumo de água e comida. Os sinais clínicos em galinhas poedeiras podem-se apresentar como penas eriçadas e queda na produção de ovos, normalmente acompanhada por um aumento no número de ovos de baixa qualidade (REISCHAK, 2016).

A maioria dos vírus da gripe aviária são de baixa patogenicidade e causam poucos sinais da doença em aves silvestres infectadas. Já os vírus de alta patogenicidade são responsáveis pelo aparecimento da doença mais severa, especialmente em aves domésticas ou de produção, podendo causar doenças que afetam vários órgãos internos e apresentar-se como morte súbita, sem manifestação de sinais clínicos previamente (CARON, BASTOS & ESTEVES, 2023).

     DIAGNÓSTICO

Os vírus da IA podem ser detectados em swabs orofaríngeos, traqueais e/ou cloacais de aves vivas, com diferentes taxas de recuperação de cada local, dependendo do vírus, espécie de ave e outros fatores. Amostras de órgãos internos, como traqueia, pulmões, sacos aéreos, intestino, baço, rins, cérebro, fígado e coração também são testadas em aves mortas suspeitas de terem IAAP (OIE, 2016).

De acordo com a ficha técnica de IA proposta pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA (2022) o diagnóstico laboratorial se dá a partir de: isolamento e identificação do vírus e subtipo de IA; detecção do antígeno ou do ácido ribonucleico específico (RNA) de IA; determinação do índice de patogenicidade intravenoso (IPIV); e sequenciamento genético. O isolamento do vírus pode ser realizado em todas as espécies e pode ser útil para a caracterização do vírus. Os vírus da IA são isolados em ovos embrionados e podem ser identificados como vírus influenza A, por meio de técnicas, como imunodifusão em gel de ágar (IDGA), ELISA de detecção de antígenos ou outros imunoensaios e ou por um teste molecular como RT-PCR (OIE, 2016).

O diagnóstico é estabelecido por um médico veterinário credenciado e/ou fiscal agropecuário do MAPA, com a coleta e o envio de materiais para laboratório. Testes em amostras de vigilância ativa em compartimentos e para importação/exportação de material genético avícola podem ser realizados em laboratórios públicos credenciados. Trata-se de uma doença de notificação imediata ao Serviço Veterinário Oficial de qualquer caso suspeito de IA (MARTINS et al., 2015).

Como diagnóstico diferencial, deve-se descartar enfermidades com sinais clínicos compatíveis, tais como doença de Newcastle (DNC), laringotraqueíte infecciosa aviária (LTI), bronquite infecciosa, encefalomielite, doença de Gumboro, intoxicações, hepatite viral dos patos, e cólera aviária em sua forma aguda (BRASIL, 2022).

     CENÁRIO DA INFLUENZA AVIÁRIA ALTAMENTE PATOGÊNICA

De acordo com SHI et al. (2023) de janeiro de 2005 a novembro de 2022, os vírus da IA altamente patogênicos H5 causaram 8.534 surtos e a perda 389 milhões de aves ao redor do mundo, com primeiro surto de IA pelo subtipo H5 acontecendo em Hong Kong no ano de 2002. Nesse século, os autores descrevem a ocorrência de três ondas de surto em múltiplos países: a primeira de 2005 a 2010, ocorrendo principalmente em países asiáticos com 55,2 milhões de aves mortas; a segunda de 2011 a 2019 com surtos na Ásia, Europa, África e América do Norte e 139,9 milhões de aves mortas; e a terceira, de 2020 até o presente momento, com uma perda de 193,9 milhões de aves até o final de novembro de 2022. Ademais, sobre os principais subtipos envolvidos nas ondas de IA trazem que das 389 milhões de aves mortas ou abatidas, os vírus H5N1 foram responsáveis ​​por 204 milhões, os vírus H5N8 foram responsáveis ​​por 111 milhões e as outras 74 milhões de perdas de aves foram causadas por outros vírus H5.

Conforme o relatório de situação da IA de alta patogenicidade no período de 2 a 22 de junho de 2023 da World Organisation for Animal Health (2023), a epidemia ainda continua no mundo e apresenta quatro novos surtos em aves domésticas na Argentina, França, Nepal e Rússia e 60 em aves não domésticas reportadas em 16 países, sendo eles: Áustria, Bélgica, Brasil, Finlândia, França, Alemanha, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Noruega, Polônia, Rússia, Suécia e Suíça. Ainda informa que cerca de 54.000 aves domésticas morreram ou foram abatidas devido a enfermidade em todo o mundo durante o período de três semanas abrangido pelo relatório citado.

Em adição aos dados supracitados, a Food and Agriculture Organization of the United Nations (2023) relata que foram notificados 685 surtos de IA de alta patogenicidade em animais, desde sua última atualização que data de 27 de julho de 2023, tais surtos ocorreram em aves e mamíferos, sendo que os subtipos envolvidos foram: subtipo desconhecido de IA de alta patogenicidade, com um caso relatado; H5, com 53 casos relatados; H5N1, com 625 casos relatados; H5N5, com 2 casos; H5N6, com 1 caso; e H7, com 4 casos registrados.

Perante isso, nota-se a detecção cada vez maior da IA em mamíferos nos últimos meses, o que destaca a importância da informação de surtos da doença em hospedeiros incomuns (WOAH, 2023).  Do ano de 2003 ao mês de maio de 2023, 876 casos de infecção humana pelo vírus H5N1 foram relatados em 23 países. Desses 876 casos, 458 foram fatais. No cenário atual, casos em humanos não são inesperados, uma vez que sempre que há circulação do vírus em aves domésticas existe o risco de infecção esporádica de pequenos grupos de humanos por justificativa da exposição a aves infectadas ou ambientes contaminados. Dessa forma, a ameaça zoonótica permanece elevada em consequência da disseminação viral entre aves, mas ainda se considera que o risco global de pandemia associado ao vírus H5 não mudou significativamente quando comparado a anos anteriores (WHO, 2023).

Ademais, no mês de maio, o MAPA (2023) informou em nota oficial o registro dos primeiros casos da gripe aviária de alta patogenicidade no Brasil. Sendo informada a detecção do vírus em três aves silvestres, duas aves marinhas da espécie Thalasseus acuflavidus e uma ave migratória da espécie Sula leucogaster, no litoral do estado de Espírito Santo. Já no dia 22 de maio de 2023 o MAPA (2023) publicou no diário oficial da união a normativa Nº 587, em que declara estado de emergência zoosanitária em todo território nacional por um prazo de 180 dias, em função da detecção da infecção pelo vírus em aves silvestres no país.

Em continuidade, até 06 de novembro de 2023 foram reportados 139 focos da enfermidade com resultados laboratoriais positivos para vírus da IA de alta patogenicidade no Brasil. Dentre esses 139 focos, 136 focos correspondem a aves silvestres e 3 focos a aves de subsistência, no qual houve a detecção do vírus em um ganso no município de Serra no Espírito Santo, na cidade de Maracajá, no sul de Santa Catarina, e na cidade de Bonito, Mato Grosso do Sul; salienta-se que não foram registrados focos em aves comerciais até a data citada. Ademais, os estados que albergam os focos são: São Paulo; Santa Catarina; Rio de Janeiro; Espírito Santo; Paraná; Bahia e Rio Grande do Sul (BRASIL, 2023).

IMPACTOS ECONÔMICOS

Atualmente, a cadeia produtiva de aves segue impactada pela disseminação da IA em várias partes do mundo. Como muitos dos principais concorrentes do Brasil em todo o globo estão atualmente enfrentando desafios com produção de alimentos devido ao impacto de conflitos armados, desastres naturais, disponibilidade de ração e custos, ou de saúde animal, o Brasil reforçou sua posição de fornecedor confiável, atendendo o mundo em sua segurança alimentar através do fornecimento para mercados externos (SOARES & XIMENES, 2023).

Em 2022, o Brasil exportou 4,43 milhões de toneladas de carne de aves, gerando uma receita de US$8,90 bilhões. Os três estados do Sul e São Paulo são as principais origens dessa carne para exportação. Apesar do cenário global desafiador e de incertezas relacionadas à conjuntura nacional, as perspectivas para o mercado brasileiro na produção de frangos são positivas, tanto voltados para exportação, como para elevada demanda doméstica, o que deve estimular a produção (SILVA & FABBRI, 2023).

Outras importantes regiões produtoras da carne, como Estados Unidos da América e União Europeia, atravessam problemas sanitários com a IA. Já o Brasil, ainda é considerado área livre para a doença em criação comercial, e, por isso, se firma como líder mundial nas exportações de carne de frango com estimativa de alta de 2,59% para 2023, com recorde de 4,6 milhões de toneladas, até porque a produção deve crescer 1,84%, com previsão de 14,75 milhões de toneladas. O mercado avícola de postura brasileiro é substancial para a segurança alimentar. Apesar do aumento dos preços no atacado e no varejo nos últimos meses, a proteína é a que mais cresceu em consumo ao longo dos anos, além da geração de empregos e do atendimento a vários mercados internacionais (SOARES & XIMENES, 2023).

Devido a situação sanitária mundial, os produtores e indústrias investem na promoção da segurança da carne de frango por meio do “Plano Nacional de Contingência para IA e Doença de Newcastle” elaborado pela Coordenação de Sanidade Avícola e Departamento de Saúde Animal, visando a garantia da qualidade com maior vigilância e reforços em biosseguridade das granjas, com o objetivo de detectar eventuais casos e rapidamente mitigar a disseminação, caso venha a ocorrer (JUNGES & ZAT, 2023).

Silva & Fabbri (2023) estipularam três cenários para o avanço da IA no Brasil. No cenário otimista, acreditam em um quadro em que os relatos se restrinjam apenas a aves silvestres, sem que o vírus afete granjas comerciais e com a possibilidade de que novos mercados possam ser abertos para a carne de aves proveniente do Brasil. Em um cenário pessimista, o vírus acometeria granjas comerciais de forma ampla, sendo necessário o abate sanitário no país, os preços tenderiam a cair no curto prazo e as carnes bovina e suína, pressionadas pela competitividade com a carne de frango e a sobre oferta, também sofreriam impactos negativos sobre seus preços, assim como o preço dos ovos, sendo pressionados para cima. Em um panorama neutro, acreditam que haveria focos isolados da doença em granjas comerciais em apenas algumas regiões do país, o que resultaria em leves oscilações na produção; neste caso, existe a possibilidade de que o bloqueio da exportação, se definido, dure um curto período.

     PREVENÇÃO E CONTROLE

A melhor estratégia de prevenção da IA é evitar a entrada do vírus e reconhecer e eliminar com rapidez focos da doença em sistemas avícolas comerciais, criações caseiras e de subsistência (EMBRAPA, 2022). É essencial a aplicação de medidas de biosseguridade que limitam a exposição das aves domésticas às aves silvestres para a mitigação do risco de introdução do vírus (BRASIL, 2020).  

Neste diapasão, o isolamento, a quarentena e o abate são medidas importantes para o controle da doença, visto que aves infectadas são a principal fonte de infecção para aves sadias. Além disso, a remoção de sujidades, esterco e outros materiais orgânicos das superfícies; lavagem e aplicação de desinfetantes nas gaiolas, bebedouros, comedouros, veículos e outros equipamentos; o descarte apropriado das aves mortas; banho e troca de roupas por parte dos trabalhadores das granjas ao entrar e sair dos locais são outras medidas que devem ser praticadas no setor comercial avícola (BORZI, 2015). 

No mundo, estratégias diferentes são adotadas para o controle da IA altamente patogênica, muitos países adotam a estratégia de erradicação a partir do abate de aves infectadas e suspeitas, já alguns países adotam a estratégia do abate mais a vacinação como no caso da China (SHI et al., 2023).  

A vacinação de aves pode ser usada para prevenir infecções em regiões expostas ao vírus, auxiliar programas de erradicação em regiões que foram detectadas aves infectadas e pode ser utilizada quando a erradicação não é viável. Se utilizadas vacinas de alta potência com correspondência antigênica suficiente para os vírus locais, essas podem gerar o aumento da resistência à infecção e no caso de infecção a diminuição da excreção viral, o que se traduz em redução da transmissão. Mas, apesar da situação global, a vacinação não é amplamente utilizada como medida de controle, principalmente devido ao potencial impacto no comércio internacional (SWAYNE et al., 2023).

Quanto à prevenção da forma zoonótica da enfermidade, tem-se que a melhor forma de prevenção para humanos é evitar fontes de exposição. O contato com aves selvagens, doentes ou mortas deve ser minimizado a partir do uso de luvas, proteção respiratória e lavagem das mãos após tocar nesses animais. Profissionais que tenham contato com aves devem estar cientes do risco de exposição ao vírus da gripe aviária, tomando as devidas precauções, tais como: uso de equipamentos de proteção, trocar de roupas antes de entrar em contato com aves domésticas saudáveis ​​e após manusear aves silvestres, fazendo o descarte de luvas e máscaras utilizadas e lavando as mãos com água e sabão (CDC, 2022).

CONCLUSÃO

O presente artigo ressalta o histórico, etiologia, transmissão do vírus e sintomatologia da influenza aviária, bem como possibilidades atuais de diagnóstico, controle e prevenção. Entretanto, o vírus está em constante evolução e tem o potencial de gerar novas epidemias. Como resultado, este agente etiológico deve estar em constante vigilância e a visão geral proporcionada por este artigo pode auxiliar em uma rápida visão e análise de seus processos biológicos e impactos, tanto na economia quanto na Saúde Única.

Uma potencial infecção de aves comerciais, no Brasil, pode gerar um panorama de grande insegurança alimentar, visto que, o país figura entre os principais exportadores de carne avícola e ovos, sendo estas, também, as proteínas animais mais acessíveis economicamente e mais consumidas no mercado interno. Além disso, a preocupação quanto a disseminação da doença deve receber mais atenção, devido a deficiência de informações que chega à população, o aumento da circulação interespécie do vírus, e o impacto negativo à biodiversidade nacional e mundial. É indispensável, portanto, o investimento na rigorosidade dos programas de biosseguridade, com o fim de mitigar a possibilidade de propagação da influência aviária nas regiões brasileiras.

CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES

Todos os autores contribuíram igualmente para a concepção e redação do manuscrito. Todos os autores revisaram criticamente o manuscrito e aprovaram a versão final.

REFERÊNCIAS

ALEXANDER, D. J. An overview of the epidemiology of avian influenza. Vaccine. v. 25, n. 30, 2007.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ficha técnica Influenza aviária (IA). Brasília, 2022.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Pecuária. Plano de vigilância de influenza aviária e doença de Newcastle. Brasília, 2022. Disponível em: https://www.gov.br. Acesso em: 17 de julho de 2023.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Pecuária. Influenza Aviária Investigações de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves realizadas pelo Serviço Veterinário Oficial (2022-2023). Brasília, 2023. Disponível em: https://mapa-indicadores.agricultura.gov.br. Acesso em: 10 de julho de 2023.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ficha técnica Influenza aviária (IA). Brasília, 2022.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Pecuária. Portaria Mapa Nº 587, de 22 de Maio de 2023. Brasília, 2023. Disponível em: https://www.in.gov.br. Acesso em: 10 de julho de 2023.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Pecuária. Nota Oficial: Brasil registra primeiros casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em aves silvestres, Mapa alerta para cuidados. Brasília, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura. Acesso em: 10 de julho de 2023.

BORZI, M. M. Produção da Nucleoproteína Recombinante do Vírus da Influenza Aviária para Aplicação no Imunodiagnóstico. Orientador: Prof. Dr. Hélio José Montassier. 2015. 80f.  Dissertação (mestrado) – Microbiologia Agropecuária, Universidade Estadual Paulista- UNESP, Jaboticabal, 2015.

BUI, C.; et al. A Systematic Review of the Comparative Epidemiology of Avian and Human Influenza A H5N1 and H7N9 – Lessons and Unanswered Questions. Transboundary and emerging diseases. v. 63, n. 6, 2016.

CÁCERES, C. J.; RAJAO, D. S.; PEREZ, D. R. Airborne Transmission of Avian Origin H9N2 Influenza A Viruses in Mammals. Viruses. v. 13, n. 1919, p. 1 – 18, 2021.

CHAN, J. F. W.; et al. Interspecies transmission and emergence of novel viruses: Lessons from bats and birds. Trends in Microbiology. v. 21, n. 10, p. 544 – 555, 2013.

CARÍA, D.; FERRER, M. E.; CHUARD, N. Manual de Procedimientos para la Contingencia de la Influenza Aviar. SENASA: Buenos Aires, Argentina, 2017. Disponível em: https://www.argentina.gob.ar. Acesso em: 20 de agosto de 2023.

CARON, L.; BASTOS, A. P.; ESTEVES, P. A. Vírus da Influenza aviária de alta patogenicidade na América do Sul. Embrapa Suínos e Aves – Avicultura Industrial, nº 01, 2023.

CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Prevention and Antiviral Treatment of Bird Flu Viruses in People. 2022. Disponível em: https://www.cdc.gov. Acesso em: 17 de julho de 2023.

EMBRAPA. Empresa brasileira de Pesquisa Agropecuária. Nota Técnica sobre Influenza Aviária. 2022. Disponível em:https://www.embrapa.br. Acesso em: 10 de julho de 2023.

FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Global Avian Influenza Viruses with Zoonotic Potential situation update. 2023. Disponível em: https://www.fao.org/animal-health. Acesso em: 10 de julho de 2023.

HERFST, S., et al. Human Clade 2.3.4.4 A/H5N6 Influenza Virus Lacks Mammalian Adaptation Markers and Does Not Transmit via the Airborne Route between Ferrets. American Society for Microbiology, v. 3, n. 1, 2018.

HORIMOTO, T.; KAWAOKA, Y. Pandemic Threat Posed by Avian Influenza A Viruses. Clinical Microbiology Reviews. v. 14, n. 1, 2001.

JUNGES, M. S.; ZAT, L. H. S. Biosseguridade na avicultura de corte: impactos na produção e alternativas para prevenção de doenças. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, v. 26 n. 1, 2023. DOI: doi.org/10.25110/arqvet.v26i1cont-010.

KANAUJIA, R.; et al. Avian influenza revisited: Concerns and constraints. Virus Disease. v. 33, p. 456–465, 2022.

LEE, D. H., et al. Pathobiological Origins and Evolutionary History of Highly Pathogenic Avian Influenza Viruses. Cold Spring Harbor Perspectives in Medicine. 2017. Disponível em: http://perspectivesinmedicine.cshlp.org. Acesso em:17 de Julho de 2023.

MARTINS, N. R. S.; RESENDE, M.; BARRIOS, P. R.; MARIN, S. Y. Influenza aviária. Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia: sanidade avícola, Nº 76, Cap. 1, p. 9-32, 2015. Disponível em: http://perspectivesinmedicine.cshlp.org.full.pdf

MELO, A. M. C.; SILVA, T. C.;  SILVA, A. G. S.;  CARNEIRO, R. S. R.; PONTES, R. C.; SOUZA, H. C. C.; ALBUQUERQUE, I. M. B. Doenças infecciosas das aves: revisão de literatura. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, v., n.2, p.310–314, 2018.

NUÑES, I. A.; ROSS, T. M. A review of H5Nx avian influenza viruses. Therapeutic Advances in Vaccines and Immunotherapy. v. 7, 2019.

OIE. Avian influenza – Fowl Plague, Grippe Aviaire. 2016. Disponível em: https://bit.ly/3qp9xE1. Acesso em: 10 de julho de 2023.

OIE. Organização Mundial da Saúde Animal. Gripe (Aviar y Otras Zoonóticas). 2018; Disponível online: https://www.who.int/news. Acesso em 17 de julho de 2023.

OIE. Organização Mundial da Saúde Animal.  Influenza Aviar (Incluida la Infección por los Virus de la Influenza Aviar Altamente Patógenos). 2021. Disponível em: https://www.woah.org. Acesso em 25 de julho de 2023.

OPAS. Organização Panamericana da Saúde. Influenza Aviária. 2023. Disponível em: https://www.paho.org/en/topics/avian-influenza. Acesso em 17 de Julho de 2023.

PAHO. Pan American Health Organization. Epidemiological Update Outbreaks of avian influenza caused by influenza A(H5N1) in the Region of the Americas. 2023. Disponível em: https://www.paho.org. Acesso em: 03 de julho de 2023.

PANAFTOSA. Centro Panamericano de Fiebre Aftosa y Salud Pública Veterinaria. Notas sobre influenza aviar en el componente animal en el contexto de los brotes de influenza aviar (H5N1) detectados en sudamérica. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura. Acesso em: 03 de julho de 2023.

PARVIN, R., et al. Influenza and coronavirus zoonoses: an overview on pandemic events, viral genome, replication and emergency preparedness. German Journal of Microbiology. 2022.

REISCHAK, D. Vírus da Influenza aviária: monitoramento em aves de subsistência criadas no entorno de sítios de aves migratórias no Brasil. Programa de Pós Graduação – Tese de Doutorado em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. DOI:10.11606/T.10.2017.tde-12012017-084736.

SENDOR, A.; et al. A. Influenza Aviar. National Library of Medicine. 2022. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov. Acesso em 12 de julho de 2023.

SIMANCAS-RACINES, et al. Avian Influenza: Strategies to Manage an Outbreak. Pathogens. vol. 12, nº 610, pg. 1-17, 2023.

SU, S.; et al. Epidemiology, Evolution, and Recent Outbreaks of Avian Influenza Virus in China. Journal of Virology. v. 89, n. 17, 2015.

SEMPREBON, M. V. Influenza aviária: aspectos sobre vacinação e estratégias DIVA. Trabalhos de Conclusão de Curso de Graduação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Veterinária. Curso de Medicina Veterinária. Orientador: Moraes, Hamilton Luiz de Souza. Porto Alegre, 2015.

SHI, J.; ZENG, X.; CUI, P.; YAN, C.; CHEN, H. Alarming situation of emerging H5 and H7 avian influenza and effective control strategies. Emerging microbes & infections, v.12, n.1, 2155072, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1080/22221751.2022.2155072

SILVA, R. & FABBRI, F. L. J. F. Influenza aviária e os riscos para o mercado brasileiro. Agroanalysis, Mercado e Negócios, p. 28-30, 2023.

SOARES, K. R.; XIMENES, L. F. Agropecuária: Ovos. Caderno Setorial Etene, v.8, n. 269, 2023.

SONNBERG, S., WEBBY, R. J., & WEBSTER, R. G. Natural history of highly pathogenic avian influenza H5N1. Virus research, v.178, n.1, p. 63–77, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.virusres.2013.05.009.

SPACKMAN, E. A Brief Introduction to Avian Influenza Virus. Methods in molecular biology (Clifton, N.J.), v. 2123, p. 83–92, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-1-0716-0346-8_7

SWAYNE, D. E. Avian Influenza. Ames, Iowa, USA: Blackwell Publishing. 2008.

SWAYNE,  D. E; PANTIN-JACKWOOD, M. Pathogenicity of avian influenza viruses in poultry. Developments in Biologicals. 2006. Disponível em: https://europepmc.org/article/med/16447495. Acesso em: 12 de julho de 2023.

SWAYNE, D. E.; SIMS, L.; BROWN, I.; HARDER, T.; STEGEMAN, A.; ABOLNIK, C.; DELGADO, M.;  AWADA, L.; PAVADE, G.; TORRES, G. Strategic Challenges In The Global Control Of High Pathogenicity Avian Influenza. 90th General Session World Organisation for Animal Health, World assembly, Paris, 2023. Disponível em: https://www.woah.org. Acesso em: 17 de julho de 2023.

TONG, S.;  et al. A distinct lineage of influenza A virus from bats. Proceedings of the National Academy of Sciences. v. 109, n. 11, 2012.

SUTTON,  T. C. The Pandemic Threat of Emerging H5 and H7 Avian Influenza Viruses. Viruses. v. 10, n. 9, 2018.

WHO. World Health Organization. Avian Influenza Weekly Update Number 901. 2023. Disponível em: https://cdn.who.int/media. Acesso em: 10 de julho de 2023.

WOAH. World Organisation for Animal Health. High Pathogenicity Avian Influenza (Hpai) – Situation Report. 2023. Disponível em: https://www.woah.org. Acesso em: 10 de julho de 2023. YAMAJI, R.; et al. Pandemic potential of highly pathogenic avian influenza clade 2.3.4.4 A(H5) viruses. Reviews In Medical Virology. v. 30, n. 3, 202