CONSIDERAÇÕES ESSENCIAIS NA ABORDAGEM DE PACIENTES COM URGÊNCIAS DIALÍTICAS: UMA ANÁLISE INTEGRATIVA

ESSENTIAL CONSIDERATIONS IN THE APPROACH TO PATIENTS WITH DIALYSIS URGESNCIES: AN INTEGRATIVE ANALYSIS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10465772


Marcos Ramon Ribeiro dos Santos Mendes1; Raiane Laís Valença Alves2; Caio César de Lêda Mesquita3; Dirceu José Alves Junior4; Dayanna das Neves Gomes de Souza5; Luan Ribeiro dos Santos Assis6; Rafael Quesado Vidal7; Elielson Tumaz de Sousa8; Eugênia Maria Nunes Ferreira9; Albert Nuann Santos de Oliveira10


RESUMO

Objetivo: identificar na literatura incidência sobre os principais desfechos clínicos de sinais e sintomas que acometem os pacientes na doença renal aguda em urgências, determinamos fatores associados e comparamos a ocorrência de hipotermia, hipovolemia e intoxicação exógena. Método: revisão integrativa, cujos critérios de elegibilidade dos artigos foram: corresponder aos descritores “Lesão renal Aguda”; “Urgência dialítica” “Hipotermia” e “Hipervolemia”, ser artigo de pesquisa; estar nos idiomas português e inglês; estar disponível eletronicamente nas bases de dados BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e as fontes de dados Scientific Eletronic Library onLine (SciELO), Peer-Reviewed Journal Covers Science Of Improvement Across Healthcare Service & Provision. BMJ e ano de publicação referente ao período de 2010 a 2023. Resultados: encontraram-se 10 publicações. A análise ocorreu mediante leituras analíticas e interpretativas sobre a importância da identificação dos aspectos de urgência dialítica em unidades de saúde. Considerações finais: Percebeu-se que os estudos apontam que a lesão renal aguda é um contexto multifatorial, estudos apontam que tal patologia está presente nas diversas realidades intra-hospitalares e demanda cuidados específicos.

Descritores: “Lesão renal Aguda”; “Urgência dialítica” “Hipotermia” e “Hipervolemia”.

ABSTRACT

Objective: to identify in the literature the incidence of the main clinical outcomes of signs and symptoms that affect patients with acute kidney disease in emergencies, determine associated factors and compare the occurrence of hypothermia, hypovolemia and exogenous intoxication. Method: integrative review, whose article eligibility criteria were: corresponding to the descriptors “Acute kidney injury”; “Dialysis emergency” “Hypothermia” and “Hypervolemia”, be a research article; be in Portuguese and English; be available electronically in the VHL (Virtual Health Library) databases and the Scientific Electronic Library onLine (SciELO), Peer-Reviewed Journal Covers Science Of Improvement Across Healthcare Service & Provision data sources. BMJ and year of publication referring to the period from 2010 to 2023. Results: 10 publications were found. The analysis occurred through analytical and interpretative readings under the importance of identifying aspects of dialysis urgency in health units. Final considerations: It was noticed that studies indicate that acute kidney injury is a multifactorial context, studies indicate that this pathology is present in different intra-hospital realities and demands specific care.

Descriptors: “Acute kidney injury”; “Dialysis urgency” “Hypothermia” and “Hypervolemia”

1. INTRODUÇÃO

Segundo Santos et al., (2011), a Insuficiência Renal Aguda – IRA é definida como uma redução aguda da função renal em horas ou dias. Para tal definição, existem mais de 30 diferentes definições com comparações em estudos. Tais acometimentos, referem-se principalmente à diminuição do ritmo de filtração glomerular e/ou do volume urinário, porém, ocorrem também distúrbios no controle do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico.

No dia a dia, as diferentes definições dificultam a comparação de estudos, a análise da evolução dos pacientes, bem como, a comparação de diferentes estratégias terapêuticas e de tratamentos dialíticos. Por isso, justifica-se a necessidade de mais estudos sobre a temática, a fim de uniformizar este conceito para efeitos de estudos clínicos e principalmente, prevenir e facilitar o diagnóstico desta síndrome, na tentativa de diminuir a alta morbidade e mortalidade ainda encontradas nos dias atuais (MENEGUIM et al., 2020).

As urgências dialíticas são eventos médicos urgentes que podem ocorrer em pacientes que dependem de diálise como forma de tratamento para a insuficiência renal. Essas situações ocorrem quando há uma interrupção repentina no processo de filtragem e remoção de substâncias tóxicas do sangue, o que pode levar a complicações graves (LI et al., 2013).

Conforme Santos et al., (2023), as doenças crônicas primárias são as principais causas de Injúria Renal Aguda (IRA), mas com a progressão desta doença pode ser totalmente multifatorial, de acordo com os estudos. Logo, com o aumento da expectativa de vida e consequente envelhecimento populacional, pode ser observado um aumento na incidência de condições comórbidas – em particular Diabetes Mellitus (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) (PACHECO et al., 2022).

De acordo com Gomes et al., (2022), quando este diagnóstico precoce de IR não é realizado e a função renal é insuficiente a ponto de gerar risco iminente para a vida do paciente, o quadro é classificado como urgência dialítica e o indivíduo necessita do estabelecimento de uma TRS de maneira urgente. Entre as manifestações da urgência dialítica estão comumente a acidose metabólica, a hipercalemia, a hipervolemia e alterações do sistema nervoso central como sonolência, tremores, coma, convulsão, entre outros. 

Além disso, uma das urgências dialíticas é a trombose do acesso vascular, que ocorre quando há um bloqueio nos vasos sanguíneos utilizados para realizar a diálise. Isso pode causar dor intensa, inchaço e dificuldade na realização do procedimento. O tratamento urgente envolve a desobstrução dos vasos através de intervenções médicas ou cirúrgicas (RIBEIRO et al., 2020).

Vale a pena ressaltar, que as urgências dialíticas são eventos críticos que requerem atenção médica imediata para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes dependentes de diálise. O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas, juntamente com a intervenção rápida e adequada, é essencial para prevenir complicações graves e preservar a saúde desses indivíduos. Nesse contexto, Pontes et al., (2021), ressalta a importância do reconhecimento dos fatores associados à doença. Sabendo o perfil dos pacientes que chegam em um hospital de urgências os profissionais conseguem realizar a devida continuidade no tratamento e possibilitar medidas mais efetivas na proteção do paciente. Essas ações auxiliam na diminuição do tempo de permanência no hospital e possíveis complicações

Em suma, com base nos aspectos mencionados, espera-se que esta pesquisa bibliográfica possa contribuir com a reflexão crítica da necessidade de avanços em estudos sobre as urgências em doença renal, contribuindo positivamente para os serviços de saúde.

2. OBJETIVOS

Identificar na literatura as características sobre os aspectos gerais e sintomas mais importantes que acometem pacientes na doença renal aguda em emergências dialíticas, determinando fatores associados. 

3. METODOLOGIA

3.1 Aspectos éticos 

O presente estudo não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, por se tratar de uma revisão integrativa. 

3.2 Desenho, local do estudo e período 

Trata-se de um estudo do tipo revisão integrativa da literatura, o qual permite realizar a busca, a avaliação crítica e a síntese de resultados de pesquisas sobre um tema investigado, contribuindo com o avanço do conhecimento e a implementação de intervenções efetivas na assistência à saúde, baseado em artigos indexados nas bases dados BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), PMB (PubMed Central) e as fontes de dados Scientific Eletronic Library onLine (SciELO), Peer-Reviewed Journal Covers Science Of Improvement Across Healthcare Service & Provision. BMJ. 

Utilizou-se como critério de inclusão: tratar-se de artigos nacionais que versassem de forma autêntica sobre os desfechos clínicos que acometem pacientes na doença renal aguda em emergências dialíticas, importância dos estudos em saúde para hospitais e profissionais da área, estar dentro do período de tempo analisado e conter elevado grau de teor científico, definição das informações a serem extraídas dos estudos, avaliação dos dados, apresentação e interpretação dos resultados. Todos os artigos que não cumpriram os critérios supracitados foram automaticamente descartados. Sendo coletados artigos do período entre os anos de 2010 e 2023. Como termos de busca foram utilizadas as palavras: “Lesão renal aguda”; “Urgência dialítica” “Hipotermia” e “Hipervolemia”.

3.3 Protocolo do estudo

A análise dos resultados e estatística ocorreu mediante a leitura exploratória, seletiva, analítica e interpretativa dos artigos que englobaram a amostra final da revisão integrativa. Os resultados foram apresentados por meio de tabela e discutidos na literatura conexa.

Resultados

No levantamento bibliográfico foram encontrados 10 artigos no SCIELO, após aplicados os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 10 que contribuíram de forma direta para a construção do presente estudo. A tabela 1 descreve as características de todos os artigos utilizados no delineado teórico do artigo.

Tabela 1 – Artigos Selecionados


Título

Autor

Conclusão

Ano
Fatores de risco para lesão renal aguda em pacientes clínicos intensivosMENEGUIMA lesão renal aguda é um evento multifatorial2020
Injúria Renal Aguda: um alerta globalLI et al.,Há a necessidade de protocolos para sistematizar a conduta em condições de IRA pré-renal e em infecções específicas2013
Lesão Renal AgudaRIBEIRO et al.,Há necessidade de mais estudos para facilitar o manejo da DRA2020
Abordagem atualizada da Lesão Renal Aguda (LRA): uma revisão narrativaPACHECO et al.,O tratamento é específico para a causa, mas também pode ser realizado pela restauração do equilíbrio hídrico e eletrolítico e, às vezes, pela diálise.2022
Injúria Renal Aguda: aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos e manejo terapêuticoSANTOS et al.,Quanto mais grave, maior o risco de desfechos ruins.2023
Desfecho clínico de pacientes em urgência dialítica: uma revisão integrativa da literaturaGOMES et al.,Conhecer esses desfechos dará subsídios para novos estudos sobre a sobrevida desses pacientes e para políticas de saúde mais eficazes.2022
Avaliação de preditores para necessidade de diálise em pacientes portadores de diabetes mellitus submetidos a procedimentos coronários percutâneos diagnósticos e terapêuticosCOSTA et al.,Identificar os fatores que contribuem com o quadro de DRC intra-hospitalar oportuniza melhor
condição de salvaguardar a vida dos pacientes, assim como possibilita a identificação precoce de fatores de risco de
piora da função renal
2022
Injúria renal aguda (ira): evolução de um conceitoBASSO et al.,Os aspectos desta síndrome que está relacionada a significativa mortalidade.2018
Diretrizes Clínicas – Insuficiência Renal AgudaBATISTA et al.,Existem na literatura mais de 30 definições de IRA2007
Comorbidades e mortalidade de pacientes em início de diáliseBARBOSA et al.,A maioria dos pacientes que chegaram ao Serviço estava em urgência dialítica2006
Perfil de pacientes com lesão renal aguda dialítica de uma unidade de terapia intensivaLUZ et al.,O diagnóstico  da  doença  de  base  mais  frequente  foi  de  origem  pré-renal  (55%)  e  a  mortalidade  ocorreu  em  90%  dos  casos.2023
Hipotermia relacionada à terapia renal substitutiva contínua: incidência e fatores associados.CARDOSO et al.,O início planejado da diálise está associado a melhores condições clínicas e metabólicas2021

Fonte: Próprio autor (2023)

DISCUSSÃO

Na abordagem em pacientes acometidos pelas urgências dialíticas, lesões graves como lesão renal aguda, doença caracterizada pela rápida deterioração da função renal, marcada pela queda da Taxa de Filtração Glomerular (TFG), com consequente retenção de produtos nitrogenados e distúrbios hidroeletrolíticos podem acontecer.  

Por exemplo, a diálise é um tratamento médico essencial para pacientes com doença renal crônica avançada ou falência renal aguda, que ocorre quando os rins não conseguem mais realizar suas funções de filtragem e eliminação de resíduos do corpo (CARDOSO et al., 2021). Logo, tais aspectos precisam ser avaliados no paciente, observando fatores predispostos à urgência dialítica como: acúmulo gradual de toxinas no corpo, pois os rins não filtram corretamente o sangue, o que pode ocorrer sintomas, como fadiga, edema, pressão arterial sistêmica descontrolada e anemia e, quando a doença evolui, pode ter complicações graves, como distúrbios eletrolíticos, problemas cardiovasculares e ósseos; e falência renal aguda, que ocorre por uma perda abrupta da função renal, podendo ser decorrentes de lesões renais, infecções graves, obstrução das vias urinárias, reações adversas a medicamentos ou doenças autoimunes e pode ter como sintomas náuseas, vômitos, anúria e acúmulo rápido de toxinas no sangue (RIBEIRO et al., 2020). 

Dentre os fatores observados, os pacientes em estado de urgência dialítica normalmente precisam iniciar a diálise rapidamente, geralmente dentro de 24 a 48 horas, para evitar complicações potencialmente fatais. A partir dos parâmetros é que são escolhidas as modalidades de diálise depende das circunstâncias individuais de cada paciente, como sua condição clínica, histórico médico e preferências, viabilizando objetivos como restaurar a homeostase do corpo e proporcionar tempo para que os rins se recuperem por meio de remoção de toxinas e metabólicos nefrotóxicos, removendo e retirando substâncias tóxicas acumuladas restabelecendo o equilíbrio eletrolítico (LUZ et al., 2023). 

Segundo Batista et al., (2007), a redução da Sobrecarga de Fluidos na LRA, inúmeras vezes, resulta em retenção de líquidos no corpo, causando edema e aumentando o risco de insuficiência cardíaca. Então, a diálise é eficaz na remoção de excesso de fluidos, aliviando a sobrecarga e restaurando o equilíbrio hídrico. Outro ponto importante trata-se do controle da Pressão Arterial, pois a pressão arterial descontrolada é uma complicação comum na LRA e a diálise pode ajudar a controlar a pressão arterial e a melhora dos Sintomas e bem-estar, já que a diálise alivia os sintomas associados à LRA, como náusea, vômitos, fadiga e confusão, com isso, melhorando o bem-estar geral do paciente. Isso é especialmente importante em casos graves de LRA, nos quais os sintomas podem ser bastante severos.

De acordo com Cardoso et al., (2021), em casos de hipervolemia ocasionadas pelo excesso de volume de fluidos no sistema circulatório e tecidos do corpo, podem gerar complicações associadas à insuficiência renal, insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática, síndrome nefrótica e outras condições médicas importantes. Geralmente, os rins não conseguem efetivamente filtrar e excretar o excesso de água e solutos, levando à retenção de fluidos. Além disso, a ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona em resposta à insuficiência renal pode resultar na retenção de sódio e água.

De acordo com o protocolo de SCAMP, a sobrecarga de volume é muito urgente quando ocorre anasarca, falência respiratória (FiO2>0,7) e diurese < 100ml/24h, é pouco urgente quando tem edema 2-3+, hipoxemia (FiO2: 0,5-0,7) e diurese de 100-500ml/24h e sem urgência se edema 1+ ou ausente e diurese > 500ml/24h (SANTOS et al., 2023).

Na abordagem ao paciente, sintomas como edema nas pernas, tornozelos e abdômen, devido à acumulação de fluidos nos tecidos, dispneia, pressão sanguínea elevada, taquicardia e, em casos graves, insuficiência cardíaca aguda podem aparecer. Além disso, a hipervolemia pode levar a distúrbios eletrolíticos, como hiponatremia, o que pode resultar em sintomas neurológicos, como confusão mental e convulsões (MENEGUIM et al., 2020). 

Ademais, os impactos desta complicação em pacientes podem se dar desde o sistema cardiovascular com o aumento do volume sanguíneo colocando pressão adicional sobre o coração, tornando-o menos eficiente, levando a complicações cardíacas, como acometimentos mais generalizados, aumentando o risco de vida dos pacientes, necessitando da restrição de ingestão de líquidos e medicamentos diuréticos, a fim de aumentar a excreção de água e eletrólitos pelos rins, e, em casos graves, a diálise para remover o excesso de fluidos do corpo, evitando acometimentos mais graves adjacentes (BASSO et al., 2018). 

De acordo com estudos de Meneguim et al., (2020), outros agravos como a acidose refratária ao tratamento podem ocorrer na LRA, derivando-se da acidose metabólica que é uma condição caracterizada por um desequilíbrio no equilíbrio ácido-base do corpo, resultando em uma diminuição anormal do pH sanguíneo, devido a várias causas, como insuficiência renal, diabetes descontrolada, doença pulmonar crônica ou ingestão excessiva de ácidos. Nestes casos, a acidose metabólica responde bem ao tratamento da causa subjacente e à correção do desequilíbrio ácido-base, necessitando de intervenções médicas rápidas.

Conforme Barbosa et al., (2006), alguns protocolos de SCAMP, sugerem e definem com valores é muito urgente quando o pH < 7,2, pouco urgente quando o pH < 7,3 e sem urgência quando o pH > 7,3, apresentando sintomas como insuficiência renal crônica; desequilíbrios eletrolíticos graves; acúmulo de substâncias tóxicas e doenças metabólicas hereditárias, variando entre fraqueza, fadiga, confusão mental, náuseas e distúrbios neurológicos. 

Na LRA, a hipercalemia também pode-se apresentar como níveis elevados de potássio no sangue, acima do intervalo considerado normal, que, geralmente, é acima de 5.0 miliequivalentes por litro (mEq/L), e com causas comuns como; insuficiência renal; alguns medicamentos, como os ECA e AINES e alguns diuréticos; trauma e lesões musculares; acidose metabólica; e dietas ricas em potássio, podendo até  ser assintomática em estágios iniciais, mas sintomas podem ocorrer à medida que os níveis de potássio aumentam, gerando sintomas clássicos como; fraqueza muscular, fadiga, ritmos cardíacos anormais (arritmias), palpitações, náuseas e astenia. Em casos graves, a hipercalemia pode levar à parada cardíaca e morte súbita (COSTA et al., 2022). 

Na literatura, os tratamentos para hipercalemia objetivam reduzir os níveis de potássio no sangue e pode incluir medidas, tais como: restrição de potássio na dieta; uso de medicamentos como gluconato de cálcio, bicarbonato de sódio, alguns diuréticos para promover a excreção de potássio e resinas de troca de íons e diálise para casos graves ou quando outros tratamentos não forem eficazes. Logo, o monitoramento regular dos níveis de potássio, em especial, em pacientes com insuficiência renal é importante. 

Outras urgências como síndrome urêmica e intoxicações podem acontecer. Nesse contexto, Basso et al., (2018), cita que na intoxicação que é quando é exposta a substâncias tóxicas de várias maneiras, como através da ingestão, inalação, absorção cutânea ou exposição a toxinas ambientais, a diálise é necessária e urgente. Logo, sintomas de intoxicação como náuseas, vômitos, dor abdominal, tonturas, confusão mental, convulsões, problemas respiratórios, arritmias cardíacas, insuficiência renal aguda e, até mesmo, coma podem aparecer. Pra casos graves, o tratamento precisa ser emergencial a fim de evitar transtornos graves e fatais.

De modo geral, observa-se que a supervisão médica é fundamental para todos os acometimentos e processos, sendo o cuidado multiprofissional necessário, reconhecendo os sintomas da LRA e buscando ajuda o mais rápido possível. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Os estudos acerca dos desfechos clínicos de pacientes em urgência dialítica ainda são poucos se comparado à dimensão que a doença renal possui na população mundial. Conhecer os aspectos gerais desses agravamentos dará subsídios importantes para tratamentos eficazes e o incentivo para novos estudos sobre a sobrevida desses pacientes e para políticas de saúde mais eficazes.

REFERÊNCIAS

BENICHEL, C. R.; MENEGUIN, S.. Fatores de risco para lesão renal aguda em pacientes clínicos intensivos. Acta Paulista de Enfermagem, v. 33, p. e–APE20190064, 2020. 

LI, P. K. T.; BURDMANN, E. A.; MEHTA, R. L. Acute Kidney Injury: a global alert. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v. 35, n. 1, p. 1–5, 2013.

LUÍS, G. et al. LESÃO RENAL AGUDA. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883012/06-ira.pdf>.

PachecoL. P.; PereiraA. C. V.; SilvaA. D. C. da; BrockD. P. P.; AbreuF. M. dos S.; SilvaL. E. de A.; AndradeL. M. N.; TissiL. S.; CarneiroY. V.; MiuraF. K. Abordagem atualizada da Lesão Renal Aguda (LRA): uma revisão narrativa. Revista Eletrônica Acervo Médico, v. 7, p. e10162, 25 abr. 2022.

GOMES, Yury et al . DESFECHO CLÍNICO DE PACIENTES EM URGÊNCIA DIALÍTICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA. Ciênc. cuid. saúde,  ,  v. 19,  e56541,    2020 .   Disponível em <http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38612020000100306&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  28  out.  2023.  Epub 12-Jan-2022.  http://dx.doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v19i0.56541.

COSTA, M. C. et al. Delineamento dos casos de lesão renal de um hospital privado do interior de São Paulo. v. 10, n. 4, p. e27810414159-e27810414159, 10 abr. 2021.

PONTES, G.; VINHAL, L.; DE MORAIS, E. PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES RENAIS CRÔNICOS DE UM HOSPITAL ESTADUAL DE URGÊNCIAS DE GOIÂNIA-GO. Movimenta (ISSN 1984-4298), v. 14, n. 3, p. 927-937, 29 jan. 2022.

GOMES, Yury et al . DESFECHO CLÍNICO DE PACIENTES EM URGÊNCIA DIALÍTICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA. Ciênc. cuid. saúde,  ,  v. 19,  e56541,    2020 .   Disponível em <http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38612020000100306&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  28  out.  2023.  Epub 12-Jan-2022.  http://dx.doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v19i0.56541.


BASTOS, M. G.; KIRSZTAJN, G. M.. Doença renal crônica: importância do diagnóstico precoce, encaminhamento imediato e abordagem interdisciplinar estruturada para melhora do desfecho em pacientes ainda não submetidos à diálise. Brazilian Journal of Nephrology, v. 33, n. 1, p. 93–108, jan. 2011.

GOMES, Y. et al. Desfecho clínico de pacientes em urgência dialítica: uma revisão integrativa da literatura/Clinical outcome of patients in dialysis urgency: an integrative literature review. v. 19, 5 nov. 2020.

COSTA, M. C. et al. Delineamento dos casos de lesão renal de um hospital privado do interior de São Paulo. v. 10, n. 4, p. e27810414159-e27810414159, 10 abr. 2021.

BASSO, J. et al. INJÚRIA RENAL AGUDA (IRA): EVOLUÇÃO DE UM CONCEITO. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/880509/injuria-renal-aguda-ira-evolucao-de-um-conceito.pdf>.

YU, L. et al. Insuficiência Renal Aguda. J. Bras. Nefrol., v. 29, n. 1 suppl. 1, p. –, 17 mar. 2007.

BARBOSA, D. A. et al.. Co-morbidade e mortalidade de pacientes em início de diálise. Acta Paulista de Enfermagem, v. 19, n. 3, p. 304–309, jul. 2006. 

Faculdade de Medicina -Núcleo de Educação em Saúde Coletiva -Nescon Curso de especialização em Atenção Básica em Saúde da Família SISTEMATIZAÇÃO DO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA AOS PACIENTES EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE: uma proposta de atendimento construída em conjunto entre gestores, prestadores e usuários. ALEXSANDRA RIBEIRO DA COSTA BELO HORIZONTE/MINAS GERAIS 2010. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2290.pdf>. Acesso em: 31 out. 2023.

CASTELLANO, I. et al. [The start of renal replacement therapy in a Spanish department]. Nefrologia: Publicacion Oficial De La Sociedad Espanola Nefrologia, v. 26, n. 4, p. 445–451, 2006.

Sinais de alerta de agudização/complicações – Doença Renal Crônica (DRC) em adultos. Disponível em: <https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/doenca-renal-cronica-(DRC)-em-adultos/unidade-de-atencao-primaria/sinais-alerta-agudizacao-complicacoes/>. Acesso em: 31 out. 2023.


1(Graduando em Medicina) Faculdade Estácio – IDOMED – Juazeiro Ba – Brasil, marcosramon-mengo@hotmail.com – https://orcid.org/0000-0001-9176-6797;
2(Graduanda em Medicina) Faculdade Estácio – IDOMED – Juazeiro Ba – Brasil, raiane.valencalves@gmail.com – https://orcid.org/0000-0003-2312-3655;
3(Graduando em Medicina) Faculdade Estácio – IDOMED – Juazeiro Ba – Brasil, cabeleda30@gmail.com – https://orcid.org/0009-0000-5192-9395;
4(Graduando em Medicina) Faculdade Estácio – IDOMED – Juazeiro Ba – Brasil, dirceujua@gmail.com – https://orcid.org/0000-0002-3830-0186;
5Enfermeira, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF, https://orcid.org/0009-0006-1929-8726;
6Enfermeiro, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF; https://orcid.org/0000-0002-9840-7575;
7Enfermeiro, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF, https://orcid.org/0009-0007-8509-1018;
8Enfermeiro, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF, https://orcid.org/0009-0002-9868-6663;
9Enfermeira, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF, https://orcid.org/0000-0003-2686-8126;
10Enfermeiro, EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/HU UNIVASF, https://orcid.org/0009-0009-4536-5883