CONSEQUÊNCIAS DO USO INDISCRIMINADO DE CONTRACEPTIVOS ORAIS DE EMERGÊNCIA NA SAÚDE DA MULHER: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

CONSEQUENCES OF THE INDISCRIMINATE USE OF EMERGENCY ORAL CONTRACEPTIVES ON WOMEN’S HEALTH: AN INTEGRATIVE REVIEW OF THE LITERATURE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10157964


Luciene dos Santos Pantoja1; Rodrigo Ferreira dos Santos; Jessica Moraes de Melo; Mayana Suelen de Brito Rangel; Marcyellen Cristina Rosa de Jesus; Stefanni Cristina Vieira da Silva; Larissa Gomes da Silva; Flávia Camily Corrêa Santos; Cleidiana Felipe da Silva; Fábio José Coelho de Souza Junior2


Resumo

A contracepção de emergência (CE) é um método utilizado para prevenir uma gestação não planejada. Teve seus estudos iniciais pelo médico canadense Albert Yuspe, como medida preventiva de gravidez e em resposta de violência sexual. Este estudo teve como objetivo relatar às principais consequências ocasionadas a saúde da mulher devido a utilização irracional da pílula do dia seguinte. Esta investigação foi caracterizada como revisão da literatura de natureza descritiva e abordagem qualitativa, realizada a partir do levantamento bibliográfico feito por meio de escritos eletrônicos, tais como livros e artigos científicos. Os resultados obtidos com este estudo demonstraram que a “pílula do dia seguinte” é um método que tem levantado preocupações pelo uso frequente, por ser de fácil acesso nas farmácias pelas mulheres. No entanto, seu uso tem gerado prejuízos à saúde, devido à falta de informação e orientação de um profissional de saúde, ocasionando efeitos colaterais e riscos, pelo seu uso indiscriminado, prejudicando a saúde de jovens e mulheres adultas.

Palavras-chave: Contraceptivo oral de emergência, Anticoncepcional, Levonorgestrel, Pílula.

1 INTRODUÇÃO

A contracepção de emergência (CE) constitui um método de barreira cuja gênese remonta à década de 1970, quando o médico canadense Albert Yuzpe empreendeu diversos estudos, visando desenvolver uma medida preventiva para gravidez indesejada e, principalmente em resposta médica as consequências decorrentes da violência sexual em mulheres. Inicialmente concebida mediante a combinação de estrogênio e progesterona, conhecida como método Yuzpe, a CE se popularizou e contemporânea consiste, predominantemente, no progestógeno isolado, levonorgestrel (FAÚNDE, 2013).

A crescente utilização da CE entre mulheres jovens e adultas sexualmente ativas, no intuito de evitar gestações não planejadas, evidencia-se como fenômeno relevante, pois a utilização desse método é capaz de gerar implicações importantes fisiologia hormonal feminina podendo ser prejudicial ao organismo da mulher (SOUZA, 2017).

Importa destacar que, dada sua natureza emergencial, preconiza-se a administração imediata pós-ato sexual desprotegido, é consabido que a adoção da CE como método preventivo de rotina não é recomendada, considerando sua composição com elevada carga hormonal. O mecanismo de ação abrange a capacidade de inibição ou retardamento da ovulação, implicando em obstáculos à locomoção espermática, bem como alterações no ciclo menstrual e tempo de ovulação (VELOSO et al, 2014; ESTRELA, 2015).

A ampliação para o acesso facilitado à CE, está associada às taxas da diminuição da gravidez indesejada. Dentre elas, pode-se citar a política de diminuição de barreiras, para se conseguir um CE, e também a permissão legal para que o farmacêutico forneça a CE sem receita médica, mediante cumprimento de protocolos específicos. Embora existam diversos métodos contraceptivos que visam prevenir a gravidez pré ou intra coito, os anticoncepcionais de emergência, notadamente a “pílula do dia seguinte”, destacam-se por sua capacidade, em curto prazo, de eficazmente evitar gestações indesejadas (REBELO et al, 2021).

Contudo, o uso indiscriminado desses contraceptivos emergenciais, particularmente entre jovens, emerge como prática preocupante. A falta de responsabilidade associada a condições predisponentes instaura riscos significativos e efeitos colaterais, sendo o excesso de hormônios circulantes potencialmente causador de complicações e sérios agravos à saúde feminina (NOGUEIRA et al, 2000).

O presente estudo objetiva analisar e evidenciar, por meio de uma revisão integrativa da literatura, as principais ramificações à saúde da mulher decorrentes do uso indiscriminado de contraceptivos orais de emergência, enfatizando o papel crucial do profissional farmacêutico no processo de orientação.

2 METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura (RIL). A revisão integrativa constitui uma modalidade de pesquisa de dados secundários, caracterizada pela sumarização de estudos relacionados a um tema específico, permitindo a obtenção de conclusões gerais mediante a compilação de diversas fontes, sejam teóricas ou empíricas.

A metodologia segue as etapas propostas por Mendes e colaboradores (2010), compreendendo seis fases na construção da revisão integrativa. Na primeira etapa, destaca-se o processo de identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa. A segunda etapa consiste na definição dos critérios de inclusão e exclusão de estudos, bem como a delimitação da amostragem ou busca na literatura (MENDES et al, 2008).

A busca na literatura foi conduzida nas bases de dados SCIELO, LILACS, MEDLINE e outras, acessadas por meio da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) “Contraceptivo oral de emergência, Anticoncepcional, Levonorgestrel, Pílula, foram empregados operadores booleanos “AND” e “OR” para otimizar os resultados.

Os critérios de inclusão abarcaram publicações completas, revisões, estudos de caso e artigos originais, todos relacionados à temática proposta e publicados entre 2013 e 2030, nos idiomas português e inglês. Foram excluídos artigos não publicados, não indexados nas bases de dados, duplicados e presentes em múltiplas bases, além de monografias, dissertações, teses, anais de congresso e comunicações breves.

Após a conclusão da busca e aplicação dos critérios, os artigos foram categorizados, e informações relevantes foram extraídas para responder à pergunta norteadora. Os estudos selecionados foram organizados em uma tabela, destacando título, autores, objetivos do estudo e principais resultados/recomendações.

3 RESULTADOS

Foram exploradas as bases de dados eletrônicas Literatura, LILACS, MEDLINE e SCIELO em busca de artigos que respondessem à questão norteadora. Ao todo foram encontrados 102 artigos indexados, sendo que 95 conseguiram se encaixar para os critérios de inclusão, e com a análise de textos completos, que se identificaram com a temática, 7 artigos foram incluídos (figura 1).     

Na identificação, dos 102 artigos encontrados 95 foram excluídos na etapa de seleção, por estarem duplicados nas bases de dados e fora do recorte temporal proposto na metodologia. No processo de elegibilidade após leitura criteriosa em busca do objeto, foram incluídos 7 artigos publicados em revistas nacionais e internacionais,

Após esse processo, na etapa de inclusão foram considerados os resultados de 07 artigos publicados em revistas nacionais e internacionais.

Figura 1 – Fluxograma dos componentes da revisão integrativa da literatura.

Quadro 1– Estão concentradas as informações relevantes dos estudos selecionados.   Todos os estudos foram identificados a utilização da CE como método de contracepção muito utilizada.

ArtigoTítuloAutoresObjetivo de estudoConclusão de estudo
Art. 1Conhecimento e utilização da contracepção de emergência por acadêmicos de enfermagem.BATAGLIÃO, EML, Mamede FV, 2018.Analisar este estudo com o objetivo de descrever o nível de conhecimento dos estudantes sobre a CE e identificar como esse método é utilizado pelos mesmos.Foi visto que a utilização da CE é muito válida, desde que feito corretamente, visto em diversos estudos, que há a necessidade de ampliação do conhecimento em relação à pílula de CE.
Art. 2Atenção farmacêutica no uso de preservativosCOSTA et al, 2023.Descrever a importância do farmacêutico na orientação do uso correto dos contraceptivos de emergência.Faz-se necessário que os profissionais de saúde se comprometam em campanhas orientativas sobre métodos contraceptivos discorrendo sobre seus benefícios e malefícios para saúde.
Art. 3Contracepção de emergência e adolescência: responsabilidade e ética.CONSTANTINO et al, 2019.Analisar a contracepção de emergência na adolescência.Refletir mais uma vez sobre aspectos técnicos e éticos da CE em face da real vulnerabilidade do período da adolescência.
Art. 4Atenção farmacêutica no uso de métodos contraceptivos.RANIER et al, 2018.Discutir a atenção farmacêutica quanto ao uso de métodos contraceptivos.O profissional farmacêutico passa a ser fundamental, tendo em vista que eles possuem o conhecimento técnico do assunto.
Art. 5Métodos contraceptivos: Principais riscos e efeitos adversosLUZ et al, 2021.Demonstrar quais os principais riscos e efeitos adversos dos métodos contraceptivos.Este estudo mostra que os métodos contraceptivos em geral são seguros e que apresentam alguns riscos.
Art. 6Conhecimento sobre anticoncepção de emergência entre adolescentes do ensino médio de escolas públicas e privadas.CHOFAKIAN et al, 2014.Analisar o nível de conhecimento da anticoncepção de emergência entre adolescentes de 15 a 19 anos de idadeIndica a necessidade de elaborar e executar novas propostas para educação em saúde reprodutiva nas escolas e nos serviços de saúde
Art. 7Contracepção de emergência e universitárias da área da saúdeBRAMBILLA et al, 2016.Identificar o conhecimento de jovens de alta escolaridade da área da saúde de ensino privadoHá a necessidade de ampliação do conhecimento em relação à CE, abordando seu uso.

4 DISCUSSÃO

O uso dos contraceptivos emergenciais sem acompanhamento de um prescritor tem aumentado bastante. O que toma um método repetitivo e irracional entre as usuárias é importante lembrar que quanto mais frequente o uso dessa pílula emergencial, menor será sua eficácia e consequentemente o objetivo de atuação final da pílula no organismo não acontecerá de forma absoluta ( MAMEDE, 2018).

A prática da atividade sexual tem início cada vez mais precoce e sem antes ter a obtenção de qualquer aconselhamento de um profissional de saúde, em relação a qual método de anticoncepção usar. Portanto, vale relatar que várias mulheres estão expostas a terem gestações indesejadas, porém, as jovens e adolescentes, são o grupo que estão mais propícios a essa situação. Pois, existe uma preocupação específica em relação a essas idades, por se tratar de uma fase na qual a prática sexual geralmente ocorre sem responsabilidades, envolvida apenas pelo prazer momentâneo. Sendo muitas vezes conduzida as farmácias por vontade própria, por indicação de amigas ou até mesmo indicação do próprio parceiro a fazer uso da CE com intuito da não gestação, o que pode acometer no futuro, complicações obstétricas e psicológicas (ALANO et al., 2012).

Em estudo leva a entender que algumas mulheres não recebem orientações adequadas quanto ao uso e aos riscos que este medicamento traz e se os serviços de atenção à saúde estão preparados para este tipo de orientação e se o faz. Um exemplo pode ser abordado na tabela a seguir, onde mostra os motivos que levaram muitas mulheres a utilizarem a pílula de emergência (BATAGLIÃO E MAMEDE, 2018). A CE é tida como um avanço, e sua prática começou a ser disponibilizada no mercado inicialmente nos países da Hungria, China e Suécia nos anos de 1970, 1980 e 1984 respectivamente. No Brasil, essa disponibilização se teve por meados de 1996, inserida na diretriz de Planejamento Familiar com o intuito de redução das ocorrências de gravidez por falhas dos anticoncepcionais regulares ou em casos de violência sexual. (RANIERI E SILVA, 2018).

No entanto, a prática da comercialização e dispensação em farmácias e drogarias, ocorreu sob autorização da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 1998, determinando que o método contraceptivo emergencial seria vendido sob prescrição médica, sem a necessidade de retenção de receita. (LIMA, 2014, p. 2179).

O uso dos contraceptivos emergenciais sem acompanhamento de um prescritor tem aumentado bastante. O que torna um método repetitivo e irracional entre as usuárias, é importante lembrar que quanto mais frequente o uso dessa pílula emergencial, menor será sua eficácia e consequentemente o objetivo de atuação final da pílula no organismo não acontecerá 100% (BATAGLIÃO, 2018, p. 284).

Os contraceptivos hormonais são métodos anticoncepcionais considerados reversíveis. Sua composição inclui hormônios produzidos pelas mulheres, controlando assim a ovulação e interferindo no processo de fertilização. Suas formulações são encontradas em diversas concentrações hormonais e diversas vias de administração, incluindo: Implantado por via oral, intramuscular, subcutânea, transdérmica, vaginal e conectado ao sistema intrauterino (LUZ; BARROS; BRANCO, 2021).

Pensando que os anticoncepcionais hormonais não asseguram quanto a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis, o Ministério da Saúde (2011) recomendou medidas públicas para prevenir tanto a propagação de doenças sexualmente transmissíveis, as IST’s, quanto a gravidez indesejada, são exemplos os de prevenção de IST’s os preservativos femininos e masculinos (preservativos), e que impedem gravidez indesejada as pílulas orais, minipílulas, injeções mensais, injeções trimestrais, dispositivo intrauterino (DIU), contracepção de emergência, diafragma, anel medidor (LUZ; BARROS; BRANCO, 2021).

O uso de anticoncepcionais deve serem receitados por um especialista, e não automedicação por partes dos pacientes. Dentre os contraceptivos, há um que ganhou grande popularidade entre o público, é o exemplo do Contraceptivo De Emergência (CE), conhecida popularmente como pílula do dia seguinte, também é usado como contraceptivo pós-coito, destinado a prevenir a gravidez após relações sexuais desprotegidas, incluindo agressão sexual, ou quando vários métodos falharam. Uma verdadeira carga hormonal que é frequentemente ingerida por muitas mulheres de maneira descontrolada. O anticoncepcionais de emergência são adquiridos por meio de comprimidos gratuitos do Sistema Único de Saúde (SUS) ou de redes de farmácias privadas. Este medicamento só é eficaz se usado imediatamente após a relação sexual (REBELO et al., 2021).

A CE é eficaz dentro de 120 horas após a relação sexual desprotegida, mas é mais eficaz quando usada o mais rápido possível, especialmente dentro de 24 horas. De acordo com a organização Mundial da saúde (OMS), as pílulas CE previnem a gravidez inibindo ou atrasando a ovulação nas mulheres e impedindo o encontro entre espermatozoides e óvulos. A CE não pode interromper uma gravidez estabelecida ou prejudicar um embrião em desenvolvimento (COSTA & BAIENSE, 2023).

Quando ingerida, a pílula do dia seguinte atua incitando uma alteração no ciclo menstrual da mulher o que vai depender da fase em que a pílula do dia seguinte foi tomada. Porém, esse fator não torna a pílula do dia seguinte um método fracassado, poiso levonorgestrel só funciona antes da implantação do óvulo fecundado no útero após o óvulo se fixar na parede do útero o medicamento perde sua eficácia (COSTA & BAIENSE, 2023).

No balcão das farmácias de todo o país garante à pessoa no momento da compra de determinado medicamento, maior segurança quanto à aquisição do medicamento por meio de orientações sobre o uso correto da substância o modo de administração, a prescrição, efeitos colaterais, entre outros. Isso garante uma melhor qualidade de saúde do paciente, levando à prevenção de problemas maiores, devido ao uso correto da substância (CONSTANTINO, 2019).

Para o Conselho Federal de Farmácia, a prescrição correta, além dos já mencionados anteriormente, pode contribuir para um melhor entendimento sobre a pílula do dia seguinte, seu modo de ação e a forma correta de administração. Porque o aconselhamento adequado é a melhor forma de garantir que as meninas estejam melhor informadas sobre as suas opções ao tomar decisões sobre o melhor método contraceptivo. Bem como as vantagens e desvantagens que cada medicamento oferece, destaca-se que o farmacêutico tem o dever de prestar orientação precisa (WHO, 2018; COSTA & BAIENSE, 2023).

A contracepção de emergência pode prevenir a gravidez após relações sexuais desprotegidas ou quando o método contraceptivo utilizado é ineficaz (por exemplo, um preservativo rompe ou uma mulher se esquece de tomar a pílula). A contracepção de emergência não deve ser usada como método métodos contraceptivos tradicionais.

De acordo com os dados todos os entrevistados possuem um tipo de conhecimento sobre o tema abordado, a respeito da contracepção de emergência entre eles, porém a respeito sobre o modo de ação do método, os relatos ainda não condizem com a realidade (PACHECO et al., 2011).

Assim como os anticoncepcionais de uso cotidiano a base de hormônios combinados do tipo estrogênio e progestogênio, não são recomendados para mulheres com histórico ou risco de trombose, ou quando houver sangramento genital anormal ou de origem desconhecida, em caso de hipersensibilidade a quaisquer dos componentes de sua formula, em casos de doenças autoimune. A CE também não é recomendada, uma vez que são medicações eficazes para se evitar gravidez (GARCIA et al, 2015).

Existem algumas classes de fármacos capazes de provocar uma diminuição na absorção dos CE “antimicrobianos” os quais provocam alterações na absorção intestinal. Assim como existe aqueles capazes de aumentar o metabolismo desses CE, reduzindo assim a sua efetividade, a exemplo de medicamentos podemos citar. A carbamazepina, a fenitoína, o fenobarbital e a primidona, os quais poderão ter seus efeitos potencializados ou inibidos (SILVA; ROCHA, 2013).

Estudos clínicos comprovam que a Rifampicina diminui expressivamente os níveis de estrógeno e progestina. Em estudo conduzido por Ruston e Silva (2013), a Rifampicina é um forte indutor enzimático do sistema citocromo P450, resultando no aumento do metabolismo dos anticoncepcionais orais e consequente redução de seus níveis sanguíneos encurtando assim a eficácia contraceptiva. As principais interações entre os CE e as classes dos fármacos mencionadas anteriormente estão melhor detalhadas no quadro a seguir (SILVA et al., 2011).

A utilização abusiva ou indiscriminada da CE pode acarretar em sérias complicações às usuárias que adquirem o método com ou sem recorrência do profissional da saúde ficando restringida a certos cuidados e possíveis riscos que as cometem. Ingerir o método de contracepção emergencial de maneira constante, aumenta o risco de engravidar e de causar transtorno no ciclo menstrual de forma que a mulher pode até não reconhecer o funcionamento do seu próprio corpo, além dos riscos de reações adversas.

As diretrizes farmacêuticas são práticas desenvolvidas no contexto da assistência farmacêutica relacionadas aos valores éticos, à prevenção de doenças, à promoção da saúde e à reabilitação, integradas a uma equipe multidisciplinar. A interação do farmacêutico com o paciente com foco direto na terapia medicamentosa racional que alcança resultados positivos que melhoram a qualidade de vida. De acordo com o Código Brasileiro de Ética Farmacêutica, o farmacêutico deve atuar para garantir a saúde de seus pacientes, orientando-os em todos os sentidos (COSTA & BAIENSE, 2023).

De acordo com os dados todos os entrevistados possuem um tipo de conhecimento sobre o tema abordado, a respeito da contracepção de emergência entre eles, porém a respeito sobre o modo de ação do método, os relatos ainda não condizem com a realidade (PACHECO et al., 2011).

5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo demonstrou que desde sempre, muitas mulheres adultas e jovens tem recorrido ao uso de contraceptivos de emergência, devido a facilidade da dispensação da pílula do dia seguinte. Portanto, devido à falta de informação, esse comportamento usado como prevenção de uma gravidez indesejada, tem aumentado muito nos últimos anos, assim havendo necessidade de atuação mais consciente e coletivo, não somente entre as mulheres e adolescentes, mas também de profissionais de saúde, principalmente farmacêuticos, assim sugerindo a orientação correta a respeito do uso do CE, para manter o bom funcionamento do organismo e a qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

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1Discente do Curso Superior de Bacharelado em Farmácia da Faculdade Cosmopolita Campus Belém

2Docente do Curso Superior de Bacharelado em Farmácia da Faculdade Cosmopolita Campus Belém. Mestre em Farmacologia (PPGF/USP)