CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH) SOBRE RESTRIÇÃO DOS MOVIMENTOS DA COLUNA (RMC)

KNOWLEDGE OF PRE-HOSPITAL CARE (APH) PROFESSIONALS ABOUT SPINAL MOVEMENT RESTRICTION (RMC)

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202504301412


Monalisa Mesquita Arcanjo1
Késia Marques Moraes2
Jonas Allyson Mendes Araújo3
Raila Souto Pinto Menezes4


Resumo

A restrição dos movimentos da coluna são técnicas utilizadas com pacientes vítimas de trauma, na qual reduzem ou limitam os movimentos da coluna vertebral, feita através de dispositivos. O estudo teve objetivo como investigar o conhecimento dos profissionais do atendimento pré-hospitalar sobre restrição dos movimentos da coluna. Trata-se de um estudo do tipo exploratório-descritivo com abordagem qualitativa.Tendo como pergunta norteadora: Qual o conhecimento dos profissionais do atendimento pré-hospitalar sobre restrição dos movimentos da coluna (RMC)? O estudo foi realizado durante os meses de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025 nas bases dos serviços de atendimento pré-hospitalar. Participaram da pesquisa 24 profissionais incluindo técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e condutores. Foram incluídos na pesquisa profissionais que atuam no serviço pré-hospitalar há pelo menos seis meses e que estavam presentes durante o período da coleta de dados. Foram excluídos os profissionais que estavam de férias, licença médica ou afastados por qualquer outro motivo. Para coleta de dados, foi realizado formulário eletrônico no google forms. Para a realização da análise, foi utilizada a temática proposta por Minayo, que emprega as etapas de pré-análise, exploração do material e tratamento e interpretação dos resultados. As categorias analisadas incluem a compreensão sobre RMC, critérios para uma RMC utilizados pelos profissionais, protocolos utilizados para aderir a RMC e facilidades e desafios apresentados pela equipe para realização da RMC. Foi possível compreender o conhecimento dos profissionais do APH sobre o RMC, incluindo sua definição e indicação correta, além de como ocorre o manejo com essas vítimas. A pesquisa identificou criterios amplamentes aceitos pelos profissionais para uma RMC, demonstrando boa compreensaão. A análise das respostas evidencia que os critérios para decidir pela aplicação ou não da RMC são fundamentados em protocolos reconhecidos e há uma variedade de desafios enfrentados pelas equipes durante a aplicação da RMC. 

Palavras-chave: Traumatismo da Medula Espinal. Atendimento Pré-Hospitalar. Imobilização

1 INTRODUÇÃO

O trauma é definido como um conjunto de lesões provocadas em quaisquer partes do corpo, denominado de politrauma ou trauma multissistemico ao atingir dois ou mais sistemas do corpo, que ocorre devido ao impacto e a atividade entre o meio externo e as estruturas do corpo como pele, músculos, ossos, órgãos internos, vasos e nervos, geralmente em virtude de causas como: acidentes, violências (ALVES et al., 2018).

A morbidade e a taxa de mortalidade relacionadas ao trauma são problemas de saúde pública por se constituírem na principal causa de morte em todo o mundo, com mais de cinco milhões de mortes ao ano, principalmente em jovens, em idade economicamente ativa (SILVA, OLIVEIRA, 2019).

O trauma é um problema mundial. Todos os dias, cerca de 14.000 pessoas morrerem em todo o mundo em consequência de ferimentos. Lesões não intencionais são a principal causa de morte em pessoas entre um a 45 anos de idade. A cada ano, aproximadamente 4,4 milhões de pessoas no mundo morrem como resultado de lesões, representando quase 8% de todas as mortes. Cerca de 54 pessoas por 1 milhão de habitantes nos Estados Unidos (aproximadamente 17.900 pessoas) sofrerão algum tipo de lesão medular (LM) anualmente, com uma estimativa de 252.000 a 373.000 pessoas vivendo com a deficiência resultante (NAEMT, 2023). No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, em 2018, foram registrados 150.814 óbitos por causas externas, 32,6% somente na região nordeste. A morbidade hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS), por trauma, atingiu 104.046 registros no mês de dezembro de 2019, sendo 26.200 internações hospitalares registradas na região nordeste e 4.115 internações no estado do Ceará. Em nosso país, as lesões causadas pelos acidentes de trânsito constituem uma séria preocupação (BRASIL, 2020).

A região Norte apresenta a maior taxa de mortalidade por acidente de transporte terrestre (ATT) 31,5 óbitos por 100 mil habitantes, seguida da Região do Litoral Leste/Jaguaribe (24,6 óbitos por 100 mil habitantes), ambas compreendidas na escala entre 26,3 a 31,5 óbitos por 100 mil habitantes. Já a Região de Fortaleza registrou a menor taxa (5,6 por 100 mil habitantes), localizada na escala de até 10,8 óbitos por 100 mil habitantes, os municípios que apresentaram os maiores riscos para óbitos por ATT foram Moraújo (124,5 óbitos por 100 mil habitantes), seguido do município de Senador Sá (90,2 óbitos por 100 mil habitantes), ambos localizados na escala entre 83,0 a 124,5, e Quiterianópolis (75,3 óbitos por 100 mil habitantes),localizados na escala entre 62,3 a 83,0, sendo estes três municípios localizados na Região Norte. É importante destacar que 13 municípios não apresentaram óbitos por ATT no ano de 2022.

Segundo NAEMT (2023), a lesão traumática da coluna vertebral (LTI) é potencialmente fatal, com gravidade dependente em grande parte da região da coluna vertebral lesionada e se o dano inclui estruturas próximas, como a medula espinhal. A lesão secundária pode seguir-se à lesão inicial e resultar num agravamento do déficit neurológico. Esta lesão secundária pode ser provocada ou exacerbada pelo movimento patológico de uma coluna vertebral lesionada. Deixar de suspeitar, avaliar adequadamente e estabilizar um paciente com potencial lesão na coluna pode produzir um resultado ruim. O reconhecimento imediato e o manejo pré-hospitalar dessas lesões são importantes para a estabilização oportuna do paciente gravemente ferido, podem orientar futuras decisões de diagnóstico e manejo e reduzirão o risco de lesões secundárias.

A restrição do movimento da coluna (RMC), terminologia utilizada para substituir o termo imobilização espinhal, pois apesar de ambos os nomes terem o mesmo conceito, não há garantia que mesmo que todas as técnicas recomendadas para reduzir o movimento da coluna vertebral sejam realizadas ocorrerá a imobilização total da coluna do paciente, enquanto a restrição vai apenas minimizar os movimentos da coluna vertebral. A RMC será recomendada quando o paciente apresentar trauma de distração, sensibilidade na coluna cervical, nível de consciência alterado, deformidade na coluna vertebral, sinais neurológicos focais, traumas contusos, mecanismo perigoso, sendo contraindicado em trauma penetrantes. O colar cervical não imobiliza totalmente os movimentos da coluna, apenas restringe, sendo necessário outros dispositivos, tais como colchão a vácuo ou maca colher, dentre outros (FISCHER et al., 2018).

Ao realizar uma RMC estará sendo reduzido o risco de deterioração neurológica ou complicação da lesão durante o manuseio com o paciente e seu transporte até o hospital utilizando dispositivos como prancha, colar cervical, imobilizadores de cabeça e tirantes. Devese manter a coluna vertebral da vítima em posição neutra, minimizando a amplitude de movimentos para reduzir a probabilidade de lesão ou causar uma lesão secundária. Contudo, nem todas as vítimas de trauma terão indicação para se realizar uma RMC. O profissional da saúde precisa ter o conhecimento sobre os critérios que indiciam ou se essa vítima precisa de uma RMC, ao contrário disso a vítima será maneja de forma indevida e apresentará as complicações (BRIGOLINI et al., 2023).

Diante do contexto, chega-se a seguinte questão norteadora: Qual o conhecimento dos profissionais do atendimento pré-hospitalar sobre restrição dos movimentos da coluna (RMC)?

A justificativa para realização deste estudo se deu a partir das vivências como residente em um hospital de referência em trauma, observando assim a forma como a restrição dos movimentos da coluna era realziada nos pacientes que eram trazidos por profissionais do APH, percebendo assim, manejos inadequados com as vítimas de trauma e surgindo indagações sobre que critérios e quais tomadas de decisão aqueles profissionais estavam utilizando.

Esta pesquisa busca levantar um diagnóstico sobre o conhecimento acerca do tema e consequentemente refletir sobre o manejo na assistência à vítima de trauma proporcionando mais segurança ao paciente, melhorando assim o seu prognóstico e prevenindo lesões secundárias decorrentes de um manejo inadequado.

Este estudo tem como objetivo Investigar o conhecimento dos profissionais do atendimento pré – hospitalar sobre restrição dos movimentos da coluna.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Considerações iniciais sobre traumatismo raquimedular

O trauma raquimedular (TRM) é uma agressão à medula espinhal no qual tem riscos de causar problemas neurológicos, assim como pode alterar a função motora, sensitiva e autônoma, além de trazer complicações como: Choque medular, Disrreflexia autonômica, Choque neurogênico, Trombose venosa profunda, Bexiga neurogênica, Intestino neurogênico, acontecendo principalmente nos homens com idade entre 18 e 35 anos. A principal causa de traumatismo são acidentes automobilísticos, queda de altura, acidente por mergulho em água rasa e ferimentos por arma de fogo. A dimensão do sofrimento de uma medula espinhal vai de uma concussão transitória até uma transeção completa, ou seja, o paciente pode se recuperar por completo ou pode sofrer uma paralisação abaixo do nível da lesão traumática. Haverá graves complicações quando a parte neurológica for comprometida (SOUSA et al., 2013).

Uma das consideráveis causas de morbimortalidade são as lesões traumáticas da coluna vertebral e da medula espinhal, além de ocasionarem dependência e perda da autoestima em adultos jovens, suas causas ainda dependem de alguns fatores como: tipo de moradia presente nos grandes centros urbanos, hábitos e nível de educação da população e a forma mais eficaz de reduzir a carga de lesões na coluna é por meio da prevenção (BOTELHO, 2014).

Os sintomas acontecem de acordo com o nível da lesão, a extensão e o tempo do acometimento, e com isso o paciente pode manifestar alterações nas funções fisiológicas, ou seja, alterações respiratórias, vasculares, urinárias, intestinais e musculoesqueléticas. Pesquisadores afirmam que sequelas como a atrofia do sistema musculoesquelético, a espasticidade, a redução da capacidade respiratória e da circulação sanguínea, entre outras, podem progredir para complicações ou doenças secundárias (SISCÃO et al., 2007)

A primeira fase da lesão, é o choque espinhal, no qual nessa fase as inervações vasomotoras e viscerais permanecem em total silêncio, resultando em arritmia cardíaca, tanto hipotensão quanto hipertensão (Hiperreflexia autônoma medular), além da perda do tônus dos ductos eferentes urinários, estômago e intestino juntamente com sintomas de paralisia do íleo e disfunções endócrinas. Os eventos secundários ainda constituem grande parte da lesão na medula espinhal, na qual essa lesão ocorre de minutos a semanas posterior a lesão primária influenciada pela contusão da medula espinhal. Os mecanismos de lesão primária ligados a esse trauma são: o impacto associado à compressão persistente ocasionada por ruptura do disco intervertebral, fragmentos ósseos e fraturas com deslocamento, que são mecanismos bastante comuns; impacto associado à compressão transitória, como nos casos de hiperextensão; distensões ocasionadas por forças relacionadas à flexão, extensão, rotação ou ao deslocamento, comprometendo o fluxo sanguíneo; e, por último, laceração ou transecção.

A lesão primária induz à ativação de fatores locais (inflamação, efeitos vasculares e excito toxicidade) que intermedeiam a instalação da lesão secundária. Além da necrose secundária, processos ativos de apoptose podem ser importantes na produção da lesão secundária do SNC causada tanto pela isquemia quanto pelo trauma. O entendimento a cerca desses mecanismos que marcam fatores secundários à lesão da medula espinhal ainda não é completa, compondo-se de processos dinâmicos e complexos (BEL, SILVA, MLADINIC, 2009)

O traumatismo raquimedular pode acontecer de forma direta ou indireta. A lesão indireta é ocasionada por forças aplicadas à distância, que se traduzem em flexão ou extensão anormais, além de tração, compressão ou rotação, e mecanismos combinados. A lesão direta é causada por ação direta contra a coluna, podendo ser fechada (decorrente de lesão vascular, ruptura meníngea e laceração de substância nervosa com consequente isquemia e necrose), ou aberta (decorrente de lesão por arma de fogo ou armas brancas).

Segundo NAEMT (2023) Vários sinais e sintomas importantes são preocupantes no caso de trauma medular grave. Entretanto, a ausência desses sinais não exclui definitivamente a lesão medular. O mecanismo da lesão pode ser usado como um auxílio para determinar a necessidade de restringir o movimento da coluna, mas não é o único determinante. O ponto chave é que uma avaliação física completa aliada a um bom julgamento clínico orientará a tomada de decisão.

2.2 Panorama das lesões em vítimas de trauma

Apesar da lesão na medula espinhal ser rara, quando acontece ela causa graves consequências, por não suportar além da carga normal dela, tendo causas secundárias decorrentes do manejo inadequado da equipe, de instrumentos utilizados e pelo transporte da vítima (KOMHALL et al.,2017).

A incidência de trauma raquimedular é de aproximadamente 12 casos por 100.000 pessoas ao ano, sendo que esta aumenta com o passar da idade. Os mecanismos de trauma mais comuns são: quedas (60%) e acidentes automobilísticos (21%), acarretando 20% dos pacientes com lesão medular, sendo 10% das lesões em vários níveis da coluna (contíguas ou não) e 10% constituídos por lesões ligamentares puras. A maioria dos indivíduos com lesão medular tem trauma em outros segmentos do corpo (crânio, tórax e extremidades). Lesões medulares são mais frequentes em pacientes inconscientes ou obnubilados. 96 – 98% de todas as vítimas de trauma contuso não terão lesão em coluna cervical (SAMU, 2019).  Em 2012, as quedas não intencionais representaram 40% das LM traumáticas agudas nos Estados Unidos. Estas tendências são previsíveis, dada a idade média crescente da população dos EUA. Os homens superam esmagadoramente as mulheres e representam mais de 78% das LM. As causas comuns são acidentes automobilísticos (39%), quedas (32%), lesões penetrantes (14%), lesões esportivas (8%) e outras lesões (7%). Na população idosa, o número de quedas supera os acidentes automobilísticos como a principal causa de LM.

A LM pode ter efeitos profundos na função física, no estilo de vida e nas circunstâncias financeiras. Além disso, quando comparados com a população em geral, aqueles que sobrevivem à LM inicial geralmente têm uma expectativa de vida menor A LM também impacta as circunstâncias financeiras do paciente, bem como da população em geral. Um paciente com esta lesão requer cuidados agudos e de longo prazo. O custo vitalício desses cuidados é estimado entre US$ 1,2 e US$ 5,2 milhões por paciente que sofre uma lesão medular permanente, com o custo aumentando com a gravidade da lesão e a idade no momento da lesão (NAEMT, 2023).

As mortes fatais no trânsito levam a um desarranjo no perfil epidemiológico brasileiro.

Em 2010, ocorreram 40.610 mortes fatais, sendo 15% com motociclistas, tendo como consequência mais internamentos pelo Sistema Único de Saúde. Outros fatores esses considerados como externos pela Classificação Internacional dedoenças como, acidentes de transporte, lesões autoprovocadas intencionalmente, agressões, operações, intervenções legais. Podemos tomar como exemplo o hospital de Santa Catarina, no qual ocorreu 1862 óbitos entre esses 577 decorrentes de acidentes automobilísticos (BERTONCELLO, CAVALCANTI, ILHA 2013).

No mundo, estima-se que 20 a 50 milhões de pessoas sejam vítimas de lesões não fatais decorrentes de acidentes de transporte terrestre, contribuindo para o aumento na prevalência de incapacidades. Ainda globalmente, no ano 2000, os acidentes de transporte terrestre foram responsáveis por 69.138.531 anos de vida perdidos ajustados por incapacidade (DALY), representando uma carga global de 2,4% dos DALYS por todas as causas e ocupando a 10° posição entre as vinte principais causas de mortalidade. Em 2012, estes acidentes alcançaram a 8° posição na lista das 20 principais causas de anos de vida perdidos ajustados por incapacidade com 78.723.890 anos (ANDRADE; JORGE, 2017).

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 5,8 milhões de pessoas morrem por ano por trauma no mundo, 32% a mais que a soma das mortes por malária, AIDS e tuberculose. A mortalidade por trauma corresponde a 10% de todas as causas de morte e, sem as devidas intervenções, prevê-se que esta proporção aumentará até 2030 (PADOVANI et al, 2014).

Estima-se que até 20.000 casos de lesões da medula espinhal ocorrem anualmente na Europa do Norte e os Estados Unidos. Lesões da medula espinhal graves são quase sempre permanentes, com prognóstico reservado para a restauração da função neurológica. Na maioria dos países colisões de trânsito são a principal causa de lesões da coluna cervical. Uma causa potencial de lesão secundária é a manipulação inadvertida da medula espinhal durante a libertação. Desde 1960, tem sido uma prática padrão para pacientes imobilizar com lesões na coluna vertebral suspeitos usando um colar cervical e uma prancha. No entanto, lesões da medula espinhal cervical é, na verdade, relativamente rara em pacientes com traumatismos e apenas ocorre em cerca de 2% de admissões (JOSHEP et a., 2014).

Os traumas também atingem muito os idosos, sendo uma das grandes causas de morbimortalidade, mas que neles que se tornam mais agravantes por já possuírem alguns fatores restritivos, como doenças próprias do envelhecimento e o uso de medicamentos. Com isso, são pacientes que quase sempre precisarão deinternamento, seja domiciliar ou em alguma unidade de saúde, sendo até necessário uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Os eventos traumáticos são uma das principais causas de lesões, incapacidades e internações em lares e outras instituições, constituindo a quinta causa de mortalidade entre os indivíduos com mais de 75 anos de idade (COSTA; FORTE, 2018).

O TCE é um importante componente do perfil epidemiológico de traumas no Brasil e no mundo, estando associado a elevados níveis de morbimortalidade, principalmente em indivíduos com menos de 45 anos de idade e naqueles com mais de 65 anos. Tal evento apresenta relação íntima com acidentes motociclísticos no primeiro grupo, assim como as quedas se associam mais aos extremos de idade (população pediátrica e indivíduos com mais de 65 anos de idade). O grande impacto do TCE na saúde pública gira em torno das dramáticas perdas socioeconômicas e pessoais, com marcantes sequelas neurodegenerativas, incapacitantes e irreversíveis (RODRIGUES et al., 2018).

Entre as lesões decorrentes de acidentes motociclísticos prevalecem as escoriações e os ferimentos cortocontusos, sendo que essas lesões predominam nos membros superiores e inferiores. Anualmente registra-se no mundo cerca de 1,2 milhão de mortes decorrentes de acidentes de trânsito, representando 3 mil mortes/dia (CARLA et al., 2018)

2.3 Restrição de movimentos da coluna segundo as novas diretrizes e Guidelines Internacionais

A padronização do atendimento ao politraumatizado foi estabelecida após uma tragédia ocorrida com a família do médico ortopedista James Styner, em Nebraska, em 1976. Naquela ocasião, sua esposa morreu instantaneamente e seus filhos tiveram traumas variados considerados de leve a grave, incluindo o próprio Styner. Assistindo àquele atendimento, ficou evidente o despreparo das equipes pré- hospitalares para o atendimento ao politrauma, que necessitava urgentemente de um protocolo mais específico. Para muitos leigos, o uso do colar cervical é sinal de bom atendimento, sem levar em consideração o tipo de trauma que o paciente sofreu, a cinemática do trauma e o que o paciente refere, uma vez que o mnemônico ABCDE indica estabilização da coluna como primeira abordagem ao politraumatizado antes mesmo de avaliar se as vias aéreas do paciente estão pérvias, com intuito de evitar lesões secundarias a medula espinhal, tornando-se um “padrão-ouro” no atendimento pré-hospitalar (DAMIANI,2017).

Uma boa avaliação inicial pode salvar a vida de muitos pacientes, sendo ela a base para decisões posteriores de como será o atendimento aquela vítima e seu transporte, no qual esse atendimento pode ser prestado por uma equipe de suporte básico à vida (SBV) ou equipe de suporte avançado à vida (SAV). Fazer uma inspeção geral, avaliando os sistemas respiratórios, circulatório e neurológico é o primeiro passo para saber o que medidas serão tomadas com aquele paciente, sempre de modo rápido mas eficaz dando atenção as condições que podem levar o paciente a morte.

O atendimento a vítima de trauma, que deve ser feito só após garantir a segurança da cena, tem que seguir a mesma sistematização de atendimento a uma vítima politraumatizada, pois isso irá garantir um pronto diagnóstico e tratamento contribuindo para um tempo hábil de atendimento a vítima, sempre levando em consideração a cinemática do trauma (velocidade do veículo, tipo de colisão, mecanismo do trauma, se fazia uso do cinto de segurança), pois irá determinar as condutas a serem tomadas com a vítima na avaliação primária e secundária do paciente. A avaliação primária inicia-se com a avaliação da cena e posteriormente a abordagem ao paciente junto de suas condutas para depois realizar a avaliação secundária.

Vários Guidelines de RMC surgiram, a partir de estudos que começaram a comprovar que o uso do colar cervical e prancha rígida podiam causar eventos adversos quando usados de forma errada, ou seja, quando não se utilizavam de nenhum critério que indicasse que o precisava de uma RMC. Esses Guidelines ditam suas recomendações e utilizam critérios do Nexus, ou CCR, ou Marshal para tomadade decisão se o paciente vítima de trauma precisa ou não de uma restrição dos movimentos da coluna (SILVA et al., 2020 p.32).

O Guideline Norueguês fala de 10 recomendações para o manejo do paciente com trauma, utilizando os critérios do NEXUS (Critérios Nacionais de Estudo de Utilização de Radiografia de Emergência). Este protocolo surgiu com a necessidade de identificar os pacientes que apresentassem uma baixa probabilidade de lesãotraumática da CC, reduzindo assim a necessidade de realizar exames imagiológicos para realizar um diagnóstico (Cíntia, 2013).

Na 1ª recomendação ele diz que se o paciente tem potencialmente uma lesão de coluna, precisará fazer uma restrição de movimentos da coluna; na 2ª, o manejo minimalista; na 3ª, lesão ameaçadora; na 4ª trauma penetrante isolado não faz RMC; na 5ª achados clínicos, utilizando o Nexus; na 6ª meios de estabilização cervical; na 7ª transferência do paciente em maca scoop; na 8ª, paciente com suspeita de lesão cervical ou de coluna precisa ser transportado em decúbito dorsal através da maca a vácuo ou maca simples; na 9ª superfícies dura são usadas para transportes de curta duração e na 10ª, pacientes em determinadas circunstâncias podem fazer auto- extração. No fluxograma do Guideline Norueguês de atendimento a restrição de movimento da coluna, ainda diz que, se a vítima for um paciente com tempo crítico, instável, deve se fazer uma restrição minimalista, não sendo necessário o colar cervical ( KORNHALL et al., 2017).

O Guideline Alemão utiliza os critérios do Marshal que é um protocolo utilizado para tomada de decisão diante de uma imobilização completa ou não. Esse guideline usa os princípios do mnemônico ABCDE para avaliação do paciente e tomada de decisão quanto a sua imobilização. Ele descreve na avaliação da letra A que sempre que se houver limitação de recursos humanos não se imobiliza, mas se possível fazer uma estabilização manual em linha. Na letra C se a vítima for um trauma penetrante não deve ser utilizado colar cervical, assim como o Guideline Norueguês utiliza com força de recomendação forte, porém qualidade de evidência moderado. Na avaliação do D se o paciente for vítima de TCE grave ou com possibilidade de aumento da pressão intracraniana (PIC) também não se deve usar o colar cervical, sendo viável aRMC com maca a vácuo, head block e cabeceira elevada a 30º.

Na etapa E considerando o paciente estável ou instável, deve-se realizar uma restrição minimalista no caso de instabilidade, com transporte rápido e se o paciente estiver estável, para saber se será preciso uma restrição completa ou nenhuma restrição, baseando-se em algumas perguntas na seguinte sequência: 1) Impedimento na avaliação? se sim, restrição completa, se não, será onde próxima pergunta deve ser feita, 2) Risco Aumentado para Lesão de coluna? Nesta pergunta leva-se em conta os critérios de Marshal, se pelo menos um desses critérios for verificado, haverá indicação de restrição completa, mas se nenhum for, a última pergunta é feita; 3) Indicação de lesão na coluna? Se confirmado, restrição completa, caso contrário, sem restrição (KREINEST et al., 2016).

O Guideline da África do Sul refere que, pela falta de evidências dos benefícios do colar cervical, contraindica o uso do colar cervical, tendo preferência pela restrição manual da coluna e uso de head block. Suas recomendações dizem que se o paciente apresenta ou relata alguns sinas e sintomas como: dor ao longo de toda coluna vertebral ao palpar ou a movimento, deformidade clara da coluna vertebral, hipotensão inexplicada junto da ausência de uma taquicardia, força motora e função sensorial diminuída em membros superiores e inferiores junto de dormência ou até mesmo uma parestesia, esse paciente tem um alto risco de lesão medular.

Esse Guideline usa os critérios do Regras da Coluna Cervical Canadense (CCR) que irá definir se o paciente precisa ou não de um RMC avaliando uma possível fratura na coluna cervical, avaliando apenas pescoço e contando com a ajuda da vítima, ou seja, a vítima tem que estar consciente, falando, sem efeito de nenhuma droga para que a avaliação seja mais eficiente, se a vítima obedece a todos esses comandos, em seguida avaliamos se ela tem fatores de risco presentes, como: idade maior que 65 anos, déficit neurológico, carga axial, colisão, veículo recreativo, ejeção a mais de 100km/h. Se não possui nenhum desse fatores, que são considerados de alto risco, verifica-se os de baixo risco, porem se algum desses fosse confirmado, o paciente iria precisar de uma restrição. Os fatores de baixo risco a serem verificados são: está andado, sentado no local, custou a ter dor no pescoço e sem dor a palpação na coluna, se a resposta para um desses fatores for não ele terá indicativo de restrição da coluna, mas se, caso contrário, verifica-se a rotação do pescoço, girando ambos os lado a 45º, concluindo-se que, ao fazer esse movimento o paciente não sentiu dor em nenhum lado, ele não tem indicativo para restrição de movimentos da coluna, mas caso contrário, precisará sim (STANTON et al., 2017).

Os critérios que o CCR apresenta se baseiam tanto na clínica do paciente quanto na cinemática do trauma. Pacientes que apresentam qualquer fator de alto risco como: idade maior que 65 anos ou perda de força motora em membros inferiores e superior ou mecanismo perigoso são submetidos a radiografias para confirmação de lesão na coluna, assim como os de baixo risco que são aqueles que estejam na posição sentados ou tenham início tardio de dor no pescoço ou não tenha sensibilidade na linha média. Caso algum desses fatores de baixo risco tenham como resposta sim, segue perguntando ao paciente se ele consegue girar o pescoço para ambos os lados, se ele conseguir não precisará de uma radiografia, mas se não conseguir, precisará sim. (STIELL et al., 2002)

O Consenso Americano reforça seu mesmo consenso de 2013 em que não se deve usar realizar RMC em trauma penetrante isolado. Ele descreve que só há indicação de RMC quando: vítima estiver com dor no pescoço, não conseguir responder algumas perguntas com coerência, ou seja, escala de Coma de Glasgow < 15, comprovação de intoxicação, apresentar astenia e dormência, deformação na coluna e lesão de distração. O consenso também aborda sobre as recomendações do uso do colar cervical em crianças, no qual elas só terão indicação se: sentirem dor no pescoço, estiverem com nível de consciência alterado, ou seja, escala de Coma de Glasgow <15, com falta de ar, agitadas, sonolentas e vítimas de colisão com veículo de alto risco(FISCHER et al., 2018).

3 METODOLOGIA 

3.1 Tipo de estudo

O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo do tipo exploratóriodescritivo com abordagem qualitativa.

Segundo Gil (2017), as pesquisas exploratórias têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Seu planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados aspectos relativos ao fato ou fenômeno estudado.

As pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características de determinada população ou fenômeno. Podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis. São em grande número aspesquisas que podem ser classificadas como descritivas e a maioria das que são realizadas com objetivos profissionais provavelmente se enquadra nesta categoria.

O método qualitativo é utilizado em pesquisas relacionadas à história, das relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões. Proporciona conhecer processos sociais pouco notáveis referentes a determinados grupos e promove a construção de outras abordagens, verificação e elaboração de nova opinião e categorias no decorrer da busca (MINAYO, 2010).

3.2 Local e período do Estudo

O estudo foi realizado durante os meses de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025 nas bases dos serviços de atendimento pré-hospitalar. 

O serviço pré-hospitalar cobre 100% dos municípios do Estado, exceto a capital Fortaleza, onde é municipalizado. Possui três Centrais de Regulação das Urgências – localizadas no Eusébio, Sobral e Cariri – regulam 121 bases descentralizadas em todas as regiões cearenses. Ao todo, são 121 Bases de Apoio e 166 unidades móveis, sendo três de resgate aeromédico, 29 USAs, 131 USBs e três motolâncias. O atendimento pré-hospitalar possui 1.916 profissionais distribuídos em 121 bases de apoio (SECRETARIA DO ESTADO DO CEARÁ, 2025).

3.3 Participantes do estudo

Profissionais que atuam no atendimento pré-hospitalar compreendido pelas seguintes categorias: médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas. Como critérios de inclusão serão elencados: profissionais do que atuam no atendimento pré-hospitalar há no mínimo seis meses no serviço na região norte do Estado do Ceará, tempo este considerado necessário e suficiente para se adequar às rotinas do serviço e adquirir conhecimento sobre a temática. Como critérios de exclusão: colaboradores que durante a coleta de dados estiverem ausentes do serviço devido as férias ou licença médica. Também estarão excluídos aqueles que fornecerem dados imprecisos ou apresentarem alguma comorbidade que possa gerar vieses nos resultados do estudo.

3.4 Métodos e procedimentos para coleta das informações

Inicialmente o projeto foi encaminhado ao órgão responsável pela gestão do Serviço de Atendimento Pré-hospitalar do Estado para obtenção da Carta de Anuência. Após liberação da Carta de Anuência (APÊNDICE A), o projeto foi cadastrado na Plataforma Brasil e de lá, encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), e posteriormente, após aprovação, a pesquisa foi apresentada aos participantes, com as principais informações por meio de um Formulário eletrônico (APÊNDICE B), produzido no Google Forms, onde foi disponibilizado o link do instrumento, encaminhado para os coordenadores dos serviços de atendimento préhospitalar, na qual o mesmo repassou o link via mídias sociais, nos grupos de trabalho e por email aos profissionais.

Ao abrir o link, o participante autorizou sua participação através do preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE C), que após autorização teve acesso ao formulário, compostos por informações sobre o perfil sóciodemográfico dos participantes e outro bloco de informações sobre a utilização de evidências ou critérios de restrição de movimentos da coluna. Ao concluir o forulário, o mesmo foi enviado automaticamente de volta ao pesquisador para posterior análise das informações e o mesmo enviou uma via do TCLE ao e-mail do participante.

3.5 Análise das informações

Para subsidiar a sistematização de análise dos dados, o banco de dados foi tabulado no Programa Excell versão 2012, levando-se em conta as variáveis utilizadas no instrumento de coleta de dados. Desse modo, os dados foram apresentados por meio de gráfico e quadros, utilizando-se estatística descritiva.

Para a realização da análise, foi utilizada a temática proposta por Minayo (2010), que emprega as seguintes etapas: Pré-análise, exploração do material e tratamento e interpretação dos resultados.

Na Pré-análise, foi realizada uma leitura astuciosa do material obtido, onde pretende-se agregar aos demais conhecimentos, buscando visionar o conjunto e compreender todas as particularidades. Na exploração do material e segunda etapa, foi feita uma investigação do material recolhido, onde foram analisados para que em seguida pudessem ser empregadas no terceiro e último passo. Consequentemente, na terceira etapa, tratamento e interpretação dos resultados, foram analisados os resultados da entrevista realizada com os profissionais de enfermagem para que logo após pudessem ser aplicados ao estudo (MINAYO, 2010).

3.6 Princípios éticos

Esta pesquisa seguiu o apontado na Resolução nº 466 do Conselho Nacional de Saúde de 12 de dezembro de 2012, que se refere a pesquisas envolvendo Seres Humanos. A resolução exposta engloba sob o conceito do indivíduo e dos grupos representativos da bioética, tais como, autonomia, beneficência, não maleficência, justiça e outros, e objetiva garantir os direitos e deveres referentes a participantes de pesquisas, a comunidade científica e ao Estado (ZABOLI, 2013).

Quanto aos riscos, a pesquisa envolvedo a equipe de atendimento pré-hospitalar enfrentou desafios éticos. Os riscos consistem na possibilidade de comprometer a confidencialidade dos participantes e a tendenciosidade nas repostas, além do desconforto e tempo gasto.

Neste sentido, os entrevistados foram identificados pela letra P, de Profissional, seguido de um numeral arábico, exemplo: (P1, P2… P20) e a preservação do sigilo dos participantes será assegurada em todas as fases do estudo, seguindo o protocolo estabelecido, o qual inclui a participação e assinatura do TCL pelo formulário do Google Forms e após autorização, obtevese duas vias deste TCLE que foram enviadas ao e-mail do participante a sua via. Sobre o risco que envolve o desconforto e tempo gasto, foi esclarecido que se trata de um formulário que leva cerca de 10 minutos a ser respondido e que todas as informações são anônimas.

A referida pesquisa trouxe como benefícios a contribuição para o avanço do conhecimento, bem como para a possibilidade da equipe analisar melhor os critérios utilizados para uma RMC, trazendo benefícios aos profissionais que atuam no atendimento pré-hospitalar para compreenderem melhor as recomendações a cerca de uma restrição correta de movimentos da coluna.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

Diante do formulário disponibilizado aos participantes, elencou-se cinco categorias baseadas nas respostas alcançadas, sendo elas: 

– Compreensão sobre RMC

– Critérios para uma RMC utilizados pelos profissionais

– Protocolos utilizados para aderir à restrição dos movimentos da coluna

– Facilidades e desafios para realização da RMC apresentados pela equipe

4.1 Perfil dos profissionais participantes do estudo

Antes de apresentar os resultados das categorias temáticas será apresentado um breve perfil dos participantes do estudo. Os profissionais demonstraram bastante resistência quanto a participar do estudo. A maior aderência foi dos condutores, profissionais esses que estão muito menos em contato com a assistência direta à vítima do que os próprios médicos, enfermeiros e técnicos. Ao todo, apenas 24 profissionais responderam o formulário, sendo quatro enfermeiros, dois médicos, nove condutores e nove técnicos de enfermagem, conforme apresentado no gráfico 01, com um tempo de experiência entre quatro meses a 12 anos.

É importante destacar que as respostas dos participantes podem estar associadas ao tempo de serviço na unidade, que apresentou diferentes intervalos entre os profissionais. 

No tocante ao tempo de experiência no serviço, o estudo identificou que três participantes relataram possuir entre um a três anos de serviço na unidade, enquanto 10 possuem entre três a cinco anos. Além disso, oito participantes possuem entre cinco a dez anos de experiência na unidade, quatro possuem entre dez a 12 anos. Observa-se as respostas referidas no gráfico 02. Essas diferenças podem refletir no conhecimento sobre o manejo da RMC, considerando as atualizações contínuas nos protocolos de atendimento.

Gráfico 01: Perfil dos profissionais quanto categoria profissional

Fonte: Autoria própria (2025)

Gráfico 02: Perfil dos profissionais quanto ao tempo de experiência

Fonte: Autoria própria (2025)

Quanto aos profissionais que realizaram algum tipo de curso sobre RMC,  5 profissionais nunca realizaram e 19 que já realizaram, conforme descrito no gráfico 03. 

Gráfico 03: Profissionais que realizaram curso sobre RMC

Fonte: Autoria própria (2025)

 A seguir, serão apresentadas as categorias temáticas, baseadas nas respostas obtidas através do formulário.

4.2 Compreensão sobre RMC

Foi questionado aos participantes qual o seu entendimento sobre RMC e a maioria das respostas reconhece que a RMC consiste em limitar parcial ou totalmente os movimentos da coluna vertebral, buscando manter uma posição neutra para evitar o agravamento de lesões préexistentes ou a ocorrência de novas lesões. 

A maioria dos participantes mencionam diretamente a definição ou a função principal da técnica, destacando a prevenção de movimentos para evitar lesões. Alguns reforçam que a principal finalidade é prevenir lesões secundárias e minimizar danos adicionais ao paciente. Outros enfatizam a importância de manter a coluna em posição neutra. Confirmam-se estas informações por meio das seguintes falas:

“Consiste no ato de privar os movimentos de forma total ou minimalista da coluna, para que, não aja alteração fisiológica e comprometimento da mesma “ (P3).

“RMC é uma ação utilizada pelos profissionais para manter a coluna vertebral em uma posição única, neutralizando ao máximo a movimentação para reduzir os impactos da lesão já existente e evitar uma segunda lesão” (P7). 

“É uma forma de manter a coluna vertebral do paciente neutra, minimizando qualquer movimento desnecessário que venham prejudicar ainda mais a vítima. (P8).

“Minimizar o máximo de movimento da vítima. Fazendo a estabilização manual ou com algum dispositivo” (P10).

Brigolini e Ciconet (2023) definem a RMC como a prática de manter a coluna vertebral da vítima em posição neutra, minimizando a amplitude de movimentos para reduzir a probabilidade de lesão ou causar uma lesão secundária.

Vários dispositivos são mencionados, como prancha rígida, colar cervical e estabilizações manuais. A realização da RMC é descrita como dependente de uma avaliação criteriosa. Alguns relatos destacam que a restrição nem sempre é indicada, especialmente considerando situações em que o uso de colares cervicais pode não ser eficaz ou até prejudicial. Algumas respostas enfatizam a necessidade de estabilizar a coluna em posição neutra e evitar movimentos como rotação, flexão, inclinação e extensão, que podem causar danos adicionais. É destacada a atenção necessária por parte dos profissionais do Atendimento Pré-Hospitalar (APH), considerando que lesões de distração podem ocultar problemas graves.

Oito participantes citam o uso de dispositivos específicos, como colar cervical, prancha rígida ou estabilização manual, seis mencionam técnicas manuais como parte importante do procedimento e quatro destacam a importância de avaliar quando a RMC é necessária, indicando um conhecimento mais crítico sobre o tema e três citam explicitamente os tipos de movimento que devem ser evitados, conforme citado abaixo:

“Estabilizar coluna em caso de alguns acidentes dramáticos com uso de colar cervical prancha rígida” (P2)

“Técnicas utilizadas em pacientes vítimas de trauma, com o intuito de limitar os movimentos da coluna vertebral com uso de alguns dispositivos, como prancha rígida e colar cervical” (P10)

É a contenção da cervical se necessário. Essa é jogada do serviço, pois nem sempre o colar cervical vai ajudar (P11)

Um ponto relevante mencionado é a preocupação com a indicação correta da RMC, ressaltando que uma abordagem indiscriminada pode ser contraproducente. As respostas reforçam a importância de uma abordagem consciente e criteriosa quanto à restrição dos movimentos da coluna. Essa prática deve sempre ser guiada pela avaliação clínica detalhada e pela utilização de dispositivos adequados, garantindo a segurança do paciente e a prevenção de lesões secundárias. Assim como o protocolo de RMC Belo Horizonte (2022) dita que a restrição do movimento da coluna em pacientes vítimas de trauma é uma prática que requer avaliação criteriosa, considerando os potenciais benefícios e riscos associados. Embora tradicionalmente se tenha adotado o uso de colares cervicais e pranchas rígidas para estabilizar a coluna vertebral, estudos recentes indicam que essa abordagem nem sempre é indicada e pode, em algumas situações, ser prejudicial.

4.3 Critérios para uma RMC utilizados pelos profissionais

Ao questionar os profissionais sobre critérios existentes para uma restrição dos movimentos da coluna, com base nas respostas analisadas, identificou-se critérios amplamente aceitos pelos profissionais. Os profissionais demonstraram boa compreensão dos critérios fisiológicos e clínicos. Critérios cinemáticos também foram amplamente reconhecidos, com enfoque em colisões e quedas. Alguns fatores específicos, como barreiras linguísticas e idade avançada, foram menos mencionados.

Os critérios fisiológicos e clínicos citados foram: 16 participantes mencionaram sonolência, confusão, intoxicação e Escala de Coma de Glasgow < 15. Foi apontado por 15 profissionais a presença de dor ou hipersensibilidade na coluna. Nove citaram perda de sensibilidade, dormência ou paralisia de membros inferiores. Nove participantes e mencionaram sinais visíveis ou palpáveis de deformidade e cinco consideraram essas lesões como fatores indicativos para RMC, confirma-se isso nas seguintes falas:

“Paciente com rebaixamento de sensório após um trauma de grande magnitude, relatos de dor cervical lombar, alcoolizados” (P3)

“Trauma contuso , sensibilidade na linha média cervical” (P19)

“Paciente com nível de consciência abaixo do score 15, dor na região da coluna vertebral, alguma deformidade na coluna vertebral” (P23).

Pode-se observar que a pergunta foi respondida de maneira adequada. Segundo Botelho (2019), uma das principais indicações para a imobilização da coluna é a alteração do nível de consciência, como sonolência, confusão mental ou uma pontuação inferior a 15 na Escala de Coma de Glasgow (GCS). Presença de dor ehipersensibilidade na linha média da coluna é outro critério importante mencionado por Botelho, uma vez que pode indicar possíveis lesões vertebrais graves. Essa dor pode ocorrer na região cervical, torácica ou lombar, sendo um sinal de alerta para o profissional de saúde.

De acordo com Lima e Costa (2019), quedas de altura superior a 2 metros são um fator de risco significativo, especialmente quando envolvem adultos e crianças, com alta incidência de fraturas longas e trauma craniano.

Os participantes citaram critérios cinemáticos: 14 respostas mencionaram colisões veiculares de alto risco, capotamentos, vítimas ejetadas, atropelamentos e mergulhos de alto impacto. Seis respostas destacaram quedas acima de 2 metros em adultos, múltiplos degraus, ou altura significativa em crianças. Fatores contextuais como intoxicação foram citados por sete participantes como um fator relevante. Três respostas mencionaram idade avançada como critério. 

“Trauma de alto cinemática / impacto, maior 65, intoxicações, trauma RM” (P1) “Trauma com RNC, dor, hipersensibilidade ou deformidade na coluna, fratura de ossos longos ” (P4)

“Queda de mais de 2 vezes a altura em crianças, 2 metros em adultos ou 5 degraus de escada” (P5)

“Idade maior que 65 anos” (P21)

Em sua análise sobre os desafios na urgência, Ribeiro (2019) destaca que “as barreiras linguísticas e a colaboração limitada do paciente podem reduzir significativamente a confiabilidade das informações obtidas, o que pode atrasar a triagem e o tratamento adequado”. Esse ponto é corroborado por Souza et al. (2020), que sugerem que “a comunicação eficaz é essencial para minimizar o risco de erro diagnóstico, especialmente quando se trata de pacientes com comportamentos alterados devido a intoxicação ou trauma.”

4.4 Protocolos utilizados para aderir à restrição dos movimentos da coluna

A análise das respostas evidencia que os critérios para decidir pela aplicação ou não da RMC são fundamentados em protocolos reconhecidos, avaliação clínica detalhada e observação da dinâmica do trauma. Essa análise mostra uma realidade compatível com o que é descrito na literatura. 

Segundo Gonçales et al. (2021), a escolha para se realizar a restrição do movimento da coluna vertebral deve ser baseada em fluxogramas de tomada de decisão, considerando fatores clínicos e cinemáticos para minimizar intervenções desnecessárias e reduzir complicações associadas ao procedimento.

Alguns relataram a avaliação primária (XABCDE), observação inicial para identificar sinais de comprometimento das vias aéreas, respiração e circulação, além da verificação de déficits neurológicos. Relatos de dor ou crepitação, presença de dor cervical ou lombar e crepitação durante a movimentação indicam a necessidade de imobilização e alteração no nível de consciência, pacientes com rebaixamento de consciência, seja por trauma craniano, intoxicação alcoólica ou uso de drogas, justificam a aplicação da RMC devido à impossibilidade de relatar sintomas, conforme mostra o quadro 01. 

Quadro 01: critérios para aplicação de RMC

Fonte: Autoria própria (2025)

Cinemática do trauma também foi citada como critério.  A análise da dinâmica do acidente, como colisões de alto impacto, quedas significativas e acidentes automobilísticos, é decisiva para avaliar o risco de lesão na coluna, como mostra o quadro 02.

Quadro 02: Critérios dacinemática do trauma

Fonte: Autoria própria (2025)

Cursos como o PHTLS (Prehospital Trauma Life Support), amplamente citado como referência no suporte pré-hospitalar ao trauma, com recomendações específicas sobre a restrição de movimentos da coluna foram mencionados. O Protocolo NEXUS (Critérios Nacionais de Estudo de Utilização de Radiografia de Emergência), indicado para determinar a necessidade de imobilização com base em critérios como ausência de dor cervical, déficit neurológico, intoxicação, sensibilidade na linha média e estado mental normal  e outros também foi citado, como mostra o quadro 03 a seguir:

Quadro 03: Protocolos para RMC

Fonte: Autoria própria (2025)

A análise evidencia a importância de um julgamento clínico criterioso, embasado em protocolos atualizados e adaptado ao cenário específico, para assegurar decisões seguras e eficazes na restrição de movimento da coluna. Eles mencionam que  protocolos sejam fundamentais, os profissionais destacam que nem sempre o uso do colar cervical é a melhor opção, exigindo uma análise crítica da situação. O KED (Kendrick Extrication Device) foi desaconselhado em algumas práticas, conforme relatado, indicando uma atualização nas abordagens recomendadas.

4.5 Facilidades e desafios apresentados pela equipe para realização da Restrição dos Movimentos da Coluna.

As respostas indicam uma variedade de desafios enfrentados pelas equipes durante a aplicação da RMC, tanto relacionados às condições físicas e emocionais dos pacientes quanto a limitações estruturais e operacionais.

Grande parte dos relatos mencionam a importância do treinamento contínuo e da expertise adquirida pela equipe ao longo do tempo. Profissionais com conhecimento prévio das técnicas demonstram maior segurança na realização da RMC, minimizando erros e otimizando o atendimento. Percebemos isso nas seguintes falas:

“Equipe treinada para se ter um bom trabalho em equipe (P4)

“ Estamos sempre se atualizando” (P10)

Alguns relataram sobre a disponibilidade de dispositivos e equipamentos modernos e comunicação e sincronia da equipe. O acesso a dispositivos como colares cervicais, pranchas rígidas e KED foi apontado como uma facilidade importante para a realização eficiente da RMC. Equipamentos modernos permitem imobilizações rápidas e seguras. A comunicação eficaz e o entrosamento entre os membros da equipe foram destacados como fundamentais para uma execução coordenada e eficiente do procedimento.

“O colar cervical e a prancha rígida são dispositivos bem práticos (P6)

“Uma boa comunicação antes mesmo de chegar na cena e durante todo o atendimento” (P10)

“Dispositivos novos e modernos e equipe treinada” (P21)

Pacientes conscientes e cooperativos, que seguem orientações da equipe, foram descritos como facilitadores importantes, especialmente em cenários críticos onde a movimentação precisa ser minimizada e a rotina diária dos atendimentos parece gerar um olhar crítico da equipe, permitindo decisões rápidas e assertivas com base na cinemática do trauma. O cenário e segurança da cena também estão descritos. Profissionais relatam a necessidade de garantir um ambiente seguro para a equipe e o paciente antes da aplicação de qualquer procedimento, conforme as falas a seguir:

“Quando o paciente está orientado e colabora com a equipe obedecendo aos comandos.” (P11)

“Como é algo do nosso dia a dia, a equipe já tem um olhar crítico para tomadas rápidas de decisão.” (P13)

A condição do paciente na cena é outro fator descrito como facilitador, assim como a idade do paciente. Os profissionais relatam que observações como, se a vítima está deambulando, sem queixas ou se já apresenta sinais de instabilidade ajudam na decisão. E que pessoas acima de 65 anos recebem atenção especial devido à maior suscetibilidade a fraturas vertebrais, conforme ilustrado nas seguintes falas:

A análise evidencia a necessidade de melhorias em capacitação contínua, renovação de materiais, fortalecimento da comunicação entre equipes e estratégias operacionais que garantam maior segurança e eficiência na aplicação da RMC em cenários adversos. A realização eficiente da RMC depende de um conjunto integrado de fatores, como conhecimento técnico, acesso a dispositivos modernos, comunicação clara e a colaboração do paciente. A sinergia desses elementos possibilita um atendimento mais seguro e eficaz, minimizando complicações durante o procedimento (BRIGOLINI, CICONET, 2023).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Restrição de Movimento da Coluna (RMC) é evidenciada como um procedimento fundamental no atendimento pré-hospitalar ao trauma, exigindo alto nível de conhecimento técnico, treinamento contínuo e acesso a dispositivos adequados. Os participantes demonstraram uma compreensão consistente da finalidade da RMC, enfatizando a importância de minimizar movimentos para prevenir lesões secundárias e garantir a estabilização do paciente.

A equipe de atendimento destaca como facilidades a experiência adquirida pela prática diária, a comunicação eficaz entre os profissionais, a disponibilidade de dispositivos modernos e treinamentos frequentes. Essas condições contribuem para a tomada de decisões ágeis e assertivas diante de cenários complexos, permitindo uma melhor adaptação às necessidades de cada paciente.

Além disso, a avaliação criteriosa baseada em protocolos reconhecidos, como o PHTLS e NEXUS, é apontada como essencial para determinar a necessidade da RMC. No entanto, também foi identificado um olhar crítico sobre a aplicação indiscriminada de dispositivos como colares cervicais, reforçando a necessidade de uma abordagem individualizada para cada caso.

Apesar das facilidades relatadas, desafios ainda são enfrentados, como limitações estruturais, barreiras na comunicação com o paciente e a necessidade de constante atualização dos profissionais. Esses aspectos indicam a importância de investimentos contínuos na capacitação das equipes, na modernização dos equipamentos e na adaptação dos protocolos à realidade do atendimento pré-hospitalar.

Em conclusão, a realização eficaz da RMC depende da integração de múltiplos fatores, incluindo capacitação profissional, disponibilidade de materiais, comunicação eficiente e avaliação criteriosa do cenário. A consolidação dessas práticas é essencial para garantir um atendimento seguro e de qualidade, minimizando riscos e otimizando os resultados para os pacientes vítimas de trauma.

REFERÊNCIAS

Alves, Gabrielly Cristina Quintiliano et al. Vítimas de trauma por quedas atendidas em unidades de pronto socorro adulto: estudo transversal. Enferm. Foco. v.9 –n.3, p25-65,2018. Disponível em: https://doi.org/10.21675/2357707X.2018.v9.n3.1958 Acesso em: 25 de maio 2020.

Albrecht, Cristiane Carla et al Características das lesões em acidentes motociclísticos: uma revisão integrativa da literatura. Journal nurs and health. 2018;8(3):e188303. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/11098 Acesso em: 13 de maio 2020.

Andrade, Silvânia Suely Caribé de Araújo; JORGE, Maria Helena Prado de Mello. Estimate of physical sequelae in victims of road traffic accidents hospitalized in the Public Health System. Rev. bras. epidemiol., São Paulo , v. 19, n. 1, p. 100- 111, Mar. 2016 Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2016000100100&lng=en&nrm=iso Acesso em: 11 de março 2020.

Barros, Melissa Nascimento; BASSO, Renata Cristina Spinalcord injury – statistical research of patients treated by the public service of Goiás state at 2000and 2003. Fisioterapia Brasil – Volume 6 – Número 2 – março/abril de 2005. Disponível em: https://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/download/2011 /3141Acesso em: 02 de junho 2020.

Botelho, S. M. (2019). Protocolo de Restrição dos Movimentos da Coluna Vertebral. Disponível em: https://botelho.odo.br. Acesso em: 10 de fevereiro de 2025.

Brasil, Ministério da Saúde. Mortalidade e Morbidade. DATASUS. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/ext10uf.def Acesso em:15 de maio de 2020.

Brasil. Ministério da Saúde | Secretária da Saúde 27 Abr. 2024. Disponível em: https://www.saude.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/9/2018/06/BOLETIM-EPIDEMIOLOGICO_ACIDENTES-DE-TRANSPORTE-TERRESTRE_.pptx.pdf. Acesso em 22 de abril 2024.

Brigolini, Gabriela; Ciconet, Rosane Mortari. Restrição do movimento da coluna: Uma análise do conhecimento dos profissionais de enfermagem. Cogitare enferm. 2023, v28. Rio Grande do sul. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cenf/a/bpDQtzdWB3QmsgGKjz5Ff9x/?format=pdf&lang=pt

Carvalho, Ana Cristina; Fortes, Renata Costa. Principais intercorrências edesfechos clínicos de idosos vítimas de trauma na unidade de terapia intensiva.Cogitare enferm. vol.23 nº3 Curitiba 2018 Epub 31-Jan-2019. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/55366 Acesso em: 03 de junho 2020.

Canadian CT Head and C-Spine (CCC) Study Group. Canadian C-Spine Rule study for alert and stable trauma patients: I. Background and rationale. CJEM. 2002;4(2):84-90. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17612425 Acesso em: 11 de maio 2020.

Damiani, Daniel Uso rotineiro do colar cervical no politraumatizado: revisão crítica. Rev Soc Bras Clin Med. São Paulo, abr-jun, 2017. Disponível em: https://fi admin.bvsalud.org/document/view/5qtay Acesso em: 25 de maio 2020.

Del Bel, Elaine A; Silva, Célia A da; MLADINIC, Miranda. O trauma raquimedular. Coluna / Columna , São Paulo, v. 8, n. 4, p. 441-449, dezembro de2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-18512009000400017&lng=en&nrm=iso. Acesso em 19 de maio 2020.

DIXON,Mark et al Análise Biomecânica do Spinal Immobilisation. Emerg Med J 2015;32:939– 945.doi:10.1136/emermed-2014-204553. Disponível em: http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.784.4497&rep=rep1&typ e= pdf Acesso em: 20 de maio 2020.

Fischer, Pitter E. et al. Spinal motion restriction in the trauma patient – A Joint Position Statement. Prehospital Emergency Care. Ago. 2018. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30091939 Acesso em: 21 de abril 2020

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

Hoffman JR et al Selective cervical spine radiography in blunt trauma: methodology of the National Emergency X-Radiography Utilization Study (NEXUS). Ann Emerg Med. 1998; 32 (4): 461-469. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/9774931 Acesso em: 12 de junho 2020.

Jones & Bartlett Learning Suporte de Vida pré-hospitalar 9º edição Epidemiology of traumatic spinal injuries in Brazil: systematic review. Arq Bras Neurocir 33(2): 100-6, 2014. Kornhall, Daniel K et al The Norwegian guidelines for the prehospital management of adult trauma patients with potential spinal injury. Scandinavian Journal of Trauma, Resuscitation and Emergency Medicine (2017) 25:2. Disponível em: https://sjtrem.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13049-016-0345-x Acesso em: 21 de maio 2020.

Kreinest, Michael et al Development of a new Emergency Medicine Spinal Immobilization Protocol for trauma patients and a test of applicability by German emergency care providers. Journal of Trauma, Resuscitation and Emergency Medicine (2016) 24:71. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4867978/ Acesso em: 20 de abril 2020.

LIMA, D. G.; COSTA, M. P. Lesões Traumáticas e Abordagem de Urgência: A Clínica em Foco. Porto Alegre: Editora Médica, 2019.

Minayo et al. Pesquisa social. Editora vozes LTDA. 21º ed. cap 4, p. 75-76. Rio de Janeiro. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/franciscovargas/files/2012/11/pesquisasocial.pdf. Acesso em: 28 de maio de 2020.

Padovani,Cauê; Silva, Janete Maria da; Tanaka, Clarice Profile of secere polytrauma patients assisted by a public referral service. Ciênc. Saúde. 2014jul-Set; 21(3) 41-5. Disponível em: http://repositorioracs.famerp.br/racs_ol/vol213/IDZ610-(21- 3)%20julSet2014.pdf Acesso em: 08 de março 2020.

Protocolo de Restrição de Movimento da Coluna Vertebral (RMC). Fevereiro 2019.Disponivel em: https://www.cursodebombeiro.com.br/wp. Acesso em : 20 de maio 2020. 

REANIMAÇÃO. Protocolo RMC. Disponível em: https://reanimacao.com.br/wpcontent/uploads/2023/06/protocolo_rmc-02-03-23.pdf. Acesso em: 10 fev. 2025.

RIBEIRO, C. A. A Comunicação no Atendimento de Urgência: Desafios e Barreiras. Curitiba: Editora Científica, 2019.

Rodrigues, Maria Lucia; Limena, Maria Margarida Cavalcanti (Orgs.). Metodologias multidimensionais em Ciências Humanas. Brasília: Líber Livros Editora, 2006. 175p.Rodrigues, Mateus de Sousa et al Epidemiologia de traumatismo craniencefálicoem um hospital. Rev Soc Bras Clin Med. 2018 jan-mar;16(1):21-4. Disponível em: http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/06/884987/dezesseis1_vinteum.pdf  Acesso em: 27 de março 2020.

Schweitzer, Gabriela et al . Intervenções de emergência realizadas nas vítimas de trauma de um serviço aeromédico. Rev. Bras. Enferm., Brasília , v. 70, n. 1, p.54- 60, Feb. 2017 Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034 71672017000100054&lng=en&nrm=iso Acesso em: 31 de maio 2020.

Stanton, D. et al Cervical collars and immobilisation: A South African best practice recommendation. African Journal of Emergency Medicine 7 (2017) 4–8. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2211419X16300878 Acesso em: 15 de maio 2020.

Santos, Márcio Neres dos; Silva, Wesley Pinto da. Epidemiologia do Trauma e Prevenção.1ª Edição. Porto Alegre/RS. Ed. Moriá, 2019. p.839

Silva, Amanda Diniz. et al. Vítima de acidente motociclístico atendidas em hospital público de ensino. Rev Min Enferm. v.22. maio 2018. Disponível em: http://www.dx.doi.org/10.5935/14152762.20180005 Acesso em: 20 de maio 2020.

Siscão, Marita P; Trauma Raquimedular: Caracterização em um Hospital Público / Spinal Cord Injury: Characterization at a Public Hospital. Arq. ciênc. saúde ; 14(3): 145-147, jul.set. 2007. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-512463 Acesso em: 01 de junho 2020.

Sousa, Érica Patrícia Dias de. Principais complicações do Traumatismo Raquimedular nos pacientes internados na unidade de neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal. Ciências Saúde. 2013; 24(4): 321-330. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/ccs/principais_complicacoes_traumatismo_raq uimedular.pdf Acesso em: 24 de abril 2020.

Zoboli, E. L. C. P. Bioética e atenção básica: um estudo de ética Descritiva com enfermeiros e médicos do programa saúde da família. São Paulo: Departamento de Prática em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 2013. Originalmente apresentada como tese de doutorado, Universidade de São Paulo, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2004000600028&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 18 de maio


1Graduada em Enfermagem 
Centro Universitário INTA – UNINTA
monalisamesquita@hotmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4435-0550

2Mestre em Saúde da Pública
Universidade Federal do Ceará
Kesia.marques@uninta.edu.br

3Especialista em Urgência e Emergência
Centro Universitário INTA – UNINTA jonasallyson@gmail.com

4Mestre em Saúde da Família
Universidade Vale do Acaraú
Raila.souto@uninta.edu.br