KNOWLEDGE OF THE TEACHERS OF THE STATE SCHOOL OF A MUNICIPALITY OF THE INTERIOR OF RONDÔNIA ABOUT PERSONALITY DISORDER BORDERLINE
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8370369
Valéria Camata Gottardo1;
Daniela Cristina Gonçalves Aidar2;
Diessica Patrini Silva Souza3;
Daiane Mara dos Santos Ragazão4;
Ana Carolina Camata Gottardo5;
Eduardo Henrique Bona6
RESUMO
O conceito de transtorno de personalidade borderline (TPB) surgiu em 1980, na qual deixou de ser considerada uma neurose-psicose, e passou a ser um transtorno de personalidade. Este estudo teve como objetivo identificar o conhecimento dos professores de um município do interior de Rondônia sobre transtorno de personalidade borderline. Trata-se de um estudo descritivo/ exploratório e comparativo de natureza quantitativo. Participaram 25 professores do ensino médio, totalizando 100% da população de maioria do sexo feminino, com media de idade de 41 anos, pardo e casados. Na primeira fase do estudo 07/25 docentes afirmaram conhecer o TPB , e na fase seguinte o aumento foi nítido com 23/25 tendo conhecimento sobre, também pode-se observar o aumento na quantidade das descrições sobre o transtorno, porem não na qualidade.
Palavra-chave: Borderline, professores, adolescente.
INTRODUÇÃO
O conceito de transtorno de personalidade borderline foi estabelecido em 1980 pelo DSM III, quando deixava de ser considerado uma neurose-psicose, e passava a ser um transtorno de personalidade, consequentemente deixando de ser associado a esquizofrenia (ROSA, BALDISSERA, ZATTI, 2015).
Para Leite, Campos (2016) o transtorno de personalidade borderline afeta cerca de 1,6% da população e pode atingir até 5,9%. O maior índice encontra-se em leitos psiquiátricos cerca de 20%, seguidos dos consultórios psiquiátricos e ambulatórios com 10%, e o menor índice encontra-se na atenção primária cerca de 6%.
Segundo o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM) -5 (2013), o transtorno de personalidade borderline pode ser classificado como um padrão instável que se difere intensamente das perspectivas do indivíduo, tornando suas atitudes incertas, inflexíveis e invasivas em relação ao seu meio cultural, manifestando essas características em dois ou mais dos seguintes aspectos: cognição, afetividade, funcionamento interpessoal e controle de impulsos.
Matioli, Rovane, Noci (2014) afirmam ainda que esse pode se distanciar dos outros devido a alteração do ego, passando a ter características específicas, causando diminuição da flexibilidade egóica, através de uma formação reativa oposição a um desejo recalcado, ao invés de ser reprimido.
A personalidade borderline é uma inquietação que engloba um quadro de manifestações de outros tipos de transtornos psiquiátricos como a esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, entre outros, no entanto, esses pacientes ainda não saíram do estado considerado “normal” para que se possa dizer que eles apresentem tal mudança de personalidade patológica. Sendo, portanto, considerada como um mosaico de sintomas menos acentuados de diversos transtornos, tornando-o um transtorno de difícil diagnóstico (COSTA, MOTA, MILHEIRO, 2013).
Como forma de facilitar o diagnostico do transtorno de personalidade borderline em 2013 o DSM-5 define nove critérios que devem ser levados em consideração no momento da avaliação do paciente. A presença de cinco critérios confirma o diagnóstico. Tabela 01.
Tabela 01. Critérios para diagnóstico do transtorno de personalidade borderline.
Critério 01 | Atitudes agressivas, afim de evitar abandono real ou imaginário |
Critério 02 | Relacionamentos instáveis, que oscilam simultaneamente entre valorização e desprezo. |
Critério 03 | Déficit na auto estima e na própria auto percepção |
Critério 04 | Impulsividade que abrange pelo menos duas áreas potenciais |
Critério 05 | Episódios frequente de tentativa de suicídio e automutilação. |
Critério 06 | Sentimentos instável |
Critério 07 | Sentimentos crônicos de vazio |
Critério 08 | Dificuldade em controlar a própria raiva, caracterizada por muita intensidade, normalmente inapropriada. |
Critério 09 | Ideação paranóide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos |
O transtorno personalidade borderline, em sua maioria, afeta os adolescentes, principalmente os que estão no ensino médio, pois nesse período, além do início da puberdade, aumentam as cobranças dos pais em relação aos estudos, as cobranças sociais; o desejo da descoberta pelo novo, na maioria das vezes, influenciados por amigos; a mudança de personalidade para adequação em grupos; moda, festas, uso de drogas ilícitas, namoro, sexualidade, entre outras. Esses fatores, se não controlados e minimizados, levam os adolescentes a desenvolverem sinais e sintomas associados à transtornos mentais, tais como ansiedade, estado depressivo, bipolaridade, anorexia, comportamentos agressivos e perversos, entre outros, que obrigará o adolescente a desencadear distúrbios de conduta do transtorno de personalidade borderline. (BENETTI, et. al., 2007 e JORDÃO e RAMIRES, 2010)
As transformações sofridas na forma como os indivíduos lidam com seu trabalho tem feito com que os pais estejam cada vez mais tempo fora de casa e que os adolescentes passem cada vez mais tempo na escola com o intuito de se prepararem mais cedo e melhor para o mercado de trabalho. Estas demandas incluem a escola de lidar com novas demandas educacionais como, por exemplo, da educação não formal, a formação da personalidade e até mesmo a identificação de problemas relacionados à saúde física e mental dos alunos (GASPARINI, BARRETO e ASSUNÇÃO 2005).
Preparar o professor para identificar os principais transtornos que podem acometer os adolescentes permite que este direcione e oriente o aluno e responsáveis a procurar ajuda por profissionais de saúde capacitados, para se obter um claro diagnóstico. O profissional da enfermagem deve ser apto a orientar e a capacitar os professores, no processo de aprendizagem, identificação e abordagem no indivíduo com o transtorno de personalidade borderline o que demonstra a relevância deste estudo.
Desta forma o objetivo desta pesquisa foi identificar o conhecimento dos professores de um município do interior de Rondônia em relação ao transtorno de personalidade borderline.
METODOLOGIA
O presente estudo segue a metodologia de modelo descritivo/ exploratório e comparativo de abordagem quantitativa. Com um delineamento de estudo transversal através de questionário. Amostragem utilizada foi à probabilística casual/ aleatória sem reposição, que possibilitou que todos os 25 professores do ensino estadual do município de Vale do Paraíso participassem do estudo. Os professores após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), responderam a um questionário contendo trinta e duas perguntas fechadas dicotômicas, semi abertas (mistas) e de múltipla escolha unívoca, logo após foi promovido uma capacitação com todos os participantes da pesquisa, por meio de panfletos e discurso. E após uma semana, a segunda coleta de dados contendo as mesmas perguntas referentes ao TPB e a outros transtornos, e as características gerais dos alunos na visão dos docentes. Os dados coletados foram descritos, resumidos e tabulados através do programa Microsoft Office Excel 2010 e analisados por estatística descritiva simples, comparativa e Inferência estatística que possibilitará. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná CEULJ/ULBRA, sob número de parecer 1.715.391.
RESULTADOS
A analise dos questionários nos permitiu afirmar que os professores em sua maioria são do sexo feminino, pardos, casados e residentes em casa com a família com renda individual mensal de até 4 salários mínimos. Quanto a escolaridade todos possuem ensino superior e apenas um informou possuir mestrado, conforme tabela 01.
Tabela 1. Perfil sócio educacional dos professores
Sexo | Nº | % |
Masculino | 09 | 36 |
Feminino | 16 | 64 |
Raça | ||
Branco | 06 | 24 |
Pardo | 12 | 48 |
Negro | 06 | 24 |
Amarelo | 01 | 4,0 |
Estado civil | ||
Solteiro | 05 | 20 |
Casado | 12 | 48 |
Separado | 03 | 12 |
Viúvo | 01 | 4 |
União estável | 04 | 16 |
Renda individual | ||
Nenhum | 02 | 8 |
02 salários mínimos | 02 | 8 |
04 salários mínimos | 17 | 68 |
08 salários mínimos | 04 | 16 |
Pós graduação | ||
Pós-graduação | 21 | 84 |
Mestrado | 01 | 4 |
Nenhum | 03 | 12 |
A tabela 2 descreve o conhecimento dos professores quanto aos sinais e sintomas dos principais transtornos mentais relacionados ao transtorno de personalidade borderline (TPB) nas duas fases da pesquisa. A sintomatologia da depressão foi a mais citada como conhecida por parte dos docentes 21/25, nove afirmaram reconhecer os sintomas do TOC, oito do transtorno bipolar, quatro da esquizofrenia e apenas três os sinais e sintomas da bulimia/anorexia.
Quando questionados novamente sobre os sinais e sintomas após a capacitação, vinte três professores afirmaram ser capazes de identificar a depressão, sete transtorno bipolar, doze o TOC, onze a esquizofrenia e apenas três anorexia/bulimia (Tabela 02).
Tabela 02. Conhecimento dos professores sobre os diversos transtornos mentais.
Depressão | Nº1º Fase | %1º Fase | nº2º Fase | %2º Fase |
Sim | 21 | 84 | 23 | 92 |
Não | 04 | 16 | 02 | 8 |
Transtorno bipolar | ||||
Sim | 08 | 32 | 07 | 28 |
Não | 17 | 68 | 19 | 76 |
Transtorno Obsessivo Compulsivo | ||||
Sim | 09 | 36 | 12 | 48 |
Não | 13 | 52 | 13 | 52 |
Esquizofrenia | ||||
Sim | 04 | 16 | 11 | 44 |
Não | 19 | 76 | 14 | 56 |
Anorexia/Bulimia | ||||
Sim | 03 | 12 | 03 | 12 |
Não | 20 | 80 | 22 | 88 |
Ao avaliarmos os conhecimentos dos professores sobre o transtorno de personalidade boderline e seus sinais e sintomas, a maioria (18/25) afirmou não possuir este conhecimento ou mesmo já ter ouvido falar do transtorno. Gráfico 01.
Gráfico 01. Conhecimento sobre TPB na primeira fase da pesquisa.
Os professores foram questionados nas duas fases deste estudo sobre qual sua concepção sobre o TPB, mesmo que não baseada em conhecimentos científicos. Para fins de comparação este estudo seguiu o conceito do DSM-5 (2013) que afirma que o TPB é “Um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem e dos afetos e de impulsividade acentuada que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos”
As respostas da primeira fase são evidenciadas pelo desconhecimento sobre o transtorno, conforme podemos observar nas falas a seguir:
P06 “Pessoa paranoica, com mania de perseguição; ou que sempre se acha inferior aos outros na maioria das vezes”.
P01 “Um problema mental”.
P11 “Personalidade instável sem consciência definida de si mesmo”.
O gráfico 2 exemplifica o benefício da capacitação, mostrando aumento no número de professores que conhecem ou já ouviram falar do TPB.
Gráfico 2. Conhecimento sobre TPB na segunda fase da pesquisa
Quando questionados no segundo momento sobre o conceito de transtorno de personalidade borderline foi observado um aumento na quantidade de professores que responderam a esta pergunta, porém não foi observado uma proximidade ao conceito utilizado como definição neste estudo, conforme observamos nas falas a seguir:
P10 “Pessoa acometida tem comportamento divergente”.
P13 “Alguém com dificuldade de aceitar um ‘não’, medo do abandono”.
P14 “Transtorno de personalidade (automutilação)”.
P20 “Característica vulnerável de personalidade”.
A tabela 3, apresenta as pontuações que os professores empregaram aos seus alunos, quanto às caraterísticas associadas ao TPB na primeira e segunda fase do estudo. O P06 apresentou a maior pontuação – 36 pontos, enquanto a menor foi de 12 pontos apresentada pelo P12.
Este questionário possui 12 questões com exemplos de comportamentos característicos do indivíduo com o TPB, tendo um escore de 0 a 4 respectivamente para as opções, concordo totalmente, concordo, nem concordo nem discordo, discordo e discordo totalmente. Pontuações abaixo de 15 pontos significam que os alunos pertencem a um circulo de amizades que se sentem bem. Entre 15 e 20 pontos que os alunos conseguem manter controle sobre seus impulsos, quando se encontra, 21 a 27 pontos os discentes apresentam-se razoavelmente impulsivos, quando entre 28 a 33 pontos estes podem apresentar indícios do transtorno de personalidade borderline, e quando acima de 34 pontos possuem altos indícios do transtorno.
Tabela 3.0 – Pontuação dos professores em relação a personalidade dos alunos.
Categorias | 1º Etapa | 2º Etapa |
< 15 | 02 | 01 |
15 – 20 | 07 | 02 |
21 – 27 | 07 | 05 |
28 – 33 | 05 | 15 |
>34 | 05 | 02 |
*NOTA: Esta não é uma ferramenta de diagnóstico! E Não cabe como único instrumento de avaliação de personalidade borderline.
Discussão
O estudo mostrou a prevalência do sexo feminino que pode ser explicada por se tratar de um município do interior, onde a renda está concentrada na agronomia cujos trabalhos acabam sendo realizados em sua maioria por indivíduos do sexo masculino fazendo com as mulheres busquem outras fontes de renda como por exemplo, a docência que a muito era considerada uma profissão predominantemente feminina. Como explica Lima (2015) que a docência vem sendo predominantemente feminina desde o século XX, em razão dos baixos salários que afastavam os homens da profissão, que procuravam outros mais rentáveis como o trabalho agroindustrial em ascensão. Então como meio de complementar a renda familiar e com carga horária diminuída, para cuidarem das suas famílias, assumem a profissão. A docência exercida em maioria por mulheres pode ainda, favorecer no quesito de identificação de desarmonias, pelo fato de serem detalhistas e observadoras, porém não sendo regra de melhoria. Torrão filho (2005) diz em seu estudo que o gênero feminino tende a ser mais suscetível às percepções das mudanças de forma em geral. Porém a urbanização vem ao longo do tempo fazendo com que os gêneros se aproximem.
Como observado, a remuneração salarial dos professores nessa escola é de no máximo 4 salários mínimos, o que evidencia a desvalorização financeira do trabalho docente. Esta desvalorização pode trazer um descontentamento entre os profissionais, já que estudaram e preparam-se e não conseguiram obter a remuneração que almejaram, podendo ser um fator desmotivacional, para que busquem aprimoramento e novos conhecimentos para atender melhor aos alunos, atingindo assim diretamente os discentes, como apresenta o estudo, quanto os professores necessitam melhorar seus conhecimentos para além das matérias básicas da sala de aula. De acordo com Pereira, Teixeira e Lopes (2012) os professores compõem uma das categorias com menores salários e isso traz insatisfação profissional, podendo levar a desmotivação tão grande até deixar a profissão. Para Maieski, Oliveira e Bzuneck (2013) os docentes devem buscar diferentes formas de realizar a profissão, compreendendo seus alunos de forma individual, destacando a inovação autonomia e criatividade, porém para tal, é necessário que este profissional esteja motivado, sendo que Jesus (2004) afirma que o cenário observado é de desmotivação e crise na identidade docente.
Foi possível observar que 3 docentes não possuíam ensino superior completo, porém atuavam em razão do programa de estágio, no qual a universidade e escola possibilitam. O restante concluiu o ensino superior e especialização, e apenas 1 possui o título de Mestre, podendo assim destacar a pequena procura por parte de alguns profissionais em continuarem seus estudos, seja por falta de tempo e/ou insatisfação profissional, levando a estagnação por não buscar novos conhecimentos. Como afirma Souza (2013) os profissionais estão há muito tempo no ramo, havendo a permanência destes mesmo sem aperfeiçoamento na formação, porém com as novas contratações esse cenário aos poucos poderá ser modificado. Porém para estudantes ainda no magistério, que pretendem trabalhar com crianças e adolescentes, é de grande importância que busquem as principais características de desenvolvimento em cada fase e distúrbios como o da personalidade que pode ter início na adolescência, sendo assim facilitando o reconhecimento de anormalidades de comportamento, possibilitando e diminuindo o tempo até diagnóstico. Como forma de melhoria na oferta de ensino o Conselho Nacional de Educação (CNE), realizou “movimentação em direção à busca de maior organicidade para a formação de profissionais do magistério da educação básica, incluindo a rediscussão das Diretrizes e outros instrumentos normativos acerca da formação inicial e continuada” (DOURADO, 2015).
Gráfico 01
Os dados deste estudo evidenciam o desconhecimento por parte dos docentes, do ensino médio, no que diz respeito ao reconhecimento do TPB entre os alunos. Foi possível observar que alguns professores sequer suspeitavam da existência do transtorno justificado por alguns pela falta de base teórica para tal, ou mesmo por interesse em pesquisar os motivos, frequência ou sinais característicos que seus alunos com comportamento divergente apresentam. De acordo Da Silva (2009) para que estes professores possam suspeitar de pontos divergentes na personalidade de aluno, é imprescindível que este seja capacitado para tal. E observando o perfil de alunos e professores conjuntamente com o cenário atual do cotidiano escolar, é necessário e de caráter urgente que os docentes estejam preparados para suspeitar/lidar de traços divergentes no comportamento do discente (MIURA, 2013).
Gráfico 02
Quando questionados pela segunda vez em relação aos seus conhecimentos sobre o Transtorno de personalidade borderline, é notável o aumento na quantidade de professores que afirmaram conhecer o transtorno, quando comparado com a primeira etapa do estudo. Apesar do aumento na quantidade de professores em afirmar que tem conhecimento sobre o assunto, quando solicitado que descrevessem, foi possível observar que não houve aumento na qualidade das respostas, sendo apresentadas definições curtas e rasas e sinais e sintomas não tão característicos. CITAR
TABELA 3.0
Na primeira etapa do estudo pode-se destacar o não conhecimento por parte dos professores sobre o TPB, o que acabou levando para o caminho de que qualquer comportamento diferente do aluno fosse suspeito, levando ao maior risco do diagnóstico incorreto, ou a sobrecarga do sistema que quando nessa situação pode deixar de atender o paciente que realmente necessita, para atender uma suspeita nula, também pode criar a ideia de doença mental no aluno. Como nos mostrou o estudo, onde na primeira fase 05 professores classificaram seus alunos com fortes indícios do TPB, já na segunda fase após a capacitação esse número caiu para 03, ou seja com o conhecimento do que realmente pode indicar o transtorno, os professores puderam repensar e reavaliar seus alunos. Os sinais e sintomas do TPB podem ser facilmente confundidos por pessoas sem preparação prévia mínima, com processos normais que um jovem na transição para adulto sofre, Jordão e Ramires (2010) trazem em seu estudo que o período da adolescência é de grande desorganização e tumulto de sentimentos, que refletem bruscamente em suas ações, estando entre uma fina linha de normalidade e psicopatologia.
Da mesma forma que a falta de conhecimento pode deixar passar desapercebido os sinais e sintomas característicos do Transtorno de Personalidade borderline, deixando a todos a ilusão de que qualquer comportamento diferente do aluno durante a convivência com seus pares é de natureza da fase de desenvolvimento no qual se encontra. Como mostra o estudo, que em sua primeira etapa, 05 docentes classificaram os alunos como apresentam alguns indícios do TPB, já na segunda etapa o aumento foi grande passando então a ser 15 professores com a mesma opinião. A importância do conhecimento fica clara então, pois a partir dele é possível identificar as diferenças de cada idade, e as divergências patológicas no comportamento. Minto (2010) trás em seu estudo que por se tratar de um transtorno, onde a normalidade está próxima da patologia torna-se mais difícil ou atrasa seu diagnóstico e tratamento, sendo que o individuo pode conviver com o TPB sem que as pessoas mais próximas a ele percebam, dificultando a identificação e na maioria dos casos é diagnosticado apenas quando passa a apresentar-se de forma sócio-distônico.
REFERÊNCIAS
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1Enfermeira pós graduada em saúde mental, auditoria para área da saúde e docência para ensino superior;
2Mestre em Ensino em Ciências da Saúde – Enfermeira;
3Enfermeira pós graduada em gestão em saúde pública e docência no ensino superior- graduanda em psicologia;
4Enfermeira Especialista em oncologia multiprofissional e Especialista em Nefrologia; 5Enfermeira pós graduada em Gestão em qualidade em serviços de saúde e hospitalar; Enfermagem do trabalho e Enfermagem em dermatologia;
6Médico, atuando na atenção primária à saúde.