KNOWLEDGE OF HEALTHCARE STUDENTS ABOUT BASIC LIFE SUPPORT IN CARDIORESPIRATORY ARREST
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411301342
Nicolly Leticia Abrantes Fernandes¹
Vanilla Lago Fernandes¹
Msc. Luiz Bezerra Neto²
PhD. Adélia Dalva da Silva Oliveira³
Dr. Nagele de Sousa Lima⁴
RESUMO
Introdução: A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma condição comum associada a alta mortalidade. É fundamental que todo profissional de saúde possua conhecimentos abrangentes para prestar o cuidado adequado aos pacientes que necessitem de PCR. Vários aspectos estão relacionados à sobrevida dos pacientes acometidos pela PCR, tais como o início dos procedimentos de suporte básico de vida (SBV) o que aumenta a taxa de sobrevivência desses pacientes. Objetivos: Avaliar o nível de conhecimento dos estudantes de medicina e da área da saúde sobre o suporte básico de vida no atendimento aos casos de parada cardiorrespiratória. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, utilizando pesquisa bibliográfica para condensar os principais achados e comparar os resultados encontrados pelos autores. Resultados: Mostram que a ausência de disciplinas específicas de SBV no currículo aumentou a probabilidade de ter níveis mais baixos de conhecimento, com uma razão de chances. Além disso, a maioria dos participantes sentiu-se insegurança sobre a administração de primeiros socorros, embora 90% reconhecessem a necessidade de cursos adicionais sobre este tema. Conclusão: A análise dos estudos revela uma forte convergência na necessidade de melhorar a educação em SBV entre estudantes de medicina e de outras áreas da saúde. Há um consenso de que a retenção do conhecimento em SBV diminui ao longo do tempo, e treinamentos periódicos são necessários para assegurar que os futuros profissionais de saúde estejam preparados.
Palavras-chave: Estudantes Da Área Da Saúde. Suporte Básico de Vida. Parada Cardiorrespiratória.
ABSTRACT
Introduction: Cardiopulmonary arrest (CPA) is a common condition associated with high mortality. It is essential that every health professional has comprehensive knowledge to provide adequate care to patients who require CPA. Several aspects are related to the survival of patients affected by CPA, such as the initiation of basic life support (BLS) procedures, which increases the survival rate of these patients. Objectives: To assess the level of knowledge of medical and health students about basic life support in the care of cases of cardiopulmonary arrest. Methodology: This is an integrative review of the literature, using bibliographic research to condense the main findings and compare the results found by the authors. Results: They show that the absence of specific BLS disciplines in the curriculum increased the probability of having lower levels of knowledge, with an odds ratio. In addition, most participants felt insecure about administering first aid, although 90% recognized the need for additional courses on this topic. Conclusion: The analysis of the studies reveals a strong convergence in the need to improve BLS education among medical students and students from other health areas. There is a consensus that knowledge retention in BLS decreases over time, and periodic training is necessary to ensure that future health professionals are prepared.
Keywords: Health Care Students. Basic Life Support. Cardiopulmonary Arrest
1 INTRODUÇÃO
A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma condição comum associada a alta mortalidade. No Brasil, estima-se que ocorram mais de 200 mil paradas cardiorrespiratórias a cada ano, com a maioria dos casos ocorrendo fora do ambiente hospitalar e com baixas taxas de sobrevivência. Representa, portanto, um grave problema de saúde pública (De Jesus Sudré, 2023).
Diante de pacientes com sinais de parada cardiorrespiratória em ambiente extra-hospitalar, a American Heart Association (AHA, 2020), criou um seguimento sistematizado dos passos da cadeia de sobrevivência possibilitando o aumento de sobrevida por meio de um atendimento efetivo. Nesse elo de assistência, o acionamento precoce do serviço médico de emergência, no Brasil denominado Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e uma efetiva manobra de Reanimação Cardiopulmonar (RCP), representam etapas decisivas possibilitando um melhor desfecho para o paciente (Carvalho, et al., 2020).
É fundamental que todo profissional de saúde possua conhecimentos abrangentes para prestar o cuidado adequado aos pacientes que necessitem de PCR, independentemente da sua área de especialização, e de suma importância que seja abordado ainda enquanto acadêmicos visto que essa condição representa a emergência clínica mais crítica, exigindo atuação rápida e eficiente durante o tratamento, para isso é necessário que os trabalhadores da saúde se mantenham qualificados, pois a PCR pode ocorrer em qualquer lugar, na rua, em casa ou em um ambiente hospitalar. O sistema de atendimento será diferente a depender do local (Nunes et al., 2021).
A autoconfiança no tratamento de emergências clínicas é vital para alcançar resultados positivos para os pacientes e garantir o desempenho eficaz dos prestadores de cuidados de saúde. Ao se sentirem confiantes em sua capacidade de reconhecer e intervir diante das questões clínicas, os profissionais podem oferecer uma assistência ágil e de qualidade (Brandão, et al., 2020).
Vários aspectos estão relacionados à sobrevida dos pacientes acometidos pela PCR, tais como: o tempo decorrido entre o início da deterioração clínica e o atendimento médico especializado, início dos procedimentos de suporte básico de vida (SBV) em leigos, conhecimento teórico dos socorristas, qualidade do atendimento procedimentos de RCP e recursos disponíveis (Galvão., et al. 2019).
Entende-se que a taxa de sobrevivência de pacientes que recebem reanimação cardiopulmonar de alguém ao seu redor é cerca de 2 a 3 vezes maior do que a de pacientes que não recebem reanimação cardiopulmonar. No entanto, as taxas de sobrevivência permanecem baixas porque mesmo após a restauração natural da circulação, mais de 60% dos pacientes internados para hospitalização pós-parada morrem de complicações decorrentes da parada cardíaca inicial (Nunes et al., 2021).
O público em geral espera que os profissionais recém-formados sejam competentes em primeiros socorros e suporte básico de vida. A educação em reanimação concentra-se principalmente em garantir a implementação ampla e consistente da ciência da reanimação na prática por profissionais de saúde (Duarte; Dixe, 2021).
Alguns relatórios indicam que estudantes da área da saúde e recém-formados não são competentes para fornecer SBV e sugerem que a incompetência se deve a formação insuficiente e/ou falta de retenção das habilidades. Os alunos que recebem treinamento regular em SBV sentem-se mais confiantes na execução dos procedimentos (Silva et al., 2019).
Compreender a correlação entre o tempo de treinamento para ensino e aprendizagem de SBV, aquisição e retenção de conhecimento é crucial, pois pode ter um grande impacto no sucesso da reanimação de pacientes que sofrem parada cardíaca. Além disso, reconhecer a importância da qualificação dos estudantes sobre SBV no manejo de uma PCR é vital para as suas futuras vidas profissionais. Portanto, o objetivo geral deste estudo foi avaliar o nível de conhecimento dos estudantes de medicina e da área da saúde sobre o suporte básico de vida no atendimento aos casos de parada cardiorrespiratória, bem como verificar a capacidade de aplicar corretamente a sequência de medidas de atendimento e utilizar técnicas adequadas, como uso de desfibriladores externos automáticos (DEAs) e manobras de desobstrução de vias aéreas.
2 METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, utilizando pesquisa bibliográfica para condensar os principais achados e comparar os resultados encontrados pelos autores. Uma revisão integrativa da literatura é definida como uma abordagem ampla que inclui pesquisas experimentais e não experimentais, permitindo a síntese de múltiplos estudos visando tirar conclusões mais completas sobre um tema específico (Mendes; Silveira; Galvão, 2008).
Foi realizado em seis etapas, a saber: identificação do tema e seleção das questões norteadoras da pesquisa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos; definição dos fenômenos relacionados ao tema; avaliação da amostra; interpretação dos resultados e; apresentação do conhecimento evidenciado pela revisão (Mendes; Silveira; Galvão, 2008).
O estudo teve como pergunta norteadora: Qual o conhecimento dos acadêmicos da área da saúde sobre suporte básico de vida no atendimento a parada cardiorespiratória? A partir da elaboração do problema de pesquisa, foi realizada busca de dados na literatura, por meio dos sites de busca online da PubMed, Cochrane Library e Public Knowledge Project (PKP).
Para a pesquisa foram utilizados os descritores/palavras-chave inglês e português: “Suporte Básico de Vida” “Parada Cardiorespiratória” e “estudantes área da saúde” e em inglês: “Basic Life Support”, “Cardiorespiratory Arrest” and “healthcare students”. Para a busca adotou-se a estratégia PICO, definindo como P = população ou problema, I = intervenção, C = comparação, e O = resultados, a partir da qual foram elaboradas equações de busca para coleta dos artigos.
A partir destas palavras-chave, obtiveram-se 4070 artigos. Em seguida, foram aplicados os filtros disponíveis com base nos critérios de inclusão: publicações originais no recorte temporal entre 2019-2024, em português ou inglês, disponíveis gratuitamente na íntegra e que estejam relacionados com o objetivo do estudo e exclusão: revisões bibliográficas, dissertações, monografias, teses, cartas ao editor, estudos ou relatos de caso, capítulos de livro e artigos duplicados, previamente estabelecidos, sendo identificados 1600 artigos. Após a leitura dos títulos e resumos dos artigos, foram selecionados 39 artigos e excluídos 1561, por não atenderem ao objetivo do estudo.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por fim foi feita a seleção, a princípio considerando estudos cujos títulos e resumos foram condizentes com o estudo e selecionou 06 estudos, sendo 4 da base de dados Scielo, 1 da PubMed e 1 da PKP.
Figura 1. Fluxograma de amostragem da revisão integrativa, Teresina, 2024.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2024.
Os resultados são apresentados por meio de um quadro no qual os artigos encontrados na busca da revisão integrativa da literatura são descritos segundo número, autores/ano, objetivos, métodos e resultados. Os artigos são numerados de 1 a 6 em ordem de publicação mais recente.
Quadro1: Descrição dos artigos encontrados na busca da revisão abrangente da literatura segundo autor/ ano, objetivos, metodologia e resultados.
Nº | Autor, ano. | Objetivos | Metodologia | Resultados |
1 | Jordan et al., 2024 | Analisar o conhecimento teórico e habilidades práticas, e sua retenção, sobre Suporte Básico de Vida (SBV) em estudantes de medicina do primeiro período de uma faculdade em Recife-PE. | Trata-se de um estudo quantitativo, analítico, observacional, prospectivo. | A amostra total foi composta por 61 participantes. Da amostra, 56 (91,8%) estudantes afirmaram não ter formação prévia no tema de SBV, seja por meio de palestras, cursos ou outras graduações na área de saúde. Dos 5 (8,2%) que tinham formação prévia, a maioria 3 (4,9% da amostra total), o obteve por meio de palestra. |
2 | Acadroli; Nobre, 2023 | Reconhecer qual é o nível de conhecimento dos acadêmicos desta universidade sobre o tema proposto no estudo. | Trata-se de um estudo com uma abordagem observacional, exploratória, descritiva e quantitativa. | O estudo observou que o conhecimento nas áreas que não receberam formação técnica sobre o tema, tem um nível de conhecimento semelhante. |
3 | Kater et al., 2022 | Comparar e correlacionar o conhecimento de calouros de medicina antes e após treinamento sobre SBV no adulto. | Estudo quantitativo, transversal e prospectivo. | A nota média antes do treinamento foi 5,6/10 pontos e, após o treinamento, foi 8,5/10 pontos, representando uma melhoria de 51,7% no conhecimento dos estudantes. Em relação a correlação estatística, 11 questões apresentaram p<0,05 quando comparadas antes e após o treinamento. |
4 | Pelek et al., 2021 | Determinar o nível de conhecimento sobre SBV e os fatores associados entre formandos dos cursos da área de saúde de uma universidade pública. | Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa. | Um total de 30 participantes (15,7%) apresentaram alto nível de conhecimento em SBV, sendo 35,3% dos formandos de Enfermagem e 46,2% de Medicina. Não houve nenhum formando de Educação Física (0,0%), Farmácia (0,0%) e Odontologia (0,0%). |
5 | Preto, 2020 | Avaliar os conhecimentos em SBV, em estudantes do ensino superior da área da saúde, e analisar as associações entre o nível de conhecimento e variáveis sociodemográficas, académicas e de contexto socioeducativo. | Estudo correlacional, transversal, de natureza quantitativa. | O nível de conhecimentos está relacionado de forma estatisticamente significativa, com a licenciatura e o ano de curso frequentado, com o terem frequentado um curso/formação em SBV, com a frequência de unidades curriculares onde se abordaram conteúdos de SBV. |
6 | Bastos et al., 2020 | Avaliar o nível de conhecimento dos estudantes de medicina sobre os aspectos fundamentais do suporte básico de vida (SBV) durante o atendimento pré-hospitalar em casos de parada cardiorrespiratória (PCR). | Estudo exploratório, descritivo e transversal. | O conhecimento foi satisfatório, com acertos significativos nos semestres mais avançados do curso. Os conhecimentos mais limitados incluíram o manejo da técnica de compressão, uso correto do DEA e manobras de retificação das vias aéreas. |
Fonte: Dados da Pesquisa, 2024.
Em um estudo realizado por Jordan et al., (2024) foi composto principalmente por estudantes de medicina iniciantes com pouca formação prévia em SBV, onde (91,8% não tinham formação). O estudo mostrou que o número médio de acertos da teoria aumentou significativamente de 32,6% antes do treinamento para 59,8% após o treinamento, indicando um aumento de 27,2% no conhecimento. No entanto, destacam que apesar do conhecimento adquirido pelos estudantes de medicina durante o curso, as habilidades de SBV diminuem significativamente ao longo do tempo devido à falta de práticas regularmente.
Preto et al., (2020) relata que isso não acontece só nos estudantes de medicina mas em todos os estudantes da área da saúde, pois as habilidades de SBV, como RCP, são complexas e requerem prática para serem mantidas. Se os alunos não praticarem essas técnicas regularmente, elas acabarão sendo esquecidas ou terão um desempenho menos preciso. Embora os alunos adquiram conhecimentos teóricos durante o curso, a aplicação prática e a retenção das habilidades motoras diferem do aprendizado teórico.
Kater et al., (2022) corroboram com os estudos acima, pois defendem que à medida que o curso avança, os alunos se concentram mais no diagnóstico, tratamentos específicos e habilidades clínicas e as competências de SBV são vistas como conhecimentos básicos e adquiridos, acabam recebendo menos atenção.
Pelek et al., (2021) também avaliou o nível de conhecimento sobre suporte básico de vida (SBV) entre egressos de cursos da área da saúde, com uma amostra de 191 estudantes, onde observou que apenas 15,7% dos participantes apresentaram alto conhecimento de SBV e somente os graduandos em medicina e enfermagem pontuaram, isso se dá devido ter a matéria de primeiros socorros inserido em sua grade curricular.
Os resultados mostram que a ausência de disciplinas específicas de SBV no currículo aumentou a probabilidade de ter níveis mais baixos de conhecimento, com uma razão de chances. Além disso, a maioria dos participantes sentiu-se insegurança sobre a administração de primeiros socorros, embora 90% reconhecessem a necessidade de cursos adicionais sobre este tema. A análise mostra que a instrução contínua através de disciplinas curriculares é mais eficaz do que a participação ocasional em aulas extracurriculares (Pelek et al., 2021).
Kater et al., (2022) levantaram um ponto interessante, mostrando que o treinamento intensivo pode melhorar significativamente os conhecimentos e habilidades de SBV, mesmo para estudantes que estão iniciando cursos de medicina. Esses dados sugerem que o aprendizado prático inicial é eficaz, porém, conforme observado por Jordan et al., (2024) e Pelek et al., (2021) observaram que essas habilidades são muitas vezes perdidas se não forem praticadas regularmente.
Preto (2020) também destacou esta questão, indicando uma lacuna generalizada de conhecimento entre os estudantes de ciências da saúde, o que é particularmente evidente entre os estudantes de outros cursos que não a medicina. Isto sugere que o currículo das ciências da saúde como um todo precisa de mais consistência e padronização dos métodos de ensino de SBV.
Consistente com Bastos et al. (2020), é evidente a necessidade de recuperação regular e treinamento prático em todo o currículo médico, particularmente para habilidades críticas, como manobras de desobstrução das vias aéreas e uso do Desfibrilador Externo Automático (DEA). Eles acreditam que a continuidade da formação é fundamental para o desenvolvimento de práticas mais seguras e eficazes.
Acadroli e Nobre (2023) ampliaram esta discussão sugerindo que as estruturas dos cursos deveriam incorporar revisões regulares do SBV, particularmente em áreas com menos acesso à formação avançada. Eles observaram que os alunos de uma universidade paranaense tiveram dificuldade no uso de equipamentos básicos e procedimentos de PCR, refletindo as limitações de um curso que depende de aulas teóricas sem prática regular.
As diferenças observadas por Preto (2020) entre os diferentes cursos da saúde abrem espaço para discussão de abordagens educacionais de SBV em outras áreas que não a medicina. Em contrapartida, Kater et al. (2022) mostraram que na faculdade de medicina, mesmo os calouros que recebiam treinamento intensivo apresentavam melhorias significativas nas habilidades básicas, que poderiam ser estendidas a estudantes de enfermagem, fisioterapia e outras áreas.
Jordan et al., (2024) e Bastos et al., (2020) apontaram que os alunos do último semestre apresentaram conhecimentos teóricos mais consolidados, mas ainda havia lacunas na prática. Esses dados sugerem que a teoria por si só não é suficiente para garantir as habilidades práticas dos alunos e que é necessário entrelaçar teoria e prática ao longo de muitos anos para consolidar adequadamente o conhecimento de SBV.
A maioria dos autores desta pesquisa concordam que existem deficiência quanto ao uso do DEA e técnicas de compressão torácica, mas cada autor aborda essas dificuldades com uma ênfase diferente. Pelek et al., (2021) e Bastos et al., (2020) enfatizaram que o treinamento específico nessas habilidades é crucial, pois são práticas de alta prioridade em cenários de PCR, mas muitas vezes são ignoradas ou executadas incorretamente pelos alunos.
Acadroli e Nobre (2023), analisando uma universidade específica do estado do Paraná, constataram que o currículo da universidade não dava a devida atenção aos DEA, principalmente se comparado a outros países que enfatizam a familiaridade com o dispositivo. Recomendam a integração das práticas de DEA desde o início da formação acadêmica, o que pode aumentar a confiança dos alunos na resposta a emergências.
Comparação entre Kater et al., (2022) e Jordan et al., (2024) destacaram a eficácia da formação prática como intervenção educativa inicial e método de reciclagem. Kater et al., (2022) mostraram que mesmo uma sessão inicial de treinamento prático poderia melhorar significativamente o conhecimento dos alunos, enquanto Jordán et al., (2024) defendem a necessidade da reciclagem regular para que esse conhecimento não se perca.
Preto (2020) acrescenta uma perspectiva interessante ao destacar que cursos de outras áreas da saúde que não têm o mesmo acesso à formação em SBV alcançam resultados inferiores em conhecimentos e habilidades, demonstrando a eficácia e a necessidade de intervenções práticas em todos os cursos da saúde. Portanto, este estudo demonstra a necessidade de incorporar disciplinas obrigatórias e práticas do SBV nos currículos de saúde para melhorar a formação e a confiança dos futuros profissionais. As diferenças metodológicas entre os estudos dificultam a comparação direta, mas os dados destacam a importância de adotar uma abordagem sistemática ao ensino de SBV para obter resultados mais consistentes.
4 CONCLUSÃO
A análise dos estudos revela uma forte convergência na necessidade de melhorar a educação em SBV entre estudantes de medicina e de outras áreas da saúde. Há um consenso de que a retenção do conhecimento em SBV diminui ao longo do tempo, e treinamentos periódicos seria mais indicado para que as instituições de ensino ofertassem uma maior quantidade de prática e treinamento em suporte básico de vida sendo assim assegurar que os futuros profissionais de saúde estejam preparados.
O uso do DEA e técnicas de compressão torácica foram identificados como áreas problemáticas, e os autores sugerem que o ensino desses aspectos seja mais enfatizado e repetido ao longo dos anos de formação.
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1Graduando em Medicina pela Faculdade Tecnológica de Teresina – CET. E-mail: nicollyultrapopular@gmail.com
1Graduando em Medicina pela Faculdade Tecnológica de Teresina – CET. E-mail: vanillafernandes@hotmail.com
2Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Piauí – UFPI e Mestre em Cardiologia pelo Centro Universitario UNINOVAFAPI. Email: professor71@faculdadecet.edu.br
3Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí e Pós Doutorado em Políticas públicas pela Universidade Federal do Piauí – UFPI. Email: professor64@faculdadecet.edu.br
4Graduado em Medicina pela Universidade Estadual do Piaui – UESPI e Especialista em Cardiologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina – USP/SP. Email: vanillafernandes@hotmail.com