CONCEPÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE FRENTE À UTILIZAÇÃO DE PROTOCOLOS DE URGÊNCIA PSIQUIÁTRICA NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8041084


Bruna Sampaio Tavares¹, Jéssica França Mendonça², Jorge Rosemberg Bezerra Ramos³, Edylla Barbosa Lins Aroucha⁴, Larissa Camarotti Rebello Ferreira⁵, Mellany Andrade Faria⁶, Raissa Nóbrega Ferreira⁷, Anna Júlia Aguiar Guerra⁸, Arianne Carla Pereira Sousa⁹, Camila Maria Silvestre de Albuquerque¹⁰, Thalita Marcelle Lisboa da Trindade¹¹, Kleber José Canedo Pimentel¹², Felipe Santos da Silva¹³, Virna Victoria Almeida Sampaio¹⁴, Bruno de Barros Miguez¹⁵, Luiza Ranyele Gonçalves Rezende¹⁶, Daniel Nunes Soares Costa¹⁷, Jéssica Almeida Cruz¹⁸.


Palavras-chave: Saúde Mental. Transtornos Mentais. Serviços de Saúde Mental.

Resumo: O atendimento às urgências psiquiátricas é competência técnica dos serviços de urgência desde 2003, cabendo ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) realizar atendimentos psiquiátricos e articular o fluxo de atendimento em saúde mental, encaminhando ao serviço mais adequado. Este artigo tem o objetivo de trazer às percepções dos profissionais de saúde frente a uma crise psiquiátrica. Além disso, analisar a aplicabilidade do atendente em clientes com crises. A humanização tem sido colocada em prática na saúde mental? Trata-se de um estudo qualitativo, caracterizado por uma revisão bibliográfica, com recorte temporal preferencialmente dos últimos 5 anos, de acordo com o tema proposto, disponível na íntegra de forma gratuita em português, inglês ou espanhol. Além disso, os artigos pesquisados foram encontrados em bases de dados internacionais e com respeito à ética e aos direitos humanos. No Brasil, Estudos apontam índices de 2,4%,6 2,98%,7 5,2%,8 e 8,9% de cuidado às urgências psiquiátricas no conjunto das síndromes da atenção pré-hospitalar. No âmbito técnico legal, o SAMU deve realizar os atendimentos de urgências psiquiátricas com o propósito de acompanhar os usuários em crise a um ponto da rede de urgência e emergência. O presente artigo mostrou os percalços enfrentados pelos profissionais na hora de quebrar essa visão de que paciente mental é “louco” e deve ser mantido longe da sociedade. Hoje quando menor o tempo de internamento melhor para inseri-lo novamente na sociedade.

Introdução:

O atendimento às urgências psiquiátricas é competência técnica dos serviços de urgência desde 2003, cabendo ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) realizar atendimentos psiquiátricos e articular o fluxo de atendimento em saúde mental, encaminhando ao serviço mais adequado. Durante o atendimento, os profissionais do SAMU devem basear sua conduta em protocolos que definem as habilidades da equipe em quatro itens: reconhecer sinais de gravidade das patologias psiquiátricas em situação de urgência na cena das ocorrências; descrever ao médico regulador os sinais observados nos pacientes; reconhecer necessidade de acionar outros atores no atendimento às urgências psiquiátricas, quando implicar a segurança da equipe de APH e adotar medidas no manejo dos pacientes agressivos, psicóticos e suicidas (DA SILVA et al., 2020).

A Portaria 2048/GM (Brasil, 2002) que regulamenta o atendimento das urgências e emergências, classifica a crise psíquica como situação de urgência, sendo atribuída a responsabilidade do atendimento ao SAMU, com suporte da polícia e bombeiros militares. A capacitação deve ser realizada no momento da implantação de todo serviço a um município, com no mínimo quatro horas de treinamento para o socorrista, ensino exclusivamente teórico, e duas horas teóricas e quatro horas práticas para o técnico de enfermagem. A crise se refere ao momento em que o indivíduo perde a capacidade de resolver determinado problema ou situação, ocorrendo um estado emocional de desequilíbrio, não conseguindo lidar com seus sentimentos evidenciados por perda, ameaças ou fatores psicológicos (RAMOS et al.,2021).

A concepção de crise é divergente. Isto porque a apropriação conceitual e contextual ofertam diferentes sentidos clínicos, históricos e sociais. No entanto, crise é o desencadeamento psíquico que coloca a pessoa no vazio, em um lugar de interrogação.Com a implantação da Política Nacional de Saúde Mental, que está pautada na mudança paradigmática de interpretar/responder o fenômeno da loucura, pode-se verificar um investimento na implantação de estruturas de Atenção Pré-hospitalar ao Sujeito em Crise Psíquica, mas ao mesmo tempo, percebe-se uma fragilidade por parte de alguns gestores no processo de capacitação profissional para atender essa demanda. Um dos indicativos dessa dificuldade está relacionado principalmente à escassa literatura referente à atenção à crise. Os sujeitos em grave sofrimento psíquico vivenciam momentos críticos que, por vezes, coincidem com o desencadeamento de um momento de crise, gerando com isso ações confusas e incompreendidas por eles próprios e pelas pessoas que o circundam (ALMEIDA et al., 2014).

Assim, este artigo tem o objetivo de trazer às percepções dos profissionais de saúde frente a uma crise psiquiátrica. Além disso, analisar a aplicabilidade do atendente em clientes com crises. A humanização tem sido colocada em prática na saúde mental?

Metodologia:

 Trata-se de um estudo qualitativo, caracterizado por uma revisão bibliográfica, com recorte temporal preferencialmente dos últimos 5 anos, de acordo com o tema proposto, disponível na íntegra de forma gratuita em português, inglês ou espanhol. Além disso, os artigos pesquisados foram encontrados em bases de dados internacionais e com respeito à ética e aos direitos humanos.

Resultados e Discussão:

Ainda dentro do quesito dinâmica do atendimento dessa clientela, experiências do Serviço de Emergência Psiquiátrica do Distrito Federal, como exemplo de atendimento preconizado na humanização, interdisciplinaridade, pioneirismo e inovação. Porém a literatura traz estudos como o artigo de que ressalta o fato de que ainda existe uma visão preconceituosa quanto ao paciente psiquiátrico, além de enfatizar o despreparo por parte da equipe, e o estudo realizados Artigos descreveram as condutas realizadas na Unidade de SAMU de Rondônia como ações ainda muito associadas à prática manicomial, pois os profissionais faziam o uso da força coercitiva, sendo esta exercida até com o auxílio de policiais militares. (BELLEMO et al., 2022).

No Brasil, Estudos apontam índices de 2,4%,6 2,98%,7 5,2%,8 e 8,9% de cuidado às urgências psiquiátricas no conjunto das síndromes da atenção pré-hospitalar. No âmbito técnico legal, o SAMU deve realizar os atendimentos de urgências psiquiátricas com o propósito de acompanhar os usuários em crise a um ponto da rede de urgência e emergência. Esse procedimento se dá através das unidades de suporte básico (USB) com equipes compostas por condutores e auxiliares de enfermagem que realizam medidas de suporte não invasivas, correspondentes à abordagem inicial da pessoa, como cuidados básicos de ventilação e circulação, imobilização e transporte aos serviços de emergência. Outro dispositivo de transporte e apoio é a unidade de suporte avançado (USA). Contudo, as diretrizes para o funcionamento do SAMU não especificam os conteúdos das capacitações profissionais (ALMEIDA et al., 2015).

Os profissionais de saúde ainda parecem preservar o pensamento manicomial, e isto interfere diretamente no cuidado às pessoas com transtornos mentais e na própria compreensão de uma Atenção Psicossocial (RAPS) efetiva, impactando negativamente na assistência direta aos usuários do serviço de saúde, no contexto de âmbito como o SAMU. A garantia de uma sociedade livre do modelo manicomial, não se firma apenas na ausência dos hospitais psiquiátricos, pois esta mesma sociedade pode continuar fortemente manicomial, de acordo com as práticas adotadas na atenção à crise pelos profissionais de saúde, por exemplo (DE SOUZA et al., 2019).

Amorim (2018) mostra que a assistência ainda possui falhas, que Precisam do olhar dos profissionais, ao paciente psiquiátrico deve acontecer no sentido da humanização, visando à ‘quebra’ do estigma de periculosidade do doente mental e as medidas manicomiais, tratando o cliente de forma subjetiva e integral, especialmente nos casos de agitação e agressividade de, onde se tornou comum o uso de contenções físicas e de medicação com uma forma de suprimir o paciente. No entanto, a realidade vivenciada atualmente ainda não leva em consideração tais pontos, negando o diálogo e a criação de vínculo com o paciente, mas sim a distância impossibilitando o olhar holístico, assistência adequada, empatia.

Conclusão:

Apesar da reforma psiquiátrica, é nítida a dificuldade de quebrar os paradigmas trazidos pelo contexto histórico vivido. No entanto, vale ressaltar que melhorias têm sido colocadas para olhar o cliente com o olhar holístico, empático, sem medos ou preconceito. O presente artigo mostrou os percalços enfrentados pelos profissionais na hora de quebrar essa visão de que paciente mental é “louco” e deve ser mantido longe da sociedade. Hoje quando menor o tempo de internamento melhor para inseri-lo novamente na sociedade.

Referências:

ALMEIDA, Alexsandro Barreto et al. Intervenção nas situações de crise psíquica: dificuldades e sugestões de uma equipe de atenção pré-hospitalar. Revista brasileira de enfermagem, v. 67, p. 708-714, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/dF9LwgWjXrxhGLL6vk33T3c/abstract/?lang=pt.  Acesso em: 01 Junho 2023.

ALMEIDA, Alexsandro Barreto et al. Atendimento móvel de urgência na crise psíquica e o paradigma psicossocial. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 24, p. 1035-1043, 2015. Disponível em:https://www.scielo.br/j/tce/a/SKD4T8t86SXX4hm5kZPCypv/abstract/?lang=pt.  Acesso em: 01 Junho 2023.

AMORIM, Julia Karoline Duarte de et al. Percepção da equipe de enfermagem no atendimento pré-hospitalar ao indivíduo com transtornos mentais. 2018. Disponível em:http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/xmlui/handle/riufcg/7659.  Acesso em: 01 Junho 2023.

BELLEMO, Ana Isabel Sobral et al. Conhecendo os serviços das emergências psiquiátricas: uma revisão de literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 15, n. 8, p. e10788-e10788, 2022. Disponível em:https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/10788. Acesso em:01 Junho 2023.

DA SILVA, Sisney Darcy Vaz et al. Concepções dos enfermeiros frente à utilização de protocolos de urgência psiquiátrica no atendimento pré-hospitalar móvel [Nurses’ conceptions regarding to the use of psychiatric emergency protocols in mobile pre-hospital care][Concepciones de las enfermeras sobre el uso de protocolos de emergencia psiquiátrica en la atención prehospitalaria móvil]. Revista Enfermagem UERJ, v. 28, p. 50191, 2020. Disponível em:https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/50191.  Acesso em: 31 Maio 2023.

DE SOUZA, Alana dos Santos et al. Estratégias de atendimento à crise psíquica por um serviço de atendimento móvel de urgência. Journal of Nursing and Health, v. 9, n. 1, 2019. Disponível em:http://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/15019.  Acesso em: 01 Junho 2023.

RAMOS, Tatiane dos Santos Souza et al. Percepção de profissionais do atendimento préhospitalar na assistência à urgência e emergência (crise) em psiquiatria. Research, Society and Development, v. 10, n. 11, p. e275101119423-e275101119423, 2021. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/19423.  Acesso em: 01 Junho 2023


¹ brunasampaiosantoa@gmail.com Graduanda em medicina pela FPS
² jessica.mendonca@aluno.uepb.edu.br Graduanda em Psicologia pela UEPB
³ jorgehunter2@hotmail.com Graduanda em medicina pela FMO
dylaaroucha2016@gmail.com Graduanda em medicina pela Uninassau
larissacamarotti@hotmail.com Graduanda em medicina pela Uninassau
mellanyfaria@hotmail.com Graduando em medicina pela Unit – AL
raissanobregaferreira@hotmail.com Graduanda em medicina pela FMO
annajuliaguerra@hotmail.com Graduanda em medicina pela UNINASSAU
arianne_carla@hotmail.com Graduanda em medicina pela UFCA
¹⁰ Milalbuquerque01@gmail.com Graduanda em medicina pela UNINASSAU
¹¹ thalitamarcelle@hotmail.com Graduanda em medicina pela FMO
¹² Kleber.pimental@hotmail.com Graduando em medicina pela FMO
¹³ stss.felipe@gmail.com Graduando em medicina pela FITS
¹⁴ virna.a.sampaio@gmail.com Graduanda em medicina pela UFCA
¹⁵ drbrunomiguez@outlook.com Graduando em medicina pela FMO
¹⁶ luizarezendemed@gmail.com Graduanda em medicina pela FMO
¹⁷ danielnsc@hotmail.com Graduando em medicina pela FMO
¹⁸ jessicaalmeidacruz@hotmail.com Graduada em Psicologia pela UNAMA