COMPREENSÃO DE GESTORES DA GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA DA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL ACERCA DA TELEODONTOLOGIA (CONHECIMENTOS E PERCEPÇÕES)

UNDERSTANDING OF MANAGERS OF THE MANAGEMENT OF PLANNING, MONITORING AND EVALUATION OF PRIMARY CARE OF THE STATE DEPARTMENT OF HEALTH OF THE FEDERAL DISTRICT ABOUT TELEDENTISTRY (KNOWLEDGE AND PERCEPTIONS)

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202501220756


Danyel Felipe Fernandes Barboza1; Flaviana Barbosa de Oliveira1; Denise Ribeiro Santos2; Ivonise Sampaio dos Santos3


Resumo

O trabalho tem como objetivo analisar a compreensão dos gestores da Gerência de Planejamento, Monitoramento e Avaliação (GPMA) da Atenção Primária da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) sobre a Teleodontologia. Tratou-se de um estudo transversal, descritivo, de abordagem quantitativa, com 13 gestores participantes. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário semiestruturado, com aplicação de análise estatística bivariada para identificar as percepções e conhecimentos dos gestores sobre o tema. Os resultados mostraram que 53,8% dos gestores possuem algum conhecimento sobre Teleodontologia, porém a maioria desconhece seu conceito completo. Embora 61,5% vejam desafios para implementar e fortalecer a Teleodontologia, há um otimismo por parte de 46,2% quanto à viabilidade do projeto na SES-DF. O estudo identificou que, embora os gestores reconheçam a importância da Odontologia na Atenção Primária à Saúde, ainda há deficiências nas discussões sobre sua aplicação prática. A pesquisa também revelou que o conhecimento prévio sobre o tema influencia positivamente a percepção dos gestores. A conclusão destaca a importância de ações de capacitação contínua e a necessidade de estratégias para ampliar o entendimento da Teleodontologia nas diferentes regiões de saúde do DF. Sugere-se que futuras pesquisas incluam uma amostra maior e perguntas abertas, para obter uma análise mais detalhada das percepções dos gestores, além de reforçar a colaboração entre instituições de ensino e os órgãos reguladores da odontologia para a implementação efetiva da Teleodontologia no SUS.

Palavras-chave: Teleodontologia. Odontologia. Atenção Primária à Saúde. Saúde Bucal.

1 INTRODUÇÃO

O Brasil é marcado por contrastes socioeconômicos e culturais, distribuição heterogênea da infraestrutura de saúde e nível desigual de formação profissional. Esses fatores aliados ao difícil acesso devido às limitações geográficas levam a diferenças entre as regiões do país em termos de acesso e qualidade dos serviços de saúde prestados à população (BAVARESCO et al., 2020).

O sistema de saúde brasileiro, conhecido como Sistema Único de Saúde (SUS), é público e universalmente acessível. Segundo a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), o SUS apresenta como principal e primeira porta de entrada a Atenção Primária à Saúde (APS) que é concretizada através da Estratégia de Saúde da Família (ESF). A Equipe de Saúde Bucal (eSB) se faz presente na composição das equipes que atuam na APS, sendo constituída por um cirurgião-dentista e um técnico em saúde bucal e/ou auxiliar de saúde bucal (BRASIL, 2017).

A APS no Brasil é desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, ocorrendo no local mais próximo da vida das pessoas. Ela deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde do SUS. Por isso, é fundamental que ela se oriente pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (CALDARELLI; HADDAD, 2016; BRASIL, 2022).

Um dos maiores desafios para a implementação da APS é propiciar as condições para que ela seja resolutiva. Dessa forma, estratégias que possibilitem a educação permanente desses profissionais e propiciem um canal de diálogo rápido e fácil com outros profissionais e/ou serviços podem ajudar na qualificação do cuidado e, por conseguinte, melhorar as condições de saúde da população (CALDARELLI; HADDAD, 2016; TEIXEIRA et al., 2018).

A saúde é um direito humano básico, incluindo-se a saúde bucal. No entanto, as desigualdades na prestação de cuidados de saúde oral e as dificuldades no acesso aos seus serviços continuam a ser grandes desafios para a saúde pública. Da Costa et al. (2020) apontam alguns destes problemas comumente observados em todo o mundo, tais como: acesso insuficiente a cuidados bucais, custos elevados ou inacessíveis de tratamento odontológico, crescimento e envelhecimento populacional, migração laboral, longas distâncias de especialistas e escassez de profissionais de odontologia.

 Nestas circunstâncias, qualquer esforço para melhorar o acesso aos serviços de saúde oral é bem-vindo. É o caso das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC ou TIC), como exemplo a teleodontologia, que estão a ser desenvolvidas para ajudar a reduzir as desigualdades na prestação de cuidados e no acesso aos serviços de saúde oral e melhorar a sua qualidade (DA COSTA; PERALTA; FERREIRA DE MELLO, 2020).

Segundo Santos et al. (2022), a odontologia faz utilização benéfica das TIC visando a análise, acompanhamento, planejamento e monitoramento dos casos e/ou pacientes preconizados. Por sua vez, Teixeira et al. (2018) apresentam que a teleodontologia já é uma realidade global e faz uso da troca de dados e informações em saúde para promover serviços de saúde em situações de necessidade, possibilitando transpor barreiras geográficas, temporais, sociais e culturais, seguindo em constante evolução.

Caldarelli e Haddad (2016) discutem que a teleodontologia tem sido considerada como um método prático e economicamente viável de prover atenção em saúde para grupos populacionais desassistidos, incluindo os indivíduos socialmente desfavorecidos, que moram em localizações remotas ou áreas rurais e sem acesso a cuidados odontológicos de rotina. Seu destaque é evidenciado em duas vertentes de ação: a teleassistência, oferecendo um maior acesso aos serviços de assistência odontológica, minimizando as barreiras geográficas entre profissionais e comunidades e a teleducação, que é utilizada na formação profissional desde a graduação até a pós-graduação (SKELTON-MACEDO et al., 2012). 

 Nesse contexto, a teleodontologia vem sendo evidenciada por artigos científicos e documentos governamentais como uma alternativa para garantir assistência à saúde à população. Trazendo isso ao contexto do SUS, as eSB podem fazer uso desse tipo de ferramenta para realizar atividades como teleorientação e telemonitoramento (CARRER et al., 2020). 

Segundo o Ministério da Saúde (2022), a teleorientação pode ser utilizada para acolhimento, triagem, escuta inicial e orientação, soluções de dúvidas, esclarecimentos e realização de atividades educativas individuais e coletivas. Além de permitir definir o momento mais oportuno para realização de procedimentos operatórios. Já o telemonitoramento viabiliza supervisionar o estado de saúde dos usuários, facilitando o rastreamento de famílias com usuários que tenham fatores de risco comuns e o monitoramento do indivíduo após atendimento presencial, sob situação de saúde bucal.

Santos et al. (2022) apontam que, entre suas vantagens a teleodontologia apresenta a difusão do acesso ao evitar despesas de deslocamentos e promove a democratização e a equidade na atenção à saúde. Além disso, possui benefícios referentes à diminuição dos custos de tratamento e do tempo de espera para a consulta, podendo até aumentar a capacidade resolutiva de alguns casos. Entretanto, até 2020, o Brasil não apresentava uma normativa específica sobre a teleodontologia (BRASIL, 2022).

As TIC estão presentes no dia a dia na área da saúde. No Brasil, o seu uso passou a ser garantido pela Lei Orgânica nº 8.080 em 1990, incorporando em seu artigo 6º o seu desenvolvimento científico e tecnológico (BRAGA et al., 2022). Em 2005, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma resolução que recomenda aos seus estados-membros o uso da telessaúde visando melhorar os sistemas de saúde,  especialmente aqueles com acesso universal, como o SUS (BRASIL, 2022). Deste modo a teleodontologia se apresenta como uma modalidade adjunta à telessaúde, sendo instituída por meio do Programa Nacional de Telessaúde Brasil Redes (COTRIM; PINTO; SILVA, 2022).

O Telessaúde Brasil Redes na Atenção Primária à Saúde (APS) é uma iniciativa nacional que visa melhorar a qualidade da atenção básica e do atendimento no SUS, integrando ensino e serviços por meio de ferramentas de informática, proporcionando condições para promover o suporte remoto e a educação a distância (BRASIL, 2022; COTRIM; PINTO; SILVA, 2022). É uma alternativa que objetiva aprimorar a oferta de cuidado na APS, sendo integrada por gestores da saúde, instituições formadoras de profissionais de saúde e serviços de saúde do SUS (BRASIL, 2022).

Visto que, a melhoria da saúde da população brasileira é uma meta dos gestores do SUS e, para isso, vários meios são utilizados para alcançá-la. No Distrito Federal, representa a descentralização da gestão da saúde agrupada em sete Regiões de Saúde (Central, Centro-Sul, Oeste, Sudoeste, Norte, Leste e Sul), instituída pelo decreto nº 37.515 de 26 de julho de 2016. Entre as várias gerências existentes no âmbito da Atenção Primária à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), existe a Gerência de Planejamento, Monitoramento e Avaliação (GPMA) que é diretamente subordinada à Diretoria Regional de Atenção Primária à Saúde (DIRAPS) da região compreendida, cuja finalidade é promover dados e informações que subsidiem a gestão e apoiem a operação em todos os níveis de atenção à saúde (BRASIL, 2018).

 Segundo o  Decreto nº 39.546 de 19 de dezembro de 2018, a GPMA é responsável por promover e apoiar a modelagem, análise e padronização dos processos de trabalho, monitorar as estruturas organizacionais quanto ao regimento interno, processos de trabalho e serviços prestados. Como também avaliar os dados dos sistemas de informação com foco nas intervenções de saúde e os resultados da contratualização regional e local, objetivando promover a inovação/modernização da gestão e ações de integração de acordo com as necessidades epidemiológicas.

 Para manter e alcançar os objetivos do SUS, seus princípios – universalidade,  equidade e inclusão – também têm sido utilizados como diretrizes para ampliar o uso das TIC nos quadros de ação e atendimento. Dentre elas, destaca-se a integralidade quando se pensa na síntese de tecnologias, pois, por meio delas, pressupõe-se que seja possível a coordenação interdisciplinar e entre os diferentes níveis de atenção do SUS, projetando garantir ações benéficas e que impactem na gestão e assistência à saúde e qualidade de vida dos cidadãos (BRAGA et al., 2022).

Devido ao impacto da pandemia na Odontologia, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) emitiu a Resolução CFO nº 226/2020, que abordou questões de teleodontologia e/ou odontologia a distância como a teleorientação e telemonitoramento, possibilitando serviços pré-clínicos, orientações e acompanhamento de saúde realizados através de tecnologias por cirurgiões-dentistas no país. Além disso, o CFO anunciou a Resolução CFO nº 228/2020, que dialoga sobre as atividades da teleodontologia no âmbito do SUS (BRASIL, 2022).

Em praxe, no Brasil a teleodontologia é ainda pouco reconhecida e praticada pelos cirurgiões-dentistas, impedindo a população assistida de receber seus benefícios. Atrelado a isso, a falta de notoriedade e investimento por parte dos conselhos odontológicos prejudica ainda mais a sua implementação, desenvolvimento e aprimoramento. Portanto, é essencial revisar e abordar métodos de aplicação dessa modalidade visando quebrar paradigmas e difundir as novas ferramentas que ela possibilita.

A implementação da teleodontologia como um complemento aos serviços odontológicos tradicionais resultará em maior acessibilidade aos cuidados odontológicos, superar barreiras geográficas, especialmente em áreas remotas ou com escassez de profissionais de saúde bucal, aumentando assim a cobertura e melhorando os resultados de saúde bucal da população.

Diante do exposto, essa pesquisa buscou analisar por meio de um instrumento de coleta de dados os conhecimentos sobre teleodontologia dos gestores da  Gerência de Planejamento, Monitoramento e Avaliação da Atenção Primária na SES DF, de modo a validar o instrumento de coleta de dados a fim de que ele seja aplicado em mais gerências da SES DF e compreender os conhecimentos e percepções dos gestores da GPMA da APS sobre a Teleodontologia na SES DF.

2 METODOLOGIA 

Trata-se de um estudo transversal, descritivo, de abordagem quantitativa. Os participantes foram Gestores da Gerência de Planejamento, Monitoramento e Avaliação (GPMA) da Atenção Primária à Saúde (APS) das Regiões de Saúde Centro-Sul, Sudoeste e Oeste do Distrito Federal (DF) por se tratar de um estudo piloto e por serem regiões de cenário da residência dos autores da pesquisa. 

Os critérios de inclusão foram: ser servidor efetivo da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), estar lotado na GPMA das regiões de saúde supracitadas e estar presente no momento da coleta de dados. Servidores de férias, licença, atestado ou que recusaram participar foram excluídos.

Os dados foram coletados entre agosto e outubro de 2024 por meio de um questionário semiestruturado na plataforma Google Formulários, autoaplicado e elaborado pelos autores. O questionário foi composto por 14 perguntas fechadas, divididas em três partes: perfil dos gestores da GPMA, percepção acerca do processo de trabalho e percepção acerca do conhecimento de Teleodontologia. Sendo aplicado presencialmente pelos pesquisadores nas sedes das Gerências de Planejamento, Monitoramento e Avaliação localizadas nos Hospitais Regionais de: Guará, Taguatinga e Ceilândia após informes sobre foco, finalidade e requisitos de participação da pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que também foi disponibilizado na capa do formulário. Foram garantidos os direitos dos respondentes, incluindo a possibilidade de desistência sem prejuízo.

Ressalta-se que este trabalho atendeu às normas éticas para a realização de pesquisa em seres humanos, estabelecidas na Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) n° 466 de 2012.  Foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde – FEPECS/SES/DF, conforme Parecer Consubstanciado do CEP emitido sob o número 6.982.494 e sob CAAE: 75760323.4.0000.5553.

Os dados foram organizados em planilhas no software Excel® e analisados no software RStudio®. O RStudio, é um software livre que trabalha integrado ao R (linguagem de análise de dados sofisticada usada nessa pesquisa), apresentando uma interface gráfica e recursos úteis que facilitam a visualização do código R (LOPES; GOMES; BOAS, 2021). 

Esta pesquisa fez o análise dos dados por meio de uma metodologia chamada análise bivariada, que visa comparar duas variáveis de cada vez para verificar se há associação entre elas, e se essas possíveis associações não ocorreram ao acaso, para esse fim foram utilizados o teste exato de Fisher, utilizado para verificar o p-valor das associações entre variáveis em tabelas de contingência pequenas, e o coeficiente V de Cramér, que mensurou a intensidade das associações (FISHER, 1970; CRAMÉR, 1999).

Para a análise, cada pergunta do questionário foi tratada como uma variável. Foram feitas duas etapas de comparações: a primeira entre as variáveis do questionário entre si, e na segunda foi escolhida uma pergunta do questionário como pergunta-chave para atender aos objetivos da pesquisa sendo analisada com as demais perguntas do questionário. A pergunta-chave foi: “Pensando em questões de viabilidade, orçamento e aplicabilidade, como gestor você sente que a SES-DF tem condições plenas de implementar e fortalecer a Teleodontologia no contexto da Atenção Primária?”. 

O p-valor do teste exato de Fisher indica a probabilidade de que a associação observada entre duas variáveis categóricas tenha ocorrido ao acaso. O nível de significância padrão é 5% (p-valor como 0,05) com confiança de 95%. Contudo, para o contexto desta pesquisa adotou-se um nível de significância de 10% (p-valor igual 0,1) com nível de confiança de 90%, devido ao tamanho reduzido da amostra. Indicando que a pesquisa aceita até 10% de chance de que os resultados encontrados sejam apenas um acaso (SCIENCEDIRECT, 2024). 

A interpretação do p-valor foi baseada em duas hipóteses: a hipótese nula (H₀), que sugere que não há evidências suficientes para afirmar uma associação significativa entre as variáveis, e a hipótese alternativa (H₁), onde se infere que existe uma associação estatisticamente significativa entre as duas variáveis. Se o p-valor for menor que o nível de significância definido metodologicamente para o trabalho (< 0,1), rejeita-se a hipótese nula, indicando que existe uma associação estatisticamente significativa entre as duas variáveis. Além disso, a força da associação entre as variáveis foi medida pelo coeficiente V de Cramér, onde valores próximos de 0 indicam nenhuma associação e valores próximos de 1 indicam uma associação forte.

3 RESULTADOS

Do total de 17 gestores lotados na GPMA da Atenção Primária à Saúde das Regiões de Saúde Centro-Sul, Sudoeste e Oeste da SES DF, 13 atenderam aos critérios de inclusão. 

Tabela 1: Perfil do participante.

Fonte: Elaboração própria.

O perfil dos participantes da pesquisa, disposto na tabela 1, apresenta características de composição e a diversidade. A maioria é do gênero feminino, representando 76,9% (N=10) do total, enquanto 23,1% (N=3) são do gênero masculino. A descrição da faixa etária dos participantes apresenta uma variação, onde 53,8% (N=7) relataram ter entre 31 a 40  anos e 46,2% entre 41 a 51 (N=6) anos.

Com relação à formação do participante da pesquisa, mais da metade 53,8% (N=7) possui especialização, enquanto 23,1% (N=3)  possui mestrado e outros 23,1% (N=3) têm graduação como nível máximo de formação. Verifica-se a ausência de doutores ou pós-doutores no grupo. Quanto à origem da formação, 61,5% (N=8) dos gestores se graduaram em instituições privadas de ensino superior, enquanto 38,5% (N=5) provêm de instituições públicas.

Tabela 2: Percepção acerca do processo de trabalho.

Fonte: Elaboração própria.

O perfil das reuniões de colegiado gestor, conforme descrito na tabela 2, reflete características relevantes sobre a dinâmica e a efetividade desse espaço para discussões e decisões. Todas as unidades GPMA participantes relatam realizar reuniões de colegiado (N=13). Além disso, a maioria dos gestores, 84,6% (N=11), percebe as reuniões de colegiado gestor na Atenção Primária à Saúde (APS) como efetivas/ resolutivas. 

No que tange à periodicidade, as reuniões variam em frequência, com 61,5% (N=8) realizadas de forma mensal, 30,8% (N=4) bimestral e 7,7% (N=1) em outros formatos. Não houve indicação de reuniões nos formatos trimestral, semestral, anual e não se reúne (N=0). Identificou-se que os participantes indicaram de forma unânime (N=13) o assunto teleodontologia não ter sido colocado em pauta nas reuniões do colegiado.

Tabela 3: Percepção acerca do conhecimento de Teleodontologia.

Fonte: Elaboração própria.

Com base nas respostas apresentadas na tabela 3, o conhecimento sobre teleodontologia entre os gestores entrevistados refletem tanto uma compreensão geral quanto lacunas importantes. Entre os participantes, 53,8% (N=7) indicaram saber o que é Teleodontologia, enquanto 46,2% (N=6) demonstraram desconhecimento sobre o tema. Apesar disso, 61,5% (N=8) identificaram corretamente a Teleodontologia como “o provimento de atenção odontológica, quer seja diagnóstico, tratamento ou segunda opinião, em tempo real (síncrona) ou assíncrona, por meio de transmissão eletrônica entre locais diferentes”, outros 15,4% (N=2) consideraram um conceito incorreto de teleodontologia essencialmente presencial e 23,1% (N=3) afirmaram não saber qual conceito melhor se aplica à Teleodontologia.

Com relação às respostas à pergunta sobre a ferramenta mais adequada para a comunicação em saúde na prática da Teleodontologia, considerando a conjuntura da SES-DF, observa-se que a maioria dos participantes 69,2% (N=9) indicou o uso de ligações telefônicas e videochamadas. Já 30,8% (N=4) optaram somente por videochamadas.

Tabela 3.1: Percepção acerca do conhecimento de Teleodontologia.

Fonte: Elaboração própria.

 Conforme tabela 3.1 a  maioria dos gestores, 53,8% (N=7), acredita que a SES-DF não possui condições plenas de implementar e fortalecer a Teleodontologia no contexto da Atenção Primária o índice de 46,2% (N=6) demonstra otimismo quanto à viabilidade do projeto. Ademais, a maior parte dos gestores 69,2% (N=9) se vê preocupada com a implantação e fortalecimento de políticas públicas voltadas à prática da Odontologia na Atenção Primária à Saúde. No entanto, 30,8% (N=4) não compartilham dessa visão. 

Os dados mostram que, ao serem questionados sobre o que fazem na prática para lutar pelo fortalecimento da Odontologia na SES-DF no contexto da Atenção Primária, 7,7% (N=1) afirmaram buscar sempre colocar a Odontologia em pauta nas reuniões de colegiado, enquanto 30,8% (N=4) buscam evidências e leem sobre políticas públicas voltadas ao fortalecimento do serviço. Em contrapartida, 15,4% (N=2) declararam ser indiferentes ou não buscar ações para agregar ao fortalecimento da Odontologia, e a maioria, 46,2% (N=6), preferiu não opinar sobre o tema.

Tabela 4: Análise estatística.

Fonte: Elaboração própria.

Por sua vez, a análise estatística dos dados retornou ao todo 66 associações, sendo 57 resultando em hipótese nula (H₀), sem valor estatisticamente significativo, e 9 associações em hipótese alternativa (H₁), com resultado de valor significante estatisticamente entre as variáveis.

4 DISCUSSÃO

Os resultados alcançados evidenciam inter-relações significativas. Durante a revisão bibliográfica, não foram identificados artigos diretamente comparáveis ao tema desta pesquisa. Assim, optou-se por contextualizar e aprofundar os achados estatisticamente significativos com base em estudos correlatos, respeitando as especificidades do campo de estudo.

A associação entre a região de saúde e a percepção da efetividade (P2) e periodicidade (P3) das reuniões do colegiado gestor revelou avaliações positivas em duas das três regiões de saúde estudadas. Esse dado pode ser explicado pela maior disponibilidade de recursos técnicos e administrativos nessas áreas, favorecendo uma gestão mais eficiente. Delziovo (2012) destaca que os colegiados gestores regionais são fundamentais como espaços de formulação de políticas e negociações interinstitucionais, orientados pelas necessidades locais e pelos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Corroborando, Fagundes et al. (2014) ressaltam que a efetividade desses espaços está diretamente associada à articulação entre atores locais e à produção coletiva de conhecimento, o que pode justificar os resultados observados.

Analisando a relação entre a região de saúde e as ações para fortalecimento da odontologia na APS (P10), foi encontrada uma região de saúde com maior proatividade. De Assis Silva et al. (2024) destacam que regiões mais organizadas e com maior suporte técnico têm maior capacidade de implementar ações voltadas à saúde bucal. Essa desigualdade entre regiões reflete a necessidade de maior conscientização dos gestores sobre a importância da odontologia na APS da SES-DF, incentivando a alocação de recursos e fortalecimento de ferramentas para aprimoramento do atendimento à população.

A relação entre o gênero dos gestores e a percepção sobre a capacidade da SES-DF de implementar a teleodontologia (P8) revelou maior ceticismo entre as gestoras. Esse resultado está alinhado com os achados de Oliveira et al. (2021), que destacam que líderes mulheres frequentemente demonstram maior atenção às limitações estruturais e organizacionais. Essa maior sensibilidade pode estar relacionada à atenção mais apurada a desafios operacionais e orçamentários, fatores frequentemente subestimados. A diversidade de gênero na gestão, conforme sugerem os autores, enriquece a tomada de decisão ao incorporar perspectivas complementares e ampliar a sensibilidade para questões críticas. No entanto, seria necessário aprofundar a investigação sobre as razões e causas subjacentes ao ceticismo identificado, permitindo uma compreensão mais detalhada dos fatores que influenciam essas percepções.

Além disso, dois pontos relevantes evidenciados foram a associação entre a formação acadêmica dos participantes e o tipo de instituição de ensino superior frequentada, bem como a relação entre o tipo de instituição de ensino superior e a periodicidade das reuniões do colegiado gestor (P3). Esses resultados indicam que as características das instituições, sejam públicas ou privadas, podem impactar a maneira como os gestores organizam suas práticas e como se desenvolvem profissionalmente, influenciando diretamente nas suas ações no cotidiano da gestão. Contudo, devido à especificidade dos resultados, não foram encontrados estudos diretamente comparáveis para embasar uma discussão mais aprofundada.

A associação entre o conhecimento prévio sobre teleodontologia (P5) e a escolha do conceito mais adequado (P6) mostrou que gestores mais familiarizados com o tema apresentaram escolha de definições mais precisas e alinhadas com diretrizes técnicas, o que facilitaria o apoio e aplicação da teleodontologia no contexto da atenção primária na SES-DF. Além disso, como enfatizado por Carneiro e Brant (2013), a capacitação contínua para gestores de saúde permite que eles adquiram conhecimentos atualizados e habilidades necessárias para implementar tecnologias emergentes de forma eficaz. Evidenciam também que a educação permanente contribui para a melhoria dos processos de trabalho e para a integração entre gestores e profissionais de saúde, promovendo uma gestão mais eficiente e alinhada às necessidades da população. 

A associação entre o conceito de teleodontologia (P6) e as ferramentas de comunicação consideradas mais adequadas para sua prática na SES-DF (P7) revelou uma preferência significativa por tecnologias como telefone e videochamadas. Meurer et al. (2013) destacam a importância de soluções tecnológicas que integrem diferentes modalidades de comunicação, permitindo maior eficácia no diagnóstico remoto e no manejo de condições bucais. Essas tecnologias, segundo os autores, também favoreceram a colaboração entre profissionais de saúde e a integração de dados clínicos, promovendo assistência qualificada mesmo em áreas de difícil acesso. No contexto deste estudo, a preferência dos gestores por ferramentas amplamente disponíveis e acessíveis reflete uma percepção prática e estratégica. Essa escolha aponta para a busca por soluções com simplicidade de uso, viabilidade técnica e potencial de ampliar a acessibilidade da população aos serviços de saúde bucal, elementos fundamentais para o sucesso da teleodontologia.

A relação encontrada entre a preocupação dos gestores com o fortalecimento de políticas públicas voltadas à prática da odontologia na APS (P9) e o seu engajamento em ações práticas voltadas ao fortalecimento da odontologia na APS da SES-DF (P10) destaca a influência da percepção política e estratégica na priorização de ações de gestão. Gestores que reconheceram a importância das políticas públicas voltadas à prática da odontologia na APS tendem a investir mais na implementação de práticas que promovem a saúde bucal. Uma pesquisa de Bizerril et al. (2019) indicou que a capacitação em gestão de saúde pública e o comprometimento dos gestores são essenciais para potencializar a atenção primária em saúde, promovendo ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde do usuário. Além disso, Andraus (2017) destacou que a falta de compreensão do modelo de atenção proposto pelo SUS leva a práticas predominantemente curativistas, sem planejamento adequado e com trabalho isolado. 

Em síntese, os resultados obtidos das percepções e conhecimentos dos gestores  da GPMA destacam tanto avanços quanto desafios acerca da teleodontologia na Atenção Primária à Saúde no contexto da SES-DF. As análises destacaram fatores que influenciam diretamente a adoção dessa estratégia, como as disparidades regionais, a importância da capacitação contínua e a escolha de ferramentas tecnológicas acessíveis. Esses achados reforçam a relevância de promover iniciativas que ampliem o entendimento e a aceitação da teleodontologia entre gestores, bem como a necessidade de consolidar subsídios estruturais para sua aplicação.

5 LIMITAÇÕES

O uso de um questionário com perguntas fechadas pode ter restringido a amplitude das respostas. Além disso, o baixo número de respostas e a especificidade da gerência escolhida limitam a generalização dos achados para outras áreas e locais da SES-DF. Por fim, a escassez de estudos diretamente comparáveis ao tema também limitou a contextualização e discussão dos achados. Essa escassez pode ser explicada pelo fato de que a discussão sobre teleodontologia ainda é recente no Brasil, iniciada oficialmente com a publicação das Resoluções CFO nº 226/2020 e nº 228/2020, durante o contexto da pandemia de COVID-19. Esse tema ainda apresenta um espaço aberto que necessita ser explorado por mais estudos e pesquisas. Apesar dessas limitações, os dados coletados proporcionam informações valiosas sobre as percepções e compreensões dos gestores da GPMA acerca da teleodontologia na APS.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 O estudo permitiu analisar a compreensão e percepção dos gestores de Gerências de Planejamento, Monitoramento e Avaliação da Atenção Primária da SES-DF sobre a teleodontologia. Os resultados revelaram que, de maneira geral, os gestores têm uma compreensão razoável do conceito de teleodontologia, mas a percepção sobre sua aplicabilidade e efetividade ainda apresenta desafios, especialmente no que diz respeito à discussão e aplicação da temática.

Os gestores demonstraram uma preferência por ferramentas de comunicação amplamente acessíveis, como telefone e videochamadas, refletindo uma compreensão prática sobre as possibilidades de implementação da teleodontologia. No entanto, a pesquisa evidenciou uma falta de uniformidade nas percepções gerais sobre a teleodontologia, apontando para a necessidade de estratégias para promover um entendimento mais homogêneo sobre a prática da teleodontologia.

Além disso, o estudo identificou que o conhecimento prévio sobre o tema influenciou positivamente a percepção dos gestores, evidenciando a relevância de ações voltadas à capacitação contínua, especialmente para aqueles com menor familiaridade com a teleodontologia. Sugerindo a importância do papel estratégico de instituições como o conselho federal, conselhos regionais e sindicatos da classe odontológica na disseminação de informações sobre os benefícios da teleodontologia. Onde, principalmente em parceria com a academia, podem liderar esforços para fomentar discussões e promover a adoção dessa prática, contribuindo para sua implementação efetiva no âmbito do SUS.

Em suma, a validação do instrumento de coleta de dados foi bem-sucedida, mas futuras pesquisas poderiam ampliar a amostra de participantes e incluir perguntas abertas, proporcionando uma análise ainda mais aprofundada sobre as percepções dos gestores da SES-DF. Foi possível compreender as percepções dos gestores, evidenciando áreas para melhorias tanto no entendimento da teleodontologia quanto no processo de capacitação e suporte para sua implementação dentro da SES-DF.

REFERÊNCIAS

ANDRAUS, Silvia Helena Campos. Dificuldades de organização das ações de saúde bucal na atenção básica em uma microrregião de saúde: a percepção de gestores e cirurgiões dentistas. 2017.

BAVARESCO, C. S. et al. Impact of teleconsultations on the conduct of oral health teams in the Telehealth Brazil Networks Programme. Brazilian Oral Research, v. 34, 2020.

BIZERRIL, Davi Oliveira et al. Coordenadores de saúde bucal: percepção sobre gestão e competências no Sistema Único de Saúde. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 32, 2019.

BRAGA, R. D. et al. Trajetória da saúde digital no Brasil. 2. ed. Goiânia: Cegraf UFG, 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Decreto Nº 39.546, de 19 de dezembro de 2018. Aprova o Regimento Interno da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Diário Oficial da União [Internet], Brasília, 19 dez. 2018. Disponível em: https://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/c7d8594440ea48969cee564fafa77865/Decreto_39546_ 19_12_2018.html. Acesso em: 18 jul. 2022.

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1Profissional de Saúde Residente do Programa Multiprofissional de Gestão de Políticas Públicas para a Saúde da Escola de Saúde Pública do Distrito Federal e Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. e-mails: danyel-barboza@fepecs.edu.br; flaviana-oliveira@fepecs.edu.br

2Professora de Odontologia e Cirurgiã-dentista da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) e egressa do Programa Multiprofissional de Gestão de Políticas Públicas para a Saúde da Escola de Saúde Pública do Distrito Federal e Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. e-mail: denise-santos@escs.edu.br

3Docente do Programa Multiprofissional de Gestão de Políticas Públicas para a Saúde da Escola de Saúde Pública do Distrito Federal e Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Mestre em Saúde Coletiva  (UNB). e-mail: ivonise-santos@fepecs.edu.br