COMPLICAÇÕES NA MARGEM GENGIVAL AO REALIZAR FACETAS EM RESINA COMPOSTA

COMPLICATIONS IN THE GINGIVAL MARGIN WHEN PERFORMING COMPOSITE RESIN VENDORING

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7990513


Lamara Oliveira de Abre1
Rosa Antônia Nunes2
Paulo Roberto Marão de Andrade Carvalho3
Maria Fernanda Borro Bijella
Rodrigo Jacon Jacob
Rogerio Batista da Costa
Joao Carlos Vicente de Barros Junior
Regina Marcia Serpa Pinheiro
Chimene Kuhn Nobre


RESUMO

A crescente busca por tratamentos de excelência que cumpram as exigências da estética dentária, aliadas aos avanços dos materiais dentários favoreceram a evolução das facetas dentárias que resultam em uma estética satisfatória com uma maior preservação do elemento dentário, resposta a um menor desgaste para inclusão do material restaurador, mas o uso indiscriminado da técnica de preparo de facetas pode causar injúrias ao tecido periodontal. Assim com a finalidade de reunir e resumir conhecimento científico sobre o tema, este estudo é classificado como uma revisão bibliográfica integrativa com caráter exploratório, tendo como base de dados periódicos da área de saúde como: Scielo, Google Acadêmico e Pubmed publicados entre 2015 à 2023, filtrados através de descritores, selecionando 5 livros e 17 artigos, utilizados como embasamento teórico. Evidenciando diversos posicionamentos sobre o tema, apontando o surgimento das facetas em resina composta como uma excelente alternativa de tratamento para problemas estéticos em dentes anteriores, sendo a mais conservadora, com resultado imediato, que possibilita controlar a cor e a forma dos dentes restaurados assemelhando cada vez mais ao esmalte e a dentina, apresentando baixo custo, que utiliza material com espessura adequada para melhor resultado, entretanto é necessário que princípios como o espaço biológico, sejam inalterados durante os procedimentos, para não causar alterações patológicas. O uso das facetas em resina composta pode impactar tecido periodontal requerendo uma avaliação detalhada, com domínio sobre a técnica e respeitando os protocolos existentes, respeitando a margem gengival de cada paciente, para não causar inflamação gengival e sequelas periodontais

Palavras-Chave: Complicação. Gengiva. Faceta. Resina Composta.

ABSTRACT

The growing demand for high-quality treatments that meet the requirements of dental aesthetics, along with advancements in dental materials, has contributed to the development of dental veneers. These veneers provide satisfactory aesthetics while preserving the tooth structure, minimizing wear during material restoration. However, the indiscriminate use of veneer preparation techniques can result in damage to the periodontal tissue. This study aims to gather and summarize scientific knowledge on the subject through an integrative bibliographic review with an exploratory approach. Health journals such as Scielo, Google Scholar, and PubMed, published between 2017 and 2023, were utilized as data sources. Relevant articles and books were selected, forming the theoretical basis for this study. The literature review revealed various perspectives on the topic, highlighting the emergence of composite resin veneers as an excellent alternative treatment for addressing aesthetic issues in anterior teeth. This approach is considered conservative and yields immediate results. It enables precise control over the color and shape of restored teeth, closely resembling natural enamel and dentin. Additionally, composite resin veneers are cost-effective and can achieve optimal outcomes with appropriate material thickness. However, it is crucial to maintain the biological space during the procedure to prevent pathological alterations. Detailed evaluation, technical mastery, and adherence to existing protocols are necessary when utilizing composite resin veneers, ensuring a minimal gingival margin for each patient to avoid gingival inflammation and periodontal complications. In conclusion, composite resin veneers offer a valuable solution for addressing aesthetic concerns in anterior teeth. However, careful consideration and implementation of proper techniques are essential to preserve periodontal health and achieve satisfactory aesthetic outcomes.
Keywords: Complication. Gum. Facet. Composite resin.

1 INTRODUÇÃO

A realização de facetas diretas em resina composta em dentes anteriores é um procedimento amplamente utilizado na odontologia estética, visando melhorar a aparência e a função dental. No entanto, diversas complicações na margem gengival podem ocorrer devido a fatores relacionados ao operador, ao paciente e ao material empregado.

Os tratamentos estéticos em dentes anteriores estão sendo solicitados frequentemente nos consultórios e clínicas odontológicas, justificada principalmente pelo aumento da exposição da imagem em redes sociais, o que o elencou como elemento fundamental na estética facial simétrica. No passado, o tratamento mais durável e provável a ser indicado eram as coroas completas, técnica que apresenta efeitos adversos sobre a polpa e tecidos periodontais, pois remove grandes quantidades de tecidos dentários saudáveis

Neste contexto, é fundamental discutir as principais causas dessas falhas e a importância de técnicas adequadas, bem como a orientação e educação do paciente para garantir resultados estéticos duradouros e a manutenção da saúde bucal.

As facetas diretas de resina composta surgiram como uma alternativa mais conservadora, oferecendo a vantagem de resultado imediato ao paciente, dispensando uma etapa laboratorial, com possibilidade de reparo, que permite ao profissional controlar a cor e a forma dos dentes restaurados e, mesmo, fazer ajustes posteriores, além de apresentarem baixo custo, em relação à modalidade indireta. 

Segundo Coelho de Souza et al. (2015), as facetas diretas em resina composta são a primeira escolha nos procedimentos que necessitam um mínimo desgaste da estrutura dental, diferindo dos procedimentos indiretos que, além de necessitarem de um desgaste maior da estrutura dentária, tem um custo mais elevado. Esse procedimento vem se tornando uma excelente alternativa de tratamento para problemas estéticos em dentes anteriores. A aplicação em uma única sessão do material restaurador definitivo com o mínimo de desgaste ou algumas vezes sem nenhum desgaste da superfície dentária é uma das vantagens dessa técnica.

O uso das facetas em resina composta pode causar injúrias aos tecidos periodontais, tornando importante a proteção do periodonto durante a sua aplicação. Estas devem ser realizadas de forma criteriosa, respeitando a margem gengival de cada paciente, para não causar inflamação gengival e demais sequelas periodontais. Desta maneira, é de responsabilidade do profissional buscar se aperfeiçoar e adquirir conhecimentos para garantir um resultado natural e harmônico, mantendo o equilíbrio estético e saúde periodontal.

A metodologia utilizada foi a de revisão de literatura de caráter descritivo e exploratório.

2 METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado por meio de uma pesquisa de revisão bibliográfica, reunindo artigos, trabalhos acadêmicos e dissertações relacionados a lentes de contato dental, tendo como foco suas indicações, limitações e estética dos pacientes. 

A pesquisa deste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), foi desenvolvida conforme as seguintes fases:

1° FASE: Análise e levantamento de dados de artigos e dissertações que tratem sobre o tema de Longevidade das lentes de contato dentais.

2° FASE: Organização do conteúdo captado de forma ordenada, a fim de favorecer a observação e a escrita. Nessa fase foi realizada a escrita deste trabalho de conclusão de curso.

As buscas das publicações foram realizadas nas seguintes bases de dados: Google scholar, Pubmed, Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e Lilacs, que compreendem os anos 2015 a 2022. Para a escolha dos artigos foram realizadas pesquisas que abordam dados e informações relacionadas ao tema proposto com resumos disponíveis e acessados pelo meio on-line, com as seguintes palavras-chaves: Estética bucal. Facetas cerâmicas. Odontologia. Restauração.

Como critérios de inclusão foram contemplados: artigos, dissertações e teses que ressaltam a temática, textos em português e inglês. Os artigos de estudo bibliográfico foram pesquisados nas plataformas virtuais nas bases de dados eletrônicas nas bibliotecas PubMed e SCielo. Como critérios de exclusão foram descartados estudos que não estavam disponíveis na íntegra ou que não eram relacionados ao tema da pesquisa bibliográfica.

3 RESULTADOS

A técnica de facetas de resina composta vem ganhando cada vez mais espaço, pois permite a correção de cor, a modificação de tamanho, volume e textura e o alinhamento dos dentes envolvidos, bem como é adequada a situações em que seja necessário criar ilusões para os observadores, a fim de proporcionar uma composição dentofacial mais harmônica. Na odontologia, o conceito de estética é extremamente subjetivo e está relacionado com a beleza, a harmonia e as necessidades do paciente (MUZIOL, 2017).

Por isso, a interação de novas técnicas e novos materiais restauradores possibilita a reprodução de estruturas dentárias perdidas, devolvendo forma e função de tal modo que o trabalho seja imperceptível (SANTOS; CARRIJO, 2018).

A estética é um símbolo não somente de saúde e beleza, mas também de situação econômica e social. Com a sua valorização, as técnicas restauradoras minimamente invasivas proporcionaram a expansão da atual filosofia conservadora da odontologia. Nesse contexto, as restaurações adesivas diretas em dentes anteriores podem envolver desde uma pequena porção da estrutura dental perdida e/ou acometida até, eventualmente, grandes partes faltantes (MARTINS et. al, 2017).

As facetas diretas de resinas compostas são uma opção de restauração que pode ser confeccionada em uma única sessão, diminuindo o custo e o tempo necessário na confecção de uma faceta de cerâmica. Para sua execução, o profissional precisa de habilidade manual e conhecimentos de anatomia que lhe permitam restabelecer a estética perdida (MONDELI et al, 2018). 

A estética é um símbolo não somente de saúde e beleza, mas também de situação econômica e social. Com a sua valorização, as técnicas restauradoras minimamente invasivas proporcionaram a expansão da atual filosofia conservadora da odontologia. Nesse contexto, as restaurações adesivas diretas em dentes anteriores podem envolver desde uma pequena porção da estrutura dental perdida e/ou acometida até, eventualmente, grandes partes faltantes (SILVA, 2019). 

A estética e a saúde periodontal por muito tempo caminharam como fatores distintos nos casos em que era necessária a correção cirúrgica de defeitos provocados pela doença periodontal. O paciente submetido ao tratamento da doença periodontal era condenado à perda permanente da estética do sorriso, com consequentes problemas psicossociais desagradáveis. Esse tipo de tratamento não é mais aceito pelos pacientes por conta da grande importância que o sorriso atualmente constitui, e a busca por conhecimentos visando ao aprimoramento estético tem sido tão requisitada quanto pelos conhecimentos que envolvem o tratamento das enfermidades periodontais (PEREIRA, 2014).

Para Rocha (2013), a estética facial tem um papel importante no bem-estar do ser humano, na sua autoestima, condição emocional, sucesso social e inserção profissional. O sorriso é fundamental na constituição de um ótimo padrão estético. Um sorriso estético depende da harmonia de formas e cores que os dentes anteriores apresentam. Além disso, o alinhamento destes dentes e a sua disposição harmoniosa na arcada são fundamentos básicos para a obtenção deste equilíbrio estético. Entretanto, nem sempre os dentes estão distribuídos de forma harmoniosa e equilibrada na arcada dentária. 

As causas dessa desarmonia são as mais diversas, como as más formações de origem genética ou de desenvolvimento do dente, alterações estruturais causadas pela doença cárie, modificações cromáticas ou ainda perdas da estrutura dental por traumatismos advindos de acidentes. (ROCHA, 2013).

Indicações para facetas em dentes anteriores dentes escurecidos para os quais o clareamento não foi efetivo ou não está indicado, dentes mal posicionados para os quais a ortodontia não está indicada, dentes malformados, ou seja, que apresentem alguma anomalia, como amelogênese e dentinogênese imperfeita, porém sem grave comprometimento, não necessitando de coroas totais amplas lesões de cárie na vestibular, principalmente quando resultarão em restaurações de classe III ou IV mesial e distal simultâneas, em que a resolução estética é mais difícil reanatomização de dentes (GONÇALVES, 2014).

A crescente busca por um sorriso perfeito, influenciada por padrões estéticos determinados pela mídia, tem relação direta com a autoestima do indivíduo. As resinas compostas evoluíram nos últimos anos quanto às suas propriedades, permitindo que se tornassem uma boa opção para restauração em dentes anteriores, como as facetas diretas, restabelecendo a função e estética do paciente.

A aparência dos dentes pode interferir diretamente na autoestima das pessoas, por isso, nos últimos anos, há uma procura incessante por um alto padrão estético do sorriso. Alterações dentárias que comprometam a harmonia bucal do paciente podem comprometer a interação social do indivíduo.

Com a evolução dos materiais e dos procedimentos restauradores, há uma ampla variedade de procedimentos que podem ser realizados, o que permite indicar e planejar um tratamento mais adequado para a necessidade de cada paciente, utilizando técnicas minimamente invasivas. Para isso, a anamnese é fundamental para que os anseios do paciente possam ser entendidos e com isso se chegue a um denominador comum entre paciente e profissional.

4 DISCUSSÃO

As facetas diretas de resina composta surgiram como uma alternativa mais conservadora, oferecendo a vantagem de resultado imediato ao paciente, dispensando uma etapa laboratorial, com possibilidade de reparo, que permite ao profissional controlar a cor e a forma dos dentes restaurados e, mesmo, fazer ajustes posteriores, além de apresentarem baixo custo, em relação à modalidade indireta (CARDOSO et al., 2011). 

A técnica restauradora direta diante da evolução das resinas compostas e dos sistemas adesivos tem apresentado maior longevidade, havendo relatos de durabilidade clínica, em torno de 10 anos. Nos dias atuais é evidente uma grande busca pela aparência perfeita. O princípio estético é uma das características mais cobiçadas na odontologia moderna, levando a uma demanda acentuada, pela aparência estética do sorriso, que favorece: naturalidade, harmonia e expressividade (GONÇALVES, 2019).

A odontologia estética vem ganhando reconhecimento, sendo cada vez mais praticada nos últimos anos devido ao grande avanço: dos materiais restauradores, novas técnicas empregadas e por se adaptarem a uma abordagem mais conservadora, proporcionando efetivamente, a reprodução aproximada das características naturais das estruturas dentárias em relação a: cor, brilho, translucidez e fluorescência (ROCHA, 2013).

4.1 FACETAS DIRETAS

Embora as facetas indiretas apresentarem maior resistência à fratura, ao desgaste, ao manchamento e maior estabilidade de cor, as facetas diretas em resina composta se trata de uma técnica restauradora, que vem se destacando na área odontológica, por ser um procedimento estético que visa a conservação da estrutura dentária proporcionando resultado estético imediato, normalmente em uma única sessão clínica, facilidade de reparação, controle de cor e forma, e custo reduzido quando comparadas a outras modalidades de tratamento (SANTOS, 2017).

É uma técnica bem simples que não demanda de etapa laboratorial, porém necessita de: treinamento profissional, conhecimento técnico, sobre as propriedades ópticas dos materiais restauradores e atenção, desde a sua indicação, até as etapas finais de sua execução (REIS, 2019).

As facetas estéticas são definidas como restaurações parciais que recobrem as superfícies vestibulares, proximais, e em alguns casos incisais dos dentes anteriores com o objetivo de melhorar a estética e a função (CARDOSO, 2011).

As restaurações diretas, em resina composta são uma alternativa viável para procedimentos na região anterior, pois proporcionam correção estética e reconstrução dos dentes, a evolução do conhecimento do comportamento dos tecidos dentários e a incidência de luz permitiram o desenvolvimento de novas resinas compostas, com melhores propriedades mecânicas e ópticas, além de diferentes técnicas incrementais, para restaurar dentes anteriores com naturalidade (SANTOS, 2017).

4.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PREPARO PARA FACETA DIRETA

O preparo para as facetas diretas é bem conservador, sendo removida apenas uma pequena camada da superfície vestibular. A quantidade de desgaste dependerá da região do dente, visando acompanhar o desgaste realizado e garantir que a quantidade ideal de estrutura foi removida, em relação à margem gengival, a altura da linha do sorriso alta é determinante na sua delimitação. Para que a interface dente restauração fique completamente mascarada, o término do preparo deve ser colocado dentro do sulco gengival (BORGES, et al., 2019).

Contudo, isso pode dificultar os procedimentos de acabamento e polimento e gerar uma região de acúmulo de placa e irritação gengival, ainda que pequena. Sendo assim, a interface dente restauração deve ser posicionada ao nível ou ligeiramente aquém da margem gengival, contribuindo com a saúde dos tecidos moles. Porém, essa configuração só é possível nos pacientes que não mostram a margem gengival ao sorrir e apresentam pequena ou nenhuma alteração de cor, e não se incomodam em ter uma estética menos favorável nessa área em favor de uma saúde gengival melhorada (ROCHA, 2013).

4.3 RESINA COMPOSTA

As resinas compostas são os materiais mais utilizados em restaurações diretas, seja em dentes anteriores ou posteriores. Isso porque apresentam características mecânicas e estéticas bastante similares às dos dentes (BORGES, et al., 2019).

São materiais poliméricos constituídos por uma matriz orgânica reforçada por uma dispersão de vidros, cristais ou partículas de carga, sendo então esses dois componentes unidos por agentes de união, os silanos orgânicos. As resinas compostas são as mais utilizadas para restaurações diretas, tanto em dentes anteriores, como em posteriores, devido a suas características mecânicas e estéticas. Também promovem preparos extremamente conservadores, preservando estrutura dental sadia (CASTRO, 2019).

As resinas compostas são consideradas por muitos indivíduos como um dos maiores avanços da área da odontologia e da restauração dental. No entanto, o seu uso não é tão recente assim, como a maioria das pessoas costumam imaginar (ROCHA, 2013).

Na realidade, a resina composta começou a ser utilizada com essa finalidade de restaurar os dentes em meados de 1950, a partir de então, diversas pesquisas, estudos e avanços foram feitos para que essa prática pudesse ser cada vez mais aprimorada e utilizada (GONÇALVES, 2019).

A resina composta é feita a partir de materiais poliméricos, que por sua vez, são constituídos por três elementos essenciais:

Matriz orgânica. O primeiro elemento é uma espécie de matriz orgânica, que é uma estrutura biológica e amorfa. A matriz orgânica é o elemento considerado responsável por garantir maior estabilidade e rigidez às resinas compostas.

Carga inorgânica. Em seguida temos uma carga inorgânica, reforçada por partículas de minerais, podendo ser partículas de carga, cristais como quartzo ou, até mesmo, dispersão de vidros. A carga inorgânica possui o objetivo de aprimorar a resistência à compressão da resina (CRUZ, 2021).

Agentes de união. Por último, mas não menos importante, temos o elemento conhecido como agentes de união. Ou seja, é o responsável por unir todos os outros materiais juntos, já que a matriz orgânica e a carga inorgânica são feitas a partir de materiais completamente diferentes (ROCHA, 2013).

As resinas compostas possuem as seguintes propriedades físicas: Contração de polimerização, ou seja, a aproximação dos monômeros de baixo peso molecular para formar cadeias mais longas de moléculas extensas; Sorção de água e solubilidade em meio aquoso; Radiopacidade e estabilidade de cor (CRUZ, 2021).

Um dos procedimentos mais avançados na estética bucal atual é o uso das facetas de porcelana ou facetas de resina, consideradas por muitos profissionais como a “grande descoberta” da odontologia estética. As facetas são lâminas confeccionadas em Porcelana ou Resina Composta com cerca de 7 milímetros de espessura, cimentadas nos dentes incisivos centrais. O objetivo, além de elevar a autoestima e bem-estar dos pacientes, é melhorar a aparência do sorriso (ROCHA, 2013).

As facetas de porcelana ou facetas de resina contribuem significativamente para a harmonização do sorriso de uma pessoa. Esse recurso permite que o dentista ofereça ao paciente uma variedade de tons (mais claros) para os dentes, além de corrigir a dentição torta e manchada, diminuir a distância (espaçamento) entre os dentes, aumentar o tamanho, melhorar o formato, solucionar a aparência do esmalte dental desgastado, além de tantos outros benefícios (GONÇALVES, 2019). 

O material utilizado atualmente nas facetas de porcelana é o dissilicato de lítio, que além de mais resistente que as porcelanas tradicionais, pode ser feito em várias espessuras, inclusive as extremamente finas (nesse caso, lentes de contato).

Os agentes químicos utilizados para fixação das facetas de porcelana aos dentes são extremamente eficientes, garantindo muita segurança aos profissionais e pacientes (CRUZ, 2021).

4.4 GENGIVAS

Nos últimos anos, as pessoas vêm buscando se enquadrar em um alto padrão estético do sorriso, esse que pode interferir diretamente na autoestima de muitos. Além disso, existe o desejo da aceitação social e em alguns casos, a necessidade de reabilitar alguma função perdida (BORGES, et al., 2019). 

As facetas em resina composta são uma das opções possíveis para solucionar a insatisfação estética, como alterações de tamanho, cor, forma, desalinhamento, espaços interdentários e também sequelas provenientes de cárie e outros possíveis problemas em dentes anteriores. Estão sendo cada vez mais utilizadas, pois os materiais adesivos e restauradores vêm adquirindo com o tempo mais qualidade estética e funcional do que os oferecidos anteriormente (MUZIOL, 2017). 

Em resultado da grande busca pela harmonia do sorriso, os materiais odontológicos vêm apresentando avanços nas propriedades ópticas e físicas, favorecendo as técnicas conservadoras e por consequência auxiliando no alcance de resultados satisfatórios. Além disso, possibilitam um leque de procedimentos que podem ser realizados, permitindo indicar e planejar um tratamento personalizado para cada paciente, visando utilizar técnicas menos invasivas (CRUZ, 2021).

O preparo para as facetas diretas é bem conservador, sendo removida apenas uma pequena camada da superfície vestibular. A quantidade de desgaste dependerá da região do dente, da intensidade das alterações cromáticas, forma e posicionamento do dente envolvido. Em relação à região do dente, uma vez que se deseja que o preparo seja realizado apenas em esmalte, deve-se ter noção de sua espessura em cada região da coroa, evitando-se atingir a dentina. Sabe-se que a espessura do esmalte na região cervical de um incisivo central superior varia de 0,5 a 0,7 mm na região cervical, 1,1 a 1,4 mm no terço médio e 1,2 a 1,8 no terço incisal. A espessura do esmalte nos dentes anteriores superiores e inferiores (ROCHA, 2013). 

Em relação à margem gengival, a altura da linha do sorriso alta é determinante na sua delimitação. Para que a interface dente-restauração fique completamente mascarada, o término do preparo deve ser colocado dentro do sulco gengival. Contudo, isso pode dificultar os procedimentos de acabamento e polimento e gerar uma região de acúmulo de placa e irritação gengival, ainda que pequena. Sendo assim, a interface dente restauração deve ser posicionada ao nível ou ligeiramente aquém da margem gengival, contribuindo com a saúde dos tecidos moles (CRUZ, 2021).

Tipos de lesão que podem ocorrer a erosão é um tipo de lesão não cariosa que se caracteriza como um desgaste crônico e químico provocado por ácidos de origem não bacteriana, os quais, para terem capacidade erosiva, devem ter pH inferior a 5,5. Esse tipo de lesão acomete locais sem biofilme, uma vez que este, na verdade, protege o dente contra a erosão clinicamente, a lesão inicia-se com um desgaste superficial do esmalte, deixando o dente com uma superfície rasa e lisa, sem manchas ou acúmulo de biofilme. Os dentes que apresentam erosão sofrem perda de brilho e exposição dentinária vestibular, palatina e lingual. As cavidades podem ser definidas e localizadas ou ocorrer em toda a superfície do esmalte, com contorno arredondado ou em forma de pires, sem término nítido (GONÇALVES, 2019).

4.5 A ESTÉTICA

Em alguns casos, mesmo que desejemos alterar a largura e o comprimento real do dente que esta sendo restaurado, para que fique exatamente igual ao homólogo, isso pode demandar um movimento ortodôntico ou plástica gengival, aos quais o paciente pode não estar disposto a se submeter. Sendo assim, algumas alterações realizadas na morfologia superficial das faces vestibulares podem gerar uma sensação de que o dente em questão é maior ou menor, criando uma percepção de ilusão. Isso é conseguido manipulando-se a chamada área plana da face vestibular, da mesma forma, o tamanho das ameias incisais e cervicais determinam o aspecto de jovialidade dos dentes, e pode ser trabalhado no momento da restauração (ROCHA, 2013).

Além de favorecer a estética da interface entre resina e estrutura dentária, pela mudança gradual da cor do dente para o compósito, o bisel marginal possibilita melhor adaptação interfacial e diminuição do índice de infiltração marginal. (MONDELLI, 2018).

Os preparos para realização da face V facetas vestibulares consistem de redução estrutural dessas superfícies, e devem geralmente ficar confinados à camada do esmalte, embora, em várias situações, envolvam também uma camada superficial da dentina. Porém, estes preparos devem evitar ao máximo a remoção desnecessária de dentina, não só para que não haja dano pulpar, como também porque a retenção da faceta ao esmalte condicionado é sempre melhor do que a retenção proporcionada pelos adesivos à dentina (CRUZ, 2021).

Os resultados estéticos com essa técnica são muito expressivos e a reprodução da cor e translucidez originais é muito boa. O conceito de recobrimento parcial vestibular das coroas dos dentes por motivos estéticos vem da década de 1930, quando o Dr. Charles Picus criou a técnica das facetas de porcelana, para atender à demanda estética dos artistas de Hollywood. Como sabemos, o cinema americano teve um papel importante na cultura e no comportamento universal, e essa demanda estética teve o mérito de despertar a atenção dos cirurgiões-dentistas ao redor do mundo, que até então tinham como objetivo a restauração da função e da oclusão dos dentes (CASTRO, 2019)

Entretanto, essa cobertura da superfície vestibular com finíssimas “capas” de porcelana coladas sobre os dentes, eram uma técnica de alto custo, a que poucas pessoas tinham acesso. Na tentativa de reduzir os custos, os profissionais começaram a realizar o recobrimento das faces vestibulares dos dentes com facetas realizadas diretamente na boca, com resinas compostas. (ROCHA, 2013).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As facetas em resina composta são uma alternativa eficaz para o tratamento de problemas estéticos em dentes anteriores. Essa técnica oferece benefícios como a preservação do elemento dentário, menor desgaste para inclusão do material restaurador e resultados imediatos. Além disso, as facetas em resina composta permitem o controle da cor e forma dos dentes restaurados, proporcionando uma aparência semelhante ao esmalte e à dentina natural.

No entanto, é importante destacar que o uso indiscriminado dessa técnica pode causar injúrias ao tecido periodontal. Portanto, é crucial realizar uma avaliação detalhada e ter domínio sobre a técnica, respeitando os protocolos existentes. É fundamental respeitar a margem gengival de cada paciente para evitar inflamação gengival e possíveis sequelas periodontais.

Através da revisão bibliográfica integrativa realizada neste estudo, foram evidenciados diversos posicionamentos sobre o tema, destacando a importância de utilizar as facetas em resina composta de forma criteriosa, levando em consideração os princípios biológicos, como o espaço biológico, para evitar alterações patológicas.

Em suma, as facetas em resina composta representam uma excelente opção de tratamento estético para dentes anteriores. No entanto, é fundamental que os profissionais da área dentária tenham conhecimento e habilidade na aplicação dessa técnica, a fim de preservar a saúde do tecido periodontal e obter resultados estéticos satisfatórios para os pacientes.

REFERÊNCIAS

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CARDOSO, Paula Carvalho. Facetas Diretas de Resina Composta e Clareamento Dental: Estratégias para Dentes Escurecidos. Disponível em: <http://files.bvs.br/upload/S/0104-7914/2012/v20n55/a3117.pdf> Acesso em 26 de abr.2023.

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1Acadêmica do curso de Odontologia. E-mail:lamara-abreu@hotmail.com
2Acadêmica do curso de Odontologia. E-mail:rosamelo1042@gmail.com
3Professor orientador. E-mail: paulo.carvalho@uniron.edu.br