COMPLICAÇÕES HEMODINÂMICAS ASSOCIADAS À ANESTESIA GERAL EM PACIENTES CRÍTICOS: PREVENÇÃO E MANEJO NA UTI

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202501301956


Jorge Augusto Soares de Souza¹; Fernando Vieira Ferreira²; Thais Fernandes do Monte³; Rodolffo Gustavo Ascarum do Nascimento⁴; Julia Fontes Carneiro⁵; Ana Luiza Rodrigues de Faria Ramos⁶; Larissa Andrade Rodrigues⁷; Érica Sayuri Arakaki⁸; Gabriela Santos de Souza⁹; Laura Amaro Castelan¹⁰.


RESUMO

Objetivo: Analisar as Complicações Hemodinâmicas Associadas à Anestesia Geral em Pacientes Críticos. Revisão Bibliográfica: A anestesia geral é um procedimento amplamente utilizado em cirurgias e procedimentos médicos para proporcionar analgesia, amnésia, relaxamento muscular e inconsciência. Embora a anestesia geral seja geralmente considerada segura, ela apresenta riscos potenciais de complicações perioperatórias que podem afetar a segurança do paciente. Tais complicações incluem problemas respiratórios, hipotensão, náuseas e vômitos, lesões neurológicas, entre outros. Considerando, portanto, as mais prováveis complicações anestésicas pós-operatórias em pacientes submetidos à anestesia geral, faz-se necessário pontuar a importância da adequada avaliação pré-operatória feita pelo médico anestesiologista, com atenção ao histórico médico do paciente. Considerações finais: Destaca-se que a segurança do paciente em anestesia geral é uma preocupação primordial para os profissionais de saúde, pois complicações perioperatórias podem resultar em morbidade, mortalidade e custos adicionais de cuidados de saúde.

Palavras-chave: Anestesia Geral, Complicações, Cirurgia.

INTRODUÇÃO

A anestesia geral é um procedimento amplamente utilizado em cirurgias e procedimentos médicos para proporcionar analgesia, amnésia, relaxamento muscular e inconsciência. Embora a anestesia geral seja geralmente considerada segura, ela apresenta riscos potenciais de complicações perioperatórias que podem afetar a segurança do paciente. Tais complicações incluem problemas respiratórios, hipotensão, náuseas e vômitos, lesões neurológicas, entre outros.

A segurança do paciente em anestesia geral é uma preocupação central para os profissionais de saúde, pois complicações podem resultar em morbidade, mortalidade e aumento dos custos de cuidados de saúde. Portanto, estratégias eficazes para reduzir complicações perioperatórias são fundamentais para melhorar os resultados e a qualidade do cuidado em pacientes submetidos à anestesia geral.

É evidente a importância das substâncias anestésicas para a realização de procedimentos invasivos, desde aqueles realizados ambulatorialmente até cirurgias de grande porte. Crianças, adolescentes, adultos e idosos são submetidos a procedimentos anestésicos no mundo inteiro, porém, naqueles acima de 60 anos observa-se maior associação às complicações anestésicas pós-operatórias (IRWIN MG, et al., 2019).

A aplicação de substâncias anestésicas nos casos de anestesia geral pode impactar o paciente de formas que ainda não estão bem esclarecidas. Em alguns casos, além das disfunções cognitivas, pode-se observar relatos de delirium pós-operatório, caracterizado por um quadro confusional mental agudo, possível agitação e comprometimento da cognição. Ainda neste quadro, o paciente pode evoluir com prováveis alucinações e episódios psicóticos. O delirium pós-operatório está mais associado a fatores desencadeantes como estresse, ansiedade e depressão, bem como registra-se maior grau de mortalidade se comparado com os casos de disfunção cognitiva pós-operatória (ALALAWI R e YASMEEN N, 2017).

Considerando, portanto, as mais prováveis complicações anestésicas pós-operatórias em pacientes submetidos à anestesia geral, faz-se necessário pontuar a importância da adequada avaliação pré-operatória feita pelo médico anestesiologista, com atenção ao histórico médico do paciente, além de um exame físico completo e total monitoramento da evolução do quadro durante o procedimento cirúrgico, visando reduzir as complicações decorrentes dos procedimentos médicos (SUSANO MJ, et al., 2018).

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A população submetida a cirurgias e à anestesia geral vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Dados fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) evidenciam que uma parcela considerável das incapacidades decorrentes das doenças no âmbito mundial será tratável por procedimentos cirúrgicos. Esse crescimento significativo relaciona-se com o aumento da expectativa de vida, bem como com a modernização da medicina cirúrgica. Dentre as principais cirurgias realizadas, têm-se as cirurgias abdominais, ortopédicas, vasculares e plásticas, além de cirurgias no aparelho digestivo, principalmente colecistectomias videolaparoscópicas. No entanto, em intervenções mais agressivas, como no caso de doenças malignas, observa-se certa relutância na recomendação por parte dos médicos, em decorrência da maior morbimortalidade da população (OLIVEIRA DF, et al., 2019).

Dessa forma, ao considerar a grande complexidade que envolve uma cirurgia, é de suma importância levar em consideração as alterações fisiológicas e condições clínicas que cada indivíduo apresenta, principalmente tratando-se de pacientes de maior idade. Todavia, as ferramentas para predição de complicações nesta parcela populacional ainda são insuficientes. Sabe-se que tanto a anestesia quanto o procedimento cirúrgico em si elevam os riscos de disfunções orgânicas e cognitivas no pós-operatório, como por exemplo, perda de memória e de concentração, confusão mental, alucinações, delírio ou até mesmo distúrbios neurocognitivos discretos, que somente são identificados por meio de testes neuropsicológicos específicos, como o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), principalmente em pacientes idosos (SUSANO MJ, et al., 2018).

Pode-se destacar, ainda, como exemplos de resultados indesejados: complicações cardíacas ou pulmonares, dor pós-operatória, delírio, agitação de emergência, hipotermia pós-operatória e hiperêmese. Estas complicações também estão relacionadas a maior tempo de permanência hospitalar, declínio funcional, maior morbidade e mortalidade, dependência financeira governamental para auxílio-doença, reinternações e declínio intelectual a longo prazo. Sabe-se que os pacientes na faixa etária geriátrica possuem maior morbidade, mortalidade e número de complicações, quando comparados a adultos, sendo necessárias adaptações corporais e emocionais específicas a esta população (SUSANO MJ, et al., 2018).

Além disso, o desenvolvimento e a implementação de diretrizes clínicas baseadas em evidências são cruciais para padronizar a prática anestésica e melhorar a segurança do paciente. Isso pode incluir protocolos para prevenção de náuseas e vômitos pós-operatórios, estratégias para reduzir a ocorrência de atelectasia pulmonar e diretrizes para o manejo da dor perioperatória.

Outra área importante de foco é a educação e o treinamento contínuos dos profissionais de saúde envolvidos na administração da anestesia geral. Isso inclui anestesiologistas, enfermeiros anestesistas, cirurgiões e pessoal de enfermagem. A atualização regular sobre as melhores práticas, procedimentos de segurança e técnicas de ressuscitação é essencial para garantir uma abordagem multidisciplinar e coordenada para a segurança do paciente.

A otimização pré-operatória emergiu como uma estratégia fundamental para reduzir complicações. A identificação e o tratamento de comorbidades médicas, como diabetes e hipertensão, estão associados a melhores resultados perioperatórios. No entanto, a implementação dessas intervenções pode ser desafiadora devido à complexidade de algumas condições médicas e à necessidade de uma abordagem multidisciplinar.

A utilização de checklists de segurança também se mostrou eficaz na redução de eventos adversos. A padronização dos procedimentos antes, durante e após a cirurgia pode minimizar erros humanos e garantir a realização segura do procedimento. No entanto, é importante garantir a adesão dos profissionais de saúde aos checklists, pois a eficácia dessas ferramentas depende da sua implementação correta.

A administração profilática de antibióticos antes da cirurgia é uma prática bem estabelecida para prevenir infecções pós-operatórias. No entanto, o uso racional de antibióticos é essencial para minimizar o desenvolvimento de resistência bacteriana. Estratégias de antimicrobianos guiadas por diretrizes baseadas em evidências podem ajudar a maximizar os benefícios da profilaxia antibiótica, enquanto minimizam os riscos associados.

A estratégia de “tempo fora” antes do início da cirurgia é uma intervenção simples, mas eficaz, na prevenção de erros cirúrgicos. No entanto, é crucial que todos os membros da equipe cirúrgica estejam engajados e participem ativamente dessa etapa. Além disso, a comunicação eficaz entre os membros da equipe é fundamental para garantir que as informações corretas sejam verificadas e confirmadas durante o “tempo fora”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Destaca-se que  a segurança do paciente em anestesia geral é uma preocupação primordial para os  profissionais  de  saúde,  pois  complicações  perioperatórias  podem  resultar  em morbidade, mortalidade e custos adicionais de cuidados de saúde. Esta revisão destaca várias  estratégias  eficazes  para  reduzir  complicações  e  melhorar  os  resultados perioperatórios.A  otimização  pré-operatória,  incluindo  a  identificação  e  o  tratamento  de comorbidades médicas.

REFERÊNCIAS

DONINI, Nathalia Gomes et al. COMPLICAÇÕES DA ANESTESIA GERAL EM PACIENTES PEDIÁTRICOS. Revista CPAQV-Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida, v. 16, n. 2, p. 6-6, 2024.

SCHMIDT, André Prato. Anestesia geral versus regional em cirurgia arterial periférica: estudo sobre a incidência de complicações pulmonares pós-operatórias. 2023.

SILVA, Aurélia Samila et al. SEGURANÇA DO PACIENTE EM ANESTESIA GERAL: ESTRATÉGIAS PARA REDUÇÃO DE COMPLICAÇÕES PERIOPERATÓRIAS. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 10, n. 6, p. 2587-2595, 2024.

SIQUEIRA, Letícia Cristina Dalledone. A espectroscopia próxima ao infravermelho (NIRS) na monitorização hemodinâmica cerebral durante a endarterectomia de carótida sob anestesia geral. 2022. Tese de Doutorado. [sn].

MELLO, Sérgio Silva de; MARQUES, Ronaldo Soares; SARAIVA, Renato Ângelo. Complicações respiratórias em pacientes com paralisia cerebral submetidos à anestesia geral. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 57, p. 455-464, 2007.

MALBOUISSON, Luiz Marcelo Sá et al. Atelectasias durante anestesia: fisiopatologia e tratamento. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 58, p. 73-83, 2008.

FERREIRA, Luiz Eduardo de Castilhos; NOLASCO, Marcos Farias. Anestesia geral versus regional em cirurgia arterial periférica: estudo sobre a incidência de complicações pulmonares pós-operatórias. 2022.

DE SOUZA JÚNIOR, Eliel Pessôa et al. Impacto da Anestesia Geral na Ocorrência de Atelectasia Pós-Cirúrgica: Uma Análise Clínica. Periódicos Brasil. Pesquisa Científica, v. 3, n. 1, p. 52-70, 2024.

SILVEIRA, Juliana Specian Zabotini da. Prevalência de complicações respiratórias imediatas em pacientes com fissuras de lábio e/ou palato submetidos à cirurgia ortognática e sua relação com o tempo de anestesia geral. 2019. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

SILVA, Denise Rossato; GAZZANA, Marcelo Basso; KNORST, Marli Maria. Valor dos achados clínicos e da avaliação funcional pulmonar pré-operatórios como preditores das complicações pulmonares pós-operatórias. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 56, p. 551-557, 2010.


¹Pós-graduado em Psiquiatria. Médico. Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), Alfenas/MG;
²Médico. Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (2015);
³Médica. Universidad Privada Del Este (UPE), revalidada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
⁴Médico. Centro Universitário São Lucas;
⁵Graduanda em Medicina. Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ);
⁶Bacharela em Enfermagem. Faminas – BH;
⁷Graduanda em Medicina. Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos;
⁸Graduada em Medicina. Faculdade de Medicina de Jundiaí;
⁹Graduanda em Medicina. Universidade Federal de Alfenas – MG;
¹⁰Médica. Universidade Luterana do Brasil.