COMPARISON BETWEEN DIFFERENT MAINTENANCE MANAGEMENT SOFTWARE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202510222355
MORAIS, Adilson Jorge de
SOUZA, Edson Rodrigues de
QUEIROZ, Wellington Jadson de
RIBEIRO, Alexandre Imperatore
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo realizar uma análise comparativa entre diferentes softwares de gestão da manutenção (CMMS – Computerized Maintenance Management Systems), com base em revisão bibliográfica descritiva. A pesquisa abrange publicações acadêmicas, estudos de caso e relatórios técnicos publicados nos últimos cinco anos, visando identificar critérios relevantes para a seleção dessas ferramentas em contextos industriais. A análise considerou aspectos como usabilidade, custo de implantação, mobilidade, capacidade de integração, presença de funcionalidades preditivas e suporte técnico. Foram examinadas as plataformas Fiix, IBM Maximo, MaintainX, UpKeep, Limble e SuperCMMS, cujas características técnicas foram comparadas a partir de fontes especializadas e avaliações de usuários. Os resultados indicam que a escolha do software deve estar alinhada à realidade operacional da organização, à maturidade tecnológica instalada e à disponibilidade de recursos humanos e financeiros. Observou-se que, embora funcionalidades avançadas estejam amplamente disponíveis, seu uso efetivo ainda é limitado em muitas empresas, sobretudo em razão de barreiras estruturais e de capacitação. Conclui-se que a seleção de um CMMS exige não apenas avaliação técnica, mas também análise do contexto de aplicação, de modo a garantir maior efetividade e aproveitamento dos recursos implementados.
Palavras-chave: Gestão da Manutenção; CMMS. Sistemas Informatizados; Análise Comparativa; Manutenção preditiva.
ABSTRACT
This article aims to conduct a comparative analysis of different maintenance management software (CMMS – Computerized Maintenance Management Systems), based on a descriptive bibliographic review. The research encompasses academic publications, case studies and technical reports published over the past five years, in order to identify relevant criteria for selecting such tools in industrial contexts. The analysis considered aspects such as usability, implementation costs, mobility, integration capabilities, predictive maintenance features, and technical support. The platforms examined, Fiix, IBM Maximo, MaintainX, UpKeep, Limble, and SuperCMMS, were compared based on specialized literature and user evaluations. The findings indicate that the selection of a software solution must be compatible with the operational characteristics of the organization, its technological maturity, and the availability of financial and human resources. It was observed that, although advanced features are widely available, their actual use remains limited in many companies, mainly due to structural barriers and lack of staff training. It is concluded that the selection of a CMMS should go beyond technical specifications and include a contextual analysis to ensure greater effectiveness and utilization of the implemented functionalities.
Key words: Maintenance Management; CMMS; Maintenance Systems; Comparative Analysis; Predictive Maintenance.
1 INTRODUÇÃO
A gestão eficiente da manutenção industrial tem sido considerada um componente para a sustentabilidade das operações, especialmente em ambientes produtivos que exigem confiabilidade, previsibilidade e controle sobre os ativos físicos (Beniacoub et al., 2021).
Nesse contexto, os sistemas informatizados de gerenciamento da manutenção, conhecidos como CMMS (Computerized Maintenance Management Systems), têm se destacado como ferramentas que proporcionam suporte à estruturação, planejamento e monitoramento das atividades de manutenção corretiva, preventiva e preditiva (Stazic et al., 2023).
Esses sistemas agregam um conjunto diversificado de funcionalidades, que envolvem desde o registro e a organização das ordens de serviço até a análise de indicadores de desempenho (KPIs), passando por recursos avançados como integração com sensores inteligentes, análises preditivas e interface móvel para uso em campo.
Observa-se, contudo, que há uma assimetria entre o número de opções ofertadas no mercado e a sistematização de informações que auxiliem os gestores na escolha da solução mais compatível com as características e necessidades de suas operações. Em muitas situações, recursos técnicos são implementados sem que haja um uso consistente ou efetivo (Amorim et al., 2024), seja por limitações estruturais, seja por ausência de capacitação das equipes operacionais (Wieczorek, 2023). Esse distanciamento entre a capacidade tecnológica dos sistemas e sua apropriação prática impõe desafios à seleção e adoção dessas ferramentas.
Diante disso, o presente estudo tem como objetivo comparar diferentes softwares de gestão da manutenção a partir de revisão bibliográfica descritiva, com foco em identificar características técnicas, aspectos operacionais e experiências de uso relatadas na literatura. A análise contempla critérios como custo de aquisição e operação, facilidade de uso, mobilidade, capacidade de integração com outros sistemas, recursos de manutenção preditiva e atendimento técnico, buscando verificar não apenas as funcionalidades declaradas, mas também a frequência e a profundidade com que essas são efetivamente utilizadas.
2 METODOLOGIA
A presente pesquisa caracteriza-se como qualitativa, do tipo descritiva, com base em revisão bibliográfica, uma vez que não envolverá coleta de dados primários nem aplicação prática de questionários ou entrevistas. O método bibliográfico foi escolhido por permitir a recopilação, análise e comparação de informações já existentes sobre diferentes softwares de gestão de manutenção, coletadas em artigos acadêmicos, estudos de caso, relatórios técnicos, comparativos mercadológicos e literatura especializada (ACCRUENT, 2025; SELECTHUB, 2025). O foco está em entender quais funcionalidades, critérios de desempenho, vantagens e desvantagens são mais mencionados na literatura recente, fornecendo um contexto que possa orientar escolhas em indústrias.
Para garantir pertinência e atualidade, definiu-se o intervalo temporal de publicações como os cinco últimos anos, de forma a captar avanços recentes na tecnologia de manutenção. As fontes selecionadas apresentam descrição clara de softwares de gestão de manutenção ou CMMS (Computerized Maintenance Management System), com informações sobre funcionalidades técnicas, implantação, custo, usabilidade, mobilidade, integração com outros sistemas, suporte técnico e desempenho em manutenção preventiva/preditiva (G2, 2025; LIMBLE CMMS, 2025; SUPERCMMS, 2025).
A etapa de coleta de material foi conduzida conforme um protocolo sistematizado de busca, iniciado pela definição de termos-chave representativos do escopo investigado, tais como software de gestão de manutenção, CMMS (Computerized Maintenance Management System), comparativo de CMMS, maintenance management software, manutenção preditiva e gerenciamento de ativos industriais.
As buscas foram realizadas em bases de dados acadêmicas amplamente reconhecidas, como Scopus, Web of Science, ScienceDirect e Google Scholar. Também foram consultados repositórios institucionais de universidades e centros de pesquisa, além de fontes técnicas especializadas, como manuais de fabricantes, publicações corporativas e análises elaboradas por especialistas da área.
Em seguida, cada texto foi examinado quanto à relevância para os objetivos do estudo; os que apresentavam enfoque em comparação de softwares seguiram para leitura integral.
A análise dos dados obtidos ocorreu por meio comparativo entre os softwares identificados, utilizando critérios previamente estabelecidos. Esses critérios foram derivados dos objetivos do estudo e da literatura especializada, incluindo custo total de propriedade, usabilidade e interface de usuário, mobilidade, escalabilidade, integração com outros sistemas e sensores (IoT), funcionalidades preditivas, suporte técnico, e relatórios de indicadores de desempenho (KPIs).
O tratamento qualitativo permitiu identificar padrões comuns, destacar diferenças significativas, mapear problemas identificados pelos autores das publicações e ressaltar pontos de atenção no contexto industrial.
Delimitações do estudo foram consideradas para manter coerência entre escopo e resultado; a revisão foca em literatura acessível publicamente ou via instituições, de modo que softwares cujas documentações sejam restritas ou pouco divulgadas podem ficar sob representados.
Também, embora se busque incluir exemplos brasileiros, grande parte das publicações pode ter origem internacional, requerendo reflexão quanto à aplicabilidade local. A análise concentra-se em aspectos descritivos e comparativos, com base no que já foi publicado em estudos de caso ou análises de mercado, sem execução de ensaios práticos próprios fora do escopo das fontes consultadas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos estudos selecionados revelou diferentes perfis de uso, avanços, lacunas e desafios na adoção de softwares de gestão de manutenção, em especial CMMS, em variadas indústrias, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Os resultados permitem identificar tendências, pontos críticos e impactos práticos que devem ser considerados por empresas que buscam adotar ou melhorar seu software de manutenção.
Um estudo de Beniacoub et al. (2021) documenta a implantação de um CMMS em sistema de saúde em Burundi, mostrando que melhoria de desempenho é viável mesmo em ambientes com recursos limitados. Eles implementaram o sistema em 2017-2020 em seis distritos de saúde, hospitais e centros de atenção primária, registrando aumento das intervenções de manutenção, melhoria no tempo de resposta corretiva e maior disponibilidade de ativos.
O sucesso dependia de cooperação institucional, formação adequada, infraestrutura mínima de hardware e conectividade estável. Esse estudo ilustra que fatores técnicos, organizacionais e de treinamento exercem papel decisivo, confirmando que funcionalidade do software sozinha não basta para gerar impacto operacional (Beniacoub et al., 2021).
Outro trabalho relevante foi o de Stazić et al. (2023) que focou na qualidade dos bancos de dados usados por CMMS no setor marítimo. Eles verificaram que muitos sistemas possuem dados incompletos ou inconsistentes, o que reduz fortemente o retorno esperado das funções avançadas de manutenção, como a preditiva.
A proposta de correções nos bancos de dados gerou estimativas de benefícios financeiros ou de segurança elevados para uma parte substancial dos bancos analisados. Esse resultado destaca que critérios como integridade e confiabilidade dos dados são tão essenciais quanto interface ou número de funcionalidades (Stazić et al., 2023).
No cenário brasileiro, um estudo de Campos e Campos (2024) em fábrica de óleo lubrificante mostrou que a introdução de manutenção preditiva com novos controles operacionais e mudança de mentalidade dos operadores produziu melhora significativa no desempenho da linha de produção. O que antes eram paradas frequentes passaram a ter diagnósticos antecipados, o que aumentou a eficiência operacional.
Também o estudo de Amorim et al. (2024) identificou que, no Brasil, o uso de CMMS tende a se concentrar em funções corretivas, emissão de ordens de serviço, cadastro de ativos e gestão básica de manutenção preventiva, enquanto funcionalidades mais avançadas – como preditiva, integração com realidade aumentada, drones, sensores inteligentes – ainda estão em níveis iniciais ou pouco explorados. Esse resultado confirma o que a literatura mostra em geral; muitos softwares ofertam funcionalidades avançadas, mas o uso efetivo delas varia muito dependendo do contexto tecnológico e organizacional da empresa.
Outro estudo útil foi o de Wieczorek (2023), que avaliou percepções de funcionários de uma empresa de vestuário quanto à utilidade de sistemas CMMS no contexto da Indústria 4.0. Os respondentes atribuíram pontuações moderadas a benefícios como detecção de falhas e redução de downtime, enquanto mostraram avaliação mais alta para benefícios econômicos e planejamento de manutenção.
Esse dado sugere que há uma percepção de valor prático, mas também uma distância entre expectativa e realidade, possivelmente relacionada à maturidade da implantação ou ao comprometimento de partes interessadas (Wieczorek, 2023).
Esses estudos de caso e análises contextuais demonstram que a implementação de sistemas de gestão de manutenção está fortemente condicionada a variáveis como infraestrutura organizacional, maturidade tecnológica e cultura operacional.
Diante desse panorama, torna-se relevante não apenas compreender os impactos gerais do uso de softwares de manutenção, mas também realizar uma análise comparativa entre diferentes soluções disponíveis no mercado, identificando suas particularidades, capacidades técnicas e limitações operacionais. A seguir, procede-se à comparação direta entre os principais sistemas CMMS utilizados no cenário industrial, com base em fontes técnicas e avaliações de usuários.
Há comparações entre diversos softwares de gestão/manutenção (CMMS) tais como Fiix, IBM Maximo, MaintainX, SuperCMMS, UpKeep, Limble, entre outros. Essas comparações apontam diferentes perfis de atuação, forças e fraquezas que fornecem material para análise crítica da escolha de um software conforme os critérios de escolha.
Um comparativo detalhado da SelectHub (2025) compara o Maximo vs Fiix utilizando mais de 400 pontos de análise e revisões de usuários, identificando que Fiix apresenta vantagem em facilidade de uso, adoção mais rápida e suporte ao usuário, enquanto Maximo se sobressai em funcionalidades corporativas, preditiva, integração de dados e customizações para ambientes mais complexos.
Outro comparativo da Limble (2025) entre Fiix e MaintainX mostra que MaintainX tem pontos fortes em interface mobile, uso em campo, comunicação entre equipes, e operação offline, isto é útil pra equipes distribuídas ou com dificuldades constantes de conectividade. Por outro lado Fiix oferece capacidades mais avançadas em análise de dados, relatórios customizáveis e planejamento preventivo com métricas mais detalhadas, embora haja relatos de que algumas funcionalidades de relatórios e personalização são limitadas dependendo do plano pago.
O SuperCMMS é comparado com Fiix, UpKeep, Limble, MaintainX e IBM Maximo. Destaca que SuperCMMS se diferencia pelo preço mais acessível ou plano gratuito para usuários limitados, simplicidade, e oferta de funções básicas suficientes para empresas menores ou para quem está começando. Porém em comparação, perde em profundidade de integração, em módulos avançados de análise ou preditiva (SUPERCMMS, s.d).
Na plataforma G2 (2025) há comparação entre Fiix CMMS e IBM Maximo Application Suite, onde usuários dão nota maior para Fiix em facilidade de uso e suporte, configuração inicial, enquanto Maximo ganha em capacidades de preditiva, análise de performance dos ativos, complexidade para empresas com muitos ativos ou exigências corporativas elevadas.
O guia Best CMMS Software of 2025 lista o Fiix, o UpKeep, o Maintenance Connection e o Brightly Asset Essentials entre os softwares mais recomendados, mostrando que Fiix está muito presente entre os top classificados, principalmente para médias empresas, enquanto softwares corporativos, como Máximo, são mais recomendados conforme escala, tipo de ativo, necessidades de compliance ou necessidade de análise preditiva (ACCRUENT, 2025).
Com base nas comparações realizadas entre os principais softwares de gestão de manutenção (CMMS), a seguir está a Tabela 1, que sintetiza os critérios avaliados conforme metodologia.
Tabela 1 – Quadro Comparativo entre Softwares de Gestão de Manutenção (CMMS)
| CRITÉRIO DE ANÁLISE | DESTAQUES POSITIVOS | FONTES | 
| Usabilidade / Interface e mobilidade | Fiix, MaintainX e UpKeep se destacam por interface intuitiva, bons aplicativos móveis e operação offline. Ideais para equipes em campo. | Limble CMMS | 
| Funcionalidades preditivas / Análise de dados | Máximo lidera com dashboards avançados, análises preditivas e previsão de falhas. Fiix também oferece, mas com limitações em planos básicos. | G2; Select Hub | 
| Custo e modelos de preço | SuperCMMS oferece plano gratuito para até 3 usuários e preços muito acessíveis. Fiix é mais caro para planos completos. Máximo exige alto investimento. | SuperCMMS; SelectHub | 
| Integração e escalabilidade | Máximo se sobressai por integrar-se com sistemas corporativos e suportar múltiplos ativos e locais. Fiix tem limitações conforme o plano. | SelectHub; Limble CMMS | 
| Adaptação ao contexto operacional | MaintainX permite operação offline e comunicação em tempo real. Máximo demanda infraestrutura complexa e equipe técnica especializada. | Limble CMMS; SelectHub | 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2025.
Com base nesses achados, é possível constatar que não há software que seja “melhor em tudo”; cada um tem trade-offs. Para empresas de porte médio ou pequeno, ou com limitações de orçamento, de equipe ou infraestrutura, soluções como SuperCMMS, UpKeep ou MaintainX podem dar retorno mais rápido, pois oferecem os recursos essenciais com menor complexidade e custo.
Esses softwares mais simples favorecem usabilidade e mobilidade, o que facilita a adoção, reduz resistência dos operadores, reduz tempo de instalação e treinamento.
Já para empresas com muitos ativos, alta criticidade, necessidade de cumprir normas regulatórias ou de segurança, ou operar em múltiplas unidades geográficas, softwares corporativos como IBM Maximo parecem mais aptos a atender necessidades complexas de integração, análise preditiva, customização e escala. Embora o custo seja maior, se esses fatores forem estratégicos o investimento pode compensar.
Também é visível que um critério frequentemente negligenciado, mas repetido nas comparações, é o uso real das funcionalidades ofertadas. Ou seja, muitos softwares anunciam módulos preditivos ou integrações, mas nas avaliações de usuários nem todos relatam que usam tais módulos, ou que eles funcionam bem no dia a dia.
Muitas publicações mostram que embora funcionalidades avançadas existam, sua utilização efetiva é limitada. As empresas frequentemente não têm infraestrutura ou pessoal técnico capacitado para explorar plenamente recursos como IoT ou análise de dados. Isso é corroborado em Beniacoub et al. (2021), em Wieczorek (2023) e em Campos e Campos (2024). Essas limitações elevam o risco de que custos de implantação não se traduzam em retorno proporcional.
Ademais, há discrepâncias entre o que softwares prometem e o que usuários realmente percebem ou utilizam. A percepção de benefícios econômicos ou de planejamento tende a receber notas mais altas, mas detecção automática de falhas ou coleta avançada de dados tendem a receber avaliações médias ou moderadas. Wieczorek (2023) mostra que existe essa diferença de expectativas. Isso aponta para a importância de garantir compatibilidade entre o software e o contexto operacional, além de investimento em treinamento, cultura de manutenção e envolvimento das equipes.
Por fim, os ganhos organizacionais não são apenas técnicos ou financeiros, são também culturais. Estudos de caso como de Campos e Campos (2024) mostram que mudança de mentalidade dos operadores ou maior envolvimento de gestores operacionais contribui para sucesso. Isso alinha com a literatura de tecnologia da inovação que sugere que fatores humanos, treinamento e suporte são tão decisivos quanto funcionalidades.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa teve como objetivo realizar uma análise comparativa entre diferentes softwares de gestão de manutenção (CMMS), com base em revisão bibliográfica, artigos técnicos, estudos de caso e comparativos mercadológicos. A metodologia adotada demonstrou-se adequada para captar tendências atuais, desafios recorrentes e critérios decisivos na escolha de plataformas tecnológicas voltadas à manutenção industrial.
Os resultados revelaram que não há solução única que atenda a todas as demandas com igual eficácia, e que a escolha do software mais apropriado depende, fundamentalmente, do porte da organização, da maturidade tecnológica instalada, do orçamento disponível e do grau de complexidade dos ativos mantidos.
Softwares como IBM Maximo, por exemplo, oferecem recursos altamente especializados, incluindo preditiva complexa e ampla integração com sistemas corporativos, mas demandam investimentos significativos e infraestrutura qualificada. Por outro lado, soluções como Fiix, MaintainX e SuperCMMS oferecem abordagens mais ágeis, com implantação rápida, interfaces amigáveis e funcionalidades satisfatórias para empresas de médio e pequeno porte, embora com limitações em personalização ou profundidade de análise.
A análise também destacou a importância de considerar o uso real das funcionalidades oferecidas. Muitos sistemas apresentam recursos avançados que, na prática, são subutilizados devido à ausência de capacitação técnica, cultura de manutenção estruturada ou disponibilidade de dados de qualidade.
Conclui-se que a comparação entre softwares de gestão de manutenção deve ultrapassar a análise puramente técnica e considerar aspectos culturais, econômicos e operacionais da organização usuária.
Todavia, algumas limitações devem ser reconhecidas. Em primeiro lugar, o estudo se restringiu à abordagem qualitativa e à revisão bibliográfica, não incluindo coletas de dados primários, testes práticos ou medições diretas de desempenho dos softwares em ambientes reais. Com isso, as análises realizadas se fundamentam em estudos de caso, relatórios técnicos e avaliações de usuários, os quais, apesar de válidos, podem apresentar vieses decorrentes de percepções subjetivas ou de condições específicas de implantação.
Ademais, a pesquisa dependeu de fontes disponíveis publicamente, o que exclui softwares cujas documentações sejam restritas, bem como empresas cujos resultados de uso não estejam sistematizados na literatura acadêmica ou técnica. Algumas das plataformas comparadas não possuem estudos científicos publicados com rigor metodológico e, portanto, foram avaliadas com base em dados mercadológicos e relatos de usuários, o que pode limitar a generalização dos resultados.
Outra limitação relevante refere-se à escassez de dados específicos sobre o uso efetivo de funcionalidades avançadas em cada software analisado. Embora os resultados indiquem uma discrepância entre o que é ofertado e o que de fato é utilizado, os dados quantitativos sobre essa questão são limitados, o que compromete uma avaliação mais precisa da eficácia prática das ferramentas.
Finalmente, a maior parte da literatura acessada possui origem internacional, sobretudo de países desenvolvidos, o que pode distanciar os achados da realidade brasileira, marcada por restrições orçamentárias, desafios técnicos e diversidade de maturidade operacional entre empresas.
REFERÊNCIAS
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