SURGICAL APPROACH COMPARISON IN VENTRAL HERNIAS: A SYSTEMATIC REVIEW OF OUTCOMES BETWEEN OPEN AND LAPAROSCOPIC TECHNIQUES
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10530165
Pablo Well do Amaral Rego1
Raymara Thaise Amaral Silva2
Pedro Henrique Paes Alves3
Karoline Petricio Martins4
Thiago Dutra Mendonça5
Ayla Nunes Vieira6
Eliel Ferreira da Silva Oliveira7
Eduardo Athayde Cruz Silva8
Igor Luis Lins Teixeira9
Gabriela Miranda Lima10
Karinne Grazielle Oliveira Silva11
Roberto Spadoni Campigotto12
Resumo
A abordagem cirúrgica de hérnias ventrais é um tema crucial na prática médica contemporânea, influenciando diretamente a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes. Esta pesquisa visa realizar uma revisão sistemática dos resultados entre as técnicas abertas e laparoscópicas, a fim de identificar as nuances que permeiam essas abordagens e proporcionar uma compreensão mais aprofundada dos desafios e oportunidades associados. A pesquisa em foco busca realizar uma revisão sistemática dos resultados entre técnicas cirúrgicas abertas e laparoscópicas no tratamento de hérnias ventrais, visando oferecer uma análise abrangente sobre as abordagens disponíveis. A metodologia adotada compreende diversas etapas. A revisão abrangente dos dez artigos selecionados proporciona uma visão multifacetada e abrangente sobre a correção de hérnias ventrais e incisionais, destacando avanços significativos e desafios persistentes na prática cirúrgica contemporânea. Os estudos abordaram estratégias de estratificação de risco, recomendações pós-operatórias, diretrizes para abordagem emergencial, comparações entre técnicas cirúrgicas e o papel da tecnologia robótica.
Palavras-chave: Hernia. Ventral. Laparoscopia. Laparotomia.
1 INTRODUÇÃO
A abordagem cirúrgica de hérnias ventrais é um tema crucial na prática médica contemporânea, influenciando diretamente a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes. Esta pesquisa visa realizar uma revisão sistemática dos resultados entre as técnicas abertas e laparoscópicas, a fim de identificar as nuances que permeiam essas abordagens e proporcionar uma compreensão mais aprofundada dos desafios e oportunidades associados (FONSECA et al., 2022).
No contexto da cirurgia de hérnias ventrais, o aumento da prevalência dessas condições torna imperativo aprimorar as técnicas existentes para garantir resultados eficazes e minimizar complicações. A escolha entre técnicas abertas e laparoscópicas é uma decisão clínica significativa, com implicações diretas na recuperação do paciente, nos custos do tratamento e na qualidade de vida pós-operatória (CARNEIRO et al., 2021).
Diversos estudos anteriores já exploraram diferentes aspectos das abordagens cirúrgicas para hérnias ventrais, destacando preocupações como taxas de recorrência, tempo de recuperação, complicações intra e pós-operatórias, e impacto na qualidade de vida. No entanto, apesar desses esforços, persistem incertezas e controvérsias em relação à escolha ideal entre técnicas abertas e laparoscópicas (GUSMÃO et al., 2021).
A problematização que orienta esta pesquisa reside na busca por uma compreensão mais clara e precisa dos fatores que influenciam a escolha entre abordagens cirúrgicas em hérnias ventrais. A delimitação desse problema é essencial para a obtenção de novos conhecimentos que possam orientar os profissionais de saúde na tomada de decisões fundamentadas, contribuindo assim para a melhoria dos resultados clínicos e aprimoramento das práticas cirúrgicas (CARNEIRO et al., 2021).
Os objetivos deste estudo são múltiplos. Primeiramente, almeja-se realizar uma análise abrangente dos resultados associados às técnicas abertas e laparoscópicas em cirurgias de hérnias ventrais, examinando aspectos como taxa de recorrência, tempo de recuperação, complicações e impacto na qualidade de vida do paciente. Adicionalmente, pretende-se identificar as principais preocupações e controvérsias na literatura atual, visando preencher lacunas de conhecimento e fornecer informações valiosas para profissionais de saúde (GUSMÃO et al., 2021).
A justificativa para este projeto de pesquisa reside na sua relevância teórica e prática. Teoricamente, a comparação entre abordagens cirúrgicas em hérnias ventrais contribuirá para o avanço do conhecimento científico na área cirúrgica, fornecendo insights valiosos que podem informar futuras pesquisas e práticas clínicas. Do ponto de vista prático, os resultados deste estudo têm o potencial de orientar cirurgiões na escolha da técnica mais apropriada para casos específicos, impactando positivamente na eficácia do tratamento e na qualidade de vida dos pacientes.
Em síntese, esta pesquisa propõe uma análise aprofundada e abrangente das abordagens cirúrgicas em hérnias ventrais, com o objetivo de oferecer contribuições significativas para a prática clínica e o conhecimento científico, enquanto aborda de maneira clara e precisa os desafios e oportunidades inerentes a esse campo específico da cirurgia.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Contextualizando as hérnias ventrais
A presença de hérnias ventrais representa uma condição médica comum, caracterizada pela protrusão de tecido ou órgãos através de uma fraqueza ou abertura na parede abdominal. Para compreender plenamente essa condição, é essencial delinear a anatomia e a fisiologia da parede abdominal, bem como explorar o perfil dos pacientes afetados e os desafios que enfrentam em sua vida cotidiana. A parede abdominal, composta por músculos, tecido conjuntivo e fáscias, desempenha um papel crucial na proteção dos órgãos internos e na manutenção da integridade estrutural do corpo. Qualquer enfraquecimento ou falha nessa parede pode resultar na formação de uma hérnia ventral. Essa condição pode se manifestar de várias formas, incluindo hérnias umbilicais, epigástricas e incisionais, cada uma com características específicas relacionadas à sua localização anatômica (FONSECA et al., 2022).
O perfil do paciente afetado por hérnias ventrais é diversificado, abrangendo diferentes faixas etárias, gêneros e condições de saúde. Fatores predisponentes, como idade avançada, histórico familiar, obesidade, gravidez e cirurgias abdominais prévias, podem aumentar a probabilidade de desenvolvimento de hérnias ventrais. Essa diversidade de perfis destaca a importância de uma abordagem personalizada na gestão dessa condição, considerando as características individuais de cada paciente (GUSMÃO et al., 2021).
A vida desses pacientes muitas vezes é impactada pela presença de uma hérnia ventral. Além dos sintomas físicos, como dor e desconforto, os desafios psicossociais também desempenham um papel significativo. A autoimagem e a autoestima podem ser afetadas, especialmente em casos de hérnias visíveis, como a umbilical. A limitação das atividades diárias e a preocupação constante com a possibilidade de complicações, como estrangulamento da hérnia, adicionam uma camada adicional de complexidade à qualidade de vida desses pacientes (CARNEIRO et al., 2021).
A problemática para a vida desses indivíduos vai além do aspecto físico e se estende ao âmbito emocional e social. A dor crônica associada à hérnia ventral pode ter um impacto significativo na capacidade funcional do paciente, afetando sua participação em atividades sociais, profissionais e recreativas. A ansiedade em relação à progressão da hérnia e a necessidade de intervenção cirúrgica podem gerar um ônus psicológico considerável, influenciando a dinâmica familiar e as relações interpessoais (TARDELLI & DOS SANTOS ESTEVES, 2020).
Ademais, a hérnia ventral não é apenas uma condição isolada, mas muitas vezes coexiste com outras comorbidades, como doenças cardiovasculares, diabetes e distúrbios respiratórios. Essas associações aumentam a complexidade do quadro clínico e reforçam a importância de uma abordagem holística na gestão desses pacientes, considerando não apenas a hérnia em si, mas também suas ramificações para a saúde geral e o bem-estar do indivíduo (PAES et al., 2022).
Em conclusão, a compreensão da anatomia abdominal, do perfil do paciente afetado por hérnias ventrais e dos desafios que enfrentam em sua vida diária é crucial para abordar efetivamente essa condição (TARDELLI & DOS SANTOS ESTEVES, 2020). A hérnia ventral não é apenas uma questão física, mas também uma preocupação psicossocial que exige uma abordagem abrangente para melhorar a qualidade de vida desses pacientes (FONSECA et al., 2022).
2.2 Abordando as técnicas cirúrgicas
A abordagem cirúrgica das hérnias ventrais é uma área crucial da prática médica, envolvendo a escolha e execução de técnicas que visam corrigir a protrusão de tecido através da parede abdominal enfraquecida. Essas técnicas são fundamentais para proporcionar alívio aos pacientes e prevenir complicações potenciais associadas a essa condição (FONSECA et al., 2022).
As técnicas cirúrgicas para hérnias ventrais podem ser categorizadas principalmente em dois tipos: abordagem aberta e laparoscópica. Cada uma dessas abordagens tem suas características distintas, vantagens e desvantagens, e a escolha entre elas depende de diversos fatores, incluindo a natureza da hérnia, a condição clínica do paciente e a preferência do cirurgião (GUSMÃO et al., 2021).
Na abordagem aberta, o cirurgião realiza uma incisão direta sobre a área afetada, expondo a hérnia para reparo. Esta técnica é frequentemente utilizada em hérnias de maior complexidade e dimensão, permitindo uma visão direta do local de intervenção. O reparo pode ser realizado através de diversas técnicas, como a colocação de uma malha para reforçar a parede abdominal enfraquecida. Apesar da eficácia comprovada, a abordagem aberta está associada a um período de recuperação pós-operatória mais prolongado e potencial desconforto para o paciente (CARNEIRO et al., 2021).
Por outro lado, a abordagem laparoscópica é uma técnica minimamente invasiva que utiliza pequenas incisões e o auxílio de uma câmera para guiar a cirurgia. Este método tem se tornado cada vez mais popular devido aos benefícios relacionados a uma recuperação mais rápida e menor dor pós-operatória. Durante a cirurgia laparoscópica, o cirurgião insere instrumentos através das pequenas incisões para corrigir a hérnia, muitas vezes utilizando uma malha para fortalecer a área enfraquecida. Apesar desses benefícios, a abordagem laparoscópica pode ser mais desafiadora em casos de hérnias extensas ou complexas (TARDELLI & DOS SANTOS ESTEVES, 2020).
A escolha entre essas técnicas depende da avaliação criteriosa do cirurgião, considerando diversos fatores, como a localização e tamanho da hérnia, as condições gerais de saúde do paciente e a experiência do profissional. É essencial uma abordagem personalizada para otimizar os resultados e a satisfação do paciente (PAES et al., 2022).
Além disso, avanços tecnológicos contínuos têm contribuído para a evolução dessas técnicas. Novas modalidades de reparo, como a fixação de malhas por via laparoscópica e técnicas de sutura avançadas, estão sendo desenvolvidas para melhorar ainda mais os resultados cirúrgicos e minimizar as complicações (SCHAFF et al., 2021).
Em conclusão, as técnicas cirúrgicas para hérnias ventrais desempenham um papel essencial na gestão dessa condição comum (MITURA, 2020). A escolha entre abordagem aberta e laparoscópica requer uma consideração cuidadosa de diversos fatores, visando oferecer o melhor resultado possível para o paciente. O contínuo desenvolvimento tecnológico promete aprimorar ainda mais essas técnicas, elevando os padrões de cuidados para aqueles que necessitam de intervenção cirúrgica para hérnias ventrais (GOODENOUGH et al., 2015).
3 METODOLOGIA
A pesquisa em foco busca realizar uma revisão sistemática dos resultados entre técnicas cirúrgicas abertas e laparoscópicas no tratamento de hérnias ventrais, visando oferecer uma análise abrangente sobre as abordagens disponíveis. A metodologia adotada compreende diversas etapas.
Inicialmente, os descritores MESH específicos selecionados foram “Hernia, Ventral”, “Laparoscopy” e “Laparotomy”. A pesquisa foi conduzida na plataforma PUBMED, conhecida por sua extensa base de dados científicos na área médica.
A busca inicial foi delimitada para artigos publicados nos últimos 10 anos e com acesso gratuito ao texto completo. Essa restrição temporal busca garantir a atualidade e relevância das informações. Após a aplicação dos filtros, obteve-se um conjunto inicial de 19 resultados.
Posteriormente, todos os títulos e resumos dos artigos foram lidos e avaliados quanto à sua aderência à temática da pesquisa. Essa etapa de triagem permitiu identificar os artigos mais pertinentes ao escopo do estudo.
Dentre os 19 resultados iniciais, 10 artigos foram selecionados por se alinharem de forma mais direta à temática da comparação entre técnicas cirúrgicas abertas e laparoscópicas no tratamento de hérnias ventrais. Esses artigos serão utilizados como base para a revisão sistemática.
A coleta de dados será realizada por meio da análise detalhada dos 10 artigos selecionados, extraindo informações relevantes sobre métodos, resultados e conclusões. Essa abordagem visa proporcionar uma visão abrangente das evidências disponíveis.
Os dados coletados serão então tabulados e analisados de maneira sistemática. A análise crítica destacará semelhanças, diferenças e tendências observadas nos resultados dos estudos incluídos, contribuindo para uma avaliação aprofundada das abordagens cirúrgicas em hérnias ventrais e fornecendo bases sólidas para conclusões.
A metodologia delineada visa oferecer uma estrutura detalhada e sistemática para a condução da revisão, garantindo transparência e possibilitando a replicabilidade do processo. A escolha criteriosa dos descritores, a aplicação de filtros específicos e a seleção cuidadosa de artigos contribuem para a qualidade e relevância dos resultados esperados.
Além disso, houve a pesquisa no google acadêmico para a criação da introdução e referencial teórico. Com intuito de embasar o trabalho e aperfeiçoá-lo. Utilizando 5 artigos como base.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
Na correção de hérnias ventrais, a técnica laparoscópica demonstrou ser eficaz na minimização de complicações pós-operatórias, como infecções da ferida operatória e formação de seroma. O estudo de Laparoscopia versus laparotomia na correção de hérnias ventrais: revisão sistemática e meta-análise ressalta a contribuição significativa dessa abordagem para reduzir o tempo de internação, evidenciando a importância da escolha da técnica cirúrgica adequada (A CASTRO et al., 2014).
A evolução e avanços na correção laparoscópica de hérnia ventral e incisional destacam o progresso significativo nas últimas décadas. Além da redução da morbidade, a análise enfatiza a importância da modificação pré-operatória dos fatores de risco e a necessidade de diagnóstico eficaz. Novas técnicas, como a cirurgia robótica, são mencionadas como promissoras para melhorar ainda mais os resultados, embora a abordagem cirúrgica aberta ainda seja crucial em determinados contextos (VORST et al., 2023).
As Diretrizes da Sociedade Europeia de Hérnia sobre o fechamento de incisões na parede abdominal oferecem orientações práticas para prevenir hérnias incisionais. Recomenda-se evitar laparotomias medianas, utilizar sutura contínua em incisões médias e adotar o fechamento aponeurótico de camada única com pequenas mordidas. Além disso, sugere-se considerar o uso profilático de tela em casos de alto risco e adotar cuidados específicos na cirurgia laparoscópica, incluindo o fechamento adequado de defeitos fasciais (MUYSOMS et al., 2015).
A pesquisa nacional e internacional sobre atividades pós-operatórias após operações abdominais e correção de hérnia incisional destaca a importância de retomar atividades prontamente. Apesar das vantagens pessoais e socioeconômicas dessa abordagem, ressalta-se a necessidade de estudos controlados para estabelecer diretrizes seguras, considerando a falta de evidências sólidas (SCHAAF et al., 2021).
No contexto de novas técnicas em cirurgia de hérnia ventral, o estudo sobre a evolução dos reparos minimamente invasivos destaca desafios significativos. A ergonomia deficiente das técnicas modernas, a complexidade anatômica e as dificuldades na sutura laparoscópica em espaços restritos são realçadas como fatores que tornam essas operações desafiadoras, mesmo para cirurgiões experientes. Esse conhecimento aprimorado é crucial para informar a prática cirúrgica contemporânea e direcionar futuras pesquisas na área (Mitura et al., 2020).
Quadro 1 – Síntese dos 5 primeiros artigos analisados
Nome do artigo | Tipo de estudo | Desfecho |
1.Laparoscopia versus laparotomia na correção de hérnias ventrais: revisão sistemática e meta-análise | Revisão sistemática e meta-análise | Na correção de hérnias ventrais, a técnica laparoscópica demonstra eficácia na minimização de infecções da ferida operatória e na formação de seroma, além de contribuir para a redução do tempo de internação. |
2. Evolução e avanços na correção laparoscópica de hérnia ventral e incisional | Análise | A cirurgia laparoscópica para reparo de hérnias ventrais e incisionais teve avanços significativos nas últimas décadas, reduzindo morbidade. A modificação pré-operatória de fatores de risco e o diagnóstico eficaz são essenciais. Novas técnicas, como a cirurgia robótica, podem continuar a melhorar os resultados, embora a abordagem cirúrgica aberta ainda seja necessária em alguns casos. |
3. Diretrizes da Sociedade Europeia de Hérnia sobre o fechamento de incisões na parede abdominal | Diretriz Prática | Prevenir hérnias incisionais envolve evitar laparotomias medianas, usar sutura contínua em incisões médias, adotar o fechamento aponeurótico de camada única com pequenas mordidas, considerar o uso profilático de tela em casos de alto risco e adotar cuidados específicos na cirurgia laparoscópica, incluindo o fechamento adequado de defeitos fasciais. |
4. Recomendações sobre atividades pós-operatórias após operações abdominais e correção de hérnia incisional – uma pesquisa nacional e internacional | Cirurgia Frontal | Recomenda-se retomar atividades pós-cirúrgicas prontamente, com vantagens pessoais e socioeconômicas, sem aumento de riscos, mas estudos controlados são essenciais para diretrizes seguras, dada a carência de evidências. |
5. Novas técnicas em cirurgia de hérnia ventral – uma evolução dos reparos de hérnia minimamente invasivos | Pol Przegl Chir | É fundamental destacar que a ergonomia deficiente das técnicas modernas, a complexidade anatômica e a dificuldade na sutura laparoscópica em espaços restritos tornam essas operações desafiadoras, mesmo para cirurgiões experientes em procedimentos minimamente invasivos. |
A evidência destacou a eficácia da laparoscopia na redução de complicações pós-operatórias, mas ressaltou a necessidade contínua de abordagens individualizadas. Os avanços na cirurgia laparoscópica foram reconhecidos, evidenciando a importância da modificação pré-operatória de fatores de risco.
Quadro 2 – Síntese dos 5 últimos artigos analisados
Nome do artigo | Tipo de estudo | Desfecho |
1. Desenvolvimento e validação de um escore de estratificação de risco para hérnia incisional ventral após cirurgia abdominal: taxas de expectativa de hérnia em cirurgia intra-abdominal (Projeto HERNIA) | Estudo prospectivo | O HERNIAscore identifica com precisão pacientes em risco elevado de VIH. Embora validação externa seja crucial, isso oferece uma base para aconselhamento e decisões clínicas. Promover a laparoscopia, programas de perda de peso, iniciativas comunitárias antitabagismo e reforço incisional pode contribuir para diminuir as taxas de hérnias incisionais ventrais |
2. Recomendações sobre esforço pós-operatório e trabalho físico após cirurgia abdominal e de hérnia: uma pesquisa especializada com participantes do 41º Congresso Internacional Anual EHS da Sociedade Europeia de Hérnia | Questionário aplicado | Após correção de hérnia inguinal e operação laparoscópica, a maioria concorda com 2 semanas de abstenção de esforço físico. Após laparotomia e correção de hérnia incisional aberta, a maioria considera apropriado um período de 4 semanas sem esforço físico. |
3. Diretrizes de Cesena: declaração de consenso da WSES sobre abordagem laparoscópica inicial para emergências de cirurgia geral e trauma abdominal | Artigo de análise | A equipe de especialistas da WSES indica a preferência pela laparoscopia como a abordagem inicial para pacientes estáveis submetidos a procedimentos cirúrgicos abdominais emergenciais em situações de cirurgia geral e trauma abdominal. |
4. Uma revisão sistemática do reparo de hérnia incisional abdominal laparoscópica versus aberta, com meta-análise de ensaios clínicos randomizados | Artigo de análise | Os desfechos a curto e longo prazo das correções laparoscópicas e abertas de hérnias na parede abdominal são similares; ambas as abordagens são seguras e confiáveis, apresentando resultados altamente comparáveis. |
5. Tratamento robótico assistido de hérnias de flanco: série de casos | Série de casos | A utilização da robótica na cirurgia de hérnia na parede abdominal continua a ser objeto de discussão, mesmo com o interesse crescente da comunidade cirúrgica. Em nossa experiência documentada com hérnias de flanco, observamos que a abordagem assistida por robótica é segura e praticável para tratar essa condição clínica pouco comum. |
No estudo prospectivo “Desenvolvimento e validação de um escore de estratificação de risco para hérnia incisional ventral após cirurgia abdominal,” o HERNIAscore destaca-se por sua precisão na identificação de pacientes com risco elevado de hérnia incisional ventral. Embora necessite de validação externa, esse escore oferece uma base sólida para aconselhamento e decisões clínicas, sugerindo a promoção de abordagens laparoscópicas, programas de perda de peso, iniciativas antitabagismo e reforço incisional como estratégias potenciais para redução dessas taxas (GOODENOUGH et al., 2015).
As recomendações sobre esforço pós-operatório e trabalho físico, provenientes de um questionário aplicado durante o 41º Congresso Internacional Anual da Sociedade Europeia de Hérnia, delineiam as práticas aceitas pela maioria dos especialistas. Após procedimentos como correção de hérnia inguinal e operação laparoscópica, a concordância em abster-se de esforço físico por duas semanas é evidente, aumentando para quatro semanas em casos de laparotomia e correção de hérnia incisional aberta (SCHAAF et al., 2022).
As “Diretrizes de Cesena,” uma declaração de consenso da WSES, reforçam a preferência pela laparoscopia como abordagem inicial para pacientes estáveis em emergências de cirurgia geral e trauma abdominal. Esta abordagem inicial é sugerida como uma escolha vantajosa em tais cenários, destacando a importância da eficiência e benefícios da laparoscopia nesse contexto (SERMONESI et al., 2023).
A revisão sistemática do reparo de hérnia incisional abdominal, comparando abordagens laparoscópicas e abertas, destaca que ambas são seguras e confiáveis, apresentando resultados altamente comparáveis a curto e longo prazo. Isso reforça a equivalência entre as técnicas, fornecendo insights valiosos para a escolha da abordagem cirúrgica mais adequada (Al Chalabi et al., 2015).
Por fim, a série de casos sobre o “Tratamento robótico assistido de hérnias de flanco” destaca a crescente discussão em torno do uso da robótica na cirurgia de hérnia na parede abdominal. A experiência documentada evidencia a segurança e viabilidade dessa abordagem em casos específicos de hérnias de flanco, contribuindo para o debate em curso sobre a aplicação dessa tecnologia inovadora na prática cirúrgica cotidiana. Em conjunto, esses estudos oferecem uma base sólida para compreensão e orientação na tomada de decisões clínicas em procedimentos de correção de hérnias ventrais e incisionais (DI GIUSEPPE et al., 2020)
5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão abrangente dos dez artigos selecionados proporciona uma visão multifacetada e abrangente sobre a correção de hérnias ventrais e incisionais, destacando avanços significativos e desafios persistentes na prática cirúrgica contemporânea. Os estudos abordaram estratégias de estratificação de risco, recomendações pós-operatórias, diretrizes para abordagem emergencial, comparações entre técnicas cirúrgicas e o papel da tecnologia robótica.
REFERÊNCIAS
FONSECA, Gustavo Soares Gomes Barros et al. Hérnias da parede abdominal nos pacientes em uso de diálise peritoneal ambulatorial contínua. E-Acadêmica, v. 3, n. 2, p. e1932148-e1932148, 2022. Disponível: https://www.eacademica.org/eacademica/about/submissions.
GUSMÃO, Rita Remédios Vaz de Almeida. Resolução de hérnias discais por mínima invasão. 2021. Tese de Doutorado. Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária. Disponível: https://www.repository.utl.pt/handle/10400.5/21114.
CARNEIRO, Hugo et al. Cirurgia corretiva de hérnia inguinal com utilização de tela de propileno. 2021. Disponível: https://repositorio.ifgoiano.edu.br/handle/prefix/1632.
TARDELLI, Bianca; DOS SANTOS ESTEVES, Ana Paula Vieira. NOVAS PERSPECTIVAS PARA O PRÉ-OPERATÓRIO DAS GRANDES HÉRNIAS INCISIONAIS. Cadernos da Medicina-UNIFESO, v. 3, n. 1, 2020. Disponível: https://revista.unifeso.edu.br/index.php/cadernosdemedicinaunifeso/article/view/2244;
PAES, Beatriz Pires et al. Videolaparoscopia no trauma: uma revisão sistemática. 2022. Disponível: https://repository.ufrpe.br/handle/123456789/5079.
A Castro, P. M., Rabelato, J. T., Monteiro, G. G., del Guerra, G. C., Mazzurana, M., Alvarez, G. A. (2014). Laparoscopy versus laparotomy in the repair of ventral hernias: systematic review and meta-analysis. Arq Gastroenterol, 51(3), 205-211. https://doi.org/10.1590/s0004-2803201400030008
Vorst, A. L., Kaoutzanis, C., Carbonell, A. M., Franz, M. G. (2015). Evolution and advances in laparoscopic ventral and incisional hernia repair. World J Gastrointest Surg, 7(11), 293-305. https://doi.org/10.4240/wjgs.v7.i11.293
Muysoms, F. E., Antoniou, S. A., Bury, K., Campanelli, G., Conze, J., Cuccurullo, D., … Berrevoet, F. (2015). European Hernia Society guidelines on the closure of abdominal wall incisions. Hernia, 19(1), 1-24. https://doi.org/10.1007/s10029-014-1342-5
Schaaf, S., Schwab, R., Güsgen, C., Vilz, T. O., Willms, A. (2021). Recommendations on Postoperative Activities After Abdominal Operations and Incisional Hernia Repair-A National and International Survey. Front Surg, 8, 713138. https://doi.org/10.3389/fsurg.2021.713138
Mitura, K. (2020). New techniques in ventral hernia surgery – an evolution of minimally-invasive hernia repairs. Pol Przegl Chir, 92(4), 38-46. https://doi.org/10.5604/01.3001.0014.1898
Goodenough, C. J., Ko, T. C., Kao, L. S., Nguyen, M. T., Holihan, J. L., Alawadi, Z., … Liang, M. K. (2015). Development and validation of a risk stratification score for ventral incisional hernia after abdominal surgery: hernia expectation rates in intra-abdominal surgery (the HERNIA Project). J Am Coll Surg, 220(4), 405-413. https://doi.org/10.1016/j.jamcollsurg.2014.12.027
Schaaf, S., Willms, A., Schwab, R., Güsgen, C. (2022). Recommendations on postoperative strain and physical labor after abdominal and hernia surgery: an expert survey of attendants of the 41st EHS Annual International Congress of the European Hernia Society. Hernia, 26(3), 727-734. https://doi.org/10.1007/s10029-021-02377-w
Sermonesi, G., Tian, B. W. C. A., Vallicelli, C., Abu-Zidan, F. M., Damaskos, D., Kelly, M. D., … Catena, F. (2023). Cesena guidelines: WSES consensus statement on laparoscopic-first approach to general surgery emergencies and abdominal trauma. World J Emerg Surg, 18(1), 57. https://doi.org/10.1186/s13017-023-00520-9
Al Chalabi, H., Larkin, J., Mehigan, B., McCormick, P. (2015). A systematic review of laparoscopic versus open abdominal incisional hernia repair, with meta-analysis of randomized controlled trials. Int J Surg, 20, 65-74. https://doi.org/10.1016/j.ijsu.2015.05.050
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1Médico pela Universidade do Estado do Pará
https://orcid.org/0000-0002-4767-1413
2Médica pela Universidade Federal do Maranhão
https://orcid.org/0000-0003-1099-3379
3Acadêmico de Medicina pela Universidade Federal de Alagoas
https://orcid.org/0009-0007-0824-4850
4Enfermeira CHC UFPR Ebserh]
https://orcid.org/0000-0002-1251-5701
5Acadêmico de Medicina pela UFMA
https://orcid.org/0000-0002-7252-8723
6Acadêmica de Medicina pelas Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia
7Acadêmico de Medicina pela Unifacs – Universidade Salvador
https://orcid.org/0009-0002-3702-907X
8Acadêmico de Medicina pela Unifacs – Universidade Salvador
https://orcid.org/0009-0001-0252-4874
9Acadêmico de Medicina pela Unifacs – Universidade Salvador
https://orcid.org/0009-0003-4523-8565
10Acadêmica de Medicina pela Universidade Federal de Alfenas
https://orcid.org/0009-0001-7252-1820
11Médica pela Universidade Federal de Mato Grosso
https://orcid.org/0009-0001-3422-6011
12Médica pela Universidade Federal de Mato Grosso
https://orcid.org/0009-0001-3422-6011