COMPARAÇÃO DA PERCEPÇÃO DO ALUNO ENTRE O ESTUDO ANATÔMICO EM TEMPOS NORMAIS E DURANTE A PANDEMIA COVID-19

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202408301358


Matheus Murteira Célem Garcia Vidal1; Ana Carolina Magalhães Chagas e Silva2; Bernardo Pinto Entringe3; Lara da Silva Martins4; Tathiana Martins Trece Costa5


Resumo

O estudo analisou o impacto da pandemia de COVID-19 no ensino de Anatomia Humana no curso de Medicina do Centro Universitário de Valença (UNIFAA), RJ. Com o início da pandemia em 2020, as instituições de ensino no Brasil adotaram medidas de distanciamento social, resultando na interrupção das atividades presenciais e na transição para o ensino remoto. Nesse contexto, as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) foram incorporadas ao processo de ensino-aprendizagem, substituindo as aulas práticas presenciais, especialmente em disciplinas como Anatomia Humana, que exigem contato direto com cadáveres para o desenvolvimento de habilidades. A pesquisa foi de natureza descritiva qualitativa, realizada por meio de um questionário estruturado e fechado, enviado remotamente a estudantes de diferentes períodos do curso de medicina. Participaram da pesquisa alunos maiores de 18 anos, matriculados na disciplina de Anatomia Humana entre 2018 e 2023. O questionário, contendo 16 questões, foi distribuído para 41 estudantes e buscou avaliar a percepção dos alunos sobre o impacto das mudanças no ensino durante a pandemia. Os resultados indicaram que 70,7% dos alunos tiveram aulas totalmente presenciais de Anatomia Humana I, enquanto 24,4% tiveram aulas teóricas remotas e práticas presenciais. Para Anatomia Humana II, 67,5% dos alunos tiveram aulas totalmente presenciais, e 27,5% aulas teóricas remotas e práticas presenciais. A avaliação dos alunos sobre seu aprendizado variou de 2 a 10, com a maioria classificando seu nível de conhecimento entre 6 e 8. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, garantindo a confidencialidade dos dados e o cumprimento das normas éticas em estudos com seres humanos. Os resultados contribuirão para futuras pesquisas acadêmicas e possíveis publicações científicas.

Palavras-chave: Anatomia Humana, Covid-19, Estudos Remotos, Período De Pandemia Por Covid-19.

1 INTRODUÇÃO

A educação universitária está intrinsecamente ligada ao processo de aprendizagem e ao ensino; este último, por sua vez é compreendido como a passagem de conhecimentos e experiências veiculadas pelo indivíduo que educa. O processo de aprendizagem tem várias vertentes como base, assim uma destas, define como sendo a capacidade do aprendiz a desenvolver habilidades a fim de apropriar-se de conhecimentos e experiências estudadas e/ ou vivenciadas ao longo da vida (VERDE,2010). Contudo houve uma modificação do meio de ensino no início do ano 2020, pois este, no Brasil, foi marcado pelo isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), o qual foi primeiramente identificado na cidade de Wuhan, na China, e declarado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) no dia 30 de janeiro de 2020, passando a doença, até então uma pneumonia desconhecida, a ser denominada de COVID-19. Com isso, visando conter o avanço da contaminação pelo vírus, foram adotadas estratégias de distanciamento social e interrupção de atividade coletivas, o que repercutiu no fechamento temporário de escolas e instituições de ensino superior (GOMES, 2020). Assim, as atividades práticas deram lugar às Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC’s), as quais não viabilizam aos alunos adquirirem as mesmas habilidades no processo de aprendizagem da Anatomia Humana do que os alunos que tiveram as aulas presenciais, isso porque o contato com os cadáveres foi reduzido em algumas instituições e substituído pelo ensino remoto em outras (SOUZA, 2021). Este projeto teve como objetivo avaliar o impacto da percepção dos alunos de diferentes períodos do curso de medicina (do 1º ao 12º período) no processo de ensino-aprendizagem da disciplina de Anatomia Humana no Centro Universitário de Valença – RJ (UNIFAA).

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

Em dezembro de 2019, um inédito coronavírus, denominado síndrome respiratória aguda grave do coronavírus 2 (severeacuterespiratorysyndromecronoravirus 2 – Sars-CoV-2), foi identificado na cidade de Wuhan, na província de Ubei, na China, e disseminou-se rapidamente por todo o planeta. Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia da coronavírus 2019 (Covid-19), caracterizando-a como patologia de alta gravidade clínica e de elevada capacidade letal, cuja formas de prevenção envolvem o distanciamento, isolamento social, e interrupção de atividades coletivas. Sendo assim, foi adotado em diversos países do mundo o fechamento de variados setores da sociedade, incluindo as instituições de ensino superior, como as faculdades de Medicina, e ocasionou graves problemas na educação médica (SANTOS; 2020).

A pandemia da Covid-19 ocasionou diversas alterações em nosso cotidiano, por conta das medidas sanitárias e de distanciamento social. Um dos componentes da sociedade mais afetados foi o da educação, de modo que as atividades pedagógicas presenciais foram temporariamente suspendidas e os órgãos reguladores nacionais indicaram a continuidade do semestre letivo, por meio de atividades remotas (RONDINI; PEDRO; DUARTE, 2020). Diferentemente de métodos planejados desde o início e projetados para serem trabalhados de forma online, como o Ensino à Distância (EAD), sendo esse um método de ensino e aprendizagem online eficaz, o ensino remoto de emergência (ERT) é uma reestruturação do sistema educacional que se mantém temporariamente, é uma estratégia educacional alternativa devido as circunstâncias da crise sanitária que se instalou em todo o mundo. Envolve soluções de ensino completamente remotas para a orientação ou educação que, de outra forma, seriam trabalhadas de maneira presencial ou como cursos combinados ou híbridos e que retornariam a essa metodologia assim que a crise ou estado de emergência diminuísse (HODGES; 2020).

Assim sendo, no meio acadêmico surgiu um amplo debate sobre e aplicação de estratégias alternativas que permitissem a continuidade dos trabalhos em educação, principalmente aqueles voltados para a área da saúde, sem que houvesse grandes impactos nas medidas de prevenção contra a disseminação do SARS-CoV-2, assim como no processo ensino-aprendizagem. Entre todas as alternativas, destaca-se o ensino remoto de emergência (SILVA; 2020). A Anatomia Humana é a ciência que estuda macro e microscopicamente o desenvolvimento e a constituição dos seres organizados. Participa de um ramo da biologia cuja compreensão é fundamental para a boa prática clínica de qualquer profissional da área da saúde (DANGELO JG e FATTIN CA, 2007).

Os principais objetivos da disciplina são tornar possível ao futuro educador o aprendizado da organização e morfologia do corpo humano, procurando, a partir do ensino da forma e das funções dos órgãos e sistemas, a constituição do corpo como um todo, permitindo um maior conhecimento geral da construção, conformação e o valor funcional do organismo humano (SALBEGO; 2014). A anatomia é a base primeira e necessária para o estudo da fisiologia humana. O estudo dos órgãos humanos, quanto mais minucioso, mais nos leva à admiração de seu perfeito funcionamento e à crença num Deus maior, criador de nosso corpo (ORTALE; 1960). O discente do estudo anatômico tem como seu primeiro paciente os doadores de corpo, de modo que ele aprende não somente a anatomia do corpo humano, mas também adquire conhecimento sobre respeito, empatia, inteligência emocional e profissionalismo (FRANCHI; 2020).

O avanço da tecnologia no âmbito educacional médico, cuja inserção acelerada se deve ao atual cenário mundial provocado pelo SARS-CoV-2 (SANTOS; 2020), possibilita o aprendizado da teoria, porém a atividade prática desenvolvida nos laboratórios, principalmente quando relacionada à dissecção de peças cadavéricas, é o método mais eficiente de ensino da anatomia humana (FRANCHI; 2020). A estratégia pedagógica emergencial gera lacunas intelectuais no que tange ao intercâmbio de ideias, conhecimentos e saberes das habilidades médicas devido à limitação da tecnologia, especialmente devido ao fato das adaptações terem ocorrido de modo veloz e sem o devido domínio por parte de tanto dos alunos quantos dos professores (SANTOS, 2020). Adaptar a disciplina de Anatomia Humana para o ensino remoto, mesclando métodos de ensino e aprendizagem, durante a atual crise foi uma ação necessária realizada pelas instituições; entretanto, a evasão prematura dos laboratórios rompeu uma etapa necessária para o desenvolvimento pessoal e profissional dos alunos como futuros médicos (FRANCHI, 2020). Dessa maneira, com o advento da pandemia do novo coronavírus, a necessidade de restringir a interação entre acadêmicos, professores e doadores afetou uma etapa fundamental para o desenvolvimento da compreensão da anatomia humana por parte dos discentes, prejudicando aspirantes à carreira de cirurgiões, patologistas e anatomistas (FRANCHI; 2020). A chance de despertar o interesse e a habilidade nata pela anatomia humana e descobrir os próximos melhores cirurgiões do nosso século foi reduzida com a interrupção das atividades práticas, devido ao menor índice de autoconhecimento e aprendizagem conquistados por meios das metodologias online comparado ao adquirido ao longo dos processos de disseções exercidos nos laboratórios anatômicos (FRANCHI; 2020).

Nesse contexto, o método de ensino do curso de medicina foi provisoriamente modificado e novas maneiras de desenvolver o ensino foram evidenciadas, dando destaque ao Regime Especial de Aprendizagem Remota (CARDOSO; 2020). Sendo assim, por ser um curso essencialmente prático, houve a ampliação de debates sobre as metodologias de aprendizagem, devido à necessidade de adaptação do ensino presencial ao cenário pandêmico (GOMES et a; 2020). Dessa forma, a fim de reduzir a dificuldade de aprendizado de alguns alunos, algumas universidades, realizaram o retorno as aulas práticas presencialmente, seguindo os protocolos de distanciamento social e de uso de equipamentos de proteção individual preconizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (FERREIRA et al; 2021) Entretanto, o espaço de tempo reduzido em contato com as peças anatômicas, as quais são compartilhadas entre os alunos entre aproximadamente 1 hora/semanal, e a inviabilização de frequentar os laboratórios em horários extras, não permitem a superação desse déficit. (MENESES et al., 2021).

3 METODOLOGIA

A pesquisa é do tipo descritiva qualitativa através de questionário estruturado fechado, por meio remoto, o participante foi convidado utilizando e-mail individual e por transmissão através de lista oculta, antes de responder as perguntas, os participantes da pesquisa tem acesso ao teor do conteúdo do instrumento (tópicos que serão abordados) uma tomada de decisão informada, em seguida, foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e para a sua anuência. Estes receberam o link acesso com as perguntas, onde foi feito utilizando a plataforma do Google Forms, através do link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScoUaEPvom2Q7g2mzfsw38dzpQO1cY fYQ0GrUKRKfpjoYkf9Q/viewform. O participante da pesquisa teve o direito de não responder qualquer questão, sem necessidade de explicação ou justificativa. O questionário contém 16 questões, que serão distribuídos para os estudantes dos cursos da área de saúde do Centro Universitário de Valença – RJ (UNIFAA), ao término das respostas as informações foram coletadas e introduzidas em gráficos com a finalidade de melhores compreensão e visualização dos resultados da pesquisa, os resultados sendo discutidos com a literatura correspondente e submetido a revista cientifica em forma de artigo. Foram incluídos na pesquisa os participantes que cursaram a disciplina de anatomia humana, no Centro Universitário de Valença entre os anos de 2018 a 2023, estando cursando durante a aplicação do questionário 1º ao 8º período dos diferentes cursos da área de saúde, com idade maior que 18 anos no dia pesquisa. Foram excluídos da pesquisa os participantes, menores de 18 anos, os que não responderem todas as 16 perguntas do questionário, os que cursaram a disciplina fora do período de 2018 a 2023 e os participantes que não entregaram e ou assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido. Objetivando minimizar os riscos os dados pessoais foram arquivados no centro de pesquisa do Centro Universitário de Valença e digitalizados e salvos em uma nuvem, onde somente o pesquisador principal teve acesso. Todos os contatos através de e-mail foram feitos de forma individual ou por transmissão de lista oculta. O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da instituição em questão, para avaliação e apreciação, tendo como CAAE (61748422.9.0000.5246) e parecer consubstanciado (5.937.182). A pesquisa atende aos preceitos da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que regula estudos envolvendo seres humanos. Os sujeitos foram esclarecidos quanto aos objetivos, ao procedimento para coleta dos dados e à finalidade dos resultados, que, além de contribuírem para pesquisas realizadas pela liga acadêmica de anatomia humana, da Faculdade Medicina de Valença para a semana acadêmica (CLAM), ademais poderiam ser elementos para a elaboração de artigos para publicação.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

Foram coletados, no total, 41 respostas ao formulário apresentado pelos pesquisadores responsáveis. Dentre as perguntas do formulário e suas respectivas respostas, foram levantados dados e cálculos, com análise criteriosa do mesmo, onde será descrito a seguir, mantendo o sigilo da identificação dos alunos que participaram. Todos os entrevistados concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido apresentando no projeto de pesquisa, assim como detalhado no próprio formulário, antes de preenchê-lo. Dos discentes participantes, 5 estão no 2ª período (12,2%), 7 estão no 3ª período (17,1%), 5 no 4ª período (12,2%), 2 no 5ª período (4,9%), 2 no 6ª período (4,9%), 6 estão no 7ª período (14,6%), 5 no 8ª período (12,2%), 2 no 9ª período (4,9%), 3 no 10ª período (7,3%), 3 no 11ª período (7,3%) e 1 no 12ª período (2,4%).

Dessa amostra total (41 respostas), 29 alunos (70,7%) tiveram aulas de Anatomia Humana I, totalmente presencial, ou seja, aulas práticas e teóricas, 100% presenciais, 10 (24,4%) alunos tiveram aulas teóricas de Anatomia Humana I via remota, e aulas práticas presenciais, no mesmo período. Somente 3 (7,3%) alunos tiveram aulas teóricas de Anatomia Humana I via remota e aulas práticas presenciais, porém, essa última modalidade, em período do curso diferente. Outrossim, 27 alunos (67,5%) tiveram aulas de Anatomia Humana II, totalmente presencial, ou seja, aulas práticas e teóricas, 100% presenciais, 11 (27,5%) alunos tiveram aulas teóricas de Anatomia Humana II via remota, e aulas práticas presenciais, no mesmo período. Somente 2 (5%) alunos tiveram aulas teóricas de Anatomia Humana II via remota e aulas práticas presenciais, porém, essa última modalidade, em período do curso diferente. A medida de 0 a 10, sendo 0 nenhum nível de conhecimento, 10 o maior nível de conhecimento, você classificaria seu aprendizado na disciplina de ANATOMIA HUMANA I. Foram: 2 alunos (4,9%) responderam com 2, 2 alunos (4,9%) responderam com 3, e 3 alunos (7,3%) responderam 4. 3 alunos responderam com 5 (7,3%), 5 alunos (12,2%) responderam com 6, assim como 5 alunos (12,2%) responderam com 7. 14 alunos, o que corresponde há 34,1%, responderam com 8. 9 alunos (9,8%) responderam com 9 e 3 alunos (7,3%) respondeu com 10.

Já na pergunta, em que medida de 0 a 10, sendo 0 nenhum nível de conhecimento, 10 o maior nível de conhecimento, você classificaria seu aprendizado na disciplina de ANATOMIA HUMANA II? As respostas foram: 1 aluno respondeu com 1, 1 aluno respondeu 2, e mais 1 aluno respondeu com 3. 2 alunos (5,4%) responderam com 4, 4 alunos (10,3%) responderam com 5, 7 alunos (17,9%) responderam com 6, 4 alunos (10,3%) responderam com 7, 10 alunos (25,6%) com 8, 7 alunos (17,9%) com 9, e 2 alunos (5,1%) com 10.

Na pergunta, em que medida de você acredita que seu nível de aprendizado em ANATOMIA HUMANA I seria diferente caso fosse realizado suas aulas em outra modalidade de ensino? 51,2% (21 alunos) responderam com a seguinte opção de resposta do formulário: Diferente, ou seja, acredita que mudaria O nível de aprendizado. 34,1% (14 alunos) responderam com a seguinte opção de resposta do formulário: Talvez, ou seja, o nível de aprendizado poderia ser diferente. Por fim, 14,6% (somente 6 alunos) responderam com a seguinte opção: indiferente, ou seja, não mudaria o seu nível de aprendizado. Em relação a pergunta com base na sua resposta anterior em que medida você classificaria sua percepção de aprendizado? 41,5% (17 alunos) responderam com a opção “inferior”. Já 39% (16 alunos) responderam com a opção “superior”, e 19,5% (8 alunos) com a opção “indiferente”. Na pergunta, em que medida de você acredita que seu nível de aprendizado em ANATOMIA HUMANA II seria diferente caso fosse realizado suas aulas em outra modalidade de ensino? 72,5% (29 alunos) responderam com a opção “diferente”, 12,5% (5 alunos) responderam com a opção “talvez”. E por fim, somente 6 alunos (15%) responderam com a opção “indiferente”. Em relação a pergunta com base na sua resposta anterior em que medida você classificaria sua percepção de aprendizado? 42,5% (17 alunos) responderam com a opção “inferior”. Já 40% (16 alunos) responderam com a opção “superior”, e 17,5% (7 alunos) com a opção “indiferente Na pergunta, em que medida suas aulas práticas no anatômico com peças cadavéricas contribuíram na sua percepção do aprendizado – ANATOMIA HUMANA I? Por ter sido respostas em extenso, ou seja, por escrito, podemos resumir que grande parte dos alunos, praticamente por unanimidade, através de nossa análise, entendem que as aulas práticas no anatômico com peças cadavéricas são fundamentais e insubstituíveis para o processo de ensino e aprendizagem. Não só, o mesmo se refere às respostas da pergunta em que medida suas aulas práticas no anatômico com peças cadavéricas contribuíram na sua percepção do aprendizado – ANATOMIA HUMANA II? Como já dito, as respostas mantêm a mesma linha, quando comparado à Anatomia I. Na pergunta, em que medida você daria que aulas práticas podem ser realizadas utilizando a realidade virtual – ANATOMIA HUMANA I? 31,7% dos alunos, que correspondem à 13 alunos, responderam 25%, 24,4% (10 alunos) responderam 50%. 8 alunos (19,5%), responderam com 75% e o mesmo número com 0%. 2 alunos (4,9%) responderam 100%. Quando feito a mesma pergunta, porém sobre a disciplina de ANATOMIA HUMANA II, as respostas foram: 12 alunos (30%) responderam com 25%, 10 alunos (25%) responderam com 0%. 9 alunos (22,5%) responderam com 50%. 8 alunos (20%) responderam com 75%. O restante, 1 aluno (2,5%), respondeu com 100%. Na pergunta, em que medida você acredita que a utilização de modelos sintéticos nas aulas práticas poderia ser utilizada na aula prática de Anatomia Humana I? 25% (10 alunos) responderam com 25%, não só, 10 alunos (25%) responderam com 0% e mais 10 alunos (25%) com 50%. 17,5% (7 alunos) responderam com 75%, e por fim, somente 3 alunos (7,5%) respondeu com 100%. Em contrapartida, na pergunta, em que medida você acredita que a utilização de modelos sintéticos nas aulas práticas poderia ser utilizada na aula prática de Anatomia Humana II? 30,8% (12 alunos) responderam com 25%, 30,8% (12 alunos) responderam com 0%, e 25,6% (10 alunos) responderam com 50%, 3 alunos (7,7%) responderam com 75% e somente 2 alunos (5,1%) responderam com 100%.

Na pergunta, em que medida você acredita que a sua avaliação na disciplina de ANATOMIA HUMANA foi compatível na sua modalidade de ensino na ANATOMIA HUMANA I. Sendo 0 nada compatível e 10 maior nível compatibilidade. As respostas foram: 1 aluno (2,4%) respondeu 3, 2 alunos responderam 4, assim como também, 4 alunos responderam com 5. 5 alunos (12,2%) responderam com 6. 6 alunos (14,6%) responderam com 7. 4 alunos (9,8%) responderam com 8. 6 alunos (14,6%) responderam com 9. 13 alunos (31,7%) responderam com 10. Já na mesma pergunta, mas se referindo a disciplina de ANATOMIA HUMANA II, as respostas foram: 2 alunos (5,1%) responderam com 3, 2 alunos responderam com 5, 6 alunos (15,4%) responderam com 6, 1 aluno respondeu com 7, 4 alunos (10,3%) responderam com 7, 7 (17,9%) alunos responderam com 8 e com 9, e por fim, 11 alunos (28,2%) responderam com 10.

5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos dados coletados, é possível concluir que a maioria dos estudantes participantes (70,7%) teve aulas presenciais de Anatomia Humana I, enquanto 24,4% tiveram aulas teóricas remotas e práticas presenciais. Para Anatomia Humana II, 67,5% tiveram aulas totalmente presenciais, e 27,5% tiveram aulas teóricas remotas e práticas presenciais. As respostas indicam que, na escala de 0 a 10, a percepção de aprendizado para Anatomia Humana I variou amplamente, com a maioria (34,1%) classificando seu aprendizado como 8. Para Anatomia Humana II, houve uma dispersão maior nas respostas, com a maioria (25,6%) classificando seu aprendizado como 8 também. Quando questionados sobre como seria seu aprendizado se as aulas fossem em outra modalidade, a maioria (51,2% para Anatomia Humana I e 72,5% para Anatomia Humana II) acredita que seria diferente. Além disso, a grande maioria dos alunos concorda que as aulas práticas com peças cadavéricas foram fundamentais para seu aprendizado em ambas as disciplinas. Portanto, os resultados sugerem que, embora haja uma preferência por aulas presenciais e uma valorização das aulas práticas, os estudantes também reconhecem a eficácia das aulas teóricas remotas. O nível de aprendizado parece ter sido geralmente considerado positivo, especialmente quando associado às práticas em laboratório. Assim, é importante considerar um equilíbrio entre métodos presenciais e remotos para garantir um aprendizado eficaz em Anatomia Humana

REFERÊNCIAS

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1, 2, 3, 4, 5Discentes do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário de Valença (UNIFAA) Campus Valença-RJ