COMO O ISOLAMENTO SOCIAL, DECORRENTE DA PANDEMIA DA COVID-19,POTENCIALIZOU AS COMORBIDADES ENTRE IDOSOS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11827225


Maria Luiza Nascimento do Carmo[1]
Laura Maschio Ribeiro[2]
Jessíca Reco Cruz[3]


RESUMO

Em virtude do avanço no processo de senescência, a população idosa é uma das mais vulneráveis ao acometimento de comorbidades. Assim, a manutenção da qualidade de vida para pessoas com mais de 60 anos, depende de certo nível de integração social, seja para tratamento ou prevenção de patologias, o que ficou comprometido durante o período pandêmico da Covid-19. Em vista desta realidade, o presente estudo consistiu em uma revisão bibliográfica sistemática, pautada em estudo exploratório, para analisar como o isolamento social proveniente das medidas de contenção à pandemia, potencializaram as doenças entre idosos. Com base nos dados concluiu-se que a solidão na terceira idade durante a pandemia da covid-19 foi um risco para a morbidade e mortalidade dos idosos, de modo que ainda nos dias atuais deve-se buscar medidas para mitigar o isolamento social dos idosos, pois os esforços para combater a solidão na terceira idade são essenciais para garantir um envelhecimento saudável e de qualidade.

Palavras-Chave: Terceira idade. Patologias crônicas. Isolamento pandêmico. Covid-19.

ABSTRACT

Due to the advancing process of senescence, the elderly population is one of the most vulnerable to comorbidities.Thus, maintaining quality of life for people over 60 depends on a certain level of social integration, whether for treatment or prevention of comorbidities, which has been compromised during the Covid-19 pandemic.In view of this reality, the present study consisted of a systematic bibliographic review, based on an exploratory study, to analyze how social isolation resulting from pandemic containment measures has potentiated comorbidities among the elderly. Based on the data, we concluded that loneliness in old age during the Covid-19 pandemic was a risk for morbidity and mortality in the elderly, so that even today measures should be sought to mitigate the social isolation of the elderly, as efforts to combat loneliness in old age are essential to ensure healthy and quality aging.

Keywords: Elderly. Chronic pathologies. Pandemic isolation. Covid-19.

1. INTRODUÇÃO

Os idosos representam uma parcela expressiva da população brasileira. Conforme dados de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, há mais de 22 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos no país, o que representa uma alta de 57,4% em comparação a 2010, quando o contingente era de pouco mais de 14 milhões (IBGE, 2022). Tais dados demonstram que a população idosa mais que dobrou em uma década e evidenciam as mudanças no perfil etário do país, que, acompanhando um processo mundial, percebe os efeitos das quedas acentuadas da taxa de fertilidade e o aumento da média de expectativa de vida.

Essa porção da sociedade é uma das mais vulneráveis no quesito saúde, uma vez que a velhice contribui para a progressiva ineficácia dos sistemas fisiológicos humanos. Para estabelecer um parâmetro do quanto é comum possuir algum tipo de patologia permanente na terceira idade, é interessante pontuar que, o

Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou que cerca de 70% dos idosos que utilizam o Sistema Único de Saúde-SUS, que corresponde a três quartos da população idosa, possuem alguma doença crônica (Fiocruz, 2018). Com base nesta informação, é factível que muitos indivíduos que compõem o referido grupo etário, enfrentam comorbidades.

No espectro de avaliação médica, é sempre importante encontrar e analisar as causas e contribuições para surgimento e agravamento de doenças. Causas genéticas e fisiológicas, estilo de vida, ambiente de vivência, tipo de alimentação, dentre vários outros aspectos, são fundamentais para traçar o perfil clínico e tratar satisfatoriamente a patologia.

Em se tratando de comorbidades que acometem idosos, os referidos aspectos influenciam ainda mais a manifestação e degeneração. Há fatores dentro do estilo de vida e ambiente de vivência, por exemplo, que são primordiais para o controle, prevenção e tratamento de doenças. Pode-se citar as atividades físicas, caminhadas ao ar livre, os grupos de convivência e o compartilhamento da vida cotidiana, como vetores positivos para impedir e amenizar efeitos patológicos em idosos.

Ocorre que as atividades mencionadas foram prejudicadas no período de isolamento social ocasionado pela pandemia do agente etiológico severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2), cujo primeiro caso foi registrado em dezembro de 2019, na província de Hubei, China, e rapidamente se alastrou por todo o mundo, infectando e sendo motivo de óbito em 215 países, dos quais os mais afetados foram Estados Unidos, Espanha, Rússia, Reino Unido, Itália, Alemanha e Brasil (Nunes et al., 2020).

A pandemia perdurou por mais de 3 (três) anos, sendo que o distanciamento social e o auto isolamento foram medidas muito praticadas para frear o avanço da doença infecto-respiratória. Entre os idosos, essa medida foi ainda mais necessária, pois faziam parte do grupo mais vulnerável à patologia. Entretanto, considerando o perfil de vida adequado para pessoas com 60 anos ou mais, o confinamento domiciliar pode ter contribuído para piora da saúde.

Diante deste cenário, é imprescindível realizar uma análise aprofundada das consequências da pandemia da Covid-19 sobre a saúde física e emocional dos idosos, com base em estudos literários. Somente através de estudos como o que se propõe é que será possível desenvolver estratégias de cuidado e bem-estar específicas para esse grupo, visando a melhoria da qualidade de vida deles. Assim, compreende-se ser essencial investigar: de que forma os idosos tiveram a saúde física e emocional fragilizadas no período pandêmico e pós-pandêmico, uma vez que foram agravadas as suas morbidades pré-existentes, como problemas cardiovasculares, pulmonares e transtornos psíquicos?

Deste modo, o objetivo deste estudo foi dissertar sobre como o isolamento social provocado pela Covid-19 impactou a qualidade de vida do idoso durante e após a pandemia. E, para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa, pautada na revisão bibliográfica utilizando-se o método exploratório.

2. METODOLOGIA

O presente artigo trata-se de uma revisão de literatura narrativa. Optou-se por uma revisão literária em base de dados nacionais e internacionais onde os artigos foram analisados, interpretados e selecionados. O acervo bibliográfico foi obtido através das seguintes bases de dados eletrônicos: Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA (PMC), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Google Scholar. A pesquisa de artigos ocorreu entre agosto e outubro de 2023.

Assim, utilizou-se as seguintes palavras chave “isolamento social”, “idosos na pandemia” “qualidade de vida”, “infodemia”, “saúde mental”, “morbidade” e “COVID-19”. O período de tempo utilizado para selecionar o conteúdo deste trabalho foi de 2010 a 2021, a fim de captar o conteúdo e coletar dados mais relevantes para o objetivo do estudo.

Num primeiro momento, discute-se o contexto geral da pandemia da COVID-19 associando essa e como ela impactou na saúde física e mental do idoso, dentro do contexto do agravamento das morbidades. Por último, discute-se o impacto da infodemia e da tecnologia na saúde desse grupo. Dessa forma, não foram incluídos os estudos que fugiram da temática do trabalho.

2.1. Critérios éticos

O estudo respeitou os preceitos em todos os aspectos éticos na presente pesquisa, referenciando todas as citações utilizadas no trabalho com os seus devidos autores. Não foi necessário submeter ao CEP, por não se tratar de estudos envolvendo diretamente seres humanos.

3. RESULTADOS

Foram selecionados 24 artigos para o acervo bibliográfico deste estudo a partir das bases de dados eletrônicos Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA (PMC), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Google Scholar. Dessa maneira, a partir deste acervo, concluiu-se que a pandemia de COVID-19 fragilizou a saúde mental e física dos idosos no período pandêmico e pós-pandêmico, já que a socialização foi prejudicada e as morbidades pré-existentes foram agravadas. Pode-se concluir ainda que, apesar de a tecnologia ter sido utilizada como ferramenta para amenização do isolamento social causado pela pandemia, a mesma serviu como meio de propagação de notícias verídicas e inverídicas sobre o colapso vivenciado pelo mundo, levando a danos psicológicos evidentes.

4. DISCUSSÃO
4.1 SENESCÊNCIA E SENILIDADE: SAÚDE FÍSICA E MENTAL DE IDOSOS

Com o passar dos anos, o corpo humano tende à debilitação. Pouco a pouco a integridade física e mental vão se deteriorando até que não existam mais condições para manter a existência, em um processo denominado senescência. Nesse processo, concomitante à condição natural de envelhecimento, os hábitos de vida e condições genéticas corroboram para o aparecimento de patologias permanentes. De acordo com Ciosak et al. (2011, p. 1764), “no ser humano, esse fenômeno progressivo, além de desencadear o desgaste orgânico, provoca alterações nos aspectos culturais, sociais e emocionais, que contribuem para que se instale em diferentes idades cronológicas”.

A partir desta concepção, sob aspecto fisiológico, resta caracterizado o fato de que envelhecer compreende uma gama de alterações no campo físico e mental, que precisam ser profundamente compreendidas com vistas ao estabelecimento de parâmetros para uma boa qualidade de vida nesta fase, onde a prioridade seja o bem-estar físico, mental, psicológico e emocional.

De acordo com o Ministério da Saúde (2023), no Brasil, que é um país subdesenvolvido, pessoa idosa é aquela possui 60 (sessenta) anos ou mais, na medida em que nos países desenvolvidos são classificados como idosos aqueles com idade superior a 65 (sessenta e cinco) anos. Como fenômeno de abrangência mundial, estimativas demonstram que, em 2015, existirão cerca de 1,2 bilhões de pessoas com idade superior a 60 (sessenta) anos, de modo que aqueles que possuem 80 (oitenta) anos ou mais, comporão o grupo etário de maior expressividade numérica (Barreto et al., 2015).

No Brasil, a expectativa de vida dos homens é de 73 (setenta e três) anos, enquanto a das mulheres, de 80 (oitenta) anos, e, de uma forma geral, o percentual de pessoas com mais de 60 anos tem crescido exponencialmente. Isso se deve às mudanças de indicadores de saúde, especificamente, à queda na taxa de fecundidade e de mortalidade, aliado ao sobrelevo da média de expectativa de vida (Brasil, 2023).

A senescência está aliada a inúmeros reflexos fisiológicos, de forma que é comum que, com o passar dos anos, registre-se a diminuição da força muscular, perda da capacidade cognitiva, fragilidade óssea e maior propensão a doenças crônicas (Ciosak et al., 2011). Este último fator é digno de nota, pois, em estudo divulgado em 2023, “os idosos brasileiros declararam ter em média 1,8 doença crônica em 2019, sendo essa média mais elevada entre as mulheres, 2,4; estima-se, portanto, que cerca de 25,8 milhões de idosos reportaram ter pelo menos uma doença crônica” (Camarano, 2023, p. 34).

A respeito das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), destaca-se que as mais recorrentes na velhice são a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a Diabete mellitus (DM), que são tidas como fatores de risco para o surgimento de doenças cardíacas, cerebrovasculares e renais. Além destas, também se observa o acometimento de neoplasias, doenças respiratórias, reumáticas e mentais, osteoporose e patologias ortopédicas (Barreto et al., 2015; Silva et al., 2015). Dentre as mencionadas, “as doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doença respiratória crônica são as que mais contribuem para a carga de morbimortalidade, ocasionando piora da qualidade de vida, complicações clínicas permanentes, perda da autonomia e incapacidade funcional, sobretudo na população idosa” (Silva et al., 2022, p. 2).

Vários são os fatores que favorecem o surgimento e agravamento de DCNT. De acordo com pesquisa realizada com 453 idosos (69,4% do sexo feminino), com idade superior a 65 anos, em estudo longitudinal retrospectivo com base em dados de 2008-2009 e 2016-2017, buscando avaliar os critérios sociodemográficos determinantes para doenças crônicas entre a terceira idade, observou-se: i) um aumento de ocorrência de HAS e DM entre os idosos com baixa escolaridade; ii) “entre os idosos com 65 a 74 anos, as proporções de ocorrência de HAS e DM aumentaram, enquanto que as de doenças reumatológicas e depressão diminuíram no decorrer do estudo”; iii) os idosos mais escolarizados demonstraram estabilidade das condições avaliadas, com exceção para depressão que demonstrou redução; iv) houve aumento da proporção de DM entre os idosos do sexo masculino e de HAS entre o sexo feminino; v) doenças reumatológicas, neoplasias e depressão representaram baixa quanto ao sexo feminino na comparação entre os anos (Silva (et al., 2022, p. 6).

Em linhas gerais, os pesquisadores constataram que o baixo nível de escolaridade aumentou em 64% as chances de multimorbidade (Silva et al., 2022). Também aferiram que a HAS é a doença com maior prevalência entre o público idoso e que com o avançar da idade a prevalência é cada vez maior, o que coaduna com as conclusões de Francisco et al. (2022, p. 2660) que ao analisar os dados da Pesquisa Nacional da Saúde de 2019, depreendeu que dentre as DCNT apuradas, todas foram elevadas para o grupo de 80 anos ou mais, “destacando-se a hipertensão arterial em mais da metade da população de idosos”.

Nos estudos de Barreto et al. (2015), Silva et al. (2022) e Francisco et al. (2022), também foram identificados problemas neurológicos e psicológicos. Salientou-se que HAS é a DCNT que representa um fator preponderante para o “declínio cognitivo, AVC, demência de Alzheimer e perda de funcionalidade” (Silva et al., 2022, p. 7). Já no que se refere a pesquisa de Francisco et al. (2022, p. 2656), os dados investigados, correspondentes aos anos de 2016 e 2017, constataram 16,4% de idosos com depressão.

Em revisão sistemática da literatura, Ferreira (2018, p. 14) destacou que o processo de envelhecimento favorece “alterações neuropsicológicas, especialmente, alteração da memória, transtornos de ansiedade e de humor, como depressão, além de distúrbios de sono e doenças que levam à demência”.

Desta forma, o indivíduo em processo natural de senescência quando acometido por doenças crônicas, entra em um processo de senilidade, que contribui para existência de debilidades cada vez mais intensas. Nesse sentido:

O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos – senescência o que, em condições normais, não costuma provocar qualquer problema. No entanto, em condições de sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional, pode ocasionar uma condição patológica que requeira assistência – senilidade. Cabe ressaltar que certas alterações decorrentes do processo de senescência podem ter seus efeitos minimizados pela assimilação de um estilo de vida mais ativo (BRASIL, 2006).

Assim, os hábitos e fatores físicos, psicológicos, sociais e culturais influem para a transmutação do processo de senescência para o de senilidade (Ciosak, 2011). Conforme a Organização Mundial da Saúde, a perda de aptidões “comumente associada ao envelhecimento na verdade está apenas vagamente relacionada com a idade cronológica das pessoas”, conforme o Relatório Mundial sobre Envelhecimento e Saúde, as adversidades e problemas de saúde que acometem os idosos, principalmente as DCNT, advém de hábitos de todo o curso da vida e comumente são modificáveis (OMS, 2015).

4.2. A RELAÇÃO ENTRE ISOLAMENTO SOCIAL E MORBIDADE NA VELHICE

Naturalmente, com o envelhecimento, o ser humano vai ficando mais recluso, passando a manter-se em ambientes que são mais confortáveis. Com a senilidade, a degradação das habilidades de fala, escuta, mobilidade, visão e raciocínio, por exemplo, vão fazendo com que a convivência com outros humanos e o cotidiano seja mais dificultado, o que favorece o isolamento social. Destarte, é comum que idosos se isolem e parem de frequentar lugares, mantendo-se em suas residências.

Tal prática tende a gerar prejuízos significativos aos idosos. Tal informação é respaldada por vários levantamentos científicos, como o que foi divulgado em um estudo divulgado na American Journal of public health (Revista Americana de Saúde Pública), Gerst-Emerson e Jayawardhana (2015) relataram que a solidão tem relação direta com a morbidade, ao fazer um levantamento de dados do painel de Estudo de saúde e aposentadoria dos Estados Unidos, no período entre 2008 e

2012, e constatar que cerca de 53% dos entrevistados relataram sentir-se solitários em 2008 e 57% em 2012, demonstrando um leve aumento no percentual de idosos com mais de 71 anos que lidam com a solidão com o passar dos anos.

Neste mesmo sentido, Azeredo e Afonso (2016) fizeram uma pesquisa com 73 idosos com idades entre 65 e 97 anos que viviam em lares ou frequentavam centros-dia, onde 54,8% eram mulheres e 45,2% homens, na qual 79,4% relataram sentir solidão algumas vezes. Sendo que, segundo os pesquisadores “nas pessoas inquiridas que não estavam institucionalizadas (isto é, que viviam no seu domicílio), embora frequentassem centros-dia, predominavam as que viviam só ou apenas com o cônjuge também idoso” (p. 321).

Observa-se que, só de frequentar uma instituição centro-dia já houve um registro menor de sentimento de solidão, pois tal hábito já previne o isolamento social. Não obstante, os autores relataram que aparentemente “parece haver um pico entre os 75-84 anos em que os idosos sentem solidão com maior frequência”, e isso se deve ao fato de que nessa fase há “ vários tipos de perdas, que vão desde a morte / afastamento (pelas mais variadas razões) de pessoas afetivamente significativas, enquanto também vão sofrendo uma diminuição da sua própria funcionalidade e da sua mobilidade”(Azeredo; Afonso, 2015, p. 322). Tal realidade se compatibiliza com o que atestou Paço (2016) ao investigar a solidão e o isolamento na velhice.

O autor realizou um estudo em uma região conhecida como Freguesia da Misericórdia, em Lisboa/PT, com 46 pessoas idosas com idades entre 65 e 96 anos, as quais indicaram as seguintes causas principais de solidão, sendo elas: a) ausência familiar; b) baixos recursos financeiros; c) falta de amizades; d) problemas de mobilidade; e) a recusa em conviver; f) o feitio problemático da pessoa (Paço, 2016, p. 80).

Na pesquisa o autor atestou que dos entrevistados, 46% tinham problemas de mobilidade, 28% dificuldade ópticas, 17% problemas auditivos, 13% dependem de terceiros para funções básicas de subsistência e 3% tem distúrbios psíquicos, o que evidentemente prejudica a interação social, seja por obstaculizar o contato humano comum, seja por gerar sequelas onde a reclusão é mais indicada (Paço, 2016). Assim, constata-se que nos três estudos mencionados, a senilidade e seus mais variados desmembramentos foram as principais menções de isolamento citadas pelas pessoas entrevistadas (Gerst-Emerson e Jayawardhana, 2015; Azeredo e Afonso, 2016; Paço, 2016).

Através dos estudos mencionados, entende-se que a relação entre a morbidade e a solidão começa com as debilidades causadas pela própria senilidade, de forma que elementos subjacentes como a ausência de família, a perda de amigos/companheiros de longa data e outros fatores que ensejam o isolamento social, corroboram para que em sua esfera pessoal esse público tenha dificuldade de adaptar-se às limitações da vida da terceira idade, sendo comum que sintam “mal-estar psicológico como depressão, desilusão com a vida, insônias”, por exemplo (Paço, 2016, p. 40). Esses fatores emocionais, psíquicos e de estilo de vida vão acarretando uma piora física significativa, que faz com que haja uma piora sistêmica na saúde.

A literatura médica tem compreensão de que,

Tem-se verificado que sentimentos de solidão, quando mantidos ao longo do tempo, conduzem a uma ativação prolongada do eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal, à semelhança do que acontece, por exemplo, na depressão. A par disso, o sujeito que se sente sozinho vai encontrar-se num estado de hipervigilância, especialmente em contextos sociais. Esta hipervigilância contribui para um enviesamento da cognição para os aspectos negativos do contexto social. Isto é, vai estar mais atento aos aspectos negativos da interação social e vai interpretar de modo negativo estímulos sociais neutros ou positivos. Estas cognições sociais que são mal adaptativas influenciam os comportamentos e as interações sociais, dificultando o estabelecimento de novas relações,exacerbando o isolamento e os sentimentos de solidão.Assim, a solidão perpetua-se, tendo um impacto bastante significativo sobre o funcionamento social.

A solidão associa-se à diminuição da qualidade do sono e a doenças psiquiátricas, como a depressão e a ansiedade. Verificam-se igualmente associações entre solidão e estilos de vida pouco saudáveis, como o tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo e dieta pouco saudável, bem como com hipertensão, síndrome metabólica e doença cardiovascular (Rodrigues, 2018, p. 3).

É nítido que, ainda que a solidão seja um sentimento/sensação, seus efeitos transpassam o aspecto emocional, atingindo o cognitivo e físico dos idosos, sendo um fator preponderante para piora de quadro clínicos e obtenção de morbidades.

Ademais, não obstante esse afastamento social que vai ocorrendo progressivamente em virtude dos óbices relacionados à velhice, recentemente os idosos também enfrentaram o isolamento como uma das medidas de contenção da pandemia de covid-19, de forma que é interessante avaliar quais foram os principais prejuízos enfrentados, o que será feito no tópico subsequente.

4.3. PREJUÍZOS DO ISOLAMENTO SOCIAL EM VIRTUDE DA PANDEMIA DA COVID-19 PARA SAÚDE DE INDIVÍDUOS DA TERCEIRA IDADE

Muitos foram os prejuízos sentidos ao longo da pandemia de Covid-19. A sociedade sofreu, a nível mundial, impactos econômicos, populacionais e sanitários, Entretanto, para o público da terceira idade houve um fator de maior vulnerabilidade que ocasionou reflexos negativos mais amplos, na medida que além de já sofrerem os efeitos negativos da senilidade e muitos até da senescência, em virtude da debilidade do sistema imunológico, os efeitos foram mais profundos e ocasionaram internações e óbitos em todo o mundo.

Como já foi explorado anteriormente, a solidão na terceira idade está associada a várias condições adversas para a saúde, incluindo morbidade e até a mortalidade (Paço, 2016; Azeredo e Afonso, 2016). Com o surgimento da pandemia de coronavírus, a questão do isolamento social passou a ser mais relevante, pois a reclusão foi compulsória e imprescindível para a sobrevivência naquele momento, mas causou também efeitos psicológicos e físicos que podem ter reverberado negativamente pelos anos subsequentes à pandemia, prejudicando parcial ou totalmente, temporária ou permanentemente a saúde.

Romero et. al. (2021) realizou um estudo que contou com a participação de 9.173 idosos, sendo 3.969 homens e 5.204 mulheres, no qual o resultado apontou o seguinte:

Sentimento frequente de solidão pelo distanciamento dos amigos e familiares na pandemia foi relatado por metade dos idosos (IC95%: 47,1; 54,0), sendo que este sentimento é mais frequente na população idosa feminina, 57,8% (IC95%: 53,9; 61,7), em relação à masculina (41%; IC95%: 35,4; 46,9). Ansiedade ou nervosismo na maioria do tempo durante o período da pandemia foi relatado por 1/3 da população idosa (31,7%; IC95%: 28,6; 34,9), sendo maior também entre as mulheres (38,1%; IC95%: 34,2; 42,2) do que entre os homens (23,2; IC95%: 18,8; 28,4). O sentimento recorrente de tristeza e depressão (27,5%; IC95%: 24,6; 30,6) também foi mais marcante na população feminina (35,1%; IC95%: 31,3; 39,1) em comparação aos homens (17,5%; IC95%: 13,7; 22,1). Casos graves da COVID-19 em familiares, amigos próximos ou colegas de trabalho foram relatados por 13,6% (IC95%: 11,4; 16,1) dos idosos (Romero et. al., 2021, p.8).

Observa-se que uma parcela expressiva dos idosos relatou o sentimento de isolamento social, e cerca de ⅓ relataram ansiedade e depressão, o que indica os principais efeitos emocionais ocasionados pela solidão. Um aspecto relevante na questão da solidão e os efeitos emocionais no público idoso entrevistado, é que obteve-se dados suficientes para afirmar que “durante a pandemia, quanto maior a diminuição da renda tanto maior a proporção de idosos que estiveram tristes sempre ou muitas vezes, chegando a 38,5% (IC95%: 31,7; 45,7)” (Romero et. al. 2021, p. 8).

Escolà-Gascón et. al. (2020), que a partir de uma pesquisa realizada com 667 indivíduos para medir as reações psicossociais através de uma escala, concluíram que a quarentena induziu e aumentou reações psicopatológicas. Araújo et. al. (2021) aponta que o bem-estar emocional tem um efeito de manter a sensação de autoeficiência, de modo que foi observado que os efeitos do isolamento social no início da pandemia prejudicaram a saúde da população idosa de forma sistêmica por dificultar os serviços de manutenção física, propiciar a degradação emocional e favorecer o sedentarismo, causando uma influência negativa nos critérios biopsicossociais dos idosos, com impactos funcionais e cognitivos. Isso significa que distúrbios psíquicos, como a depressão e a ansiedade, causadas pelo isolamento e o próprio contexto pandêmico, potencializaram o aumento do peso e agravaram a taxa de morbidade.

Tal realidade é corroborada por Monção et. al. (2020, p.2) que em estudo transversal realizado entre agosto e setembro de 2020, com 126 indivíduos da terceira idade durante a pandemia, concluiu que “as alterações psicoemocionais possuem o potencial de agravar patologias ou propriamente serem fatores de risco para as condições crônicas”. De igual modo, Romero et. al. (2021, p. 11) aduziu que “idosos podem estar isolados socialmente sem relatar sentimento de solidão e podem estar sozinhos mesmo sem isolamento social, mas ambas as condições podem causar danos à sua saúde física e mental”.

Buscando investigar os impactos da pandemia na saúde de idosos, Santos et. al. (2021, p. 193) narrou que “foi observado hospitalização aumentada, recuperação clínica retardada, envolvimento pulmonar aumentado, progressão mais rápida da doença e presença de comorbidades, como diabetes e hipertensão arterial”.

Com base nos estudos mencionados, entende-se que os prejuízos observados na pandemia tem relação direta com a solidão causada pelo isolamento social e a perda de pessoas próximas que guarneciam certo afeto aos idosos, de modo que essa situação de isolamento além de dificultar o tratamento de morbidades preexistentes também favoreceu um contexto de pioras emocionais e psíquicas, causando quadro depressivos e ansiosos. Todo esse contexto propiciou uma piora generalizada nas condições psicossociais e clínicas de grande parte dos idosos que enfrentaram o período pandêmico.

Fato é que parte dos efeitos negativos do isolamento puderam ser evitados ou mitigados com a utilização de algumas ferramentas, como será melhor explorado no tópico que se segue.

4.3.1. A TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA DE MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS DO ISOLAMENTO SOCIAL NA SAÚDE DE IDOSOS

Diante da crise de saúde global provocada pela pandemia de COVID-19, medidas de isolamento social foram implementadas em todo o mundo para conter a propagação do vírus. No entanto, essa necessidade de distanciamento físico ocasionaram impactos significativos na saúde e bem-estar dos idosos, que são considerados um grupo de maior risco para complicações da doença e estiveram mais vulneráveis frente a contaminação da doença e os efeitos diretos e indiretos da contenção da doença (Escolà-Gascón et. al., 2020).

Nesse contexto, a tecnologia se destacou como uma importante ferramenta de mitigação dos impactos do isolamento social na saúde dos idosos, na medida em que a utilização de dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets e computadores, possibilitaram a continuidade do contato social, atendimentos médicos e entretenimento, mesmo que de forma virtual.

De acordo com Dieguez (2021, p. 22) que atestando os resultados obtidos em sua pesquisa, observou:

Os resultados do estudo sugeriram que os participantes avaliaram a intervenção como sendo capaz de ajudar a aliviar os sentimentos de solidão e melhorar a qualidade de vida; o treinamento no uso da tecnologia móvel ajudou-os a descobrir maneiras inovadoras de se conectarem com outras pessoas em suas vidas e contribuiu para uma sensação de empoderamento. O uso do telemóvel facilitou a construção de uma rede social, possibilitando que os participantes criassem contactos e mantivessem relacionamentos já existentes, facilitando um senso de conexão com outros indivíduos.

A interação social por meio das ferramentas tecnológicas foi fundamental para reduzir a sensação de isolamento e os efeitos psíquicos sentidos durante a pandemia. A ausência dessas ferramentas pode ter relação com o aumento de quadros de ansiedade e depressão em virtude do isolamento social na população idosa, como constatou Romero et. al. (2021).

Outros prejuízos podem ter sido pontuais para a população idosa que não tinha acesso às ferramentas digitais de conexão. Isso porque a tecnologia na pandemia também viabilizou o acesso ao atendimento médico e psicológico virtual. Consultas telefônicas e por videoconferência (telemedicina) permitiram que os idosos recebam cuidados de saúde de forma segura, sem a necessidade de deslocamento até hospitais e consultórios, reduzindo o risco de contágio da covid-19 e de outras doenças virais e bacterianas que poderiam debilitar e prejudicar o quadro imunológico desse público (Freire et. al., 2023).

Do mesmo modo, a terapia online foi eficaz na manutenção da saúde mental dos idosos, que puderam contar com suporte psicológico mesmo durante o isolamento (Guedes et. al., 2022). Como já explicitado ao longo da pesquisa, os efeitos psíquicos que o contexto pandêmico causou, ultrapassaram a dor da perda de amigos próximos e as restrições sociais, avançando para quadros mais gravosos de depressão e ansiedade, que puderam ser investigados e tratados através da tecnologia. Nesse aspecto, a interação familiar por meio de videochamadas e redes sociais também foram fundamentais para mitigar a solidão e promover o bem-estar emocional dos idosos.

Outro benefício da tecnologia na saúde dos idosos durante a pandemia foi a disponibilidade de entretenimento tecnológico (Monção et. al., 2022). Aplicativos de jogos, streaming de filmes e séries, e outras formas de entretenimento digital foram formas de manter os idosos ativos e estimulados, contribuindo para a saúde física e mental. Além disso, a tecnologia foi uma ferramenta viabilizadora para manutenção de aulas ginásticas e de preparação física, bem como de grupos de diálogo/convivência que puderam manter as atividades, mesmo à distância.

Assim, o acesso a dispositivos eletrônicos, à internet e a manutenção dos vínculos sociais contribuíram significativamente para a melhoria da qualidade de vida e a manutenção da saúde da população idosa que estava mais vulnerável e que enfrentou dificuldades psicossociais e físicas ao longo do período pandêmico.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O isolamento social na terceira idade tem se tornado uma das principais preocupações nos cuidados com a saúde dos idosos, uma vez que a população mundial tem envelhecido gradativamente e as relações sociais têm se modificado expressivamente. O assunto é relevante de ser investigado pois a solidão na terceira idade está associada a várias condições adversas para a saúde, incluindo problemas psicológicos, morbidade e mortalidade.

Na pandemia de coronavírus, essa questão se tornou ainda mais relevante, pois o isolamento social e a reclusão dos idosos foram recomendados como medidas de contenção à propagação do vírus. No entanto, essas restrições tiveram impactos negativos na saúde física e mental dos idosos, como demonstrado ao longo desta investigação. Observou-se que vários estudos demonstraram que a solidão na terceira idade está associada a um aumento da morbidade, incluindo doenças cardiovasculares, cognitivas e mentais.

Assim, obteve-se dados, em diferentes tipos de pesquisas de campo, à nível nacional e internacional, que atestam que a falta de interação social e atividades físicas pode levar ao declínio da saúde física e mental dos idosos. Além disso, a solidão na terceira idade pode aumentar o risco de depressão, ansiedade e outras condições de saúde mental, na medida que a falta de apoio social também pode dificultar o acesso aos cuidados de saúde necessários.

Por essa razão, foi importante que os idosos tenham tido acesso a recursos para manter a conexão social durante a pandemia, situação que deve ser estendida ao longo do período pós pandemia para facilitação do cotidiano desse público. Isso porque, ao incluir o uso de tecnologia para se comunicar com amigos e familiares, participação em atividades virtuais e grupos de apoio online, facilita-se a adaptação dos idosos às novas realidades sociais e gera-se o bem estar necessário para a manutenção da saúde. Além disso, facilita-se o acesso às informações, instituições e os profissionais de saúde que desempenham um papel crucial na identificação e no apoio aos idosos.

Assim, concluiu-se que a solidão na terceira idade durante a pandemia da covid-19 foi um risco para a morbidade e mortalidade dos idosos, de modo que ainda nos dias atuais deve-se buscar medidas para mitigar o isolamento social dos idosos, pois os esforços para combater a solidão na terceira idade são essenciais para garantir um envelhecimento saudável e de qualidade.

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[1] Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário Maurício de Nassau Cacoal – UNINASSAU.
E-mail: mluizandc@gmail.com.

[2] Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário Maurício de Nassau Cacoal – UNINASSAU. E-mail: lauramribeiro98@gmail.com.

[3] Docente do curso de Medicina do Centro Universitário Maurício de Nassau Cacoal – UNINASSAU. E-mail: profajessicarecocruz@gmail.com.