COMBATING VACCINE HESITANCY IN PARENTS: STRATEGIES TO IMPROVE ADHERENCE TO CHILDHOOD VACCINATIONS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202412191356
João Luis Calou Pereira1
Ana Janmilly Macêdo Cruz2
Emerson Pier de Almeida3
Maria do Socorro Vieira dos Santos4
RESUMO
Entre os muitos desafios enfrentados pelas campanhas de imunização, destaca-se a recusa dos pais em vacinar os filhos. Assim, o presente estudo teve por objetivo identificar, na literatura, pesquisas que abordem e avaliem medidas de intervenção para aumentar a adesão às vacinas infantis e a taxa de imunização pelo combate da hesitação parental. Realizou-se um trabalho de revisão integrativa com busca nas bases BVS, PubMed e Periódicos da Capes, com filtro de idiomas para inglês, português e espanhol, com recorte temporal limitado até o final de 2023. Na análise dos bancos de dados, foram selecionados para o estudo 17 artigos que abordavam uma ampla variedade de intervenções, entre as quais estratégias narrativas de comunicação com pais, métodos de ensino para educação dos pais e dos profissionais de saúde, além de dispositivos tecnológicos e de comunicação de massa. Muitas intervenções foram consideradas válidas para reduzir a hesitação vacinal nos pais, porém ainda falta consenso em algumas práticas, bem como há limitações metodológicas as quais tornam necessários outros estudos mais apurados.
Palavras-chave: imunização; crianças; educação em saúde; intervenção.
ABSTRACT
Among the many challenges faced by immunization campaigns, one of the most significant is parental refusal to vaccinate their children. This study aimed to identify and assess intervention measures in the literature to increase adherence to childhood vaccination and immunization rates by addressing parental hesitancy. An integrative review was conducted using BVS, PubMed, and Periódicos da CAPES databases, filtering for English, Portuguese, and Spanish publications, up to 2023. Seventeen articles were selected, covering narrative communication, educational strategies for parents and healthcare professionals, and technological tools. While many interventions proved effective, consensus and methodological rigor remain limited.
Keywords: immunization; children; health education; intervention.
INTRODUÇÃO
A vacinação é considerada uma das ferramentas de custo-benefício mais poderosas disponível na saúde pública para proteção de doenças transmissíveis (Centers for Disease Control, 1999), contribuindo para a diminuição de taxas de mortalidade e morbidade de doenças diversas (Olson, Berry e Kumar, 2020). Entre os programas de vacinação desenvolvidos, destaca-se a imunização infantil, direcionada à proteção de crianças contra doenças infectocontagiosas. (European Union, 2022).
Embora haja a aceitação da vacina por uma grande parte da população global, existem ainda pais que recusam a vacinação infantil ou que atrasam a imunização (MacDonald, 2015). A hesitação, dessa forma, é constituída por um espectro que varia entre os que aceitam as vacinas sem hesitar até aqueles que se recusam sem ter dúvidas, em que o grupo de pessoas hesitantes da vacinação está localizado entre esses dois polos.
Atualmente, a hesitação vacinal é considerada como um dos dez principais riscos à saúde pela Organização Mundial de Saúde (World Health Organization, 2019), podendo ser definida como o atraso ou a recusa da vacinação pelos pais/parentes (MacDonald, 2015). A causa da hesitação provém de diversos fatores: individuais, sociais, comportamentais e ligados a problemas específicos da vacina, bem como fatores políticos, sociais, espirituais, culturais, cognitivos e emocionais (MacDonald, 2015; Dubé; Vivion; MacDonald, 2014; Kumar et. al., 2016).
Dessa forma, entender os motivadores da hesitação vacinal é essencial para o desenvolvimento e a aplicação de estratégias de intervenção para a redução da hesitação vacinal infantil de pais de crianças (Olson; Berry; Kumar, 2020). Neste contexto, a revisão integrativa da literatura foi realizada a partir de trabalhos que abordem e avaliem medidas de intervenção com o fito de aumentar a adesão às vacinas infantis e a taxa de imunização.
MÉTODOS
Realizou-se um trabalho de revisão integrativa da literatura de modo a permitir uma análise ampla e criteriosa das principais evidências científicas de estratégias de combate da má adesão à imunização infantil.
Foram feitas buscas de trabalhos nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), da PubMed e dos Periódicos Capes, utilizando os descritores “Anti-Vaccination Movement”, “Anti-Vaccine”, “Vaccination Refusal”, “Vaccine Hesitancy”, “Childhood Vaccination”, “Childhood Immunization”, “Health Education”, Education”, “Strategy” e “Intervention”. Durante a busca adotou-se os termos booleanos AND e OR.
Para a seleção dos estudos, os critérios de inclusão adotados foram: 1) Artigos científicos originais; 2) Artigos que tenham como público-alvo a população infantil para vacinação; 3) Estudos que abordem o tema principal da pesquisa, analisando o método de intervenção adotado; 4) Artigos de acesso gratuito, publicados nos idiomas português, inglês e espanhol; 5) Artigos publicados até o final do ano de 2023. Foram excluídas cartas ao editor, comment e aqueles que não atendiam as normas listadas acima.
A pesquisa adotou as seguintes etapas: 1) Elaboração da questão norteadora; 2) Pesquisa preliminar para definir palavras-chave e/ou descritores; 3) Buscas nas bases de dados por artigos; 4) Aplicação dos critérios de elegibilidade; 5) Análise crítica dos artigos selecionados; 6) Estruturação das informações em categorias para a escrita dissertativa; 7) Organização das referências.
RESULTADOS
Na busca realizada nas bases de dados foram encontrados 452 artigos após a exclusão de 36 duplicados, desses foram selecionados 17, sendo 02 artigos na BVS e 15 artigos na Pubmed (Figura 1).
Figura 1: Fluxograma Prisma de seleção dos artigos nas bases de dados (Paje et al., 2021)
Após a leitura de triagem dos artigos, realizou-se a coleta das principais informações dos 17 artigos selecionados para a composição da pesquisa (Tabela 1).
Tabela 1: Principais informações dos artigos selecionados na busca nas bases de dados.
Autores e Ano | Objetivo da Pesquisa | Amostra | Método | Principais achados | País |
Dubé et al., 2023 | Entender como diferentes tipos de histórias podem influenciar as percepções e decisões de pais que estão hesitantes quanto à vacinação de seus filhos. | Pais de crianças de até 5 anos (n = 15) | Estudo qualitativo | Vídeos que exploram doenças evitáveis por vacinas foram mais eficazes, enquanto histórias de pais tomando decisão informada por profissionais de saúde foram menos influentes. A pesquisa sugere que as narrativas mais promissoras são as com maior apelo emocional e as com maior capacidade de identificação pessoal por parte dos pais. | Canadá |
Arrigoni, Boogard, Strohm-Farber, 2023 | Avaliar o impacto de um webinar para reduzir a hesitação vacinal entre pais em relação à vacina da COVID-19. | Pais e cuidadores legais de crianças e adolescentes com menos de 18 anos (n=23) | Estudo de intervenção | Houve uma redução estatisticamente significativa na hesitação vacinal dos participantes após o webinar. O formato gravado do webinar permitiu um maior alcance do que a transmissão ao vivo, sendo uma estratégia viável para fornecer informações baseadas em evidências. | Estados Unidos |
Gun et al., 2023 | Avaliar a viabilidade do uso de uma ferramenta de decisão digital com anotações em áudio para incentivar a vacinação contra a gripe em crianças em Singapura. | Pais de crianças entre 6 meses e 5 anos (n=18) | Estudo de intervenção | O uso da ferramenta aumentou significativamente a intenção de vacinar, de 55,6% para 94,4%. A taxa real de vacinação foi de 50%, muito superior à média nacional de 7,6%. Os pais elogiaram a clareza das informações e os visuais, mas sugeriram melhorias, como legendas e narração com linguagem mais local. | Singapura |
Fisher et al., 2023 | Avaliar o impacto de um programa de educação médica continuada (EMC) visando fortalecer a vacinação contra a gripe sazonal em crianças de 6 a 23 meses de idade. | Profissionais da saúde (n=68) | Ensaio clínico randomizado | Após interações com médicos treinados em EMC, um número significativamente maior de pais vacinou seus filhos contra a gripe (52,9% vs. 40,7%). As consultas com médicos treinados aumentaram em 20% a probabilidade de os pais escolherem uma vacina contra a gripe. Médicos treinados em EMC também relataram maiores níveis de conhecimento. | Estados Unidos |
Suzuki et al., 2022 | Avaliar o efeito da história de uma sobrevivente de câncer cervical na disposição dos pais em vacinar suas filhas contra o HPV. | Pais de crianças (n=2175) | Ensaio clínico controlado | A história de uma sobrevivente de câncer de colo de útero aumentou a disposição imediata para considerar a vacinação contra o HPV, mas o efeito não durou 3 meses. | Japão |
Vandebeg et al., 2022 | Testar se diferentes formatos de texto (narrativo pessoal e expositivo) impactam a forma em que leitores processam informações sobre vacinação infantil. | Adultos hesitantes em aderir à vacinação em crianças (n=821) | Estudo qualitativo | Diferentes formatos de comunicação (narrativas pessoais e fatos científicos) influenciam a forma como as pessoas processam informações sobre a vacinação infantil, sendo essa influência mais relacionada à confirmação de crenças pré-existentes do que à persuasão narrativa empregada. | Holanda |
Lubis et al., 2022 | Avaliar os vídeos educacionais personalizados para reduzir a hesitação em vacinar e analisar as mudanças no status de imunização de rotina na infância. | Pais de crianças de 10 até 18 meses (n=220) | Estudo de intervenção | Após as intervenções, a hesitação caiu para 6,9% no grupo de intervenção e 7,7% no controle. Cerca de 25% dos pais não completaram a vacinação dos filhos, sendo 22,4% no grupo de intervenção e 28,8% no controle. Houve uma diferença significativa na hesitação à vacinação entre os grupos. | Indonésia |
Make e Lauver, 2022 | Explorou-se o uso de uma retórica convidativa como alternativa à persuasão tradicional em consultas pediátricas com pais hesitantes quanto à vacinação. | Famílias com pais hesitantes em vacinar as crianças (n=35) | Estudo de intervenção | A retórica convidativa promove o diálogo, respeitando as opiniões divergentes, em vez de tentar mudar o comportamento. O estudo mostrou que 37% dos pais aumentaram a aceitação de vacinas após as consultas, enquanto 80% expressaram alta confiança nos profissionais de saúde. | Estados Unidos |
Kwan et al., 2022 | Avaliar como uma intervenção online por meio de website adaptada aos valores dos pais pode influenciar atitudes, valores e intenções de vacinação infantil comparada a website não adaptado. | Mães acima de 18 anos grávidas ou com um filho abaixo de 2 meses de idade (n=824) | Ensaio clínico randomizado | Uma intervenção personalizada, baseada nos valores dos pais, foi eficaz em melhorar as intenções de vacinação infantil. Contudo, a intervenção não resultou em diferenças significativas nas taxas de vacinação dentro do período recomendado em comparação aos grupos de controle. | Estados Unidos |
Verger et al., 2022 | Determinar se entrevistas motivacionais para mães em maternidades após o parto poderia reduzir significativamente a hesitação vacinal. | Mães de recém-nascidos (n=733) | Ensaio clínico randomizado | As entrevistas motivacionais ministradas por parteiras foram superiores em reduzir a hesitação comparado à leitura dos panfletos informativos do grupo controle. | França |
Mical et al., 2021 | Avaliar a eficácia de intervenções comunicativas como entrevistas motivacionais e linguagem presuntiva na reversão da hesitação vacinal. | Cuidadores de crianças entre 2 meses e 5 anos (n=11) | Estudo de intervenção | Utilizando o questionário PACV (Parent Attitudes about Childhood Vaccines), 11 de 70 cuidadores foram inicialmente classificados como hesitantes. Após intervenções, 9 dos 11 hesitantes mudaram de atitude, aceitando a vacinação recomendada. Demonstrou-se que ferramentas de triagem e intervenções direcionadas podem aumentar a adesão às vacinas. | Estados Unidos |
Glanz et al., 2017 | Determinar se uma intervenção de mídia social aumenta a imunização na primeira infância | Mulheres grávidas (n=1093) | Ensaio clínico randomizado | Fornecer informações sobre vacinas com aplicativos de redes sociais durante a gravidez pode influenciar positivamente o comportamento dos pais em relação à vacinação. | Estados Unidos |
Berry et al., 2017 | Compreender as estratégias utilizadas quando médicos e enfermeiras encontram pais que optam por não vacinar os seus filhos | Profissionais da saúde (n=26) | Estudo observacional | Três estratégias foram empregadas pelos provedores para superar esses desafios; 1) explorar e informar, 2) mobilizar o relacionamento clínico e 3) adotar um princípio geral de primeiro não causar danos à relação terapêutica. Conclui-se que os provedores precisam aprender estratégias de comunicação que os permitam gerar confiança e projetar relacionamentos saudáveis com os pais que recusam a vacinação, através de treinamento adequado em gerenciamento de conflitos e técnicas de comunicação apropriadas. | Austrália |
Lwembe et al., 2016 | Verificar a viabilidade e a aceitação do programa “Celebrate and Protect”, que utilizou cartões de celebração para incentivar a vacinação infantil em Londres. | Pais, criadores de políticas públicas e profissionais de saúde (n=55) | Estudo qualitativo | Os cartões foram bem recebidos por pais e profissionais de saúde, sendo vistos como lembretes úteis para agendar vacinas. No entanto, alguns pais apontaram a falta de informações detalhadas sobre os benefícios da vacinação. O programa foi considerado viável, mas seu impacto na melhoria da vacinação ainda precisa ser checado. | Reino Unido |
Van Der Linder, Clarke e Maibach, 2015 | Investigar se é eficaz destacar o consenso entre cientistas médicos sobre a segurança das vacinas infantis para reduzir a preocupação pública e as percepções errôneas sobre a ligação falsa entre autismo e vacinação. | População adulta diversa (n=206) | Ensaio clínico randomizado | Em comparação com o grupo de controle, as mensagens de consenso reduziram significativamente a preocupação com as vacinas e a crença na ligação vacina-autismo, ao mesmo tempo que aumentaram o consenso percebido sobre a segurança da vacinação. | Estados Unidos |
Opel et al., 2013 | Caracterizar a comunicação entre o provedor e os pais sobre a vacinação e determinar a influência de práticas específicas de comunicação do provedor na hesitação vacinal dos pais. | Pais de crianças de 1 até 19 meses (n=16) | Estudo observacional | A maioria dos provedores (74%) usou recomendações de vacina em um formato presuntivo, em vez de participativo. Pais hesitantes demonstraram maior resistência às recomendações. A resistência dos pais foi maior quando os provedores adotaram um formato participativo. Quando houve resistência, metade dos provedores manteve suas recomendações, levando 47% dos pais inicialmente resistentes a aceitá-las. | Estados Unidos |
Williams et al., 2013 | Avaliar uma intervenção educacional para melhorar as atitudes dos pais e a aceitação da vacina em pais hesitantes. | Pais de crianças (n=122) | Ensaio clínico randomizado | Os pais no grupo de intervenção tiveram uma diminuição significativa na pontuação do questionário PACV aos 2 meses em comparação com o controle. Não houve diferença na taxa de vacinação entre os grupos às 12 semanas de idade das crianças. Uma breve intervenção educativa para pais hesitantes à vacinação foi associada a um aumento modesto, mas significativo da aceitação parental às vacinas. | Estados Unidos |
DISCUSSÃO
As estratégias envolvendo a narrativa sobre a história de vida de alguma pessoa que teve uma experiência com alguma doença podem ser utilizadas como intervenções para melhorar a vacinação infantil. Desse modo, a fim de verificar se a história de uma sobrevivente do câncer de colo do útero poderia mudar a opinião de pais sobre a vacinação contra o HPV, Suzuki et al. (2022) realizaram um estudo com 2.175 participantes através de uma página de internet. Os participantes foram divididos em dois grupos; todos responderam um questionário sobre a disposição de vacinação, porém o grupo de intervenção assistiu a um curta-metragem com a narrativa de uma sobrevivente do câncer de colo de útero, relatando sua experiência desde o diagnóstico até as sequelas da terapia. Essa intervenção mostrou que a exibição do filme aumentou a disposição dos pais em considerar a vacinação contra o HPV para suas filhas comparado aos que não passaram pela intervenção, mas os efeitos foram observados apenas no grupo de pais, não no das mães, sendo que a inclinação dos pais à vacinação após três meses não foi sustentada. Os autores reportaram que há um efeito positivo imediato na disposição para a vacinação contra o HPV, mas não houve mudança no comportamento dos pais em relação à vacinação dos filhos.
Um outro estudo investigou como narrativas antivacina afetam atitudes comparadas a textos expositivos, analisando dois mecanismos cognitivos: a heurística da disponibilidade (julgar que algo é mais provável de ocorrer porque consegue lembrar-se facilmente de fatos similares, o que pode ser falso) e a resistência cognitiva (recusa em aceitar informações conflitantes devido a crenças pré-estabelecidas). Dois experimentos foram realizados: no primeiro, 418 participantes leram textos pró-vacina ou antivacina, narrativos ou expositivos, e avaliaram a facilidade de recordação e percepção de risco. O segundo experimento, com 403 participantes, testou a resistência cognitiva e atitudes em relação à hesitação prévia. No primeiro experimento, não houve evidências de que as narrativas afetassem a heurística de disponibilidade, sendo que os participantes não apresentaram maior facilidade de recordação ou percepção de risco após lerem textos antivacina. No segundo experimento, verificou-se que a hesitação vacinal influenciava a resistência cognitiva: indivíduos mais hesitantes apresentaram menos resistência ao texto antivacina (Vaandeberg et al., 2022).
Dubé et al. (2023) conduziram um estudo qualitativo com grupos de discussão com 15 pais para saber a percepção deles e determinar a melhor abordagem narrativa visando promover a vacinação infantil. Os participantes assistiram a 03 vídeos com apresentações diferentes: o primeiro vídeo mostrava pais optando pela vacinação após buscarem informações de qualidade na internet, evitando serem enganados por informações falsas; o segundo vídeo mostra um pediatra com experiência em doenças preveníveis por vacinas recomendando a vacinação; o terceiro vídeo mostra o depoimento de uma mãe cujo filho sofreu com uma doença prevenível por vacina. Nos grupos de discussão, os pais mostraram-se mais favoráveis aos vídeos os quais dispunham de componentes emocionais capazes de criar um sentimento de identificação com eles, como no caso do vídeo de pais buscando fazer uma decisão informada, e outro vídeo mostrando o sofrimento de uma mãe cujo filho foi acometido por uma doença prevenível. Alguns pais fizeram ressalvas de que os vídeos não poderiam ser excessivamente emotivos e deveriam fornecer algumas informações específicas que interessam a eles, incluindo os possíveis efeitos adversos das vacinas.
As intervenções através de tecnologias como sites e redes sociais podem diminuir a hesitação vacinal de pais e aumentar a adesão vacinal. Um ensaio clínico randomizado nos Estados Unidos buscou testar dois sites educacionais de promoção de vacinas em comparação com os cuidados habituais. Uma amostra com 842 participantes, foi dividida em 03 grupos, sendo um grupo de intervenção para o site personalizado, outro grupo para o site não personalizado e outro sendo o grupo controle que não visualizou nenhum dos sites. Os resultados do estudo mostraram que a porcentagem dos que pretendiam vacinar os bebês aumentou significantemente ao longo do tempo em todos os grupos, no entanto as atitudes em relação a vacinação não mudaram ao longo do tempo em nenhum dos grupos. Desse modo, evidenciou-se que a abordagem baseada em valores e personalizada com base em uma página de internet não parece ter sido mais bem-sucedida, sugerindo que não há nenhum benefício adicional de mensagens personalizadas em relação a um site interativo não personalizado (Kwan et al.,2022).
Buscando determinar se uma intervenção através de uma mídia social poderia aumentar a imunização na primeira infância, um ensaio clínico randomizado de 3:2:1 foi elaborado com mulheres grávidas, divididas em três grupos: um grupo para um site com informações sobre vacinas e componentes interativos de mídia social (n = 542), um grupo para um site com informações sobre vacinas (n = 371) e outro grupo para cuidados habituais (n=180). A vacinação foi avaliada em bebês de participantes desde o nascimento até os 200 dias de idade. Houve um impacto positivo na imunização da primeira infância, sendo as mulheres grávidas expostas ao site com informações sobre vacinas com componentes interativos de mídia social as que tinham maior probabilidade de vacinar os seus bebês a tempo comparando aos outros grupos. Desse modo, averiguou-se que as intervenções interativas e informativas administradas fora do consultório médico podem melhorar a aceitação das vacinas (Glanz et al.,2017).
Ainda no campo das propostas digitais, Gun et al. (2018) realizaram em estudo qualitativo em Singapura, onde um grupo de 18 pais tiveram avaliadas suas percepções acerca do protótipo de um dispositivo digital, que consistia em anotações de voz com capacidade informativa e incentivadora da vacinação, no intuito de promover a vacina contra influenza em crianças. O resultado obtido das entrevistas dos pais após conhecerem a ferramenta foi favorável ao emprego desse dispositivo, com os pais mais bem informados sobre os benefícios e os riscos das vacinas. O percentual de pais dispostos a vacinaram seus filhos, aumentou de 55,6% para 94,5%, embora a adesão verdadeira tenha sido de 50%, mas que ainda assim seria superior à média nacional de 7,6%.
Diante dos benefícios potenciais que práticas informativas podem trazer à promoção das vacinas, o emprego de plataformas de vídeo como meio de comunicação de massa poderia ser uma estratégia válida na busca de reduzir a hesitação vacinal. Para avaliar estratégias desse perfil, um webinar educativo foi oferecido aos pais e cuidadores legais de crianças e adolescentes com menos de 18 anos dentro de um hospital pediátrico com capacidade para 323 leitos. Ao todo, 23 pais e cuidadores assistiram ao vivo voluntariamente, tendo sido realizado um questionário PACV adaptado antes e depois do webinar. O resultado dessa intervenção foi uma menor hesitação dos pais no pós-teste. O webinar foi, em seguida, disponibilizado no YouTube, tendo recebido mais de 1300 visualizações, ampliando o acesso da informação. Contudo, não se avaliou se a intervenção resultou em aumentos reais na taxa de vacinação (Arrigoni, Boogaard e Strohm-Farber, 2023).
Para além das intervenções através de narrativa e pelo uso de tecnologias, intervenções podem ser feitas através de estratégias comunicativas com objetivo de reduzir a hesitação vacinal e sua adesão. Buscando entender as estratégias usadas quando clínicos gerais e enfermeiras encontram pais que optam por não vacinar seus filhos, um estudo elaborou entrevistas com prestadores de cuidados primários sobre suas experiências, com análise temática focada no encontro com os pais e os desafios e estratégias. Os resultados mostraram que os prestadores de cuidados se utilizam de três estratégias: (a) explorar e informar, em que tentam explorar as razões para a objeção à vacina e oferecer informações credíveis em resposta; (b) mobilizar o relacionamento clínico, em que o ganho da confiança dos pais foi visto como uma ferramenta essencial através da escuta com respeito e uso de uma linguagem que não critique ou pressione os pais; (c) cultivar uma relação positiva entre os pais, com efeitos a curto prazo como a reintrodução da vacinação em uma data posterior ou até mesmo o abandono da vacinação caso sentissem que a relação estava em risco. Os autores reportaram que a maioria dos profissionais acha desafiador discutir com os pais que se recusam a vacinar seus filhos, sentindo que os pais põem em dúvida sua integridade pessoal e profissional, sua autoridade como especialista e sua competência como comunicadores. Além disso, muitos provedores sentem que suas obrigações profissionais conflitam com seu papel de isentar os pais que não aceitam a vacinação; e que a maioria dos profissionais escolhem priorizar sua relação com os familiares apesar de terem dúvidas no processo de isenção, acreditando que isso garante oportunidades futuras dos pais aceitarem a vacinação e minimizarem o dano em potencial à criança. A conclusão dos autores é que os provedores precisam aprender estratégias de comunicação que permitam com que eles gerem confiança e projetem relacionamentos saudáveis com os pais que recusam a vacinação através de treinamento adequado em gerenciamento de conflitos e técnicas de comunicação apropriadas para esses contextos (Berry et al., 2017).
Com o objetivo de caracterizar a comunicação entre profissionais de saúde e pais sobre a vacina para determinar a influência de práticas específicas de comunicação na resistência dos pais às recomendações vacinais, foi organizado um estudo observacional transversal com discussões entre profissionais de saúde e pais (n = 16) sobre vacinas durante visitas de supervisão de saúde. Os pais de crianças de 1 a 19 meses de idade foram avaliados por meio do questionário PACV. Os resultados mostraram que a maioria dos profissionais de saúde (74%) iniciou recomendações de vacinas com formatos presuntivos (por exemplo, “Bem, temos que aplicar algumas injeções”) em vez de participativos (por exemplo, “O que você quer fazer com relação às injeções?”). Os pais tinham probabilidades significativamente mais elevadas de resistir às recomendações da vacina se o prestador utilizasse um formato de iniciação participativo em vez de um formato de iniciação presuntivo. Quando os pais resistiram, 50% dos prestadores seguiram as suas recomendações originais (por exemplo, “Ele realmente precisa destas injeções”), e 47% dos pais inicialmente resistentes aceitaram posteriormente as recomendações quando o fizeram. Os autores concluem que a forma como os profissionais de saúde iniciam as suas recomendações de vacinas parece ser um determinante importante da resistência dos pais a essas recomendações. Além disso, se os profissionais continuarem a seguir a sua recomendação original depois de encontrarem resistência dos pais, muitos pais acabarão por concordar com ela (Opel et al.,2013).
Uma outra pesquisa teve como objetivo verificar se o consenso entre os cientistas médicos sobre a segurança da vacinação infantil pode diminuir a preocupação do público, reduzir os principais equívocos sobre a ligação desacreditada entre o autismo e a vacina e promover o apoio geral às vacinas. Os participantes foram designados ou para um grupo de controle ou para uma das três intervenções de tratamento, com quatro condições experimentais ao todo: uma condição de norma descritiva, com o texto manipulado apenas com uma descrição sobre a vacinação “90% dos médicos concordam que as vacinas são seguras” (n = 59), uma condição de norma prescritiva, com o texto manipulado apenas com uma prescrição sobre a vacinação “90% dos médicos concordam que todos os parentes devem vacinar suas crianças” (n = 60), a combinação dos dois (n = 44) e um controle de grupo (n = 43). Os resultados apontaram que destacar o grau de consenso médico aumenta o acordo científico percebido, que atua como uma crença de “porta de entrada”, promovendo atitudes públicas favoráveis em relação à vacinação, bem como reduzindo o risco percebido e a crença na ligação do autismo à vacina (Linder, Clarke e Maibach, 2015).
Com o propósito de verificar se vídeos educativos personalizados reduzem a hesitação vacinal e analisar as mudanças no estado de vacinação de rotina infantil, foram organizados dois grupos em um estudo: um grupo de intervenção, alocado em exposições de vídeos educativos (n=116), e um grupo controle, na versão digital da caderneta de saúde materno-infantil (n=104). Os resultados verificaram que os vídeos educativos podem reduzir a hesitação em relação à vacina em pais com filhos entre 10 e 18 meses. Intervenções educativas personalizadas em vídeo compartilhadas por meio de grupos de WhatsApp foram associadas a menor hesitação vacinal (pontuação mediana do PACV) e podem ser usadas como ferramentas de educação em saúde que afetam o status de conclusão da imunização infantil entre pais na comunidade (Lubis et al.,2022).
Nos Estados Unidos, uma pesquisa avaliou o impacto de um programa de educação médica continuada (EMC) que enfatizou informações práticas e aplicáveis, motivação para agir e habilidades para fortalecer as recomendações médicas para vacinação contra influenza sazonal em crianças. Um grupo de estudo recebeu EMC e o outro foi o grupo controle. Os resultados reportaram que a EMC fortaleceu o conhecimento e a confiança dos médicos em relação à discussão sobre vacinação contra influenza com pais de bebês. Os pais atendidos por médicos no grupo EMC tinham aproximadamente 30% a 50% mais probabilidade de aceitar a vacinação contra influenza. Além disso, tinham aproximadamente 20% mais probabilidades de escolher uma vacina contra a gripe aprovada, mas não financiada, que demonstrou maior eficácia e imunogenicidade em crianças (Fisher et al., 2023).
Williams et al. (2013) visando determinar se intervenções educacionais seriam capazes de melhorar as atitudes parentais e a aceitação da vacina em familiares hesitantes, dois locais de cuidados primários foram randomizados para fornecer às famílias essa intervenção comparada aos cuidados habituais como grupo controle. A intervenção educacional incluiu três componentes: 1) um vídeo de 8 minutos desenvolvido pelo Programa de Pesquisa de Vacinas Vanderbilt, 2) um folheto educativo sobre preocupações comuns com vacinas desenvolvido pelo Centro de Educação em Vacinas do Hospital Infantil da Filadélfia, 3) um folheto com instruções escritas sobre como encontrar informações médicas precisas na internet. Foram abordados 454 pais de bebês de 2 semanas de idade. Destes, 369 (81,3%) completaram o inquérito PACV (67 pais recusaram participar e 18 pais não preencheram os critérios de inclusão). Um total de 122 participantes tiveram pontuações PACV maiores que 25 e foram inscritos; 67 no local de controle e 55 no local de intervenção. Os resultados revelaram que os pais do grupo de intervenção tiveram uma diminuição significativa na pontuação PACV aos dois meses em comparação com o controle; isso permaneceu significativo após ajuste para pontuação basal do PACV, raça/etnia e renda. Contudo, não houve diferença na administração das vacinas entre os grupos às 12 semanas do experimento.
Um ensaio clínico randomizado realizado na França, no período de 2021 e 2022, avaliou a eficácia de entrevistas motivacionais, fornecendo informações sobre segurança e eficácia das vacinas, realizadas por parteiras após o parto. Na pesquisa, participaram 733 mães que foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos, o grupo de intervenção com as parteiras e um grupo controle que contou apenas com um panfleto estimulando a vacinação. Os dados mostraram que as entrevistas motivacionais foram mais eficazes em comparação ao panfleto para estimular a adesão às vacinas infantis. (Verger et al., 2022).
Em um consultório pediátrico nos Estados Unidos, uma pesquisa envolvendo 105 famílias, das quais 35 foram identificadas como hesitantes à vacinação, avaliou a aplicação de uma retórica convidativa para elevar a aceitação da vacinação infantil. Nesse estudo, a retórica convidativa se difere da retórica persuasiva, sendo esta a abordagem tradicional focada nos argumentos de autoridade e dados científicos, enquanto aquela é uma abordagem acolhedora a qual não tenta explicitamente mudar a decisão dos pais, visto que o foco é construir um diálogo preservando a autonomia dos pais para que eles façam decisões mais bem informadas. Evidenciou-se que essa retórica promoveu a compreensão mútua sem pressões persuasivas, aumentou a confiança em 80% dos pais hesitantes e levou 37% a reconsiderar e aceitar mais vacinas para seus filhos. Concluiu-se que essa abordagem favorece o aumento da confiança e da adesão à vacinação, porém mais estudos seriam necessários para avaliar seu impacto exclusivo, já que os profissionais de saúde envolvidos na abordagem dos pais hesitantes combinaram técnicas convidativas e persuasivas (Make e Lauver, 2021).
Um estudo realizado em outra clínica pediátrica, mas em ambiente rural, avaliou 70 cuidadores de crianças entre 2 meses e 5 anos, majoritariamente de origem hispânica e de baixa renda. Foi aplicada a questionário PACV antes e após intervenções as quais incluíam linguagem presuntiva, entrevistas motivacionais e diálogos educativos. Dos 11 cuidadores classificados como hesitantes antes das intervenções, 9 deixaram de ser hesitantes após o estudo. Concluiu-se que o uso de ferramentas de triagem precoce e intervenções direcionadas diminui a hesitação e melhorou a adesão vacinal. (Mical et al., 2021).
Uma outra abordagem foi avaliada no Reino Unido com o teste de viabilidade e aceitabilidade de um programa chamado “Celebrate and Protect” (Celebrar e Proteger, em tradução livre), que visava aumentar a adesão à vacinação infantil em nove distritos de Londres através do envio de cartões comemorativos para incentivar a participação dos pais nas consultas de vacinação. Foram entrevistados 55 participantes, incluindo formuladores de políticas, profissionais de saúde e pais. Os resultados indicaram que os cartões foram bem recebidos como um lembrete positivo, mas alguns pais expressaram a necessidade de mais informações sobre a importância das vacinas. Os profissionais consideraram a intervenção viável e implementável com os recursos existentes. Concluiu-se que a iniciativa fortaleceu as relações entre as práticas de saúde e os pais, mas são necessárias evidências quantitativas para comprovar seu real impacto na cobertura vacinal. (Lwembe et al., 2016)
CONCLUSÃO
Estratégias envolvendo a aplicação de narrativas, como no uso de histórias emotivas com apelo às experiências dos pais, são vistas como abordagens válidas, mas seus impactos foram avaliados apenas a curto prazo. Ademais, o emprego de tecnologias como vídeos personalizados e ferramentas interativas digitais provaram ser promissoras, mas apresentaram limitações quanto à conversão de intenção em comportamento efetivo de vacinação. A ausência de evidências de que a intervenção resultou em impactos duradouros com mudanças na atitude dos pais quanto à vacinação infantil resultou ser um fator limitante na maioria dos estudos.
Muitas foram as limitações metodológicas encontradas nos artigos, tais como o uso de amostras pequenas e contextos específicos, como amostras não representativas da população, o que restringe a generalização dos resultados. O risco de vieses, como o de confirmação e influências culturais, também torna ainda mais complexa a avaliação das intervenções. Além disso, há divergências nos resultados, com artigos defendendo abordagens opostas em princípio, tais como artigos propondo métodos comunicativos mais convidativos e abertos a uma decisão conjunta com os pais, enquanto outros incentivam abordagens mais explícitas com um menor diálogo com os pais.
Diante do exposto, conclui-se que intervenções isoladas podem ter impactos limitados, reforçando a necessidade de adoção de diferentes abordagens, adaptadas à população de cada território e aplicadas recorrentemente ao longo do tempo para lidar com a complexidade da hesitação vacinal. Todavia, mais ensaios clínicos com maior controle de variáveis e maiores amostras são necessários para avaliar a eficácia a longo prazo dessas iniciativas e produzir melhores níveis de evidências.
REFERÊNCIAS
ARRIGONI, Lauren; BOOGAARD, Claire; STROHM-FARBER, Jessica. A Webinar to Improve Parental COVID-19 Vaccine Hesitancy. Journal of Pediatric Health Care, v. 37, n. 6, p. 590-598, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.pedhc.2023.03.003. Acesso em: 23 ago. 2024.
BERRY, Nina J. et al. When parents won’t vaccinate their children: a qualitative investigation of australian primary care providers’ experiences. BMC pediatrics, v. 17, p. 1-10, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12887-017-0783-2. Acesso em: 20 ago. 2024.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Ten great public health achievements–United States, 1900-1999. MMWR. Morbidity and mortality weekly report, v. 48, n. 12, p. 241-243, 1999. Disponível em: https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/00056796.htm. Acesso em: 07 ago. 2024.
DUBÉ, Eve; VIVION, Maryline; MACDONALD, Noni E. Vaccine hesitancy, vaccine refusal and the anti-vaccine movement: influence, impact and implications. Expert review of vaccines, v. 14, n. 1, p. 99-117, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1586/14760584.2015.964212. Acesso em: 08 ago. 2024.
DUBÉ, Eve et al. Exploring parents’ views of the use of narratives to promote childhood vaccination online. PloS one, v. 18, n. 7, p. e0284107, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1111/aphw.12296. Acesso em 15 ago. 2024.
EUROPEAN UNION. Conclusions on vaccination as one of the most effective tools for preventing disease and improving public health. Official Journal of the European Union, v. C 484, 2022. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/ALL/?uri=uriserv:OJ.C_.2022.484.01.0018.01.ENG. Acesso em: 07 ago. 2024.
FISHER, William A. et al. Continuing Medical Education Improves Physician Communication Skills and Increases Likelihood of Pediatric Vaccination: Findings from the Pediatric Influenza Vaccination Optimization Trial (PIVOT)—II. Vaccines, v. 11, n. 1, p. 17, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.3390/vaccines11010017. Acesso em: 29 ago. 2024.
GLANZ, Jason M. et al. Web-based social media intervention to increase vaccine acceptance: a randomized controlled trial. Pediatrics, v. 140, n. 6, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1542/peds.2017-1117. Acesso em 15 ago. 2024.
GUN, Shih Ying et al. A Voice-Annotated Digital Decision Aid to Promote Child Influenza Vaccination: A Feasibility Study. Vaccines, v. 11, n. 3, p. 565, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.3390/vaccines11030565. Acesso em: 14 ago. 2024.
KUMAR, Dewesh et al. Vaccine hesitancy: understanding better to address better. Israel journal of health policy research, v. 5, p. 1-8, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s13584-016-0062-y. Acesso em: 14 ago. 2024.
KWAN, Bethany M. et al. Exploring mechanisms of a web‐based values‐tailored childhood vaccine promotion intervention trial: Effects on parental vaccination values, attitudes, and intentions. Applied Psychology: Health and Well‐Being, v. 14, n. 1, p. 158-175, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0284107. Acesso em: 11 ago. 2024.
LUBIS, Teti Adriana et al. Educational videos to address vaccine hesitancy in childhood immunization. Vaccine, v. 40, n. 41, p. 5965-5970, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.vaccine.2022.08.044. Acesso em: 05 set. 2024.
LWEMBE, Saumu et al. A qualitative evaluation to explore the suitability, feasibility and acceptability of using a ‘celebration card’intervention in primary care to improve the uptake of childhood vaccinations. BMC family practice, v. 17, p. 1-11, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12875-016-0497-9. Acesso em: 25 ago. 2024.
MACDONALD, Noni E. et al. Vaccine hesitancy: Definition, scope and determinants. Vaccine, v. 33, n. 34, p. 4161-4164, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.vaccine.2015.04.036. Acesso em: 07 ago. 2024.
MAKE, Jeremy; LAUVER, Adam. Increasing trust and vaccine uptake: Offering invitational rhetoric as an alternative to persuasion in pediatric visits with vaccine-hesitant parents (VHPs). Vaccine: X, v. 10, p. 100129, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jvacx.2021.100129. Acesso em: 30 ago. 2024.
MICAL, Robyn et al. Vaccine hesitancy in rural pediatric primary care. Journal of Pediatric Health Care, v. 35, n. 1, p. 16-22, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.pedhc.2020.07.003. Acesso em: 10 set. 2024.
OLSON, Olivia; BERRY, Corinne; KUMAR, Nirbhay. Addressing parental vaccine hesitancy towards childhood vaccines in the United States: a systematic literature review of communication interventions and strategies. Vaccines, v. 8, n. 4, p. 590, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.3390/vaccines8040590. Acesso em: 07 ago. 2024.
OPEL, Douglas J. et al. The architecture of provider-parent vaccine discussions at health supervision visits. Pediatrics, v. 132, n. 6, p. 1037-1046, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1542/peds.2013-2037. Acesso em: 28 ago. 2024.
PAGE, Matthew J. et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ, v. 372, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1136/bmj.n71. Acesso em 10 ago. 2010.
SUZUKI, Yukio et al. The effect of a web-based cervical Cancer Survivor’s story on Parents’ behavior and willingness to consider human papillomavirus vaccination for daughters: randomized controlled trial. JMIR Public Health and Surveillance, v. 8, n. 5, p. e34715, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.2196/34715. Acesso em: 18 ago. 2024.
VANDEBERG, Lisa et al. Facts tell, stories sell? Assessing the availability heuristic and resistance as cognitive mechanisms underlying the persuasive effects of vaccination narratives. Frontiers in psychology, v. 13, p. 837346, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fpsyg.2022.837346. Acesso em: 19 ago. 2024.
VAN DER LINDEN, Sander L.; CLARKE, Chris E.; MAIBACH, Edward W. Highlighting consensus among medical scientists increases public support for vaccines: evidence from a randomized experiment. BMC public health, v. 15, p. 1-5, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12889-015-2541-4. Acesso em: 01 set. 2024.
VERGER, Pierre et al. A postpartum intervention for vaccination promotion by midwives using motivational interviews reduces mothers’ vaccine hesitancy, south-eastern France, 2021 to 2022: a randomised controlled trial. Eurosurveillance, v. 28, n. 38, p. 2200819, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.2807/1560-7917.es.2023.28.38.2200819. Acesso em: 05 set. 2024.
WILLIAMS, Sarah E. What are the factors that contribute to parental vaccine-hesitancy and what can we do about it?. Human vaccines & immunotherapeutics, v. 10, n. 9, p. 2584-2596, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.4161/hv.28596. Acesso em: 02 set. 2024.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Ten threats to global health in 2019. Disponível em: https://www.who.int/news-room/spotlight/ten-threats-to-global-health-in-2019. Acesso em: 07 ago.2024.
1Médico Residente de Medicina de Família e Comunidade; Universidade Federal do Cariri – UFCA. Faculdade de Medicina, E-mail: cjooluis@gmail.com.
2Médica Residente de Medicina de Família e Comunidade; Universidade Federal do Cariri – UFCA. E-mail: janmillymacedo04@gmail.com.
3Médico, Pós-Graduação Lato sensu em Saúde Pública c ênfase em Saúde da Família pelo Centro Universitário Internacional UNINTER. E-mail: emersonpier@hotmail.com.
4Docente, Universidade Federal do Cariri – UFCA. Faculdade de Medicina, E-mail: socorro.vieira@ufca.edu.br.