COBERTURA VACINAL NO BRASIL

VACCINATION COVERAGE IN BRAZIL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10069485


Karina Cardeal Calegari da Silva¹
Ms. Márcia Renata Hidalgo Marques¹


RESUMO

A vacinação tem um forte reconhecimento de medidas efetivas para se adquirir resistências em agentes infecciosos. Apesar de registros de sua efetividade, uma parte da população vem hesitando a sua administração, e com isso atualmente há registros de aumento em surtos e epidemias de doenças evitáveis por ela. Portanto rebater os motivos da recusa através de conhecimento sobre o imunizante torna-se viável para tentar mudar este cenário. Foram realizados vários estudos para entender o motivo dessa recusa, nesta presente revisão foram visto 21 artigos, para entender qual seria a maior recorrência de motivos para tal cenário, e de acordo com a maioria das respostas obtidas determina-se que a internet teria grande contribuição para más informações, em contra partida uma grande solução seria utilizar esse mesmo meio para a contribuição positiva em alavancar os índices que vem sendo registrados nos últimos anos.

Palavras-chaves: Vacinação, hesitar, doenças, Brasil.

Abstract

Vaccination has a strong recognition of effective measures to acquire resistance in infectious agents. Despite records of its effectiveness, a part of the population has been hesitating its administration, and with this currently there are records of increased outbreaks and epidemics of diseases preventable by it. Therefore refuting the reasons for refusal through knowledge about the immunizer becomes feasible to try to change this scenario. Several studies were conducted to understand the reason for this refusal, in this review 21 articles were seen, to understand what would be the greatest recurrence of reasons for such scenario, and according to most of the answers obtained determinesIf the internet would have a great contribution to bad information, on the other hand a great solution would be to use this same means for the positive contribution in leveraging the indexes that have been registered in recent years.

Keywords: Vaccination, hesitation, diseases, Brazil.

INTRODUÇÃO

No Brasil, em 1973, com o intuito de promover a prevenção de diversas doenças, foi implantado o programa nacional de imunizações (PNI) 1, onde são disponibilizadas inúmeras vacinas na sociedade em determinadas fases da vida. Contudo, a cobertura vacinal vem diminuindo drasticamente e doenças anteriormente erradicadas estão ressurgindo, como por exemplo, sarampo2, que segundo o próprio PNI sugere duas doses a partir de 12 meses de idade3, a varíola com relatos de casos em 20224 e a poliomielite2.

De acordo com os dados do ministério da saúde, o recomendado é que a média de cobertura vacinal no Brasil ideal seja a cima de 90%, e atualmente, no ano de 2023, a corretora não atingiu os 50%.5

O presente estudo tem como objetivo evidenciar os motivos que possam estar gerando essa baixa adesão, a fim de que se consiga reestabelecer os parâmetros seguros à população, garantindo que doenças erradicadas não se tornem novas ameaças ao Brasil.

JUTIFICATIVA

Foi realizado uma revisão de literatura que visa verificar o conhecimento da população Brasileira sobre vacinas e compreender os motivos da queda na adesão à vacinação.

MÉTODOS

Para esse estudo foram utilizados, como base, 21 artigos científicos coletados em bases de dados como SciELO, google acadêmico e PubMed. Tendo como abrangência, artigos publicados entre os anos de 2010 a 2023.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

A partir da criação do Programa Nacional de Imunizações em 1973 houve uma redução das doenças imunopreveníveis, o programa é coordenado pelo Ministério da Saúde, de forma compartilhada com as secretarias estaduais e municipais de saúde, e é uma das práticas mais relevantes em questão da saúde pública, tem um histórico eficiente em relação a morbimortalidade 1

Foram estabelecidas 15 vacinas para crianças, 9 para os adolescentes, cinco para adultos e idosos. Foi possível ver a mudança positiva no cenário epidemiológico de algumas doenças no país após as medidas de imunização, então acredita-se que para o não ressurgimento de doenças graves já controladas ou eliminadas na população, seria importante manter algumas atitudes em práticas, já que há uma tendência crescente do(re)aparecimento de doenças como a poliomielite, rubéola, tétano, ocorrência de difteria, coqueluche6.

Por um outro lado, com a erradicação de algumas doenças, há um grande desafio em manter a população informada sobre a gravidade das mesmas, pois se tornam desconhecidas8.É necessário entender alguns fatores que levam à diminuição da vacinação, a desinformação da gravidade, dos malefícios que muitas vezes são disseminados pelas redes sociais ou problemas operacionais9

A vacinação se torna importante não só em questão individual, mas também coletivo, a maior parte da população estando com a vacina em dia, faz com que a ocorrência de vírus circulantes diminua. Mas no Brasil, a cada ano, vem sofrendo uma queda no índice vacinal, o que preocupa no reaparecimento de doenças já erradicadas e de fácil contagio, como por exemplo o sarampo, que teve um surto entre os anos de 2019 e 202010.

Dados do Datasus relevam o cenário atual11:

Surtos relatados recentemente de doenças erradicadas foram relacionados a indivíduos não vacinados12, surgem diversos motivos para essa hesitação, fatores sociais, culturais, políticos e pessoais13, quanto a vacina infantil foi realizado uma pesquisa pan-canadense com pais, divulgou que metade deles não estavam seguros com as vacinas atuais e acreditam que as mais antigas demonstram mais seguranças, por acharem que atualmente há uma quantidade exorbitante 14.

Pesquisa da UFMG (universidade Federal de Minas gerais) trás como um dos maiores motivos a recusa vacinal o medo de efeitos colaterais, o estudo foi feito através de 4.684 municípios e 84% que apontaram como o principal15.

Recentemente enfrentamos a maior pandemia dos últimos 100 anos, e com isso surgiram diversas notícias16 as plataformas Facebook, Instagram,Twitter e WhatsApp foram os principais meios de circulações de notícias, fazendo com que muitos não saibam identificar quais eram verdadeiras e falsas, gerando teorias de conspiração, receitas caseiras para curas e medo sobre reações adversas, se tornando um obstáculo para aplicações das vacinas e o isolamento social.17

Foram analisados 20 fake News, com tema de recusa e entre essas notícias as principais barreiras encontradas foram sobre o potencial risco de morte e sequelas imunobiológicas além de serem ineficazes18 Uma dessas notícias afirmava que a vacina era um plano para reduzir a população, mas foram feitos vários estudos sobre a segurança da mesma, houve também a notícia que aumentava o risco de derrame, mas estudos não comprovaram a relação.19

No Brasil, durante a pandemia de covid-19 em março de 2020 em uma pesquisa de opinião 20% não pretendem vacinar e 35% acreditam que, pelo menos, uma fake News é verdadeira, oposição da vacina não é algo novo, no final do século XVIII já havia recusas no período da varíola, mas acredita-se que, com novos meios de comunicação há grandes oportunidades de divulgar mais informações sobre o assunto, e assim manter a população em segurança referente ao índice vacinal. 20

Existem alguns fatores que podem ser observados quanto a veracidade de uma matéria, como: verificar qual site da publicação, se este mesmo assunto foi divulgado em outras plataformas, quem foi o responsável por redigir, questões estruturais, data da informação, e qual é a finalidade da notícia.21

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em uma visão geral não se consegue colocar um único motivo para resistência da vacinação, porém a maior recorrência de recusa torna-se do medo dos efeitos colaterais, muitos, disseminados por meios de comunicações, conclua-se que o movimento anti-vacina ameaça ao objetivo do programa criado a favor da saúde populacional Brasileira.

Com isso uma estratégia a ser pensada em adquirir confiança a adesão da vacinação, seria o investimento na educação e conscientização da importância da mesma.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.Domingues CMAS, Teixeira AMS.Coberturas vacinais e doenças imunopreveníveis no Brasil.avanços e desafios do Programa Nacional de Imunizações.Epidemiol Serv Saúde.2013; 22: 9-27.

2 Attie Calil Jorge S. Portal do Butantan [Internet]. Queda nas taxas de vacinação no Brasil ameaça a saúde das crianças; 7 mar 2022 [citado 10 set 2023]. Disponível em:https://butantan.gov.br/noticias/queda-nas-taxas-de-vacinacao-no-brasil-ameaca-a-saude-das-criancas

3 sociedade brasileira de imunizações [Internet]. Vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)–SCR;23 ago 2023[citado 10 set 2023].Disponível em: https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacina-triplice-viral-sarampo-caxumba-e-rubeola-scr

4 Varíola dos macacos: DF chega a 380 casos confirmados [Internet]. G1. 2022 [cited2023Jun15].Availablefrom:https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2022/12/26/variola-dos-macacos-df-chega-a-380-casos-confirmados.ghtml

5 datasus [Internet]. Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações; 5maio2023[citado30maio2023].Disponível em:http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/dhdat.exe?bd_pni/cpnibr.def

6 Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Saúde Brasil.2019;9:369-404.

7 Departamento de Vigilância Epidemiológica, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde. Programa Nacional de Imunizações (PNI): 40 anos. Braspilia: Ministério da Saúde; 2013.

8 Zorzetto R. As razões da queda na vacinação. Pesqui Fapesp.2018; 270:19-24.

9 Cruz A. A queda da imunização no Brasil.consensus.2017; 7 :20-9

10 Com cobertura vacinal tradicional em queda, Saúde alerta para necessidade de proteção [Internet]. Agência Estadual de Notícias. [cited 2023 Jun 15]. Available from: https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/Com-cobertura-vacinal-tradicional-em-queda-Saude-alerta-para-necessidade-de-protecao#:~:text=Em%202021%2C%20a%20cobertura%20caiu

11 datasus [Internet]. Coberturas Vacinais segundo Região; 5 maio 2023 [citado 30 maio 2023]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/webtabx.exe?bd_pni/cpnibr.def

12 Falagas ME, Zarkadoulia E. Fatores associados à adesão abaixo do ideal à vacinação em crianças em países desenvolvidos.Curr Med Res Opin.2008; 24 :1719–41.

13 Benin AL, Wisler-Scher DJ, Colson E, Shapiro ED, Holmboe ES. Qualitative analysis of mothers decision-making about vaccines for infants: the importance of trust2006;117:1532–41.

14 Ekos Research Associates Inc. Survey of Parents on Key Issues Related to Immunization. Ottawa: 2011:53 p. + Appendix. [Google Scholar]

15 Medo de reação vacinal e falta de acesso à saúde emperram imunização no país [Internet]. Folha de S.Paulo. 2023 [cited 2023 Jun 15]. Available from: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/03/medo-de-reacao-vacinal-e-falta-de-acesso-a-saude-emperram-imunizacao-no-pais.shtml

16 World Health Organization (WHO). Coronavirus disease 2019 (COVID-19): Situation Report – 82 [Internet]. 2019. [acessado 2021 Out 18]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/331780/nCoVsitrep11Apr2020-eng.pdf

17 Smith TC. Vaccine rejection and hesitancy: a review and call to action. OFID 2017; 4(3):ofx146

18 MacDonald NE, SAGE. Vaccine hesitancy: definition, scope and determinants. Vaccine. 2015;33(34):4161-4.

19 Instituto Butantan [Internet]. tira duvida butantan; 1 ago 2023 [citado 10 set 2023]. Disponível em: https://butantan.gov.br/covid/butantan-tira-duvida/tira-duvida-fato-fake

20 Avaaz. 1 em cada 4 brasileiros pode não se vacinar contra a COVID-19 [Internet]. 2020 Sept 7 [cited 2020 Nov 14].Available from: https://secure.avaaz.org/campaign/po/brasileiros_nao_vacinar_covid/120

21 Instituto Butantan [Internet]. Além da Covid-19, enfrentamos outra epidemia: a de fake news; saiba como se proteger desse “vírus”; 17 fev 2022 [citado 10 set 2023]. Disponível em: https://butantan.gov.br/bubutantan/alem-da-covid-19-enfrentamos-outra-epidemia-a-de-fake-news–saiba-como-se-proteger-desse-“virus”


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