CIRURGIA ORTOGNÁTICA NA CORREÇÃO DO PROGNATISMO EM PESSOAS ADULTAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

ORTHOGNATHIC SURGERY IN THE CORRECTION OF PROGNATHISM IN ADULTS: A BIBLIOGRAPHIC REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10049299


                                          Beatriz Véras dos Santos 1
Sarah Sanches Santos2
Sérgio Ricardo Rafacho Esteves3


Resumo

O prognatismo é uma alteração considerada comum e nada mais é do que uma protrusão anormal da mandíbula, que na maioria das vezes repercute de maneira negativa na qualidade de vida do indivíduo. A cirurgia ortognática é um tipo de tratamento que é realizado para tratar essa deformidade. Desta maneira, o presente estudo tem como objetivo verificar o que a literatura tem apresentado a respeito da realização da cirurgia ortognática para correção da prognatismo em pessoas adultas. A metodologia utilizada foi a revisão integrativa de literatura, que buscou analisar e descrever conhecimentos que fossem importante. Para o levantamento do material bibliográfico, realizou-se buscas nas bases de dados Medline, PubMed, Scielo e Portal Regional da BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). Utilizou-se os seguintes descritores e suas combinações na seleção do material bibliográfico encontrados nas bases de dados eletrônicas: “Cirurgia Ortognática”, “Prognatismo”, “Tratamento”. Foram encontrados um total de 540 publicações, sendo excluídas 524, permanecendo neste estudo 16 publicações. Sobre a utilização da cirurgia ortognática para correção do prognatismo em pessoas adultas, a literatura tem demonstrado que a mesma tem contribuído para melhoria na qualidade de vida dos pacientes que possuem essa condição. Os artigos pesquisados revelam a necessidade de correção do prognatismo, como melhora na harmonia oclusal, mastigação, estilo de vida, bem estar mastigatório, e bem estar social com recuperação da autoestima.

Palavras-chave: Autoestima. Qualidade de vida. Mandíbula.

Abstract

Prognathism is a change considered common and is nothing more than an abnormal protrusion of the jaw, which in most cases has a negative impact on the individual’s quality of life. Orthognathic surgery is a type of treatment that is performed to treat this deformity. Therefore, the present study aims to verify what the literature has presented regarding the performance of orthognathic surgery to correct prognathism in adults. The methodology used was the integrative literature review, which sought to analyze and describe knowledge that was important. To collect bibliographic material, searches were carried out in the Medline, PubMed, Scielo and VHL Regional Portal (Virtual Health Library) databases. The following descriptors and their combinations were used in the selection of bibliographic material found in electronic databases: “Orthognathic Surgery”, “Prognathism”, “Treatment”. A total of 540 publications were found, 524 were excluded, leaving 16 publications in this study. Regarding the use of orthognathic surgery to correct prognathism in adults, the literature has shown that it has contributed to improving the quality of life of patients who have this condition. The articles researched reveal the need to correct prognathism, such as improving occlusal harmony, chewing, lifestyle, chewing well-being, and social well-being with recovery of self-esteem.

Keyword: Self esteem. Quality of life. Jaw.

INTRODUÇÃO

Os problemas dentofaciais são considerados má oclusões dentárias graves que se associam a alterações esqueléticas, e, por este motivo, necessitam de tratamento conjunto entre a ortodontia e a cirurgia ortognática. Podem ser provocados por interferências genéticas do crescimento e desenvolvimento craniofacial ou ambientais que levam a alterações nas estruturas e funções do sistema estomatognático (TORRES et al., 2017).

As deformidades dentofaciais estabelecem características miofuncionais específicas, que podem variar de acordo com a desarmonia apresentada, que levam a alterações musculares que se desenvolvem para realizar adaptações do sistema estomatognático que possibilitem desenvolver as funções mastigação, fonoarticulação, deglutição e respiração (RAVELO et al., 2023).  

Pessoas com prognatismo mandibular possuem como característica do perfil côncavo aliado a má oclusão dentária classe III. Quando apresentam desigualdades maxilo-mandibulares sérias, que o trepasse dentário ultrapasse os limites da compensação ortodôntica, a cirurgia ortognática pode ser necessária para corrigir e estabilizar o perfil dentário e a oclusão dentária (TRINDADE, 2023).

Prognatismo é o mesmo que protusão anormal da mandíbula, sendo uma alteração esquelética facial considerada comum, que coexiste com a má oclusão classe III de Angle, que pode levar a impactos negativos relevantes na qualidade de vida do indivíduo no que diz respeito a deglutição e mastigação, articulação temporomandibular, articulação da palavra, estética do perfil facial, dentes e periodonto e saúde psicossocial. A realização do tratamento definitivo destas alterações esqueléticas faciais envolve várias modalidades terapêuticas, com destaque para a cirurgia e a ortodontia, que se complementam (DURÃO; AMARANTE, 2017).

Um dos objetivos da cirurgia ortognática é alcançar uma adequada harmonia funcional e facial orofacial. A tendência atual na cirurgia ortognática é o movimento para frente das estruturas faciais, como uma chance de criar mudanças positivas na estética e nos espaços faríngeos. O avanço bimaxilar é comum em indivíduos com deformidade dentofacial classe II; entretanto, em indivíduos com deformidade dentofacial classe III, ainda é comum observar cirurgias de recuo mandibular em conjunto com avanço maxilar. Assim, o impacto nas vias aéreas poderia ser negativo em indivíduos com deformidades classe III submetidos a cirurgias de recuo mandibular (RAVELO et al., 2023).

Desta maneira, o presente estudo possui como objetivo verificar o que a literatura tem apresentado a respeito da realização da cirurgia ortognática para correção da prognatismo em pessoas adultas.

METODOLOGIA

Este é um trabalho de revisão integrativa de literatura que buscou analisar e descrever conhecimentos que fossem importantes para compor o presente estudo. Para o levantamento do material bibliográfico, realizou-se buscas nas bases de dados Medline, PubMed, Scielo e Portal Regional da BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). Utilizou-se os seguintes descritores e suas combinações na seleção do material bibliográfico encontrados nas bases de dados eletrônicas: “Cirurgia Ortognática”, “Prognatismo”, “Tratamento”.  

O sistema de formulário avançado “and” foi utilizado para realizar a filtragem do material que se relacionava ao tema. Outra estratégia realizada foi a busca manual de publicações contidas nas listas de referências do material selecionado.

Os critérios de inclusão da seleção de publicações foram materiais escritos nos idiomas português e/ou inglês, com publicação compreendida entre os últimos seis anos (2017 a 2023), que se relacionavam ao tema proposto, que eram mais relevantes quanto ao delineamento das informações desejadas, publicados de maneira integral. Os critérios de exclusão foram: material com data de publicação inferior ao ano de 2017, resumos expandidos, não condizente ao tema proposto, material se relevância clínica, material não disponíveis de maneira gratuita, material duplicado.

RESULTADOS

Foram encontrados um total de 540 publicações, sendo excluídas 524, permanecendo neste estudo 16 publicações, sendo estas apresentadas na Tabela 1, conforme autor(es), ano, objetivo e resultados alcançados.

Tabela 1: Demonstração da publicações selecionadas conforme autor(es), ano de publicação, objetivo e resultados alcançados.

Autor(es)Ano ObjetivoResultado
Durão, N.; Amarante, J.2017Abordar sobre a Osteossíntese no tratamento cirúrgico dos prognatismos.Os estudos analisados demonstraram que os diversos métodos de osteossíntese induzem a considerar que as miniplacas bioabsorvíveis têm apresentado ser uma alternativa aceitável ao titânio convencional.
Moroi, A. et al.2017Avaliar as alterações pós-operatórias da função mastigatória em pacientes com deformidades mandibulares com ou sem assimetria tratadas por cirurgia ortognática.No grupo simetria, houve uma diferença significativa na força de mordida pré-operatória e na força de mordida 1 mês pós-operatória. No grupo de assimetria, a força de mordida antes da cirurgia foi significativamente diferente daquela de 1 mês e em 1 ano após a cirurgia. Diferenças significativas na força de mordida também foram observadas entre os seguintes momentos: 1 mês e 1 ano , 3 meses e 1 ano e 1 mês e 6 meses.
Ribeiro, AA. Et al.2017Relatar o tratamento de uma paciente com fissura pré-forame bilateral completa.O tratamento orto-cirúrgico para o reposicionamento da pré-maxila, em conjunto com o enxerto ósseo alveolar terciário ao final do crescimento craniofacial, pode ser considerado uma opção de tratamento para o restabelecimento morfológico dessa condição.
Torres, KV. Et al.2017Descrever a influência da cirurgia ortognática na qualidade de vida de um paciente com deformidade dentofacial classe III.Foi observado através do Oral Health Impact Profil que a qualidade de vida não foi afetada pela deformidade dentofacial e que houve um aumento de escore no pós-operatório de 30 dias indicando piora na qualidade de vida, e, melhora após 90 dias. Já no Orthognathic Quality of life Questionaire, foi possível ver que a deformidade dentofa­cial afetou negativamente a qualidade de vida do paciente e houve melhora progressiva nos escores após a cirurgia, indicando impacto positivo na qualidade de vida do paciente.
Kook, M-S. et al.2019Apresentar um tratamento na correção do prognatismo mandibular combinando a abordagem cirurgia primeiro (SF) e alinhadores transparentes.Uma melhora imediata do perfil facial foi obtida com a abordagem SF, e a movimentação dentária rápida e estética foi alcançada com os alinhadores transparentes.
Neves, CBM.2019Relatar um caso clínico de uma paciente que apresentava assimetria facial com desvio mandibular para o lado esquerdo, portadora da maloclusão Classe III de Angle e foi submetida à cirurgia ortognática.O tratamento cirúrgico realizado foram a osteotomia sagital bilateral da mandíbula, osteotomia Le Fort I e osteotomia no bordo inferior da mandíbula com auxílio de guia de corte.
Olivares, H. G. et al.2019Avaliar as alterações eletromiográficas dos músculos Masseter (MM) e Temporal (TM) durante o apertamento voluntário dos dentes antes e após cirurgia ortognática em pacientes com 18 anos ou mais e com diagnóstico de prognatismo mandibular.Diferenças significativas foram encontradas na amplitude média e amplitude pico a pico para o MM entre o escore basal e 6 meses após a cirurgia. Da mesma forma, foram encontradas diferenças significativas na amplitude média e amplitude pico a pico para o MT entre a pontuação inicial e aquela obtida 6 meses após a cirurgia.
Suguimoto, FP.2019Relatar um caso clínico de deformidade facial de retrusãomaxilar associada a maloclusão classe III de Angle, mordida do tipo anterior e desvio da linha média dentária inferior para o lado direito.Foi realizada uma osteotomia da mandíbula, maxila e mento, ao qual reestabeleceu os aspectos funcionais, psicossocial, estético, auto-estima e bem-estar, o que levou a uma melhora na qualidade de vida do paciente. 
Teramoto, A. et al.2020Avaliar as alterações morfológicas e volumétricas da língua e da cavidade oral após cirurgia ortognática usando um método de impressão de vinil polissiloxano recentemente desenvolvido.O volume da língua com o volume da cavidade oral diminuiu após a cirurgia ortognática. Houve correlação entre a diminuição da capacidade da cavidade oral e o volume da língua.
Kagawa, H. et al.2021Avaliar a melhora dos padrões de contato língua-palatina durante a deglutição após cirurgia ortognática em pacientes com prognatismo mandibular.O padrão de contato língua-palatino melhorou e a duração da fase oral e faríngea foi encurtada em pacientes com prognatismo mandibular durante a deglutição após cirurgia ortognática.
Kitae, E. et al.2021Descrever a técnica de cirurgia ortognática de 3 maxilares para tratar hipoplasia maxilar, prognatismo mandibular, mordida aberta e assimetria mandibular em um único procedimento.A cirurgia de três maxilares pode resolver esta condição multifatorial com um bom resultado.
Chen, C-M. et al.2022Investigar as alterações nos cliques preexistentes da articulação temporomandibular (ATM) e a nova incidência de cliques na ATM após cirurgia ortognática.A taxa de melhora em pacientes com cliques preexistentes na ATM foi de 69,2% (18 de 26 lados); as taxas de melhora pós-operatória foram de 71,4% (valor de recuo > 8 mm) e 60% (valor de recuo ≤ 8mm).
Freitas, TA. Et al.2022Expor as modalidades cirúrgicas ortognáticas utilizados para correção de má oclusão de classe III de Angle em paciente com SD, visando possibilitar ao portador da SD uma melhoria na realização das funções orais.O estudo teve como resultado a cirurgia bimaxilar, a cirurgia de recuo de mandíbula, e a cirurgia de avanço maxilar.
Krishnamurthy, S. et al.2022avaliar a versatilidade da oesteotomia vertical extraoral do ramo (EVRO) para o prognatismo mandibularO tempo necessário para todo o procedimento cirúrgico, desde a incisão até o fechamento, variou entre 80 e 94 minutos, sendo o tempo médio de cirurgia de 90 minutos. Verificou-se que houve diferença estatisticamente significativa entre a avaliação pré-operatória e pós-operatória da espinha nasal posterior ao plano horizontal do násio 1 (PNS-N 1).
Sadprutanto, S. A. et al.2023Mostrar que a cirurgia ortognática proporciona máximos resultados no tratamento de casos de classe III esquelética com prognatismo mandibular.Encontrar a oclusão durante a cirurgia foi difícil; assim, um wafer foi necessário para encontrar a oclusão quando a maxila foi movida para frente e a mandíbula para trás. Antes da cirurgia foi realizada a correção do alinhamento e nivelamento dos dentes, e o uso de wafer foi uma solução para solucionar esse problema.
Trindade, PAK.2023Avaliar o risco para apneia obstrutiva do sono (AOS) em indivíduos com prognatismo mandibular submetidos ao recuo mandibular isoladoA cirurgia de recuo mandibular isolado de 6,07 ± 2,53 mm leva a um aumento significativo do índice de apneia e hipopneia (IAH), sem, contudo, caracterizar valores compatíveis com o diagnóstico de AOS.

Fonte: Acadêmicos (2023)

DISCUSSÃO

Sobre a utilização da cirurgia ortognática para correção do prognatismo em pessoas adultas, a literatura tem demonstrado que a mesma tem contribuído para melhoria na qualidade de vida dos pacientes que possuem essa condição, de acordo com estudo de Freitas; Leal; Correa (2022), relatando que o resultado da cirurgia bimaxilar, de recuo de mandíbula e de avanço da maxila, são formas de tratamento cirúrgico que, em pacientes com prognatismo e com Síndrome de Down, são viáveis para tratamento dessas deformidades dentofaciais, induzindo a uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes, além de melhorar a realização das funções orofaciais, levando a um melhor desenvolvimento individual, social e cultural.

Em outro estudo realizado por Durão & Amarante (2017), os autores destacaram que a cirurgia ortognática de osteotomia sagital, com a utilização de miniplacas, estas demonstraram maiores vantagens na fixação da osteotomia sagital de ramo para recuo mandibular, demonstrando que os materiais bioabsorvíveis têm sido uma alternativa viável quando comparados ao titânio convencional. Esses autores acrescentaram, ainda, que as miniplacas apesar de serem menos resistentes que os parafusos biocorticais, fornecem adequada estabilidade às forças mecânicas pós-operatórias. Outro fator é que se pode utilizar a técnica híbrida para aumentar a estabilidade, caso o profissional ache conveniente.

Suguimoto (2019) relatou o caso de um paciente do sexo masculino, submetido a uma osteotomia da mandíbula, maxila e mento. Na mandíbula foram utilizadas duas placas retas de quatro furos e quatro parafusos de 2,0 mm. Na maxila foi realizada osteostomia tipo Le Fort I para avanço de 11 mm e impactação de 4 mm da região posterior, com fixação de duas placas Lindorf com onze parafusos de 5 mm, duas placas em “L” com quatro parafusos de 2 mm. No mento, realizou-se osteotomia para recuo de 5 mm. Após um ano e seis meses de cirurgia, paciente encontra-se bem funcionalmente e satisfeito com o resultado estético. O autor destacou que a cirurgia levou a alterações benéficas na vida do paciente, uma vez que melhorou sua autoestima, convívio social, qualidade de vida, oclusão e aumento das vias aéreas, que resultou na correção da postura da cabeça, uma vez que ele se mantinha em uma posição adquirida para conseguir respirar melhor e reclamava de dor extrema e desconforto na região posterior do pescoço, que foi solucionado pelo reposicionamento dos maxilares.

Torres et al., (2017) analisaram a qualidade de vida de um paciente após a realização de cirurgia ortognática por meio dos protocolos Oral Health Impact Profil[1] (versão abreviada) e Orthognathic Quality of life Questionaire[2] aplicados antes e após a cirurgia ortog­nática. Por meio do Oral Health Impact Profil os autores verificaram que houve piora na qualidade de vida no período de trinta dias após a cirurgia, sendo que essa variável obteve melhora após noventa dias de cirurgia. No Orthognathic Quality of life Questionaire, os autores verificaram que a deformidade dentofacial afetava negativamente a qualidade de vida ao paciente, com melhora progressiva após a realização da cirurgia. Ao final, os autores destacaram que a cirurgia ortognática influencia positivamente na vida de uma paciente.

Alterações na função oclusal após cirurgia ortognática no prognatismo mandibular com e sem assimetria foi avaliado por Moroi et al., (2017) em trinta mulheres submetidas a osteotomia Le Fort I com osteotomia sagital do ramo (SSRO). Os pacientes foram divididos em grupos de simetria e assimetria. No grupo simetria, houve uma diferença significativa na força de mordida pré-operatória e na força de mordida 1 mês pós-operatória. No grupo de assimetria, a força de mordida antes da cirurgia foi significativamente diferente daquela de 1 mês e em 1 ano após a cirurgia. A área de contato oclusal, a força de mordida e o equilíbrio oclusal tenderam a mudar após a osteotomia Le Fort I com SSRO, com uma força de mordida significativamente melhorada em pacientes com assimetria antes da cirurgia.

Já Chen et al., (2022) investigaram as alterações nos cliques preexistentes da articulação temporomandibular (ATM) e a nova incidência de cliques na ATM após cirurgia ortognática em sessenta pacientes, sendo trinta homens e trinta mulheres, com prognatismo mandibular, e verificaram que após a realização de osteotomia vertical intraoral do ramo (IVRO) para recuo mandibular, a taxa de melhora em pacientes com cliques preexistentes na ATM foi de 69. Em dezoito pacientes, a taxa de melhora no pós-operatório foi de 71,4%, com um recuo > 8 mm e 60% com recuo de < 8 mm. Ao final, os autores destacaram que o IVRO pode reduzir a gravidade do clique preexistente na ATM. Um valor de recuo elevado (> 8 mm) pode não estar associado a um aumento considerável no risco de estalidos pós-operatórios na ATM.

Teramoto et al., (2020) avaliarem as alterações morfológicas e volumétricas da língua e da cavidade oral após cirurgia ortognática, uma vez que o volume da língua e da cavidade oral diminuiu após a cirurgia ortognática, o que demonstrou correlação entre a diminuição da capacidade da cavidade oral e o volume da língua. Kagawa et al., (2021) avaliaram a melhora dos padrões de contato língua-palatina durante a deglutição após cirurgia ortognática em trinta pacientes com prognatismo mandibular e verificaram que o padrão de contato língua-palatino melhorou e a duração da fase oral e faríngea foi encurtada em pacientes com prognatismo mandibular durante a deglutição após cirurgia ortognática. Ao final, os autores colocaram que, provavelmente, as alterações na morfologia maxilofacial provocadas pela cirurgia ortognática possam induzir o movimento normal da língua durante a deglutição.

CONCLUSÃO

Os artigos pesquisados revelam a necessidade de correção do prognatismo, como melhora na harmonia oclusal, mastigação, estilo de vida, bem estar mastigatório, e bem estar social com recuperação da autoestima.

Sugere-se que mais estudos com objetivos semelhantes sejam desenvolvidos, procurando aderir cada vez mais a cirurgia ortognática aos tratamentos orto-cirúrgicos para corrigir as anomalias craniofaciais e dentofaciais, com objetivo de disponibilizar ao paciente uma melhor qualidade de vida em relação à estética e as funções.

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[1] Oral Health Impact Profil (OHIP) versão abreviada foi criada em 1997, contendo 14 questões (TORRES et al., (2017)

[2] Orthognathic Quality of life Questionaire desenvolvido em 2000 e validado em 2002 (TORRES et al., (2017)